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Passou um ano desde que voltei a Lisboa. Entre Setembro de 2010 e Abril de 2011 colaborei na Câmara Municipal do Sabugal após insistentes e reiterados pedidos e convites do senhor engenheiro presidente António Robalo. Entendi escrever esta crónica após um estranho desabafo facebokiano provocador, desonesto, mentiroso e próprio de alguém que vive de truques para agradar à assistência. Nunca pensei ter de tornar públicos alguns episódios mas, de facto, no imaginário da conspiração qual labirinto subterrâneo que nos distrai do que acontece à superfície nem sempre ilusionista rima com estadista.

Termas do Cró - Sabugal

José Carlos LagesEstamos no final de Abril de 2012. Passou cerca de um ano desde que cessei funções na Câmara Municipal do Sabugal e no meu regresso a Lisboa tinha arquivado esse período no dossier dos grandes equívocos da minha vida. Olho para trás e confirmo que este último ano foi uma licença de nojo própria de quando perdemos algo muito querido. E eu perdi. Perdi a convicção que alimentei durante muitos e muitos anos de ajudar com os meus conhecimentos no futuro da minha terra. Promover o Sabugal tem sido o grande objectivo deste blogue que está na rede desde Dezembro de 2006 e desafio qualquer um a dar-me um exemplo de uma linha que tenha escrito durante o último ano sobre esse período ambíguo da minha vida profissional. Faço questão de reforçar a palavra profissional porque sabem os que comigo conviveram mais de perto este equívoco que sempre pretendi ajudar, com a minha experiência profissional, o meu concelho. Destaco, também, «concelho» porque sou raiano sabugalense recordando, sem qualquer prurido, que não habito no concelho do Sabugal. Apenas me limito a pagar IMI’s, contadores de água e taxas de lixo durante 12 meses por ano e a votar… na freguesia de Ruivós. E porque estamos em Abril reafirmo que continuarei a pensar o Sabugal e a ter opinião sobre o Sabugal. Ensinaram-me que em comunicação não há notícias boas e más. Há notícias. Mesmo que digam respeito a um lugar que parece parado no tempo e distante do mundo.
Aproveito para clarificar alguns episódios. A minha decisão de ir trabalhar para o Sabugal (contra a vontade da minha família e especialmente da minha querida mãe) foi o resultado de um intenso assédio em Lisboa, no Sabugal e na Ruvina onde por diversas vezes me reuni com o actual presidente, António Robalo, e onde este insistia na imperativa necessidade da minha colaboração na equipa da presidência. Ao contrário do que foi interpretado (por alguns interessados no tema) nunca fui convidado pelo vereador Joaquim Ricardo. O convite para colaborar na Câmara do Sabugal foi sempre endereçado pelo engenheiro António Robalo. «Grandes projectos pessoais do presidente precisam da tua experiência», dizia-me simpaticamente. Elaborei e deixei concluídos variados projectos. Alguns deles foram inclusivamente apresentados a todos os vereadores e técnicos camarários no salão nobre. Recordo alguns: levantamento fotográfico e candidatura da renovação sinalética turística e rodoviária de todos os cruzamentos do concelho do Sabugal; renovação do departamento de comunicação da câmara; estudo gráfico e jornalístico para produção do importantíssimo Boletim Municipal Mensal (projecto emblemático para a presidência); criação de parques para caravanas com sinalética promocional e rotas dos cinco castelos nas principais estradas de entrada no concelho; renovação sinalética do parque industrial do Sabugal; grande estudo de promoção e lançamento do complexo Termas do Cró (recordo um caricato episódio em que foi pedido um logótipo para as Termas que a presidência não sabia que estava já a ser elaborado por uma empresa da Guarda); restruturação dos sites da câmara, da empresa municipal e das Termas do Cró (para culmatar a falta de tempo dos técnicos camarários de webdesign); elaboração de uma exposição de trajes de confrarias no Museu e respectivo catálogo de apresentação (pedido muito especial do presidente); e a concretização de um encontro no Jamor com Mirandela da Costa para a elaboração de um projecto de um campo de golfe num determinado local do concelho do Sabugal que me abstenho de divulgar.
O vosso ar de espanto alimentará esta crónica que nunca pensei ter de escrever. O mundo está a mudar. Muda tudo tanto e tão depressa. Mas no concelho do Sabugal vive-se uma realidade irreal. Num concelho onde todos os indicadores estão no vermelho quanto à desertificação alimentamos os regulamentos e a regulamentação. Para quem? Estranho! E depois há regulamentações patéticas como aquela da praça de táxis do Sabugal no Largo da Fonte em frente à CGD onde o primeiro lugar da fila foi pintado num local onde os passageiros para entrar na viatura têm de passar pela relva. Não sei se já foi alterado mas inicialmente esqueceram-se que as pessoas entram no táxi pelo lado contrário ao do motorista. Neste caso passando por cima do canteiro da relva que de tanto pisado desapareceu. Magia.
Mas a verdade é que tudo se resume a uma impressionante capacidade de apresentar novos truques todas as semanas. Nestes truques só continuam a faltar pessoas, empresas, pessoas, fábricas, pessoas, pessoas e pessoas.
Diz o senhor engenheiro presidente que o blogue «no período em que um deles colaborou na Câmara… era tudo sucessos e o presidente o melhor do mundo». É verdade. Naquele tempo ainda houve muitos eventos e iniciativas que mereciam ser noticiadas. Destaco o centenário da República, o Balcão Único e a Taça Hugo Santos. Boas iniciativas que foram comunicadas e promovidas, ao mesmo tempo e sem privilégios, para todos os órgãos de informação com comunicados de imprensa e de acordo com o príncipio de um departamento de comunicação e imagem profissional. Se agora não há sucessos «políticos», perdão, autárquicos em forma de comunicado deverá o presidente questionar os seus assalariados porque parecem nem motivação ter para promover o esforçado trabalho da presidência.
Mas vamos a mais um tema que me agrada de sobremaneira. «O presidente (pessoa magestática) não está disponível para financiar devaneios». Será por isso que tudo fez para me convencer (depois de deixar o Sabugal e voltar a Lisboa) a ir trabalhar para o empresário António Reis do Ofelia Club? Será por isso que pediu ao seu chefe de gabinete para me convencer a aceitar o dito «emprego»? Será por isso que enviou um emissário a Lisboa para se reunir comigo no Olivais Shopping no sentido de me convencer a aceitar ir trabalhar para o dito empresário? Grande devaneio. E por falar em devaneios que tal recordar uma loja que foi comprada pela ProRaia em Campo de Ourique (Lisboa), com a assinatura do senhor engenheiro para promover os concelhos do Sabugal e da Guarda, que nunca chegou a abrir e que entretanto já foi vendida (ao que parece) a uma empresária farmacêutica guardense.
Devaneios senhor engenheiro presidente? E que dizer daquele projecto «Veneza da Beira» que pretende fazer a renovação urbana da cidade do Sabugal. «O conceito central está na Rua Teófilo Braga com a água a ser o tema principal do espaço público e pretende resolver os problemas de segurança rodoviária (?!?) e congestionamento de tráfego no cruzamento junto às Finanças(?!?)», mudando o curso da água do rio Côa de forma a transformar as ruas do Sabugal em pequenos ribeiros com cascatas que desaguam num imenso lago que cobrirá por completo o actual Largo da Fonte. – Mais uma mentira do blogue Capeia Arraiana? – O projecto foi apresentado pela arquitecta Cláudia a todo o executivo na reunião pública de 14 de Novembro de 2010.
Equívocos, senhor engenheiro presidente? Só os que dizem respeito à falta de espaço na sua Câmara e no seu desertificado concelho. Esse será o grande equívoco da sua presidência.
Uma das coisas que mais me surpreendeu no meu contrato de colaboração com a autarquia foi a ausência de qualquer alínea que me obrigasse ao sigilo profissional durante e após cessação de funções. Mesmo assim, assim fiz porque entendi ser o mais correcto. Assim o deixei de fazer hoje porque me difamaram. Muito fica por dizer. Gostaria que não me obrigassem a voltar publicamente a memórias de outros episódios que muito me desagradam.
A terminar recordo que, apenas por estar a colaborar na câmara, fui pessoalmente injuriado num blogue por um desprezível e reles anónimo (com a consentimento do seu também reles administrador) e num jornal do concelho (que deveria saber o que é responsabilidade editorial) por alguém que já tem idade para ter juízo e que faz do juízo o seu ganha-pão. Na altura, na presença de várias testemunhas, o presidente pediu-me para ficar calado porque «esses jornais» ele «nem do plástico tirava e iam directamente para o lixo».
Para os que ainda não sabem eu explico as razões de tanta azia do tal opinador/político/proprietário: em Março de 2006 fui convidado no Restaurante Robalo por essa pessoa para ser director do jornal de que é proprietário. Agradeci mas disse não ser possível aceitar porque os meus projectos passavam pelo online. Nunca me perdoaram. E o resto já todos sabem.
Fui, sou e serei sempre um sabugalense livre.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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A festa de São Paulo comemora-se, todos os anos, no dia 25 de Janeiro. A freguesia de Ruivós teima em manter a tradição da sua veneração em data certa no gelado e frio mês de Janeiro. Chegados de Lisboa, de França ou da Suíça todos se juntam para contar os minutos efémeros da alvorada que repete todos os anos os foguetes de estoiro, resposta ou repetição e tenta manter o ribombar de outros tempos. Mas… até as canas deram lugar a finas ripas de madeira.

Cartaz Festa São Paulo - Ruivós - Sabugal
(clique nas imagem para ampliar)

José Carlos LagesDizem os nossos pais que os antigos já tentaram mudar a data da festa de São Paulo e que nesse ano os marranos da aldeia foram todos vítimas de misteriosa peste que a todos «vindimou». É uma lenda e vale o que vale. Mas por isso, ou também por isso, todos os anos os mordomos recomendam aos que vêm a seguir que melhor seria mudar a data para o Verão, ou pelo menos, para o fim-de-semana a seguir ao dia 25 de Janeiro. E todos dizem que sim, todos dizem «que seria muito melhor». E a proposta vai passando religiosamente de ano para ano. Sem efeitos práticos já se percebeu. Até porque enquanto houver ruivosenses residentes ou na migração deverá haver festividade da conversão de Saulo na Estrada de Damasco. Assim seja!
A festa de São Paulo tem sempre três mordomos. Os deste ano (2012) são o Paulo Rebelo (por Ruivós), o Paulo Lages (por Lisboa) e o Filipe Esteves (pela França e Suíça). A sua função é organizar e contratar a banda, os foguetes, os artistas, etc. e pedir a esmola aos ruivosenses do seu «círculo eleitoral». O mordomo francês «dá a volta» pelos seus conterrâneos no princípio de Novembro e o de Lisboa nos feriados de Dezembro enquanto o de Ruivós é quando lhe der mais jeito. Resta dizer que é com muita satisfação que são recebidos em todas as casas onde levam uma lembrança e aproveitam para fazer o convite para que todos estejam presentes nos dias da festa. Em troca receberem a «esmola» que todos dão com devoção para ajudar à festa. «É pouco mas é de boa vontade», dizem uns. «Que São Paulo vos receba esta esmola com as suas bençãos», respondem os mordomos para ouvirem de seguida «e que São Paulo vos ajude nos vossos passos». Não é um ritual de uma sociedade secreta (como está agora na moda) mas simboliza o orgulho de um povo que está na emigração mas que tudo faz para não esquecer as suas origens. Assim mereçam os que ficaram na aldeia este orgulho e esta contribuição descomprometida dos que, por vezes, nem à festa podem ir.
Nos meus tempos de meninice a emoção fazia com que «saltássemos» da cama antes das oito horas da manhã. Isto dito assim não tem nada de especial. Mas se acrescentarmos que os aquecimentos e os recuperadores são relativamente recentes e que estamos no dia 25 de Janeiro numa terra que, no Inverno, acorda quase todos os dias em tons de «branco geada» esta emoção de «saltar da cama muito cedo» passa a ter mais valor. – E porquê antes das oito horas da manhã? – Porque era por volta dessa hora que chegava a carreira com a banda da música e começava a alvorada. O fazer subir e estoirar foguetes é (era) um dos maiores orgulhos da festa de São Paulo em Ruivós. Era reconhecidamente uma das festas do concelho do Sabugal onde a alvorada durava mais tempo e transformou-se numa das imagens de marca de Ruivós. Chegou a prolongar-se por mais de uma hora sem interrupção.
A inconsciência da juventude leváva-nos a percorrer as tapadas em redor à procura das «bombas» que não tinham rebentado para as recolher e guardar num local secreto. Nas férias grandes do Verão quando íamos guardar as vacas ou as cabras levávamos nos bolsos as pequenas bombas com pólvora para despejar aos poucos numa pedra lisa. O pó cinzento era depois coberto com um pequeno seixo de forma a que nos permitisse fazê-lo rebentar com uma pedra maior arremessada do cimo da parede por um de nós. Brincadeiras muito perigosas de crianças inocentes. Mas vamos voltar ao presente…
Um dos momentos maiores da festa está programado para a noite de 24 de Janeiro com uma procissão de velas que percorre o caminho até à capela do cemitério que dista cerca de um quilómetro da aldeia para «ir buscar a imagem do santo para a igreja matriz».
No dia 25 a festa mete música (de banda) e claro a procissão que leva de volta à sua capela a imagem de São Paulo. Antes é fundamental recuperar forças num prolongado almoço onde as famílias convivem e recordam os presentes e os ausentes. Uma curiosa particularidade da festa de Ruivós consiste em dividir os músicos da banda pelas casas com chaminé fumegante, ou seja, os homens esperam no final da missa e levam com eles um, dois ou mais músicos para partilharem o almoço festivo.
O programa da festa de São Paulo em Ruivós é o seguinte:
Dia 24: 19:00, procissão das velas; 20:00, fogo de Artifício.
25 de Janeiro: 8:00, chegada da Banda Filarmónica de Silvares e Alvorada; 11:30, missa em Honra de São Paulo na Igreja Matriz seguida da procissão; 17:00, ressalva, despedida dos mordomos velhos e recepção dos novos; 21:30, baile no salão de festas abrilhantado pelo tocador Rui Alves.
Dia 26: 12:00, missa do Emigrante na capela de São Paulo; 14:00, volta das Adegas e degustação do Borrego; 21:30, baile no salão de festas abrilhantado pelo tocador Filipe Nunes.
Dia 27: 11:00, actuação dos «Bombos de Badamalos»; 16:00, convívio (Jogos); 21:30, baile no salão de festas abrilhantado pelo tocador Miguel Agostinho.
Dia 28 (sábado): 10:00, animação de Rua com a «Xaranga da Rebolosa»; 12:00, convívio com porco no espeto; 15:00, actuação do acordeonista Micael; 16:00, actuação do Rancho Folclórico da Enxabarda; e continuação do convívio com o acompanhamento do tocador Filipe Nunes; 21:30, baile no salão de festas abrilhantado pelo tocador Filipe Nunes.
É obra! Cinco dias de festa em Janeiro! Vivam os Mordomos! Viva Ruivós! Viva São Paulo!

As insígnias, os andores dos santos e do Senhor dos Passos e os guiões da procissão são os mesmos da nossa juventude. Os rostos são todos familiares. Mas, como sempre, dou comigo a desenhar as imagens daqueles que já partiram. Um beijo Pai.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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As autarquias locais são, nos termos da Constituição, «pessoas colectivas territoriais dotadas de órgãos representativos que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas». E será que todos os eleitos sabem isto?

José Carlos LagesNuma aldeia da Beira Alta foram substituídos durante o mês de Agosto os postes de transporte de electricidade e iluminação pública. As novas estruturas, mais robustas e altas, tomaram o lugar, também, de alguns pilaretes que estavam (ao que parece) ilegalmente encrustados nas paredes das casas privadas.
Numa ruela estreita quase exclusivamente pedonal que dá acesso a duas ou três habitações e a uma adega foi marcado, inicialmente, no pavimento o lugar de abertura da sapata para a colocação do poste da EDP.
Após alguns alertas dos moradores e utilizadores da dita ruela a localização do novo poste foi desviado cerca de cinco metros para o outro lado da ruela. Tudo isto com a supervisão dos técnicos da eléctrica portuguesa. Mas… eis que chega o autarca presidente e logo ali considera que a melhor localização é em frente à porta de uma adega.
A proprietária entendeu chamar à atenção para a gravidade da nova localização que, evidentemente, prejudicava claramente a serventia da dita adega que, além de ter feito parte da Rota das Adegas, tem vindo a sofrer alguns melhoramentos no sentido de manter a traça original que vem dos antepassados dos actuais proprietários.
O presidente da Junta de Freguesia aceitou rever a localização e encontrar uma solução que fosse do agrado de todos os proprietários da ruela. Após uma longa espera pela resposta do presidente da Junta de Freguesia e depois de uma conversa telefónica com o responsável pelas reclamações da EDP percebeu-se que apenas necessitavam do pedido da Junta de Freguesia e que, sem qualquer problema, deslocariam o poste para outra localização.
Há, assim, algumas conclusões a tirar:
– Alguns autarcas parecem apenas conhecer metade da cartilha e «visam a prossecução dos interesses próprios» esquecendo «os das populações respectivas».
– Alguns autarcas acham que quando são eleitos acabaram de adquirir uma quinta ou uma empresa.
– Alguns autarcas acham que podem utilizar o poder que lhes é investido pelo voto popular para ressabiamentos e ajustes de contas pessoais por iniciativa própria ou para satisfazerem alguém.
– Alguns autarcas nem sempre estão à altura dos lugares que ocupam.
Tudo isto seria um episódio sem importância se a aldeia não pertencesse ao concelho do Sabugal e não ostentasse no seu nome Ruivós.
De facto há quem tudo faça para convencer os outros, os que vivem «longe», que não percebem nada de certas realidades locais. Estranha e patética certeza.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Os mordomos da Capeia Arraiana 2011 de Ruivós entenderam, e bem, homenagear o Rogério um dos filhos da terra que mais recordações e saudades continua a fazer sentir em todos nós.

Rogério Caramelo Madeira (foto tirada na montanha de Davos) - autoria: José Carlos Lages

José Carlos LagesPerdoem-me os mais académicos destas coisas da comunicação mas hoje vou escrever com a emoção na ponta dos cliques sobre uma personalidade que apenas precisou de 22 anos para se afirmar como uma referência para todos os que o conheceram e que tiveram o privilégio de com ele conviver. Vou recordar o meu primo Rogério.

Há pessoas assim. Nascem. Crescem. E em poucos anos vivem uma vida eterna. A Igreja diz que para se ser santo é preciso fazer milagres. E se isso fosse suficiente o Rogério já me fez um milagre. Conheci em vida o Rogério.
Deixou-nos cedo, demasiado cedo, com 22 anos, em 2001, num trágico acidente de viação na Suíça na carrinha da empresa. A notícia chegou ao final do dia feriado, 1 de Novembro, dia de todos os santos. Fui jantar a casa dos meus pais e, quando abriram a porta, percebi logo que alguma coisa não estava a correr bem. O meu irmão Paulo lá arranjou coragem para me dizer – «Morreu o Rogério» – Sentei-me, peguei em «A Bola» que trazia comigo e comecei a folhear as páginas como alibi para conseguir ficar em silêncio e desenhar os frames de um filme onde recordei os momentos que com ele partilhei.
As imagens tinham sempre um denominador comum. O seu eterno sorriso.
Recordo o seu sorriso, envergonhado, que desenhava um suave agradecimento a quem o recebia.
Recordo as visitas que lhe fazia, de passagem, nos Seminários do Fundão e da Guarda naquele eterno vaivém que mantenho há muitos anos entre Lisboa e o Sabugal.
Recordo o tempo que passou em minha casa quando esteve, cerca de oito meses, na tropa na Academia Militar na Amadora. Para ele tudo estava bem. As estórias que contava da sua «guerra» eram sempre sobre animadas aventuras que vivia durante a semana. Mas poucos fins-de-semana o consegui segurar em Lisboa. «Fugia» sempre que podia para Ruivós, para junto da Tia Ilda e da Maria Cerdeira. Muitas das vezes nem precisava de entrar na casa de família, há muito vazia.
Recordo a alegria com que me disse no dia em que terminou a tropa que, finalmente, ia juntar-se à sua família na Suíça (pai, mãe e irmão) de quem sempre tinha vivido separado.
Primeiro o pai, empreiteiro, que deixou o concelho do Sabugal e procurou melhor qualidade de vida nas terras helvéticas. Depois a mãe e o Miguel (o irmão mais novo) foram de abalada para Zurique e o Rogério de abalada para o Seminário do Fundão na companhia do Geraldo do Osíris do Sabugal.
Sportinguista «doente» viveu comigo uma eterna picardia. Se as coisas não corriam bem lá para os lados da Luz já sabia o que me esperava. O telefone tocava e o leão gozava com a águia. Sempre que possível claro que me desforrava.
Um dia, por alturas da festa de São Paulo, telefonou-me por um motivo diferente. Já não sei se me pediu ou apenas me deu conhecimento. Em Junho precisava de mim em Zurique. Sem mais apenas lhe disse que sim. Na Portela encontrei-me com José Fernando, o padre motard, seu grande amigo desde os tempos do Seminário do Fundão. Também ele ia a Zurique participar na cerimónia do crisma do Rogério. Eu, com ar importante estampado no rosto, aproveitei para lhe dar a notícia que ia ser o seu padrinho. Orgulhosamente.
Foi uma semana bem passada. O Rogério estava de férias e fizemos grandes viagens no seu orgulho – o Seat Cupra2 – que terminavam, inevitavelmente, à noite, numa passagem pelas Casas do Sporting e do Benfica em Zurique. E como ele ficou contente por lhe ter levado uma camisola do Sporting assinada por todos os jogadores do plantel.
Depois veio o mês de Agosto. Depois veio o primeiro dia de Novembro. E depois veio aquela viagem solitária que fiz até ao Porto para receber o seu corpo no aeroporto de Pedras Rubras e para o acompanhar em conjunto com os pais e o irmão até Ruivós. E depois vieram os gritos lancinantes que a carreta ouviu quando entrou no largo da fonte. E… E… E muito fica por contar.
No ano passado a tragédia abateu-se de novo sobre esta família. A Mariana, mãe do Rogério e do Miguel, e mulher do Fernando faleceu com cerca de 50 anos vitimada por um cancro.
Este ano, os mordomos da Capeia Arraiana de Ruivós, entenderem homenagear os dez anos do desaparecimento do Rogério. Justa e merecida homenagem. O meu bem-haja pela iniciativa destes mordomos.
Aproveito para acrescentar a este memorial a mãe Mariana, o pai Fernando e o irmão Miguel.
O Rogério (e a Mariana) estarão para sempre na memória daqueles que os conheceram.

Aqui deixo publicamente o desafio para a atribuição de o nome de uma das ruas de Ruivós ao Rogério Caramelo Madeira. Não será difícil substituir uma «rua do saco», «rua do meio», «rua de cima», «rua de baixo», «rua do chafariz», «rua da fonte» ou «rua sem nome» por um sentimento com valor.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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A última sessão ordinária de 2010 da Assembleia Municipal teve lugar no Auditório do Sabugal na noite de 28 de Dezembro. Os trabalhos (e as intervenções) foram dominados pela ligação à A23, as votações das Grandes Opções do Plano e do Orçamento para 2011 e os ataques ao vereador Joaquim Ricardo pelo pecado de ter chegado a um acordo com a presidência social-democrata permitindo uma maioria e a governação estável e empreendedora do executivo sabugalense.

Câmara Municipal Sabugal

A Assembleia Municipal do Sabugal é constituída, de acordo com a lei, pelos presidentes das 40 Juntas de Freguesia do concelho do Sabugal e pelos 41 deputados eleitos por sufrágio universal nas autárquicas.
Durante o ano de 2010 foram realizadas cinco assembleias municipais ordinárias e foi marcada uma extraordinária (29 de Outubro) que não chegou a efectivar-se por falta de quórum. A última reunião, marcada para 28 de Dezembro era aguardada com bastante interesse até porque a ordem de trabalhos registava assuntos relevantes como, por exemplo, a votação do Orçamento para 2011 e as Grandes Opções do Plano.
A sessão com início às 20.15 horas ocupou praticamente todo o período «antes da ordem do dia» com a suspensão das obras de ligação à A23. O assunto sintetiza-se em poucas palavras. O executivo defende, estrategicamente, que a ligação é fundamental para o desenvolvimento do concelho mas deve ser suportada financeiramente com os dinheiros do Ministério das Obras Públicas. A decisão é correcta e só peca por tardia porque a fórmula imaginada pelo anterior presidente, Manuel Rito, com recurso aos militares do Regimento de Engenharia e com a execução de pequenos troços que no final ficavam ligados entre si apenas era compreendida pelo seu autor. Tal como escrevi no Capeia Arraiana no dia 27 de Junho de 2010 (Aqui.) era tempo de parar com um processo que apenas serviu para delapidar a tesouraria do município sabugalense. Na memória dos presentes ficam as defesas de honra de quem se sentia ultrajado sem ninguém o ter atacado na sua dignidade mas apenas e tão somente nas suas decisões políticas.
A Ordem do Dia «obrigou» a votações importantíssimas. O «Orçamento para 2011» foi aprovado por maioria com 17 votos contra e seis abstenções. As «Grandes Opções do Plano» foram aprovadas por maioria com 18 votos contra e cinco abstenções. O «Regulamento para Cargos de Direcção Intermédia de 3.º e 4.º grau» foi aprovado por maioria com a abstenção de Ramiro Matos (presidente da Assembleia Municipal), Manuel Rito (ex-presidente da Câmara) e António Moreno (presidente da Junta de Freguesia da Moita).

Das duas, uma, ou das duas, três
A actividade na «sessão ordinária» ficou marcada pelos constantes ataques de alguns deputados ao vereador Joaquim Ricardo considerando-o como «o grande responsável pela estabilidade governativa do actual executivo camarário».
Das duas, uma, ou das duas, três. Um: em democracia governa quem ganha e apenas o povo está mandatado para fazer «o ajuste de contas» nas eleições seguintes. Dois: em democracia a legitimidade política não se esgota nos dois principais partidos, PSD e PS. Três: em democracia as maiorias absolutas são, na minha opinião, o seu maior defeito. Porquê? Porque, por vezes, criam autoritarismos e despotismos prejudiciais à causa comum. Há países na Europa como, por exemplo, a Alemanha ou a Itália, governados, quase sempre, por governos de coligação.
Há, contudo, importantes reflexões que se impõem a todos os sabugalenses. A quem beneficia ter no Sabugal um executivo minoritário (três vereadores contra quatro) com evidentes dificuldades de governação? A quem beneficia ter no Sabugal um partido com a força nacional do PSD incapaz de colocar em prática o programa eleitoral com que se apresentou nas autárquicas e que mereceu os votos favoráveis dos cidadãos? A quem beneficia no Sabugal colocar em causa o acordo democrático entre o presidente eleito e o vereador eleito pelo MPT? O pecado do vereador Joaquim Ricardo foi ter chegado a acordo com o presidente António Robalo e ter permitido uma governação estável do município. Algo vai mal na democracia do meu Sabugal. Algo vai mal nos conceitos de democracia de alguns sabugalenses que confundem o combate político com interesses pessoais. É feio e fica mal.
Subscrevo as palavras do presidente António Robalo em plena Assembleia Municipal que fez a defesa, aqui sim, da honra de Joaquim Ricardo em resposta aos constantes ataques de que foi alvo o vereador que assumiu entre Julho e o início de Dezembro a presidência da empresa municipal Sabugal+. Os factos dizem (e contra factos não há argumentos) que desde o dia da votação e nomeação para o cargo na Sabugal+, Joaquim Ricardo, deixou a sua manutenção no cargo dependente dos pareceres que foram na altura solicitados às entidades competentes. No dia em que estes foram conhecidos e apontavam para uma ilegalidade processual por dúvidas na votação em causa própria Joaquim Ricardo demitiu-se imediatamente do cargo. Percebe-se que para a oposição, ou melhor, para os seus opositores seria sempre um caso de «preso por ter cão e preso por não ter». Infelizmente para casos idênticos virtudes diferentes.
Os deputados (ou membros) eleitos nas listas do MPT, António Gata e Francisco Bárrios, decidiram constituir um grupo independente demarcando-se dos restantes eleitos pelo Partido da Terra. Em bom rigor todos os candidatos nas listas do MPT eram independentes porque suponho que nenhum era filiado no partido. O MPT serviu, no concelho do Sabugal, para agilizar um processo democrático que privilegia os partidos constituídos que se apresentem a eleições mas sempre vi este movimento encabeçado por Joaquim Ricardo como um grupo de cidadãos que, por diversos motivos (insatisfação com as principais forças políticas, insatisfação com os políticos locais ou reconhecimento das capacidades do candidato) se juntaram para concorrerem às eleições autárquicas. Considero, contudo, que a lei eleitoral tem pormenores «perigosos». Se em todos os grupos políticos das assembleias municipais mais de metade dos seus eleitos entendessem passar a independentes estes passariam a «governar» a assembleia municipal e as grandes decisões do executivo camarário. Interessante mas perverso.
Aqui chegados gostaria de dissecar aquilo que considero uma «ilegalidade» democrática. Vamos por exemplos concretos. Nos sufrágios universais (com voto secreto) os candidatos podem votar em si mesmos seja para presidente da República seja para qualquer outro cargo. Numa autarquia onde as forças partidárias no executivo se dividam em quatro contra três (num total de sete eleitos) mesmo que a força partidária vencedora entenda colocar o presidente, vice-presidente, e um dos vereadores no conselho de administração de uma empresa municipal esse acto poderá ser, sempre, inviabilizado pela oposição minoritária porque os três elementos indicados não podem votar. E para concluir podemos sempre acrescentar que a votação e respectiva eleição para a Sabugal+, com ausência do voto do vereador Joaquim Ricardo já seria possível num cenário de três contra três e voto de qualidade do presidente. Pormaiores que reduzem a nada quem clama pormenores esquecendo que o papel dos políticos é apresentar caminhos e soluções deixando os enredos guionistas para os produtores de ficção.
Pessoalmente assumo e defendo que as empresas municipais são fundamentais nos serviços sociais que prestam e agilizam muitos dos processos que são burocratizáveis nas Câmaras Municipais. As administrações das empresas municipais devem ser constituídas por gestores especializados e pragmáticos que estejam sempre disponíveis para dar o seu melhor inovando em cada época, em cada temporada, em cada mês, em cada dia, trabalhando com muita cumplicidade com todos os funcionários. Mas, acima de tudo, uma empresa municipal tem de ser vista como mais uma divisão da estrutura da própria Câmara Municipal liderada pelo presidente do partido mais votado nas eleições.

Memórias que marcam a História
A cada momento da História está tudo por fazer. Alguns – os aprendizes e os saudosistas – perdem-se nos ataques personalizados e nas lamentações caliméricas pelo regresso de outros tempos sem apresentarem soluções práticas. Outros – pragmáticos e empreendedores – arregaçam as mangas e empenham-se com competência profissional na gratificante tarefa de realizar obras que transformem realmente o futuro do concelho. É destes que fica a memória. É destes que fica a marca.
Adaptando Almada Negreiros não resisto a afirmar que o Sabugal é um concelho que reúne alguns defeitos e muitas qualidades.
Todos temos direito à nossa cidadania. Sempre entendi dar ao meu concelho, dos meus pais e dos meus antepassados, o meu melhor pela sua promoção e valorização. E o meu melhor sempre se apoiou nas minhas competências profissionais. E o meu melhor sempre se apoiou nas minhas convicções pessoais e políticas. Assim continuarei!
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

jcglages@gmail.com

A região raiana é tradicionalmente original. A tradição raiana é originalmente intangível. Com marcas únicas a precisar de reforçar atitudes sem hábitos e onde o design tradicional é um factor diferenciador. Na estratégia da mensagem as características físicas do produto e respectivos atributos são argumentos que devem «agarrar» do princípio ao fim os participantes. Em resumo a tradição é o lado intangível das características físicas dos produtos. Os casamentos e as despedidas de solteiro… também.

(Clique nas imagens para ampliar.)

Um estudo recente – onde foram comparados os territórios que sofrem com a desertificação e o envelhecimento das populações – chegou a uma conclusão interessante. O concelho do Sabugal é aquele que consegue cativar mais «segundas» e «terceiras» gerações a voltar em tempo de férias. Ou seja, os descendentes de emigrantes sabugalenses (filhos, netos e bisnetos) continuam a voltar todos os anos às suas origens.
No nosso vocabulário raiano há pormaiores deliciosos. Janeiro é Janeiro, Fevereiro é Fevereiro mas Agosto é «o mês de Agosto». Agosto sempre teve um estatuto especial nos sabugalenses. O imenso mês de Agosto foi, é, uma marca raiana que reúne experiências de valor vividas pelos seus protagonistas, ou seja, por todos nós. Tal como na pirâmide das marcas do conceito de branding o mês de Agosto no Sabugal é uma imagem sinalizadora, identificadora, catalisadora e personificadora da personalidade raiana.
Manda a tradição que as Capeias Arraianas, as festas religiosas, os convívios familiares e… os casamentos na Raia sejam, sempre que possível, no mês de Agosto.
Apenas tinham decorrido quatro dias do mês de Agosto quando um amigo (que por sinal é meu quinto) me pediu para o acompanhar a uma despedida de solteiro na Nave. No lameiro das borgas, junto aos assadores, lá estava o Sérgio Tomé (candidato a noivo) em animada cavaqueira com os seus familiares e amigos. Já perto da meia-noite o Sérgio foi surpreendido por uma surpresa preparada pelos primos. Uma imensa limusine branca de 11 metros conduzida por um motorista fardado a rigor estacionou à vista de todos. Depois de uma difícil manobra para voltar à estrada nacional a limusine arrancou com a lotação esgotada. No seu interior acomodaram-se 12 viajantes num longo sofá de cabedal preto que preenchia um dos lados da viatura. O outro lado estava equipado com um imenso bar iluminado onde não faltavam garrafas e copos. A primeira paragem foi em Alfaiates. A noite foi – ao que me contarem depois – longa. As despedidas de solteiro já não são o que eram mas mantém o lado intangível das características físicas dos produtos.
No sábado seguinte (quatro dias depois) foi tempo de casório. E mais uma vez os noivos inovaram mantendo um design tradicional «movido a gasolina». O transporte, entre a igreja e o copo-de-água, foi feito numa carrinha de caixa aberta decorada pelo Manuel Leitão com elementos da tradição raiana como o cântaro de barro, cabaças, alfaias agrícolas, chocalhos, garrafões e o cadeirão com uma manta de linho onde se sentavam os noivos. E que bonita ia a noiva…
Votos de felicidades para a Paula Madeira e para o Sérgio Tomé.
«A Cidade e as Terras», crónica de José Carlos Lages

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A «fácil governação» da maioria absoluta do PSD na Câmara Municipal do Sabugal, nos últimos 12 anos, ficou comprometida após as eleições autárquicas de Outubro de 2009 quando António Robalo venceu em número de votos mas apenas alcançou três vereadores tantos como o Partido Socialista de António Dionísio. O MPT elegeu um vereador, Joaquim Ricardo, alterou as regras do jogo e assumiu-se, desde logo, como fiel da balança deixando perceber aos mais atentos que, afinal, um vereador podia valer tanto como três.

António Robalo - Presidente - Câmara Municipal SabugalComeço por deixar claro duas certezas pessoais: sou democrata e gosto de viver em democracia mas considero que o pior da democracia são as maiorias ditas absolutas. Como já escrevi uma vez só em Portugal é que há maiorias relativas (uma definição inventada por Salgado Zenha) porque nos países democráticos de incidência parlamentar o normal é governar (ou tentar governar) em coligação. As maiorias absolutas são perniciosas. Criam nos dirigentes um sorriso cínico do género – diz o que te apetecer porque no fim a minha decisão é que vale – e alimentam personalidades arrogantes e totalitárias como a protagonizada por José Sócrates na anterior legislatura. Claro que a quem governa dá imenso jeito ter uma maioria absoluta. Nem é preciso explicar porquê…
No Sabugal foram tomadas muitas decisões políticas legitimadas pelas chamadas maiorias absolutas. Especialmente no último mandato encabeçado pelo Presidente Manuel Rito Alves foram lançadas (ou aprovadas em projecto) grandes obras cuja factura será paga nos próximos cinco, dez ou mais anos. Estou a falar do Centro de Negócios Transfronteiriço, do Parque de Campismo, das Termas do Cró e da famigerada ligação à A23. Mesmo em «maioria absoluta» estas decisões políticas são uma pesada herança para o actual Presidente António Robalo. Era voz corrente ouvir dizer-se que «quem quer que ganhasse as eleições estaria limitado a pagar e concluir os projectos aprovados no mandato de Manuel Rito». Mas vamos analisar os quatro grandes projectos…
Centro de Negócios Transfronteiriços do Soito – Estamos no final de Junho de 2010 e seria interessante saber quantas empresas já estão a funcionar no espaço que foi bandeira de uma solução para um problema de saúde pública. O contrato de aquisição assinado com o anterior proprietário (de acordo com as actas públicas da Câmara Municipal do Sabugal) teve incorporados trabalhos de remodelação previstos num projecto arquitectónico aprovado pela autarquia sabugalense. O preço de aquisição rondou os 2 milhões de euros, com uma parte (cerca de 25 mil euros) entregues na data da assinatura do contrato, outra tranche (de cerca de 350 mil euros) a pagar após conclusão dos «toscos e cobertura», uma terceira prestação (igual à segunda) a pagar na data de entrega da obra e o montante restante (perto de um milhão e 250 mil euros) a entregar em 10 prestações anuais. E porque é um assunto que de todo não me agrada vou deixar por aqui a minha análise à antiga fábrica da Cristalina com mais ou menos trapalhadas de cortes de contadores pela Direcção-Geral de Energia e de contadores de obra que ainda estão a alimentar empresas.
Conclusão: cerca de 1 milhão e 250 mil euros a pagar nos próximos 10 anos.
Parque de Campismo do Sabugal – É um processo de aprovação absoluta, com terreno incluído – aliás o Sabugal tem sido sinónimo nos últimos anos de grandes certezas absolutas – envolto em grandes decisões e que tivemos a oportunidade de visitar com o então presidente Manuel Rito há cerca de um ano. Está situado na estrada da Senhora da Graça a meio-caminho entre a loja dos móveis Robinil e a barragem do Sabugal. O terreno que vai da estrada até ao rio Côa quase integralmente à sombra de árvores foi adquirido no ano 2001 pelo executivo liderado pelo então presidente António Morgado. A Comissão de Análise da Sabugal+ (presidida por Norberto Manso) escolheu o consórcio constituído pelas empresas Imoestrela-Sociedade de Investimentos da Serra da Estrela, Arser-Areias da Serra da Estrela, Equipav-Gestão de Equipamentos e Manuel Rodrigues Gouveia, SA. Na sequência da aprovação ficou decidido que seria constituída uma empresa para gerir a construção e a exploração ficando a Sabugal+ com 49 por cento e o consórcio com os restantes 51 por cento do capital. O investimento de 9 milhões e cem mil euros – um parque de campismo que já tem árvores e terreno adquirido vai custar ainda mais 9 milhões de euros – será pago ao consórcio pela autarquia sabugalense, durante um período de 25 anos e, depois, passará a pertencer na totalidade ao Município. O projecto está num impasse porque o actual executivo entendeu candidatar-se a um financiamento da Turismo Serra da Estrela que, a concretizar-se, irá permitir classificar o Parque em classe superior e integrá-lo na rede da Região da Serra da Estrela.
Conclusão: 9 milhões de euros a pagar durante os próximos 25 anos.
Termas do Cró – O complexo termal é conhecido pelas suas propriedades únicas para o tratamento de doenças reumáticas músculo-esqueléticas e respiratórias. Falta muita informação sobre as propostas e o rumo para este grande investimento que se pode tornar na alavanca e na bandeira do concelho do Sabugal e de toda uma região. Assim haja capacidade para tanto. As recentes discordâncias na Assembleia Municipal de 25 de Junho sobre o futuro do projecto ficam mal a quem já não tem responsabilidades executivas sobre o mesmo e a quem nunca foi, sequer, militante do PSD. Estas picardias fazem lembrar tristes cenas dejá vu nas anteriores Assembleias Municipais entre Presidente e anterior Presidente.
Conclusão: Infelizmente, no Sabugal, andamos sempre a olhar para o passado com certezas absolutas.
Ligação à A23 – Numa recente viagem a Trancoso por ocasião do «Encontro de Blogues na Beira» tivemos oportunidade de ver as grandes obras de ligação entre a A25 e o município presidido pelo social-democrata Júlio Sarmento que, recentemente e curiosamente, condecorou o primeiro-ministro José Sócrates por essa decisão. Na volta passei por algumas das Aldeias Histórias de Portugal (paisagens belíssimas do Douro vinhateiro onde não se avistam eólicas), por Vila Nova de Foz Côa que vai receber igualmente uma ligação à A25 por auto-estrada, pelo Museu do Côa em fase de conclusão, por Almendra (de que falaremos em futura crónica) e Almeida. Mas vamos ao que interessa. A ligação à A23 é mais um projecto pessoal e intransmíssivel concebido por Manuel Rito. O não cumprimento das promessas ao longo de anos de ministros (PSD e PS) de diferentes Governos levaram à alteração de estratégias. A solução foi lançar pequenos troços que evitavam pareceres do Tribunal de Contas e de Impacto Ambiental. No final os troços ficam todos unidos e a estrada de ligação à A23 – obrigação do Governo da República Portuguesa – está concluída à custa do orçamento da Câmara Municipal do Sabugal. As vozes mais críticas dizem que ainda falta negociar cerca de três quilómetros de ligação à A23 em território da Câmara de Belmonte e que os militares não reparam peças nas máquinas limitando-se a substituí-las por outras novinhas em folha. Falta saber qual o custo actual do quilómetro de estrada terraplanada já concluído, quanto falta concluir, qual o prazo de conclusão (sem guerras do Líbano no meio) e qual o custo das ligações que se vão percebendo entre o Sabugal e o Soito.
Conclusão: talvez seja tempo de alguém assumir que este projecto que leva o Sabugal à terra de ninguém foi (é) um erro.
A análise desta pesada herança do Presidente António Robalo levou-o a tentar gerir durante sete meses uma minoria que obrigava a difíceis consensos numa estratégia política que merece, agora, o reconhecimento de surpresa e admiração de apoiantes e opositores. As análises convergem. A gestão do «governo de minoria» transformada em «maioria negocial prática» foi concretizada com timings pensados por António Robalo num verdadeiro estudo de caso da ciência política. Transformou a minoria saída das urnas numa quase impossível maioria no executivo e permitiu ao vereador do MPT, Joaquim Ricardo, um espaço de actuação na Sabugal+ para provar as suas capacidades. Com esta «negociação» anulou o Partido Socialista e apressou a saída definitiva da cena política de António Dionísio, homem que gera grande simpatia pessoal mas que mostrou inabilidade política como líder da oposição e cabeça-de-lista socialista.
Para alguns seria impensável chegar a este consenso político entre PSD e MPT, ou seja, entre António Robalo e Joaquim Ricardo, menorizando dramaticamente a importância dos três vereadores socialistas. É interessante que as vozes mais críticas a este acordo soam de dentro do PSD e de alguns apoiantes do movimento sabugalense do Partido da Terra. Possivelmente se algumas destas vozes críticas fossem protagonistas com responsabilidades executivas há muito teriam deitado a toalha ao chão argumentando que assim era impossível governar e melhor seria novas eleições.
Mas… porque estamos em tempo de Mundial de Futebol no comentário depois do jogo fica a certeza de uma grande capacidade de análise e estratégia política de António Robalo que transformou um 3-4 num, desculpem-me o exagero, 7-0.
O Sabugal tem direito ao futuro. Haja capacidade e coragem para negociar estratégias e conceber objectivos colectivos.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, esteve na cidade da Guarda para inaugurar a nova sede concelhia dos sociais-democratas. Para a história ficou uma «certeza» surpreendente do dirigente nacional sobre o concelho: «houve más escolhas locais». A visita ocorreu apenas uma semana depois das eleições onde Manuel Rodrigues venceu e sucedeu a João Prata na liderança dos sociais-democratas guardenses. As concelhias do PS na Guarda e no Sabugal foram, também, a votos recentemente continuando em banho-maria o PSD sabugalense presidido por Manuel Corte.

Miguel Relvas - PSDO secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, deslocou-se à cidade mais alta para inaugurar a sede concelhia laranja na Guarda.
O dirigente nacional decidiu não poupar nas críticas e disparou em direcção à actual governação de José Sócrates afirmando que Portugal precisa «de um primeiro-ministro que seja menos líder do PS e mais primeiro-ministro de Portugal». Por outro lado considerou que «todo o investimento público tem que ser reavaliado e só se justificar se gerar valor acrescentado».
A surpresa-mor estava reservada para os reparos públicos que fez para dentro do seu partido em declarações aos jornalistas no final da cerimónia.
No seu exame político Miguel Relvas considerou que «o partido nunca conquistou a presidência da Câmara Municipal da Guarda por culpa própria» e que «se o PSD até hoje não conseguiu eleger um presidente do município a culpa não é da população» (nem do Partido Socialista acrescentamos nós) mas do PSD «porque ainda não apresentámos um autarca suficientemente arrebatador e com um projecto suficientemente forte para convencer aqueles que aqui vivem».
Podemos, assim, interpretar que o esforço das últimas décadas de simpatizantes e militantes anónimos e as escolhas dos dirigentes laranjas na Guarda recaíram em candidatos fracos. Estas palavras trazem-nos à memória os processos eleitorais em Santarém que não têm sido propriamente um viveiro de bons exemplos para os sociais-democratas. Espalhanço histórico de Miguel Relvas na Guarda que demonstrou não estar habituado ou preparado para este tipo de intervenções. Lapidar.
Sempre que me é possível sou um ouvinte atento do programa «Meias palavras», da «Altitude On-line», transmitido nas manhãs de sexta-feira e onde marcam presença duas personalidades marcantes da vida política da Guarda: Ana Manso e Fernando Cabral. Num registo que faz lembrar a «Quadratura do Círculo» os dois adversários políticos analisam a semana política local, regional e nacional com educação e postura. «Quando já não estamos na vida política activa perdemos no radicalismo e ganhamos na moderação mantendo, contudo, as nossas convicções», dizia-nos, recentemente, o socialista Fernando Cabral.
A social-democrata Ana Manso, na antena da rádio, questionada e bem por Rui Isidro sobre a «gaffe» de Miguel Relvas «que culpa o PSD por escolher candidatos fracos» respondeu com muita educação e elevação: «Estive presente na inauguração da sede do meu partido. Não recebi nenhum convite mas entendi estar presente e ouvi atentamente todas as intervenções.» Manteve o sangue-frio e acrescentou com ironia: «Mas, ó Rui, para ouvir essa pergunta mais valia ter ido a Fátima ver o Papa.»
Espicaçada por Fernando Cabral que diz ter visionado as fotografias dos jornais regionais e não se ter apercebido da presença do recém-eleito Manuel Rodrigues lá foi dizendo que viu o novo presidente da concelhia – muito discreto – na cerimónia que, curiosamente, decorreu uma semana depois das eleições e que «parecia talhada para outro vencedor», acrescentou Ana Manso.
Recorde-se que Manuel Rodrigues, antigo líder da bancada social-democrata na Assembleia Municipal, contabilizou 160 votos contra 152 do actual deputado João Prata que há dois anos liderava a concelhia.
Os socialistas da Guarda foram, também, a votos no dia 30 de Abril e Nuno Almeida é o novo presidente da Comissão Política Concelhia do PS da Guarda durante os próximos dois anos. Sucede a Virgílio Bento, actual vice-presidente da Câmara Municipal que não se recandidatou para um terceiro mandato. A lista única de Nuno Almeida integra, entre outros, nomes como Joaquim Valente, Esmeraldo Carvalhinho, Virgílio Bento, António Saraiva, Armando Reis, Gonçalo Amaral, Vítor Santos e José Martins Igreja. Nuno Almeida defendeu que Joaquim Valente «é o candidato natural do PS nas próximas eleições autárquicas».
Também no dia 30 de Abril houve eleições na concelhia socialista do Sabugal com uma lista única encabeçada por Nuno Teixeira e que incluía Sandra Fortuna, Jorge Figueiredo, Manuel Nabais, Cecília Barros e Eduardo Coelho. Manuel Barros, anterior presidente da concelhia sabugalense, entendeu não se recandidatar. O presidente eleito para os próximos dois anos declarou que «vai apostar no chamamento de mais pessoal jovem para a política» e «na construção da sede rosa cujo projecto está em fase de aprovação na Câmara Municipal».
O PSD do Sabugal continua num impasse mantendo na liderança o anterior vice-presidente do município Manuel Corte. Fonte fidedigna esclareceu-nos que a concelhia já não reúne desde o tempo em que foram apresentados os candidatos autárquicos e que ainda não está definida nenhuma data para eleições no Sabugal.
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Sinal MaisPrograma «Meias Palavras» da Rádio Altitude.

 

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Sinal MenosMiguel Relvas, secretário-geral do PSD.

 

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«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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O ano de 2009 – que agora termina – foi vivido intensamente no concelho do Sabugal… durante dez meses, ou seja, até Outubro, até ao mês das eleições autárquicas. Depois foi tempo de «arrumar a casa» e consolidar as posições conquistadas. Em semana do tradicional balanço anual escolhemos como «Personalidade do Ano» – «engenheiro António Robalo» – pela conquista da cadeira de Presidente da Câmara Municipal do Sabugal e como «Acontecimento do Ano» – «Sabugal em Cinzas» – os incêndios que devastaram o território sabugalense entre 30 de Agosto e 2 de Setembro de 2009.

António Robalo - Personalidade do AnoCorrem rápidos os últimos dias de 2009 entre a azáfama familiar (e comercial) do Natal e a preparação da passagem de ano.
É tempo de os media seleccionarem os acontecimentos e personalidades nacionais e internacionais num ano que fecha a década. São escolhas importantes mas entendemos que devemos destacar o que mais se salientou no concelho do Sabugal no balanço ao ano de 2009.
Afinal o conformismo mudou. Afinal o Sabugal tem vida. Afinal o Sabugal é vivido pelos que ali trabalham e vivem todos os dias do ano – ou mesmo de segunda a sexta-feira – e pelos outros que coleccionam milhas na A23 quase todos os fins-de-semana. O ano foi pródigo em acontecimentos. Aliás o Sabugal consegue ser notícia todos os dias. E quase sempre pelas melhores razões. E ainda bem.
Ao longo dos 12 meses de 2009 muitos acontecimentos mereceram destaque como relata, e bem, o Paulo Leitão na sua análise. Mas seria incorrecto e mesmo injusto não escolher António Robalo para «Personalidade do Ano». Em entrevista à Rádio Altitude o então candidato do PSD fez questão de recordar que se candidatava na sequência do trabalho camarário desenvolvido há doze anos e durante três mandatos. Há ainda a juntar mais oito anos e dois mandatos como presidente da Junta de Freguesia da Ruvina.
António Robalo é eleito pelo Capeia Arraiana como «Personalidade do Ano» pela vitória alcançada contra dois adversários de respeito e pela capacidade que vai ter de demonstrar para governar o município sem maioria absoluta.
António Robalo é um político com uma personalidade metódica, paciente e discreta em tudo oposta ao seu antecessor e amigo que lhe deixou a enorme herança de utilizar a maior fatia do orçamento anual no pagamento de obras ou compromissos já assumidos.
Incêndios no SabugalInfelizmente pelos piores motivos o «Acontecimento do Ano» é indiscutivelmente «Sabugal em Cinzas», uma tragédia que reduziu a preto e cinzento grande parte do limite florestal e agrícola do concelho do Sabugal.
Entre os dias 30 de Agosto e 2 de Setembro um incêndio de que não há memória devorou tudo à sua passagem. A primeira avaliação (não sabemos se já há alguma definitiva) da Câmara Municipal do Sabugal aos danos registados apontou para uma área ardida superior a 10 mil hectares e prejuízos estimados entre sete a dez milhões de euros. O relatório registava danos nas freguesias da Bendada, Casteleiro, Moita, Sortelha, Santo Estêvão, Aldeia de Santo António, Águas Belas, Quintas de São Bartolomeu, Rapoula do Côa, Vila do Touro, Vale de Espinho, Quadrazais, Fóios e Soito.
«Quero que as gentes do Sabugal sintam que não estão esquecidas, que não estão abandonadas, que podem ser apoiadas, que podem olhar para o futuro, que têm que arregaçar as mangas e terão apoios para continuar aqui na sua terra», afirmou o presidente Cavaco Silva na visita-relâmpago ao Sabugal onde ouviu os relatos dos agricultores e dos criadores de gado que viram as suas explorações reduzidas a cinzas.
«Não abandonem o Sabugal. Não podem deixar o mundo rural», pediu Cavaco Silva na Aldeia Histórica de Sortelha. Mas, por vezes, a solidariedade necessita de ir um pouco além das palavras.
As análises críticas sucederam-se após os trágicos acontecimentos. A resposta tardia e desorganizada do Município, o Plano Municipal de Emergência e o Serviço Municipal de Protecção Civil com existência teórico-protocolar, a actuação dos bombeiros e a actuação da autoridade de coordenação no terreno foram temas de conversa e discussão durante semanas. Um destes dias – lá mais para Abril/Maio – seria interessante ouvir os sete vereadores do executivo camarário explicarem a uma só voz as conclusões sobre o que correu mal, o que foi, entretanto, feito para ajudar os agricultores e criadores de gado e qual o investimento na prevenção futura.

O «Prémio Capeia Arraiana 2009» vai para todos os nossos amigos que visitam e participam neste espaço de livre opinião e nos «obrigam», todos os dias, a olhar só para a frente e a ser cada vez melhores.

O «Destaque Capeia Arraiana 2009» vai para a opinião do jornalista Joaquim Vieira, provedor dos leitores do Público, que assina uma das mais brilhantes análises ao jornalismo que me foi dado ler. Merecia ser caso de estudo nos cursos de jornalismo. Pode (e deve) ser lida. Aqui.

Aproveito para desejar a todos um excelente ano de 2010.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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271 751 045. A Câmara Municipal do Sabugal disponibilizou esta quarta-feira, 2 de Setembro, no portal oficial na Internet uma linha telefónica de apoio para emergências relacionadas com os incêndios.

Concelho do SabugalMais vale tarde do que nunca. A linha telefónica de apoio para emergências de incêndios agora disponibilizada pela Câmara Municipal do Sabugal no portal oficial na web tem o número 271 751 045.
Um comentário editado no Capeia Arraiana na terça-feira, 1 de Setembro, às 13:30 horas e assinado por Elvira Rebelo dizia o seguinte:

«Até agora os responsáveis pela Câmara ainda não tiveram uma palavra de aconselhamento às populações. Porquê?
Até agora ainda não foi disponibilizada nenhuma linha telefónica de emergência para as populações. Porquê?
Será que já ouviram falar em Gabinete de Crise?
O site da Câmara continua alegremente a falar da festa da europa e das capeias arraianas. Porquê?
No entanto ouvi dizer que vai ser pedida uma indemnização ao Governo.
Definitivamente estes responsáveis não estavam preparados e não sabem lidar com uma crise desta grandeza.
Elvira Rebelo»

Os responsáveis acordaram (foram empurrados) para a realidade e disponibilizaram, agora, uma linha telefónica depois do rescaldo do incêndio. «Depois de casa roubada, trancas na porta» diz um velho ditado português. Não queremos (não quer concerteza a nossa leitora Elvira Rebelo) os louros em momento tão trágico mas também não aceitamos que alguns (os do costume) se preparem para os habituais comentários de que nada se pode dizer para não ser carimbado com um cunho político em tempo de eleições.
Estas linhas estão a ser escritas no dia 3 de Setembro de 2009 mas podiam, igualmente, ser escritas no dia 3 de Setembro de 2008 ou, se Deus quiser, no dia 3 de Setembro de 2010.
Muita coisa correu mal na derrocada que vitimou, recentemente, alguns cidadãos na praia no Algarve. Com ou sem responsabilidade o Governo vai ser chamado para dar explicações e defender-se no Parlamento.
E muito ainda falta explicar sobre o Plano Municipal de Emergência do Sabugal. Tranquilamente e sem pressões eleitorais até porque não há vítimas humanas a lamentar.
E já agora transmitam ao senhor Presidente da Câmara Municipal do Sabugal (que não lê o Blogue Capeia Arraiana e só governou para os que vivem no Sabugal 365 dias por ano) que diga aos sabugalenses o que pensa sobre esta imensa desgraça. Aqui ficam algumas perguntas públicas:
– Qual foi a área ardida no concelho do Sabugal desde as duas horas da manhã de domingo, 30 de Agosto?
– Quem é o responsável pelos serviços municipais de protecção civil no Sabugal?
– Porque é que o Plano Municipal de Emergência só foi activado na madrugada (1:43 horas) de terça-feira, 1 de Setembro de 2009?
– Em que consiste o Plano Municipal de Emergência? Quando foi aprovado?
– Quantas reuniões comuns já tiveram os elementos responsáveis pelas diferentes áreas?
e…
– Porque não foi divulgada (comunicada, «emeilada», berrada) de modo visível e publicamente uma linha telefónica de emergência para as populações desde as primeiras horas do trágico incêndio?

Aos cinco candidatos à presidência à Câmara Municipal do Sabugal apenas deixo duas questão que gostaria de ver respondidas publicamente:
– Se estivessem no poder como actuariam para colmatar no imediato as dificuldades dos agricultores em arranjar alimentos para os seus animais?
– Como pensam investir na reflorestação de videiras, oliveiras, carvalhos e outras árvores no concelho?

1 – A desculpa de que devemos ficar calados porque estamos em tempo de eleições só pode ser utilizada por acomodados ou comprometidos. Mesmo em tempo de eleições os cargos públicos continuam a ser remunerados ou será que foram todos de licença sem vencimento?
2 – Os que pagam a contribuição autárquica sobre casas e terrenos, o contador da água e a taxa do «lixo» 12 meses por ano apesar de não viverem no concelho os tais 365 dias também podem ser considerados sabugalenses? Ou não?
3 – Sobre projectos, projectos e projectos que já são uma realidade antes de o serem nós aqui no Capeia Arraiana tentamos, sempre que possível, dar apenas… notícias verdadeiras.
4 – A declaração do senhor Presidente da Câmara Municipal do Sabugal de que, e passamos a citar, «só governei para os que vivem 365 dias por ano no Sabugal» foi proferida no RaiaHotel durante a apresentação dos elementos da lista do candidato António Robalo à Câmara Municipal do Sabugal. É um declaração politicamente incorrecta que não se deve pensar e muito menos se deve dizer em público. Estive presente na sala e uma declaração desta gravidade causou-me um enorme desconforto pessoal. No melhor pano cai a nódoa e fui obrigado a rever o que pensava do político e governante Manuel Rito. O meu pai ensinou-me que «na vida não vale tudo».

«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Esta quarta-feira o Capeia Arraiana vai dar o pontapé de saída na campanha autárquica no concelho do Sabugal com grandes entrevistas a dois candidatos. Falar positivo, falar bonito, subir não sei quantos lugares num ranking que ninguém reconhece, não falar… Não! O Capeia Arraiana apenas pode prometer… falar verdade. Vamos a isso quando faltam cerca de 80 dias para o domingo de 11 de Outubro.

Eleições Autárquicas Sabugal - Sedes CampanhaEste é um artigo de opinião assinado por um dos administradores do Capeia Arraiana. Assinado e assumido. Há cerca de um ano assumi a minha admiração por Manuel Rito Alves, actual presidente da Câmara Municipal do Sabugal. Assumi e mantenho. É provavelmente (como dizem na ciência política) o grande animal político do concelho.
Aos anteriores presidentes reconheço jogo político a António Morgado e capacidade de resistência a José Freire que, qual fénix, tudo indica será o quinto elemento na lista de deputados da Guarda do Partido Socialista à Assembleia da República. Aqui fica o meu reconhecimento aos três, José Freire, António Morgado e Manuel Rito, por aquilo… por aquilo não… por tudo aquilo que fizeram pelos sabugalenses. Já sei que tudo fizeram na vossa actividade autárquica em benefício de todos os sabugalenses. O tempo e a história farão (ou não) a sua justiça.
Em Março deste ano convidámos os três candidatos (e iremos falar sempre por ordem alfabética) para uma grande entrevista na Rádio Caria no programa «Hora Informativa» da responsabilidade do jornalista Sérgio Paulo Gomes. Aceitaram estar presentes António Dionísio e Joaquim Ricardo. O candidato António Robalo considerou, na resposta ao meu convite pessoal, que ainda não estava em campanha eleitoral. Iniciou-se no concelho do Sabugal o surdo som de que apenas privilegiávamos «alguns candidatos»… Ou seria (será) apenas o pesado som do silêncio de quem por estratégia não quer falar?
Esta semana vamos publicar duas grandes entrevistas assinados pelos administradores do blogue Capeia Arraiana a António Dionísio e Joaquim Ricardo. Mais uma vez o mais que assumido candidato social-democrata, António Robalo, entendeu não ser ainda a altura para falar. Compreendemos até porque ainda faltam cerca de 80 dias para as eleições de 11 de Outubro.
Esta quarta-feira publicamos a entrevista com António Dionísio e amanhã, quinta-feira, a entrevista com Joaquim Ricardo. Os candidatos deram a entrevista no seu terreno: a sua cadeira na sua sede de campanha. António Dionísio antecipou o momento com uma descontraída conversa à hora do almoço com a promessa de nova reunião ao final do dia e Joaquim Ricardo recebeu-nos na menina dos seus olhos, a Liga dos Amigos de Aldeia de Santo António, com uma visita guiada. A conversa gravada decorreu na sua sede de campanha com vista para o rio Côa.
Destacamos momentos fortes nas duas entrevistas. António Dionísio confirmou-nos que, antes de aceitar o convite perguntou a Manuel Rito se era candidato e Joaquim Ricardo afirma na entrevista que publicamos amanhã, quinta-feira, que nunca seria candidato contra o actual presidente da Câmara.
Os dois candidatos mostraram durante as entrevistas ter fortes ideias e convicções para resolver os problemas do concelho do Sabugal. Têm fé nas suas equipas e acreditam ter as soluções para os grandes problemas do concelho. «Sabugal Concelho com Futuro» de António Dionísio e «Um presidente a sério e igual para todos» de Joaquim Ricardo são duas ideias-força sempre presentes ao longo das entrevistas.
Durante as conversas houve uma entoação mais forte para a falta de ética política na constituição das listas de freguesia e para o clima de silencioso terror que se vive nos protagonistas autárquicos.
Nas eleições europeias no concelho do Sabugal estavam recenseados 16.763 eleitores e votaram 4.923 cidadãos. O PSD obteve 2965 votos (41,95%), o PS alcançou 1248 (25,35%), o CDS teve 387 (7,86%) e o MPT ficou-se pelos 102 (2,07%). Os restantes votos foram distribuídos pelos outros partidos.
Apesar de serem eleições europeias a verdade é que os abstencionistas – emigrantes ou idosos em lares distantes do seu recenseamento – deverão ser muito idênticos nas autárquicas. Mas tudo isto – um total de cerca de cinco mil eleitores – corresponde segundo a Acta n.º 8 da Câmara Municipal do Sabugal a um orçamento relativo ao ano de 2008 com uma receita global de cerca de 21 milhões e meio de euros. A receita orçamental foi de cerca de 18 milhões de euros e a de operações de tesouraria de 1.744.232,46 euros. A despesa totalizou 21.489.933,68 euros e o saldo do exercício que transitou para o ano seguinte foi de 2.311.282,60 euros. Mas chega de números. Os interessados podem consultar a acta no link indicado no final deste artigo.
Por curiosidade posso adiantar que o concelho de Odivelas tem 117.635 eleitores distribuídos por oito freguesias. A freguesia da Póvoa de Santo Adrião, onde residem muitos sabugalenses, têm recenseados cerca de 13 mil eleitores. Sinto necessidade de sublinhar que uma das oito freguesias do concelho de Odivelas tem, mais ou menos, os mesmos recenseados que todo o concelho do Sabugal. Os senhores autarcas sabugalenses deviam, de vez em quando, recordar que há freguesias urbanas com mais eleitores que todas as 40 freguesias do concelho sabugalense.
Mas… estão errados os que pensam que só devem governar para quem lhes dá os votos. Os senhores candidatos têm uma grande obrigação. Cativar os descendentes dos sabugalenses para que voltem (sempre) às suas origens. Mostrem que são capazes!

1 – O meu pai ensinou-me que, quando os homens usavam chapéu, a palavra de honra era selada com um aperto de mão. Agora parece que mesmo depois da assinatura e de ofertas em numerário para as campanhas ainda há quem mude de convicções como quem muda de camisa. Pois… Vale o que vale.
2 – Esta semana o destaque do Capeia Arraiana foi retirado da página principal do portal da Câmara Municipal do Sabugal. Agradecemos a gentileza de nos terem privilegiado durante mais de dois anos em lugar de destaque. Retribuímos, dentro das nossas capacidades não comerciais e não subsidiadas sem páginas mensais de publicidade pagas pela autarquia, com a divulgação das actividades autárquicas em forma de notícia ou de cartaz. No nosso critério editorial nada se alterou. Privilegiamos a notícias verdadeiras em lugar das notícias positivas. Privilegiamos a promoção das gentes e das terras raianas. Privilegiamos a opinião da diáspora que tem (e terá sempre) uma palavra a dizer sobre o desenvolvimento do Sabugal. Bem-haja presidente Manuel Rito porque, apesar de não nos ler, privilegiou-nos durante estes mais de dois anos com um link destacado no portal oficial do executivo camarário sabugalense.
3 – Esta marcada para esta quinta-feira, 23 de Julho, uma conferência de imprensa para a apresentação dos nomes da concelhia do PSD do Sabugal que acompanham António Robalo na corrida à presidência da Câmara Municipal do Sabugal. Será uma excelente oportunidade para ouvir falar Manuel Corte, presidente da concelhia do Sabugal do Partido Social Democrata.
4 – O Blogue Capeia Arraiana é publicado diariamente na Internet desde o dia 6 de Dezembro de 2006. São 959 dias até 22 de Julho de 2009. As datas valem o que valem.

Acta n.º 8 da Câmara Municipal do Sabugal. Aqui.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages (jcl)

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O território do Sabugal tem valores únicos a nível nacional, europeu e mundial que obrigam a um trabalho competente e profissional na sua defesa e promoção e nos quais a Câmara e as Associações do concelho têm obrigação de se envolver de forma pró-activa dando disso conhecimento público aos cidadãos e aos seus sócios até porque estão em causa dinheiros públicos. Aproveito para falar das concentrações hípicas e da Festa do Mundo Rural, dois temas que devem merecer a nossa reflexão.

Passeio concentração da Associação Hípica Amigos do Cavalo (Foto de Kim Tutatux)Decorreu no último fim-de-semana de Março, entre a Praça de Touros do Soito e o Complexo Turístico da Quinta das Sereias, uma concentração organizada pela Associação Hípica Amigos do Cavalo que reuniu mais de 100 cavaleiros. A direcção, recentemente eleita, delegou nos irmãos André e Miguel Nabais (dois juniores orientados pelo pai João) e no sénior João Carvalho a organização do evento que correu a contento e com grande participação. Mereceu destaque no Capeia Arraiana, na LocalVisãoTv e em outros órgãos da região e serviu para um grande trabalho do repórter fotográfico Kim Tutatux que pode ser visto Aqui.
No dia anterior tinha tido oportunidade de falar com um casal holandês, radicado no Algarve, que estava hospedado em Sortelha, na quinta do Mesquita, e que se mostravam surpreendidos com a beleza natural das terras raianas. São proprietários de vários cavalos e colocavam a hipótese de se mudarem para a nossa região.
Os Fóios são ponto de passagem, e de paragem obrigatória para refeição, de muitas concentrações de cavaleiros portugueses e espanhóis que transformam o ambiente e a paisagem acrescentando-lhe ainda mais beleza (acrescentei o «ainda mais» para que o presidente José Manuel não se zangue comigo) e salero. É bonito de ver e ouvir a empatia entre cavalo e cavaleiro, o «ar vaidoso» dos cavaleiros e a música do trote das montadas.
«Concentrações de cavalos existem em muitos lados» é a resposta fácil. Sim! Mas… é um valor que pode ser transformado com competência em oportunidade. A interioridade das terras do Sabugal é uma oportunidade. A Raia é uma oportunidade. Desafio a Associação Hípica Amigos do Cavalo a preparar aquilo a que se poderá chamar «I Concentração Hípica Ibérica» e que poderia transformar-se num acontecimento ibérico ou mesmo europeu. Foi assim que começou a Concentração Motard de Faro e se transformou num evento grandioso onde já tivemos (eu, a Ana e a Transalp) a felicidade de participar vários anos. A data certa? A Festa do Mundo Rural seria um momento perfeito para uma concentração hípica. O número? 1000 participantes seria um número mágico para a primeira edição.
Em declarações recente da presidente da Pró-Raia, Lurdes Saavedra, ficámos a saber que está previsto para o Soito a quinta edição da Festa do Mundo Rural, um evento organizado em conjunto com a Câmara Municipal do Sabugal. A associação pretende, igualmente, levar a efeito, lá mais para o Verão, a Mostra da Juventude. As iniciativas resultam do PACA – Plano de Aquisição de Competências e Animação que dinamiza e agrega todas as acções de desenvolvimento da economia rural e está integrado no PRODER e de que a Pró-Raia é um parceiro privilegiado.
E por falar em festas, recordo outro acontecimento concelhio, a Festa da Europa, com um programa recheado em 2008 que incluiu o Grande Prémio de Atletismo do Baraçal, onde a ADES sorteou um automóvel entre os atletas participantes. E por falar em ADES recordo as duas (?!) actividades culturais e de promoção do concelho disponíveis na página da Associação e previstas para 2008: «Pintar Sabugal 2008» e «Colóquio sobre cozinhas tradicionais» (ver Aqui.) faltando ainda divulgar publicamente as propostas para o presente ano.
A ADES é, e deve ser, um veículo de desenvolvimento do concelho que tem uma área de intervenção bem definida e que pode ser consultada Aqui.
Esteve, aliás (e muito bem) na primeira linha da luta contra o fecho das urgências no Sabugal mas não esteve (e devia estar) solidariamente com os pais e alunos que, emotivamente, pediam no início do ano lectivo que não lhes fechassem as escolas primárias. Uma escola primária fechada é um enorme passo atrás no desenvolvimento do nosso concelho e promove o afastamento das crianças das suas referências.
Todos somos poucos para defender o concelho do Sabugal. Mas… entre aqueles que perguntam «O que posso fazer pelo Sabugal?» e «O que pode o Sabugal fazer por mim?» estou, convictamente e de consciência tranquila, entre os primeiros.

Adoro notas de rodapé. Aqui ficam mais três:
1 – O futebol já foi, para mim, uma paixão. Durante mais de 12 anos vivi, dia-a-dia, no jornal «A Bola» os aspectos positivos e negativos do desporto-rei em Portugal. Recentemente um árbitro e um dirigente desportivo foram a tribunal acusados de corrupção. Não se provou a corrupção mas provou-se que o dito árbitro tinha estado em casa do presidente de um dos clubes envolvidos no jogo do fim-de-semana seguinte que este iria dirigir. Deixando de lado as coisas da justiça é curioso como alguns anónimos aspirantes a árbitros professam… (perdão) proferem decisões sobre jogos a que não gostam de assistir. As ofensas pessoais anónimas têm sempre a «assinatura» de dois tipos de pessoas: aqueles que ladram à voz do dono ou aqueles que, como gostava de dizer o meu saudoso pai, se alimentam da palavra com que o grande poeta Luís de Camões terminou o último verso dos Lusíadas. De qualquer forma, e em relação ao aspirante a árbitro, até da bancada foi visível que não está em forma, mostrou cartões a faltas inexistentes, marcou penalties que só ele viu e validou uma jogada em que golo foi marcado com a mão e em nítida posição de fora de jogo.
2 – Por falar de competências e valores de aspirantes a categorias profissionais que exigem muita leitura, muito estudo, muito trabalho e… muita vocação aconselho a leitura da Lei de Imprensa (em especial o artigo 3.º que define os limites e o direito ao bom nome) e do Código Deontológico dos Jornalistas.
3 – O Blogue Capeia Arraiana é publicado diariamente na Internet desde o dia 6 de Dezembro de 2006. A data vale o que vale.

«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages (jcl)

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As equipas de reportagem das estações televisivas SIC e TVI andaram na tarde desta segunda-feira, 30 de Março, pela aldeia de Ruivós. Os jornalistas quiseram ver e ouvir de viva voz como estava a reagir a população da aldeia dos irredutíveis raianos ao tema das crónicas no «Capeia Arraiana» e nos semanários «O Interior» e «Sol»…

Ruivós«A freguesia de Ruivós ainda não tem esgotos ligados à rede camarária… os telemóveis ainda não tocam, mas… já está ligada à rede da aldeia global. A partir de agora os de Ruivós já podem aceder gratuitamente à Internet, via wireless oferecida pela Junta de Freguesia, em qualquer ponto da aldeia»… assim começava um artigo aqui no Capeia Arraiana.
A Junta de Freguesia de Ruivós entendeu (e bem!) concretizar um pedido da Associação dos Amigos de Ruivós e de todas as crianças e jovens estudantes da aldeia disponibilizando o acesso gratuito à Internet por wireless (sem fios) a todas as casas.
Em terras de gente humilde (e honrada) onde não nascem bebés há muitos anos todas as tentativas de fixar os jovens às aldeias são sempre bem-vindas.
Há quem grite que havia outras prioridades. Claro! Mas que não vá o sapateiro além da alpargata. Há competências que são dos privados, há competências que são das associações, há competências que são das Juntas de Freguesia, há competências que são da Câmara Municipal e há competências que são do Governo. Não perceber estas realidades e estes limites é demagogia de inteligências curtas.
Ruivós já está ligado à Internet e ao Portugal Tecnológico. Agora falta cumprir-se o Portugal das Oportunidades para Todos.
O Governo de José Sócrates já conseguiu pedir a insolvência da Qimonda, a bandeira e a menina dos olhos de Manuel Pinho, e vender meio-milhão de Magalhães ao amigo da Venezuela que lhes vai mudar o nome para Canaima quando lá chegarem.
Mas… ainda não conseguiu proporcionar saneamento básico nem acesso à rede de telemóveis a uma estranha terra onde vivem raianos irredutíveis chamada Ruivós que… no Terreiro do Paço e em São Bento ninguém sabe onde fica.
Caros amigos e deputados Ana Manso e Fernando Cabral. Fico a aguardar pela vossa intervenção no Parlamento novinho em folha (as obras rondaram os três milhões de euros) para informar o nosso Governo que Ruivós ainda não tem saneamento básico mas já tem wireless. Eu sei que somos menos de 100 eleitores, nos quais me incluo, mas também somos portugueses. Sobre esse facto não sei se deva agradecer ou amaldiçoar El-Rei D. Dinis.
Saneamento básico? Rede de telemóveis? Acessos à A23? Isso tem tudo um cheiro esquisito! Viva o Portugal Tecnológico!
E o povo de Ruivós, como bom hospitaleiro, convida o senhor Primeiro-Ministro José Sócrates a vir navegar no seu Magalhães no Largo da Fonte.

Capeia Arraiana: «Internet por wireless chegou a Ruivós» Aqui.
O Interior: «Ruivós mais perto do Mundo» Aqui.
Sol: «Aldeia não tem saneamento mas tem wireless gratuito» Aqui.
Diário Digital (4-4): «Internet Wireless chegou primeiro que esgotos» Aqui.
Correio da Manhã (5-4): «Banda larga chegou antes dos esgotos» Aqui.
SIC: Reportagem programada para o noticiário das 13 horas desta terça-feira.
TVI: Sem informação da data prevista para emissão da reportagem.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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A freguesia de Ruivós ainda não tem esgotos ligados à rede camarária… os telemóveis ainda não tocam, mas… já está ligada à rede da aldeia global. A partir de agora os de Ruivós já podem aceder gratuitamente à Internet, via wireless oferecida pela Junta de Freguesia, em qualquer ponto da aldeia. O projecto NetFreguesias desenvolvido pela Pixus tem vindo a acrescentar aldeias raianas à aldeia global da Internet.

RuivósRuivós já está ligada à rede www. A instalação do sistema wireless que vai permitir aos de Ruivós ter acesso gratuito à rede Internet em qualquer ponto da aldeia está praticamente concluído. O servidor ficou instalado na sede da Junta de Freguesia de Ruivós – que assume e oferece os custos do serviço – e a antena de reforço e propagação do sinal foi colocada no Salão de Festas e sede da Associação dos Amigos de Ruivós. Agora já não há desculpas para acompanhar os pais ou os avós até Ruivós. Venham de Lisboa, de Coimbra, da Guarda, de França, da Suíça ou da Austrália (para onde envio um grande abraço para o meu amigo Germano) os putos já têm acesso gratuito à Internet e «aos messenger e facebooks» nas velhinhas casas dos avós.
Na última Assembleia Geral da Associação dos Amigos de Ruivós o Manuel Vinhó, natural de Ruivós, casado na Ruvina e emigrante na bonita vila de Châtel Saint-Denis, na Suíça, onde já passei momentos inesquecíveis, dizia-me que os filhos já não queriam vir a Portugal. «Mas porquê Manel? Tu és de Ruivós, a tua mulher é da Ruvina e apesar das distâncias vens mais do que uma vez por ano a Portugal. Os teus dois filhos têm menos de 20 anos e nunca perderam as referências. Eles não querem vir porquê?», questionava eu, incrédulo, o Manuel que cresceu comigo nas brincadeiras e nas viagens de motorizada sem capacete até às discotecas Teclado, Poço ou Upita. «Porque quando chegam cá já não conseguem falar com os amigos que têm na Suíça», explicava-me ele de forma crua e dura. Por tudo isso, estas linhas são escritas a pensar em ti, Manuel. Nos teus e em todos os miúdos, filhos da nossa geração e das que virão, se Deus quiser, que vão ter menos uma forte razão para se recusarem a voltar à terra dos seus pais e dos seus avós. Agora Ruivós já tem Internet dentro de todas as casas. Agora Ruivós já tem Internet na Junta de Freguesia. Agora Ruivós já tem Internet na sede da Associação dos Amigos de Ruivós. Agora Ruivós já está no mapa da world wide web na semana em que se comemoram os 20 anos do nascimento da www.
A empresa informática Pixus, sedeada no Sabugal e gerida pelo empresário Carlos Nabais, tem vindo a desenvolver um valoroso trabalho na área da informática e das novas tecnologias. O projecto NetFreguesias desenvolvido pela Pixus, desde Agosto de 2008, já levou a Internet, em formato wireless, a muitas freguesias do concelho do Sabugal.
Por iniciativa das Juntas de Freguesia já está instalada e a funcionar o acesso à Internet, por via wireless, nas freguesias do Baraçal, Cerdeira, Forcalhos, Lageosa da Raia, Malcata, Penalobo, Quintas de São Bartolomeu, Quadrazais, Ozendo, Seixo do Côa, Perofícós, Martim Pega, Sortelha, Santo Estêvão, Vila do Touro e Vilar Maior. No concelho de Almeida na freguesia da Parada e no concelho de Pinhel nas Lameiras. Durante os meses de Março e Abril estão programadas instalações de wireless nas freguesias de Aldeia do Bispo, Águas Belas, Vale Mourisco, Espinhal e Quinta do Clérigo no concelho do Sabugal e Benquerença no concelho de Penamacor.
A Pixus é uma competente e profissional empresa das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) que tem contribuído para o desenvolvimento e evolução das terras sabugalenses. Alargando os horizontes e as áreas de intervenção concretizaram, recentemente, uma parceria de representação das tecnologias Inosat, líder mundial em sistemas de localização de veículos e gestão de frotas, baseado em tecnologia GPS e GSM.

Antigamente, nas nossas terras de emigrantes, a comunicação com os familiares fazia-se por carta e, para casos mais urgentes e graves, por telefone. Agora, já podemos estar ligados em permanência e em tempo real à nossa lista de contactos virtual. Agora, o Campanário, a Fonte, os Carvalhos, a Amoreira e os balcões da Ti Clotilde e da Ti Ilda já estão online. Modernices…
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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O Capeia Arraiana é Opinião Pública provocada pela edição informativa dos pensamentos de quem escolhe este espaço para dar espaço ao seu pensamento. O tema do momento anda à volta da realização de uma Capeia Arraiana nos Açores por ocasião das festas Sanjoaninas onde o religioso anda de mãos dadas, perdão, de cordas dadas com as célebres largadas das vacas. E só há duas hipóteses: os que estão a favor e os que estão contra. Os indecisos não contam para esta discussão. Após a discussão importa ficarmos todos do mesmo lado, ou seja, a agarrar ao forcão.

Capeia Arraiana e SevilhanasUma das regras de ouro do jornalismo que me ensinaram obriga a que se relatem factos. O jornalista não é metereologista. Os opinadores não podem e não devem ser confundidos com opiniáticos. Mas todos podemos e devemos ter opinião. O jornalismo, a comunicação social, o poder da cidadania alicerçado nos blogues e outros meios da internet tem direitos e deveres, ou melhor, deveres e direitos. Garantir e permitir uma discussão pública sobre os temas mais envolventes das sociedades. Até porque o mundo está em mudança, em acelerada mudança, e o lugar na História sempre se conquistou e muito poucas vezes se comprou.
«Branding is everything», ou seja, «a notoriedade da marca é tudo» é a definição mágica do professor All Ries, guru da comunicação. All Ries considera que a Teoria da Evolução, de Charles Darwin, pode ser usada como ponto de partida para planear estratégias e produzir produtos inovadores, construir marcas vencedoras e alcançar o êxito nos negócios. Quando sentimos vontade de saborear uma boa refeição associamos logo esse apetite a um determinado momento e/ou a determinado restaurante. A psicologia reconhece este fenómeno de persuasão que condiciona e reforça as decisões. Aconselho vivamente aos três candidatos à Câmara Municipal do Sabugal a leitura das «22 Consagradas Leis do Marketing, de All Ries & Jack Trout» até porque vão ser obrigados a «venderem-se» ao eleitorado até Outubro.
Na comunicação de marketing todos trabalham para uma marca. Wilbur Schramm (1907-1987) no seu «Modelo Funcional» defende que é absolutamente necessário construir um código (marca) que possa conquistar o receptor. As marcas reúnem as experiências reais e virtuais, a tradição e a modernidade, a memória e o futuro, a recordação e a realidade. A marca é um atalho, um elemento catalisador e age como forma de expressão social. A marca lidera, acelera e interage.
O Conceito de Branding diz-nos que o processo de desenvolvimento, criação, lançamento, fortalecimento, reciclagem e expansão de marcas passa pela fase da organização empresarial com modelos de negócios (gestão horizontal e integrada) e a fase do posicionamento competitivo e estratégico. A identificação no mercado, a confiança, o valor, a intimidade, a fidelidade e defesa dos consumidores é o património natural do reconhecimento e valor de uma marca (brand equity).
Vem isto a propósito das opiniões veiculadas no Capeia Arraiana sobre a possibilidade de o forcão se deslocar aos Açores por ocasião das festas sanjoaninas. Começo por dizer que estou totalmente de acordo e que é, sem qualquer dúvida, uma excelente jornada de divulgação da nossa maior marca. O problema está naquilo que não foi feito até aqui, ou seja, quase nada. Aproveito para fazer uma análise à marca «Capeia»:
1 – O posicionamento é uma política e não um resultado. E o que foi feito até aqui? Folheando uma publicação da Câmara Municipal do Sabugal intitulada «Roteiro Turístico» as referências às capeias aparecem envergonhadas na página 42 (num total de 62) e teve direito a uma explicação de 12 linhas e uma foto. Errado! O posicionamento é uma decisão política estratégica e o concelho não tem uma marca com mais força do que as capeias. Porquê? Porque são genuinamente originárias das terras raianas. Um valor de marca (branding) que nunca foi utilizado até hoje. Defendo a criação de um grupo profissional, tipo forcados, que se desloque por todo o mundo a promover a nossa tradição apoiado pelos poderes oficiais. Criava cerca de 30 postos de trabalho (já vi dinheiro mais mal aplicado) com possibilidade de se tornarem auto-suficientes. Não é bem como uma banda filarmónica mas é parecido. Para os que não concordam recordo que há touradas com forcados em muitos países europeus e da América Latina.
2 – Nicho estratégico no mercado. «Para dançar o tango são precisos dois», diz uma bela definição que aprendi com os mais exímios praticantes argentinos durante uma reportagem no Festival de Tango que decorreu no Coliseu de Lisboa. Dá vontade de ir a correr aprender a dançar nas milongas lisboetas. E ir a Buenos Aires transforma-se logo numa prioridade. E pode-se dançar o tango em Lisboa? Será um sacrilégio? E levar a capeia a Buenos Aires e provocar nos argentinos o desejo de vir conhecer as terras do Sabugal?
Tenho feito parte da organização de muitas das capeias organizadas pela Casa do Concelho do Sabugal. Tem sido, sempre, uma grandiosa jornada de promoção da marca Sabugal. E trazer o forcão a Lisboa já é natural? E a Paris? E aos Açores? As respostas são simples. Seria extraordinário ver uma capeia em Madrid, em Barcelona, em Paris, em Moscovo, no Rio de Janeiro, em Buenos Aires. Seria extraordinário obrigar aquela gente a ir ao Google Earth ver onde ficava o concelho do Sabugal e provocar-lhes a necessidade de nos visitarem.
3 – A História é, no século XXI, um projecto global da comunicação digital. No Sabugal faltou pensar o Sabugal. Um evento ou uma excursão, de fora para dentro, organizados fora do mês de Agosto, têm muita dificuldade em incluir uma capeia no seu programa no concelho do Sabugal. Erro tremendo com cerca de 100 anos. Repito. Já vi dinheiro mais mal gasto do que no possível apoio a um grupo profissional para agarrar ao forcão durante todo o ano.
4 – Em cada pessoa, em cada actividade, há sempre uma notícia. Aproveito para deixar mais duas perguntas. E cantar o fado no excelente auditório dos Fóios é natural? E a Mariza cantar fado em Tóquio é correcto? Claro que é. Mas possivelmente só devia ser cantado em Lisboa ou Coimbra…
Na actual conjuntura o conhecimento da marca tem de ser vertido com qualidade no copo de cristal do cliente apoiado na comunicação como um bem abstracto. O turista que chega pela primeira vez ao Sabugal, com excepção dos debutados placards colocados no tempo do presidente Morgado (excelente ideia) nada mais tem que identifique a marca «Capeia». Tantas rotundas despidas que podiam ser aproveitadas para valorizar a essência da alma raiana. Podiam…
Viva a Capeia Arraiana! Vamos com ela até ao fim do Mundo!

Obs. (1): Não sou existencialista nem admiro Sartre (1905-1980) muito citado pelos opiniáticos dependentes dos temas da sexologia (aprés um bom almoço de quinta-feira), mas como amanhã, domingo, é Dia da Mulher, aproveito para citar Simone de Beauvoir (1908-1986), emblemática figura do feminismo, da literatura e do pensamento franceses que «acreditava na possibilidade de inventar a vida e de para ela conquistar um sentido» quando afirmava: «O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da acção porque o homem é livre e encontra a lei na sua própria liberdade».

Obs. (2): O almoço da Confraria do Bucho Raiano superou as nossas expectativas e algumas mesas não tiveram bucho em abundância. Reconhecemos que não foi perfeito porque participou muita gente e os buchos não são confeccionáveis em cima da hora. Muitos confrades compareceram sem marcação. Mas estamos de consciência tranquila. Tal como estariamos se tivesse aparecido pouca gente e sobrassem muitos barris de cerveja alemã…
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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No início de 2009, o ano de todas as eleições, o Capeia Arraiana entendeu convidar os três candidatos a ocuparem um espaço comunicacional de esclarecimento (livre e gratuito) para discussão pública dos seus pontos de vista. O chefe de finanças António Dionísio (Sabugal), o engenheiro António Robalo (Ruvina) e o chefe de divisão de finanças Joaquim Ricardo (Aldeia de Santo António) têm diversos prós e contras no momento actual das suas candidaturas.

Eleições Autárquicas no SabugalOs candidatos, bem aconselhados, deviam perceber que já estão em intensa campanha eleitoral, diria até, que deviam estar em exclusividade. A nível nacional os três momentos eleitorais (ou apenas dois por acumulação) ainda não estão marcados mas, daqui a quatro/cinco meses (Junho ou Julho), podem ocorrer as eleições para o Parlamento Europeu a primeira prova de fogo aos candidatos. Os que se identificarem com as forças políticas ganhadoras vão ver nisso um sinal positivo. Os outros vão dizer que as eleições europeias têm motivações muito diferentes das locais.
Teremos, depois, as legislativas e as autárquicas que podem, ou não, ser em simultâneo mas que têm de decorrer obrigatoriamente até Outubro. Faltam por isso apenas oito, oito longos meses para três grandes momentos eleitorais em que os candidatos autárquicos vão estar disponíveis e em permanência no terreno.
O candidato pelo Partido Socialista, António Dionísio, tem como principal ponto negativo a sua inelegibilidade (especial) enquanto chefe da repartição de finanças do círculo eleitoral onde exerce funções (artigo 7.º da Lei Eleitoral). A questão, no entanto, já foi respondida pelo candidato em entrevista recente ao Capeia Arraiana. A concretização dos seus objectivos estará muito dependente das dinâmicas – pessoal e do seu staff –, da capacidade de aconchegar as duas facções dos socialistas sabugalenses e de convencer todos aqueles que são críticos da actuação de cerca de uma década de governação social-democrata. Uma boa presença, a simpatia e o relacionamento cordial são os pontos fortes de António Dionísio. Como candidato irá construir uma imagem de fractura com o passado e de insatisfação com o que foi feito, apoiado no não comprometimento (tal como Joaquim Ricardo) com a política do executivo municipal.
Vale o que vale: ligação familiar à vila do Soito.
O candidato pelo Partido Social Democrata, António Robalo, em funções como vereador autárquico não tem nenhuma inelegibilidade legal. A não concretização, durante 2009, de projectos anunciados pela maioria social-democrata no executivo camarário, com destaque para o mega-investimento da Malcata, e a imagem «desgastada» por muitos anos de poder poderá transformar-se em factor negativo. O poder político executivo é sempre uma moeda de duas faces. O PSD tem uma grande tradição autárquica em Portugal e em especial no Sabugal. Na balança das decisões estarão os pesos da satisfação dos 40 presidentes de Junta de Freguesia, das Associações e outras entidades raianas. Mas, acima de tudo, tem de conviver até às eleições com a sombra das palavras e das decisões de Manuel Rito. E, claro, em política nunca é a oposição que ganha é sempre o poder que perde. Como factores positivos destacam-se o profundo conhecimento (mais de 10 anos) dos dossiers municipais e a grande capacidade de trabalho nas muitas frentes em que está envolvido.
Vale o que vale: ligação familiar à vila do Soito.
O candidato independente nas listas do MPT-Partido da Terra, Joaquim Ricardo, o primeiro candidato assumido, veio baralhar as contas dos actores políticos tradicionais no concelho do Sabugal. Não consideramos que seja um factor negativo. Aliás, o actual presidente da Câmara do Sabugal, Manuel Rito Alves, não é militante partidário e foi candidato independente nas listas do PSD. O candidato natural de Aldeia de Santo António aparece com uma mensagem marcadamente ambientalista num partido que preza os valores da Natureza. As candidaturas independentes (sem apoio partidário) à luz das actuais leis eleitorais são praticamente irrealizáveis. Assim, Joaquim Ricardo, assumiu a liderança local de um projecto com valores nacionais do Partido da Terra que tem dois deputados eleitos nas listas do PSD. A nível concelhio uma campanha transversal aos partidos tradicionais poderá trazer muitos dividendos com conquistas nos eleitorados laranja e rosa que não se revêem nos respectivos candidatos. Factor muito positivo é a aposta evidente e em força nas novas tecnologias de informação. Tem contra si, como factor negativo, uma imagem relativamente desconhecida no eleitorado sabugalense e pouco ou nenhum conhecimento das relações e interesses jogados às quintas-feiras. A escolha (apresentação) do número dois poderá ter sido um pouco precipitada até pela falta de envolvência do mesmo, até ao momento, no confronto público de ideias.
Vale o que vale: ser do lado de lá do Côa.
A grande expectativa prende-se agora com as possíveis nomeações femininas para a corrida eleitoral. A Lei Orgânica n.º 3/2006, de 21 de Agosto, conhecida como Lei da Paridade estabelece que as listas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para as Autarquias Locais são compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33 por cento de cada um dos sexos para promover a paridade entre homens e mulheres. Assim, a ordenação das listas não pode conter mais de dois candidatos do mesmo sexo colocados, consecutivamente, com excepção das freguesias com 750 ou menos eleitores. O não cumprimento obriga ao pagamento de uma coima e à afixação da lista faltosa na porta do Tribunal da Comarca respectiva. Aqui reside, agora, a curiosidade sobre as escolhas (ou não) dos candidatos.
A nível nacional, após o 25 de Abril, tivemos todos uma brutal relação com a política. Actualmente é difícil descobrir as diferenças entre os dois principais partidos portugueses. O eleitorado é uma espécie de mercado. A imagem submete as pessoas a alguma escravidão mas para os políticos é fundamental o tratamento da imagem. Não se esgota na diferença das pessoas porque as ideias são praticamente as mesmas. É tão importante o que se diz e as tomadas de posição como o que não se diz ou fica por dizer. Em Direito da Comunicação aprende-se que «o que não está na acta não está no Mundo» e, de facto, assim é. O Ministro não fala à hora dos jogos mas as decisões governativas que mais prejudicam os cidadãos como o aumento dos impostos são tomadas quando as atenções estão viradas para o futebol.
Actualmente, deixámos de estar no domínio da substância e vivemos no domínio da imagem. Desenganem-se aqueles que acham que não é necessário o confronto de ideias e que tudo se resume a um privado «toma lá, dá cá» do século passado. A incapacidade de transmitir a mensagem provoca a morte da mesma. Vão ser necessárias frases com impacto que sejam validadas pelo marketing político. «Mais Saúde, Menos Estado, Melhor Estado» são chavões e frases acertivas que entram no ouvido e são mobilizadoras. Os directores de campanha apostam em frases curtas. Vivemos um tempo de velocidade com a notícia à distância de um clique.

A nível distrital constou-me que Álvaro Amaro (actual presidente da Câmara de Gouveia) está dividido entre a candidatura a dois amores: a Câmara Municipal de Coimbra e o Parlamento Europeu. Mas o que pode ser verdade hoje…
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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A economia mundial bateu no fundo e necessita renascer das cinzas com novos conceitos e novos protagonistas. A especulação e a incompetência financeira privada deram lugar a balões de oxigénio dos governos. Por outro lado o concelho do Sabugal não pode ser deixado à deriva com ideias avulsas de promoção turística. Todas as iniciativas que tragam visitantes ao concelho devem ser acarinhadas e aplaudidas. Falta saber e perceber se o retorno é apenas a utilização das casas de banho e o lixo depositado nos caixotes.

Roulote no Largo do Castelo do SabugalA economia está na ordem do dia. A minha vida académica obrigou-me a «encaixotar» (leia-se «ler do princípio ao fim de forma enviesada») o livro de referência «Economia» de Paul Samuelson proposto para a cadeira de economia política. Curiosamente a mais recente edição (já vai na 17.ª) abre no capítulo 1 com os fundamentos da economia e com uma introdução intitulada «Por quem os sinos tocam».
Sem me querer alongar nestas áreas da economia mais ao jeito do meu amigo Paulo Leitão não posso deixar de ser solidário com as preocupações dos nossos dias. Considero que um dos grandes responsáveis a que isto chegou dá pelo nome de Alan Grenspan, judeu de origens húngaras nascido em Nova Iorque e durante quase duas décadas presidente da Reserva Federal Americana. A personalidade veio agora dizer que talvez tenha agido e analisado mal os mercados livres mas… «a sua culpa vai resumir-se a pouco mais do que isso».
Preocupante e inquietante é que os mesmos especialistas (?) económicos pagos a peso de ouro que levaram a especulações monstruosas e ao descalabro são os mesmos que agora nos querem apresentar soluções.
Preocupante e inquietante é o Presidente da República, Cavaco Silva, ter demorado apenas meia-hora a aprovar um monstruoso balão de oxigénio aos principais bancos privados. Nos Estados Unidos e na Inglaterra o Estado nacionalizou e responsabilizou os anteriores administradores pelos danos causados. Em Portugal os bancos privatizam o Estado português e recebem garantias para continuar… no bom caminho (?!?) quando nos diziam que não havia dinheiro para investimentos públicos que relançassem a economia nacional (aconselho a leitura da crónica de José Robalo sobre o assunto).
Mas na economia há muitos monstros sagrados. Vou referir Adam Smith, considerado por muitos o pai da economia moderna e o mais conhecido teórico do liberalismo económico que defendeu que a riqueza das nações resultava da iniciativa privada. A aposta em projectos comerciais que movidos pelo seu próprio interesse promoviam o crescimento económico e a inovação contribuindo para a promoção local, regional e nacional. A economia é uma distribuição com virtude. A virtude não está em poupar mas em escolher os investimentos certos contrariando os defensores do aforrismo e a relação de poupança com o dinheiro. A sabedoria empregue ao gastá-lo é mais importante do que o dinheiro gasto.
Fica contudo, para mim que não sou economista nem investidor na bolsa, uma dúvida de leigo. Para que servem as Bolsas. Se fechassem todas as Bolsas do Mundo o que perdiamos? O que perdiam os cidadãos deste planeta chamado Terra que sobrevivem com um euro por dia? Responda quem souber porque, eu cá, fechava-as a todas. Ponto final parágrafo.

Economia é investimento com sabedoria
Passou este fim-de-semana pelo concelho do Sabugal o BMW X Experience com o patrocinio da marca e os apoios do Governo Civil da Guarda e das Câmaras Municipais do Sabugal, Guarda, Penamacor e do Ayuntamiento de Ciudad Rodrigo. Estamos todos de acordo que as iniciativas privadas podem e devem definir a logística do seu evento. Ninguém tem nada com isso. E todas as iniciativas que passam pelo concelho do Sabugal são bem-vindas. Mas…
A caravana da concentração visitou o Castelo do Sabugal com entrada gratuita, utilizou energia eléctrica das instalações do município e… trouxe uma carinha (tipo roulote das bifanas das feiras) que estacionou junto ao monumento para servir os participantes.
Acredito que a dita carrinha funcionou num espaço público, com seguro, com licença paga ao município e com as devidas autorizações superiores dos serviços camarários.
Mas não posso deixar de me questionar sobre aspectos fundamentais. Uma concentração que utiliza equipamentos sociais e turísticos à borla, que não pernoita, que traz consigo catering (a pagar?) com comida, bebidas e café aproveita a quem? E o respeito que merecem os investimentos privados locais que pagam impostos, licenças e defendem durante todo o ano a imagem do sabugal e do seu património? Impõem-se justificações e esclarecimentos porque este modo de actuação colide frontalmente com as conclusões e objectivos do recente colóquio «Jornadas Raianas sobre o Turismo» que decorreu no Auditório Municipal. Ou tudo não passou de uma encenação arquivada quando terminaram as jornadas.
Que raio de promoção é esta do Sabugal e do seu potencial turístico que não parece passar de acontecimentos avulsos e sem nenhum enquadramento estratégico. Também a nível local a economia resulta de investimentos com sabedoria e retorno.
As respostas e justificações por mais bem elaboradas que sejam não podem nunca deixar de explicar qual o retorno que os responsáveis camarários entendem ter recebido deste evento onde os participantes se limitaram a usar as casas-de-banho e a deixar o lixo no Sabugal.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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A música voltou a ouvir-se no Peroficós. Dez anos depois das últimas comemorações as ruas da aldeia foram percorridas pela procissão do Santíssimo Sacramento. E como recordar é viver, recordamos alguns episódios associados ao Peroficós.

Festa no PeroficosO Peroficós é terra de passagem. Terra de passagem? – Valerá menos que as outras? – perguntará o leitor? Não. Claro que não. Mas fica a caminho da estação da CP da Cerdeira e isso diz quase tudo para quem conhece o concelho do Sabugal. No tempo em que o caminho-de-ferro tinha a sua importância (o petróleo era barata mas os carros eram poucos) o Peroficós era local de passagem obrigatório.
Recordo com emoção os tantos e tantos domingos à noite que por lá deixei a velhinha «Famel Zundapp» a caminho da estação da Cerdeira e do «Beira Alta» que me levaria até à Base da Ota e tantas e tantas sextas-feiras à tarde em que a minha fiel amiga me esperava para me trazer de volta a casa.
A Cerdeira e, em especial, o Peroficós ficam como marca de um tempo que já não volta mas que temos obrigação de não deixar morrer. Esse «Beira Alta» de domingo à noite que parava em todas as estações e apeadeiros até Lisboa era o comboio dos militares. Tinha uma locomotiva diesel que era mudada na Pampilhosa e dois tipos de carruagens: salão e compartimentos. E como não podia deixar de ser para a malta da Raia havia uma carruagem de compartimentos que ficava com os lugares marcados logo a partir da Cerdeira. Era a carruagem que levava no primeiro compartimento um serviço improvisado de bar. E a longa viagem de cerca de oito horas através da madrugada demorava menos a passar. Um dia o meu amigo Paulo Saraiva adormeceu. Passámos Santarém e acordei-o dizendo que era na próxima. Mas a próxima, nesse dia, foi o Setil (terra de ninguém) e o Paulo, meio estremunhado, sentindo o comboio a afrouxar, pegou na mochila, abriu a porta e saltou para a plataforma. Passados poucos segundos o sinal ficou verde e o maquinista arrancou. E ficámos todos a ver pelas janelas aquela farda azul-escuro que, parada no meio do cais, não percebia porque não tinha ninguém à volta. Chegou um pouco atrasado à base mas ainda hoje em conversas de amigos recordamos e gozamos com o episódio.

Anexa do Seixo do Côa e convivendo paredes-meias com outra anexa, a Redondida (da Cerdeira do Côa), o Peroficós voltou a celebrar a festa do Santíssimo Sacramento abrilhantada pela música da Banda de Pinhel.
E foi desculpados com o pretexto da santa festa que nos reunimos em casa de Joaquim dos Santos, homem bom que conhecemos desde sempre e que nos deixava guardar a motorizada no seu cabanal.
De hoje em um ano!
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Por proposta da deputada Ana Manso (PSD), eleita pelo distrito da Guarda, o dia 26 de Julho foi instituído como Dia Nacional dos Avós. Foi registada sob a forma de Lei na Assembleia da República pela Resolução n.º 50 de 2003. A data escolhida celebra no calendário litúrgico católico o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.

Ana Manso na Casa do Concelho do SabugalDecorreram em muitos pontos do País, incluíndo no Sabugal, as comemorações do «Dia dos Avós» destacando e lembrando o papel decisivo que eles têm e tiveram na construção da nossa sociedade civil e, acima de tudo, na nossa formação e dos nossos pais.
O Novo Sistema de Regulação das Relações Laborais, publicado em Junho de 2008, valoriza o papel dos avós e autoriza aqueles que ainda estão no activo o direito de faltar ao trabalho para justificada assistência aos netos menores em substituição do pai ou da mãe trabalhadores.
Os avós representam no seio da família uma das mais importantes referências. Criaram os filhos que agora já são também pais e acumularam conhecimentos e saberes que desejam passar aos netos.
Nas grandes metrópoles os avós substituem os pais levando e trazendo os netos das escolas. São eles que ficam um pouco mais nos jardins enquanto esperam que os pais saiam dos seus trabalhos. São eles que, por vezes, ficam com os netos quando há um compromisso pós-jantar ou ao fim-de-semana.
Quando os avós ficaram na sua aldeia natal e os filhos emigraram tudo fazem para bem receber os netos quando eles regressam nas férias. Quantos de nós que tivemos o privilégio de conhecer e conviver com os nossos avós recordamos a sua voz suave, a sua mão carinhosa, o enlevo com que nos mostravam os animais no campo e o amor com que nos traziam uma fruta ou nos desculpavam uma travessura.
Somos uma região envelhecida com bastantes lares de idosos que os técnicos consideram de muita qualidade. A Lei ainda não prevê nem reconhece regalias ou direitos aos netos que cuidam dos avós mas devia estar previsto e devia ser incentivado com o aumento da longevidade e da esperança de vida (74 anos para os homens e 81 para as mulheres) em Portugal.
Aproveitamos para destacar o papel decisivo da deputada Ana Manso, eleita pelo círculo eleitoral da Guarda, na concretização deste projecto na Assembleia da República. Excelente iniciativa que deve ser destacada e vivida por todos nós que, ao longo da vida, somos sucessivamente netos e filhos, pais e avós.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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«A memória do povo é curta», diz o ditado… se «a História for incorrectamente escrita» acrescentamos nós. O que está em causa a uma distância de cerca de 480 dias (!?) não são, não podem ser, os candidatos a candidatos mas julgar e ajuizar o que foi e vai ser feito durante este mandato autárquico. E, claro, dar voz aos vereadores da Oposição para perceber aquilo que não foi ou foi mal feito. Mas… há uma personalidade incontornável quando tivermos que escrever a história da primeira década do século XXI do nosso concelho: Manuel Rito Alves, presidente da Câmara Municipal do Sabugal.

Manuel Rito AlvesO concelho do Sabugal entrou numa espiral de faz-de-conta. Num território com uma área (826 km2) maior que a ilha da Madeira (740 km2), com 40 freguesias e cerca de 100 aglomerados populacionais, contabilizando quintas e anexas, já tudo deixou de fazer sentido.
Deixaram de ser importante as obras da Câmara Municipal, deixaram de ser importantes as obras das Juntas de Freguesia, deixou de ser importante o mais importante. Ainda falta cerca de um ano e quatro meses – será que disse bem? – sim, mais coisa menos coisa faltam cerca de 16 meses ou se preferir 480 dias com muita água a correr por debaixo das pontes da Côa.
E qual é a preocupação dos sabugalenses? De todos? De alguns? A resposta que é em si mesma uma questão é evidente. Quem vão ser os candidatos à Câmara Municipal do Sabugal?
E já agora, pergunto eu porque é igualmente importante. Quem vão ser os candidatos às Juntas de Freguesia? Aqueles que, pela sua proximidade, defendem mais de perto os verdadeiros interesses das envelhecidas populações do nosso concelho? E por falar de população envelhecida. Seria muito interessante saber quem se quer candidatar à Direcção das IPSS (lares de idosos) do nosso concelho. Ou se calhar não…
Quem é o candidato à Câmara Municipal de Lisboa? Não sabemos. E do Porto? Ainda não está assumido. E das outras grandes metrópoles? «O corno do homem? Logo se bê!» como gostava de dizer o Manuel Falcão quando na minha meninice – nos anos 80 do século passado –, me dava boleia até ao Sabugal na sua velha camioneta depois de carregarmos cimento e ferro em Alverca. Aproveito para destacar com muita amizade a Dona Isabel Cerdeira e o carismático sabugalense Manuel Falcão que muito têm contribuído para o desenvolvimento do nosso concelho.
Falta fazer obra no concelho. Falta acabar obra. As eleições «julgam» o que se fez e o que ficou por fazer. A seu tempo teremos que avaliar grandes obras deste mandato. A recuperação das Termas do Cró, a ligação à A23 e… o arriscado desafio do Centro Transfronteiriço de Negócios do Soito que vai ficar concluído durante o presente mês de Junho, cerca de três meses antes da data prevista graças ao grande profissionalismo e competência da equipa de construção civil liderada pelo empresário Manuel Augusto.
Mas será importante dar voz aos vereadores da Oposição para todos percebermos aquilo que não foi ou foi mal feito.
Assumo hoje publicamente, pela primeira vez, a minha admiração pela personalidade e carácter de Manuel Rito Alves, presidente da Câmara Municipal do Sabugal.
O homem de quem, alguns, já não querem falar. A memória dos homens é curta, todos o sabemos, mas a História do concelho do Sabugal vai passar a incluir obrigatoriamente mais um nome: Manuel Rito Alves. Pelo muito que tem feito pelo concelho e pela sua capacidade aglutinadora de consensos.
Constatei, ao vivo, o à-vontade com que lida com as populações. É reconhecido em todo o lado («nada de especial» dirão alguns) e reconhece pelo nome a grande parte daqueles que se lhe dirigem («nada de especial» dirão outros).
Surpreende quem o acompanha porque sabe e reconhece (sem papéis) em cada freguesia os investimentos da «sua» Câmara, os valores, os objectivos e as obrigações a que se comprometeram os que tomaram posse das obras. Aqui deixo uma «pergunta difícil»: Quantos habitantes tem a Retorta? A resposta foi-me dada, recentemente, por Manuel Rito à vista desse pequeno presépio encrustado na encosta do vale entre Penalobo e Quarta-Feira.
Vive um mandato com dificuldades pessoais mas quando questionado na ruas das nossas aldeias respondeu, invariavelmente, com um sorriso no rosto: «Nem vale a pena falar disso!»
Não me cabe a mim neste momento, enquanto jornalista e em respeito pela minhas fontes, dizer se ele é novamente candidato. Mas cabe-me a mim enquanto repórter e opinador assumir publicamente o imenso carisma desta personalidade sabugalense.
Muito fica por dizer. Talvez numa próxima oportunidade. Mas aqui fica, PUBLICAMENTE, a minha grande admiração pelo sabugalense, pelo político e pelo empreendedor Manuel Rito Alves.
Se a minha independência fica beliscada? Só na boca daqueles que nunca souberam assumir frontalmente o que pensam. Estou e ficarei de consciência tranquila.
Termino com uma frase do presidente da Câmara Municipal do Sabugal, Manuel Rito Alves, na cerimónia de apresentação do livro «Celestina»:
«Só somos dignos do nosso futuro se soubermos respeitar o nosso passado!».
Obrigado Senhor Presidente.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Foi recentemente assinado no Sabugal o protocolo entre a Câmara Municipal, a Casa do Concelho e a Cooperativa Agrícola que irá permitir concretizar a abertura de uma loja de produtos raianos sabugalenses em Lisboa.

Loja de Produtos Regionais Raianos do SabugalOs produtores agrícolas do Sabugal há muito que vêem repetindo o mesmo lamento. A falta de escoamento dos seus produtos que depois de muitos trabalhos e canseiras apenas servem para alimentar os animais. A vontade de desistir está, quase sempre, presente nas suas conversas e desabafos. A qualidade dos seus produtos é inquestionável e utilizando um termo que é moda nas cidades podemos falar em verdadeira agricultura biológica.
Surge, agora, uma tentativa de inverter a situação. Vai, finalmente, avançar a loja de venda de produtos raianos do concelho do Sabugal em Lisboa.
Após várias reuniões preparatórias foi aprovado por unanimidade em reunião ordinária do executivo camarário o protocolo de parceria entre três entidades do Sabugal: a Câmara Municipal, a Casa do Concelho e a Cooperativa Agrícola. Estavam presentes pelo município o presidente Manuel Rito Alves, o vice-presidente Manuel Fonseca Corte, e os vereadores António dos Santos Robalo, Ernesto Cunha, José Santos Freire, Luís Manuel Nunes Sanches e Rui Manuel Monteiro Nunes, o presidente da Casa do Concelho do Sabugal, José Eduardo Lucas e o presidente da Direcção da Cooperativa Agrícola do Sabugal (acumulando como presidente da Junta de Freguesia do Sabugal) João Luís Batista.
O presidente da Câmara Municipal do Sabugal, Manuel Rito Alves, aproveitou para dizer que «tinha solicitado aos representantes da Casa do Concelho do Sabugal, da Cooperativa Agrícola do Sabugal e da Junta de Freguesia do Sabugal para estarem presentes na reunião afim de discutirem as cláusulas do protocolo a celebrar entre a Câmara e as entidades por eles representadas com o objectivo de concretizarem o projecto de promoção da produção agrícola e pecuária do concelho arranjando formas alternativas de escoamento, em parceria com outras instituições».
Manuel Rito aproveitou ainda para lembrar que o protocolo pretende «preservar e valorizar o património natural e cultural, promovendo e dinamizando actividades turístico-culturais capazes de criar emprego e gerar riqueza».
O projecto prevê a inscrição, legalização e licenciamento dos produtores do concelho do Sabugal que farão chegar batatas, castanhas, queijos, mel, fruta, hortaliça, buchos, enchidos, etc., a um armazenamento inicial no Sabugal para posterior transporte até Lisboa.
Na Casa do Concelho do Sabugal, em Lisboa, irá funcionar uma loja de encomenda e venda aberta a todos os interessados dos produtos raianos sabugalenses.
O sucesso do projecto que envolve um investimento de 100 mil euros suportado pela Câmara Municipal do Sabugal irá depender do querer e boa-vontade de todos. Produtores, entidades envolvidas e especialmente dos sabugalenses que vivem na grande Lisboa. Vamos acreditar na iniciativa porque por um lado escoamos os produtos do concelho e por outro consumimos na «grande cidade» qualidade comprovada.
Parabéns às três entidades por terem passado o projecto da teoria à prática.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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A rede Europeia de Turismo de Aldeia Rural é uma solução emergente no Alentejo onde aderiram 14 aldeias e há mais 36 interessadas. Aldeias-hotel, circuitos caminheiros e marcas com identidade regional estão na moda.

GenuinelandNasceu no Alentejo, integrado na Rede Europeia de Turismo de Aldeia, um projecto financiado pelo programa comunitário Interreg III C sob a forma de associação sem fins lucrativos gerida por privados.
A associação integra 41 empresas e sete organismos públicos e pretende evitar a desertificação promovendo turísticamente espaços rurais com fortes tradições culturais, históricas, etnográficas e patrimoniais.
O estudo elaborado pela Universidade de Aveiro privilegiou o desenvolvimento sustentável, a biodiversidade e a qualidade natural das regiões rurais.
Em declarações ao semanário Expresso a responsável pela associação, Apolónia Rodrigues, salientou a evolução do projecto quando este adoptou a gestão privada nas 14 aldeias alentejanas. A aldeia de São Gregório funciona como hotel e o aumento da taxa de ocupação tem sido significativo.
No Alentejo foram criados percursos pedestres aproveitando temas concretos das aldeias.
A marca Genuineland – rede europeia de aldeias turísticas – conta já com 50 povoações em sítios tão distantes como a Lapónia, a Toscânia ou o Alentejo. Denominador comum: uma forte identidade cultural.
Esta aposta tem trazido investimento à região até porque há a intenção de adesão à rede de mais 36 aldeias alentejanas.
As regiões transfronteiriças portuguesas e espanholas onde se inclui o Sabugal têm vindo a queixar-se da desertificação e da interioridade. Com razão. As tentativas para encontrar soluções vão-se multiplicando. Desistir não faz parte do nosso estado de alma e este exemplo da rede europeia de aldeias para promoção do intercâmbio turístico é um assunto que deve merecer mais atenção. Alguns pormenores. Os circuitos caminheiros são marcando para serem utilizados posteriormente em grupo ou individualmente. Aqui fica a sugestão para que a iniciativa das caminhadas mensais promovidas pela autarquia sabugalense passe a incluir a colocação de marcos e a criação do mapa turísticos dos trilhos concelhios tipo «dos contrabandistas, das fontes, etc.»
Aldeias-hotel com casas rurais recuperadas estão na moda!
E tal como já referiu o nosso opinador Ramiro Matos há aldeias raianas como Vale das Éguas, Ruivós, um Cró «adaptado» ou mesmo a Redondinha que se enquadram perfeitamente nestes perfis.
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Veja a página oficial da Genuineland aqui.
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«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Após um tempo de reflexão e análise aos dados disponíveis sinto que, enquanto sabugalense, não posso calar a minha indignação carregada de dúvidas em relação ao tratamento subjectivo dos valores do estudo sobre a qualidade de vida nos municípios portugueses que coloca o Sabugal na posição 278.

Outdoors do SabugalUm espantoso estudo sobre «Qualidade de Viva» assinado por um professor e um técnico do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Universidade da Beira Interior, difundido pela Comunicação Social, coloca o concelho do Sabugal na posição 278 (e última) da tabela dos municípios portugueses.
Como o Sabugal aparece em último lugar uma primeira dúvida me assaltou de imediato. 278? Mas são 308 os concelhos portugueses. O que é feito dos outros? Os insulares não são portugueses? Bom, mas continuemos… O estudo baseou-se, segundo os autores, num anuário estatístico publicado em 2004 pelo Instituto Nacional de Estatística. Em 2004? E foi apresentado em 2008? Chamem a ASAE. Com quatro anos de atraso já deve estar fora de prazo… (mas o assunto é sério e vou tratá-lo com seriedade).
De acordo com os autores de tão arrojado estudo as palavras-chave são qualidade de vida, bem-estar e desenvolvimento regional. Tudo factores interpretativos e subjectivos que variam de pessoa para pessoa. No entanto a ficha técnica faz referência à medição do bem-estar com recurso à utilização de sofisticados programas, como por exemplo, o teste Kaiser-Meyer-Olkin, o teste de esfericidade de Bartlett ou o método Varimax. Elucidativo!
Em Direito da Comunicação aprendi que em publicidade é proibido falar em sabor porque o sabor não é comparável de pessoa para pessoa. Outros tempos!
Nas conclusões do estudo o ilustre professor afirma que «de uma maneira geral, os resultados obtidos não apresentam surpresas relevantes em relação aos resultados esperados tanto no que diz respeito aos primeiros lugares como aos últimos mas convém salientar que estes resultados dependem da selecção dos indicadores previamente realizada pelo que este ranking pode ser facilmente alterado mediante a alteração de um indicador». Importa-se de repetir?
Fundamental, credível e reconhecido unanimemente por todas os executivos camarários é o Indicador de Desenvolvimento Municipal (IDM) elaborado pela Municípia, S.A. que permite hierarquizar os 308 municípios portugueses em termos de desenvolvimento tendo em conta sete indicadores sectoriais especifícos devidamente descriminados e justificados. Aqui vos deixo as posições nacionais do concelho do Sabugal em três deles: Ambiente e Qualidade de Vida, 54.º; Índice de Investimento Municipal, 36.º; e Cidadania, 34.º
Apesar de revoltado não resisto a transcrever uma passagem de um artigo publicado em «www.jornalregional.com»: «Os cartazes a anunciar actividades populares nos Fóios pendurados nas paredes do gabinete na Universidade da Beira Interior (UBI) revelam a forte ligação que o professor mantém à terra natal. Na pequena aldeia do concelho do Sabugal, preserva a casa que herdou dos pais e sempre que pode é para lá que vai, para recuperar forças: ‘É o meu refúgio. A minha mulher até costuma dizer que sempre que estou doente e vou para a aldeia venho de lá melhor’, conta a sorrir. O professor confessa que gostaria de ver noutra posição o concelho onde nasceu, mas salienta que nesse trabalho ‘não foram contabilizadas variáveis que seriam mais penalizantes para os grandes centros, como sejam o tráfego e os vários tipos de poluição. Estes dados não estão disponíveis nem são facilmente, quantificáveis, por isso, não fizeram parte do estudo. Mas se fizessem, os municípios do interior estariam numa posição bem melhor”, conclui.» Elementar meu caro…
Afirmações lapidares e surpreendentes e que, se não fosse caso sério, podiam ser intituladas de «Portugal no seu melhor». Não acredito que seja um estudo encomendado mas é difícil fazer pior pelo concelho do Sabugal.
Umas palavras finais para todos os sabugalenses e em especial os que têm responsabilidades no nosso concelho:
– A Câmara Municipal do Sabugal deve aproveitar esta tentativa de negativizar o nosso concelho e potenciar as nossas (muitas) qualidades de vida.
– A Assembleia Municipal tem a dever de votar o «assunto».
– A Mesa das Juntas de Freguesia deve reunir e tomar uma posição de repúdio a tal «estudo».
– As associações do concelho encabeçadas pela ADES têm a obrigação de publicitar a sua indignação com a mesma convicção com que pedem apoios e subsídios.
Enquanto sabugalense atento registarei com muito interesse quem resolver assobiar para o ar ou enterrar a cabeça na areia.
Viva o ar puro do Sabugal! Viva a qualidade de vida do Sabugal! Vivam os verdadeiros sabugalenses!
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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O País ficou a saber ontem, terça-feira, 29 de Janeiro, da remodelação dos ministros da Saúde e da Cultura. Considero que a decisão peca por tardia e por manter ainda, mais três ministros que sempre considerei um prejuízo para Portugal: Obras Públicas, Ambiente e Agricultura.

O ministro da Saúde foi substituído por Ana Jorge (directora do serviço de pediatria do Hospital Garcia de Orta em Almada) e a ministra da Cultura por António Pinto Ribeiro (advogado, por exemplo, dos Gato Fedorento).
Após a tomada de posse no Palácio de Belém dos novos ministros, José Sócrates, afirmou que «compreendeu as preocupações das pessoas, especialmente na área da Saúde mas ninguém vai voltar atrás em nada» referindo-se à continuação das actuais políticas de Saúde. Em politiquês isto soa-me a «NIM», ou seja, nem sim nem não.
«As polémicas em torno da saúde com a demagogia da contestação e do encerramento de serviços e urgências, estavam a afectar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a imagem dos médicos», esclareceu ainda o primeiro-ministro. E dos bombeiros, acrescentamos nós!
Mas tenho vindo a defender o prejuízo para Portugal pelas actuações de cinco ministros: Saúde, Cultura, Obras Pública, Ambiente e Agricultura. E quem de cinco tira dois…
Considero que os restantes três não têm, também, condições, para se manter no cargo. Por incapacidade, por falta de rigor, por decisões e declarações que ficam para a história do absurdo. Senão vejamos:
O ministro da Saúde quase conseguiu destruir o SNS deixando sem assistência os idosos da Beira Interior. Declaração lapidar: «Os doentes foram atendidos na ambulância à porta das urgências porque esta estava melhor equipada.» Então só era preciso equipar melhor as urgências do Hospital, diria eu.
A ministra da Cultura, aquando do lançamento do Museu do Côa, soube onde ficava Vila Nova de Foz Côa mas não soube nem quer saber onde ficam os Fóios.
O ministro das Obras Públicas afirma, agora, com a mesma cara e sem se deixar rir, das vantagens do aeroporto no deserto de Alcochete.
O ministro do Ambiente tudo faz para ensinar o lince ibérico da Malcata a falar com sotaque algarvio.
E por fim o ministro da Agricultura que cada vez que volta de Bruxelas traz na manga mais uma medida para destruir o que resta da agricultura portuguesa.
Aqui vos deixo uma boa rábula dos Gato Fedorento. Ressalvo, contudo, a minha grande admiração e estima por todos os bombeiros voluntários do nosso País que de um momento para outro foram lançados às feras para tapar os buracos dos fechos das urgências.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Os filhos de Ruivós festejam o seu santo padroeiro a 25 de Janeiro. Quando a vida não permite ouvir os foguetes da alvorada o dia fica cinzento, triste e nostálgico. Estejam onde estiverem os ruivosenses sentem na alma o esvoaçar dos guiões ao longo do caminho que leva à capela de São Paulo e no coração o compasso da banda que vai marcando os minutos do dia.

Festa de São Paulo em Ruivós (Sabugal)

O dia 25 de Janeiro é um dia especial para todos os que são de Ruivós.
Apesar de o dia da festa calhar durante a semana, apesar de ser em Janeiro, apesar de…, apesar de…, todos fazem por estar presentes, venham de Lisboa, da França ou da Suíça.
Nos tempos da minha meninice acordava cedo, sem ser preciso chamarem-me, e lá ia eu a correr até ao alto da estrada assistir à alvorada. E que alvorada! Nunca menos de uma hora! Os de Ruivós sempre fizeram da sua alvorada um desafio aos das outras terras. E as primeiras conversas do dia andavam, invariavelmente, à volta «das dúzias». «O mordomo disse-me que este ano tinham mais dúzias» esclarecia um. «Mas estes falham mais», assegurava outro. Dúzias? Sim! O orgulho dos mordomos da Festa de São Paulo esteve durante muitas décadas nas centenas de dúzias de foguetes que encomendavam. E porquê? Porque o brilho da sua mordomia e das celebrações «media-se» pelo desenho das canas que subiam direitas ao céu e pelo ribombar dos «cartuchos».
E os mordomos? Quem são? Os mordomos da festa de Ruivós são três casais. Um por Ruivós, um por Lisboa e um pela França. Recolhem as esmolas, normalmente em Dezembro, visitando os ruivosenses nos seus «círculos eleitorais» e lançam a jogada para convidar o mordomo do ano seguinte.
Tenho muitas recordações das festas de São Paulo onde os meus pais, ano após ano, nunca faltaram. Por vezes os meus professores do Liceu Gil Vicente faziam pontaria ao dia 25 de Janeiro para marcar um teste mas… os meus argumentos eram quase sempre mais fortes.
As procissões fazem-se sempre. Por vezes à chuva e sempre com muito, muito frio. Antigamente (parece que agora também é proibido) haviam, à saída e entrada das capelas, as arrematações dos andores com as imagens dos santos. Sempre me emocionou aquela cantilena da «perna direita da frente, uma… perna direita da frente, duas… perna direita da frente… três!» ou da «perna esquerda da rectaguarda». Fazia parte da festa. Era a festa. Mas o bailarico à noite também é a festa. No bar as minis não precisam de frigorífico. Era (é) só deixar o bidon do lado de fora do salão… E durante toda a noite é preciso bailar para aquecer que a geada cedo faz a sua aparição. Apenas os foguetes de lágrimas, por volta da meia-noite, conseguem parar as modas.
E o frio? E o gelo? E o antigo caminho cheio de lama que levava ao cemitério e à capela do orago São Paulo que «tem interesse histórico e artístico com um edifício do estilo românico, com traços de mesquita, com diversos modilhões ou cachorradas, tipicamente românicos, ponto de passagem nos tempos remotos de um corredor de sentido norte/sul, com passagem pelo vale de Ruivós e com alinhamento viário em direcção à ponte de Sequeiros, um dos pontos mais importantes de passagem do Côa» como refere o arqueólogo Marcos Osório no seu livro «Ruivós, a antiguidade de uma freguesia».
Viva São Paulo! Viva Ruivós! Viva o Sabugal!

Apenas um lamento. Uma consulta rápida à página oficial da Câmara Municipal do Sabugal na Internet, ao dia 25 de Janeiro, diz: «Não há eventos neste dia!» A Festa de São Paulo em Ruivós «uma das mais antigas povoações do concelho do Sabugal» (Joaquim Manuel Correia, in Memórias sobre o concelho do Sabugal) merece estar presente.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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A cerimónia de entrega dos galardões atribuídos no âmbito da 4.ª edição dos Prémios Turismo de Portugal terá lugar no dia 21 de Janeiro, pelas 13 horas, no Centro de Reuniões da FIL, no Parque das Nações. A Casa do Castelo, do Sabugal, vai subir ao palco para receber o diploma de participação.

Capeia ArraianaO concelho do Sabugal vai ser falado na cerimónia de entrega dos «Prémios Turismo de Portugal» que contará com a presença do júri da competição, presidido pelo empresário André Jordan e por José Carlos Pinto Coelho, presidente da Confederação do Turismo Português, António Perez Metelo, jornalista, e Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal.
Os «Prémios Turismo de Portugal» são uma iniciativa do Turismo de Portugal, que visa identificar e premiar as melhores práticas, projectos, empreendimentos e actividades que tenham contribuído, de forma significativa, para a melhoria e atracção do destino, potenciando a dinamização ou qualificação de um ou vários produtos turísticos considerados estratégicos a nível nacional.
As candidaturas foram apresentadas entre 17 de Setembro e 24 de Outubro de 2008 e candidataram-se aos Prémios Turismo de Portugal entidades, públicas e privadas, com projectos que contemplem intervenções físicas ou imateriais nos vários níveis da actividade turística, independentemente da sua localização, volume de investimento associado, recursos envolvidos e dimensão.
Paralelamente, e no decurso da BTL- Bolsa de Turismo de Lisboa, estará patente, no stand do Turismo de Portugal, localizado no Pavilhão 1 da BTL, uma exposição alusiva aos projectos vencedores no âmbito da 4.ª edição desta iniciativa.

A iniciativa privada da região raiana aposta no turismo da região raiana e avança por conta e risco para competições com poderosos oponentes e consegue que se fale das nossas terras.
Considero que há um erro grosseiro de análise quando se considera que a responsabilidade pública acaba quando se serve de intermediário para assinar o cheque dos subsídios. Porque fica a faltar o mais importante. Manter viva a chama e não fazer como muitos subsídio-dependentes portugueses. O dinheiro já cá canta e agora isto até pode fechar. Por vezes só não fecha, como é o caso da Queijaria de Malcata, porque um investidor privado de Penamacor pegou nela.
Todos os candidatos parecem querer falar de turismo. Concordo. É fundamental! Mas a Casa do Castelo também é turismo. E do melhor que me é dado ver. Aberta, em permanência, sete dias por semana com muito amor, carinho e bem-receber. Tudos sabemos que ao funcionalismo público não se pode exigir horários nem simpatia. «O horário é para cumprir» como alguns gostam de dizer ou então «eu não tenho horário» o que facilita ainda mais a actuação e a falta de obra.
E que fique uma lição. Um certificado de participação neste crítico mundo competitivo onde as iniciativas e a criatividade são escassas já é uma vitória. Porque como o meu avô dizia «Copiar é fácil! Difícil é fazer melhor!» ou como o pai me lembrava: «O sucesso provoca nos fracos sempre o mesmo sentimento. Aquela palavra com que Luís de Camões terminou a última linha da última estrofe dos seus Lusíadas!»
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Chegou ao fim o ano de 2007. Longos dias percorridos pelo relógio do tempo que divide de forma desigual a vida de cada um. Dias felizes e dias trágicos, dias de glória e dias de terror. Aqui fica um selecção de figuras e acontecimentos que marcaram o pulsar das rotações da Terra em redor de si mesma. Nos destaques dos destaques destacamos o «nosso» Procurador-Geral da República: Fernando Pinto Monteiro.

Pinto Monteiro, Procurador-geral da RepúblicaPersonalidade Nacional do Ano
Fernando Pinto Monteiro
(Procurador-Geral da República)

Nasceu em Porto de Ovelha mas foi viver ainda criança para o Sabugal. Que nos perdoe a ousadia mas é com orgulho que o consideramos um dos nossos, um verdadeiro raiano com sotaque, amigos e referências à sua juventude à sombra das cinco quinas do nosso castelo. E é, sem cunhas, subornos ou influências políticas, que elegemos com toda a justiça o beirão sabugalense Fernando Pinto Monteiro a Figura Nacional do Ano. «Vou dar prioridade à violência nos hospitais, vou pedir às juntas de freguesia que denunciem crimes contra idosos e na violência escolar vou ter tolerância zero», «Nem eu sei se estou a ser escutado porque por vezes o meu telemóvel faz barulhinhos esquisitos», «Houve três ou quatro comentadores que não gostaram das minhas afirmações porque queriam que o procurador falasse em latim e eu também sei falar em latim, mas como defendo uma justiça que o cidadão comum entenda, resolvi falar em português» e «Não aceitarei ser um procurador-geral dependente do poder político» são algumas das suas afirmações lapidares.

Personalidade Internacional do Ano
Al Gore (ex-vice-presidente dos Estados Unidos da América)
O prémio Nobel da Paz 2007, Al Gore, perdeu as eleições presidenciais dos Estados Unidos para George W. Bush mas o seu resultados tivesse sido outro o Mundo seria também outro agora. O mensageiro de uma verdade inconveniente organiza caminhadas pelo Ambiente que merecem todo o nosso apoio e reconhecimento.

Acontecimento Nacional do Ano
Presidência Portuguesa da União Europeia
O Tratado de Lisboa nasceu às 12 horas e 50 minutos do dia 13 de Dezembro. Após intensas negociações os 27 estados-membros assinaram com pompa e circunstância no claustro do Mosteiro dos Jerónimos o futuro da nova Europa. Era o culminar de uma bem sucedida presidência portuguesa da União Europeia no segundo semestre de 2007. José Sócrates era, com justiça, um homem feliz.

Acontecimento Internacional do Ano
O desaparecimento de Maddie McCann
É verdade que todos os dias desaparecem crianças em todo o Mundo. Houve, contudo, uma que se transformou num caso mediático nunca visto à escala planetária: Madeleine McCann, uma menina de quatro anos que passava férias com os pais e dois irmãos no aldeamento de luxo OceanClub na Praia da Luz, perto de Lagos, no Algarve desapareceu sem deixar rasto. Já tive oportunidade de escrever que estamos perante um caso trágico, qualquer que seja a sua conclusão. Há duas hipóteses: os pais ou são culpados ou são inocentes. Se um dia se concluir pela sua culpa estamos perante a maior encenação e embuste de todos os tempos que até o Papa enganou. Se são inocentes estão a ser vítimas de uma das mais odiosas acusações que se podem fazer a quem acaba de perder um filho. Duplamente trágico e terrível qualquer que seja a conclusâo.

Frases Lapidares do Ano
– «Não sou profeta mas Portugal acabará por integrar-se na Espanha» – Opinião do prémio Nobel da Literatura, José Saramago, ao defender que Portugal e a Espanha deviam dar lugar a um país a que chamou Ibéria.
– «Não é num deserto como a margem sul que se vai construir um aeroporto» – Fica para a História como uma das mais espantosas afirmações de um governante português. O ministro Mário Lino referia-se à hipótese Alcochete para a construção do novo aeroporto de Lisboa. Eu já escolhi e defendo Alcochete. O meu prognóstico é que o ministro está na calha numa próxima remodelação governativa.
– «Por qué no te callas?» – Durante a cimeira ibero-americana o polémico presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou fascista ao antigo primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar. O rei de Espanha, Juan Carlos, sentado a seu lado e numa atitude inédita, interveio e mandou calar Chávez proferindo uma frase que se tornou mundialmente célebre.

Momentos Marcantes do Ano
Há casos que preencheram o ano que agora finda e vão transitar por resolver para 2008. Complexos e morosos são vítimas e reflexo das incapacidades, defeitos e misérias dos diferentes sistemas portugueses.
– «Caso Esmeralda» – A criança anda perdida entre alíneas e artigos dos códigos e das leis que irão decidir entre pais adoptivos e pais biológicos.
– «Partos em ambulâncias e em Espanha» – Os bebés portugueses tem agora mais opções para nascer: a bordo de uma ambulância ou do lado de lá da fronteira. «Central. Estamos parados ao quilómetro 13. Acabámos de ajudar a um parto!» ou «Mira! Es um chico!» são as primeiras palavras que agora ouvem quando nascem. Na sequência da cooperação transfronteiriça continuamos a aguardar que Espanha nos peça para que os seus bebés nasçam por cá. O ministro da saúde, Correia de Campos, é uma das minhas três escolhas para a próxima remodelação ministerial.
– «Crise no Millennium-BCP» – A procissão ainda agora vai no aidro mas a situação é muito preocupante para a economia nacional. Os administradores do maior banco privado português está indiciados de ilegalidades graves. Estão também em causa o prestígio e o rigor de supervisão do Banco de Portugal.
– «Portugal the west coast of Europe» – A campanha promocional do Estado português pretende dar uma nova imagem de Portugal. Como já tive oportunidade de referir o regime de antigamente promovia os três éfes: Fado (Amália), Futebol (Eusébio) e Fátima (o milagre do Sol). Em tons de azul-clarinho e renegando o verde-vermelho o novo posicionamento de Portugal na costa Oeste da Europa (não sabemos se há costa Leste) tem a Mariza (fado), o Cristiano Ronaldo (futebol) e a maior central fotovoltaíca do Mundo (o milagre do Sol)… Quanto a ser a costa Oeste poderá em breve ser adaptada para Faroeste em homenagem aos gangs da cidade do Porto.
– «Lince ibérico vai procriar em cativeiro no Algarve» – Falar de ministro do Ambiente, Nunes Correia, é lembrar o seu discurso na visita às obras da barragem de Odelouca no Algarve: «Aqui, numa área de 150 hectares, vai nascer o primeiro centro português de reprodução do lince ibérico em cativeiro com animais vindos de Espanha. Vamos investir 10 milhões de euros» esclareceu Nunes Correia. A reserva da Malcata foi, pura e simplemente, esquecida. Imperdoável. É o terceiro dos meus ministros remodeláveis.
Bom ano 2008!
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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«Quem? O povo de Gouveia.» «O quê? Novo Centro de Saúde.»
«Onde? Em Gouveia.» «Quando? No sábado, 1 de Dezembro»,
«Como? Manifestação de protesto junto ao novo Centro de Saúde». «Porquê? Apesar de concluído espera há mais de um ano para ser inaugurado.»

Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de GouveiaO título alerta e a estrutura da abertura de uma notícia deve contemplar uma visão resumida do acontecimento que pretende desenvolver. Regras jornalísticas que devem ser respeitadas para facilitar a leitura e a interpretação dos factos relatados. Mas vamos ao que interessa…
Antes de mais é importante esclarecer que não é uma questão política. É, apenas, uma questão pessoal. Não gosto do governante, não gosto da sua política e tenho a certeza que o tempo e o julgamento da História concluirão que o ministro da Saúde, Correia de Campos, estava mal aconselhado e enganado… redondamente enganado. De facto ninguém acredita que é chique nascer em Espanha ou a bordo de uma ambulância. De facto ninguém acredita que fechar os centros de saúde do Interior e tratar os beirões como cidadãos de segunda é a melhor política para Portugal. De facto ninguém acredita que os excessos de despesismo na Saúde se combatem com o fecho de maternidades ou hospitais.
Gouveia tem um centro de saúde degradado e sem condições que funciona em dois edifícios e um Serviço de Atendimento Permanente (SAP) que já foi «julgado e condenado ao encerramento» pelo ministro da Saúde. Mas…
O povo de Gouveia não compreende e protestou no sábado, 1 de Dezembro, em frente às instalações do Centro de Saúde novinho em folha e que espera há mais de um ano a sua abertura. «É um escândalo!», denuncia o presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Álvaro Amaro, aos microfones da TSF.
Afinal, depois do protesto da população e da indignação do autarca o ministro da Saúde acordou e apressou-se a dizer hoje, 11 de Dezembro, em Lisboa, à margem da cerimónia de apresentação da Plataforma da Obesidade (dos gordos) que afinal o Centro de Saúde vai abrir ainda este ano. «O problema foi da construção defeituosa que permite infiltrações», esclareceu. «Sim! Este Inverno tem sido muito chuvoso», acrescentamos nós.
Álvaro Amaro não aceita que «o Estado tenha gasto três milhões de euros e o município 500 mil euros num edifício que se está a degradar, numa total e absoluta falta de respeito para com os cidadãos, à luz de uma reforma da saúde que ora avança ora recua, e quer fechar o serviço de internamento».
Porque um mal nunca vem só está também previsto a partir de 20 de Dezembro o fecho do internamento nas actuais instalações. Em conversa com a coordenadora da sub-região de Saúde esta referiu a Álvaro Amaro que o novo Centro de Saúde de Gouveia terá 10 camas para internamento mas que apenas poderão ser utilizadas durante seis horas. «E se as pessoas precisarem mais de seis horas, pedem autorização ou metem um requerimento ao ministro?» questiona o autarca.
Depois dos protestos e da indignação parece que o Centro de Saúde de Gouveia vai, finalmente, entrar em funcionamento antes do final do ano.
Definitivamente alguém anda a dar cabo da saúde e da paciência dos beirões.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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A vida no planeta está a alterar-se. As condições climáticas e ambientais são motivo de muita preocupação. Ambiente, biodiversidade e sustentabilidade são palavrões que estão cada vez mais na ordem do dia. Em dia de São Martinho a Junta de Freguesia do Soito foi a anfitriã da «7.ª Caminhada pelo Interior».

BiodiversidadeAs preocupações com o Ambiente estão na ordem do dia. Todos nos queixamos que tivemos chuva nos meses de férias e um verão de São Martinho que já dura há demasiado tempo. Preocupações legítimas acompanhadas de avultados investimentos em projectos relacionados com a biodiversidade. O objectivo é evitar a extinção dos recursos vivos, biológicos ou genéticos. O Instituto da Conservação da Natureza alterou o nome e acrescentou a palavra Biodiversidade. Instituições bancárias e empresas como a EDP, a Carris ou a Companhia das Lezírias assumem compromissos de minimizar os impactes negativos decorrentes das suas actividades.
O desenvolvimento sustentável passa pela optimização dos recursos hídricos e protecção dos ecossistemas marinhos. Esteve recentemente no Sabugal o cientista José Xavier a proferir uma palestra sobre o tema para alunos do concelho.
Os cientistas acreditam que as temperaturas cada vez mais elevadas resultam das nefastas acções do Homem e provocam fenómenos como o efeito estufa, a camada de ozono, o degelo e o aquecimento global. Os incêndios e consequente desflorestação das serras provoca alterações irreversíveis nas temperaturas e no Ambiente
No início do ano, o Governo reviu em alta as metas para a produção de electricidade com origem em fontes de energias renováveis. A produção hídrica representa 70 por cento do mercado das renováveis. A eólica tem instalados 2000 MW e o orçamento do Estado contempla incentivos fiscais à energia solar térmica e aos biocombustíveis. A biomassa disponível não chega ainda a preencher metade da procura nacional.

Caminhadas pelo Ambiente
Realizou-se no domingo, 11 de Novembro, a 7.ª Caminhada pelo Interior patrocinada pela Câmara Municipal do Sabugal. E em dia de São Martinho a concentração só podia mesmo ser no Soito (terra de castanhas e castanheiros) com organização impecável da Junta de Freguesia local. Em manhã soalheira e sem frio, apesar da geada da madrugada, os participantes desfrutaram ao longo do percurso das cores outonais da floresta. A iniciativa, tem vários méritos: amiga do Ambiente (a pé, de cavalo ou de BTT), permite o contacto com a biodiversidade e sensibiliza para o desenvolvimento sustentável levando-nos a acreditar que vale a pena viver no Interior. Mas… desfrutar a paisagem, a Natureza e a conversa de ocasião com outro participante é incompatível com o passo apressado de alguns.
A próxima já está marcada pelo presidente Manuel Rito. Realiza-se a 9 de Dezembro na zona do Casteleiro.
Denota-se esforço conjunto no sentido de criar eventos e motivações para chamar pessoas ao concelho. O número de visitantes nos castelos de Sortelha e do Sabugal aumentou em relação em 2006. É bom sinal.
Nota final: A Feira da Castanha e do Cogumelo recebeu rasgados elogios. Para quando uma marca raiana da castanha, do tartulho e do míscaro?
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Pensar é um acto inteligente. Saber seleccionar a informação que nos dão é, no século XXI, uma atitude proactiva, honrada e superior. Recordar as amizades da vida e os nomes quase anónimos mesmo que isso pareça não interessar à «Opinião Pública» é um acto de coragem. E promover o Sabugal também…

Pinto Monteiro, Procurador-Geral da RepúblicaTodos nós tivemos professores que nos marcaram. Pelas melhores ou pelas piores razões. O ilustre jornalista Fernando Cascais foi meu professor em «Opinião Pública», cadeira teórica e teorizante sobre o poder e a influência da agenda setting sobre a opinião pública. Uma das perguntas mais valorizadas do exame questionava: «Damos aquilo que o povo quer ou o povo vê aquilo que lhe dermos?» E a resposta estava sempre certa, escolhessemos a primeira ou a segunda «verdade». O problema estava em justificar a nossa escolha. Tinhamos que ser convincentes porque em jornalismo «um copo meio-cheio é tão verdadeiro como um copo meio-vazio». A diferença está no nosso profissionalismo.
O alinhamento das notícias do jornal ou do telejornal está sujeito a critérios editoriais e cada vez mais a interesses não declarados ou menos evidentes.
Nas redacções os editores têm o poder de fazer com que um assunto esteja ou não na ordem do dia. Que se mantenha, que morra ou que ressuscite.
E o que é que isto interessa ao leitor? Serve de introdução a quatro casos da actualidade. O caso «Maddie», a selecção nacional de râguebi, Pedro Santana Lopes e o caso «Pinto Monteiro».
No caso da menina inglesa desaparecida no Algarve (e «desaparecida» parece ser a única verdade indiscutível) é a nossa civilização que está em causa qualquer que seja o resultado final. Deixando a análise ao comportamento da opinião pública e dos media há (parece) apenas duas hipóteses: ou os pais estão inocentes ou os pais são culpados. Na primeira hipótese estarem acusados e formalmente culpados é desgraçadamente uma das maiores injustiças do século XXI. Na segunda hipótese e se se provar a culpa dos progenitores assistimos a um dos maiores embustes da História e à anulação das qualidades do ser humano e dos valores cristãos da nossa civilização. Qualquer das conclusões será sempre trágica.
A selecção nacional de râguebi participou no Campeonato do Mundo que a África do Sul conquistou de forma surpreendente. A equipa lusa recebeu a visita do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso (a sua esposa Margariada Uva é familiar do «capitão» de equipa), perdeu todos os jogos (alguns com cabazadas) e foi recebida em apoteose pelos familiares e pasme-se… por dezenas de figurantes pagos pela federação.
A SIC-Notícias convidou Pedro Santana Lopes, ex-presidente do PSD, ex-primeiro-ministro de Portugal e actual deputado da nação. Foi interrompido a meio da entrevista por um directo da chegada (sem declarações) de José Mourinho ao aeroporto da Portela. Santana Lopes, qual «special one dos directos», abandonou o estúdio em sinal de desacordo pela desilegante atitude. Critérios editoriais defendeu depois o editor Ricardo Costa.

O «caso» Pinto Monteiro
O actual Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, deu uma entrevista polémica ao semanário «Sol» onde falou como beirão sem medo. Lembra o Sabugal, atribui o título de herói ao professor Cavaleiro e recorda amigos de infância: João Pereira, Luís Eduardo Manso, Fitz Quintela, o senhor Tita e Helena Quintela (a pintora Helena Liz).
E os «seres superiores» foram ver no mapa da Península Ibérica onde ficava o Sabugal…
Bons magustos e cuidado com o São Martinho.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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É fundamental que a «embaixada» do Sabugal em Lisboa encontre a solução que permita tê-la a funcionar correctamente. As câmaras da Beira Interior inventam e aproveitam todas as hipóteses que a lei lhes oferece para fixar a população nas suas regiões. A aposta na formação de jovens em energias limpas e em técnicas relacionadas permitirá acrescentar qualificação qualitativa às terras de ribacôa.

Sede da Casa do Sabugal em LisboaOs sabugalenses a viver em Lisboa são apaixonados pelas sua raízes, pelas suas terras, pelos seus usos e costumes e pelas suas tradições. E o elo de ligação é (foi?!) a Casa do Concelho do Sabugal. Muitas actuações em Lisboa dos ranchos folclóricos do concelho resultaram da participação da Casa nas festas da cidade por alturas do Santo António. As festas camperas onde se escolhiam em plena herdade os toiros para a Capeia tornou-se uma referência para todos. E claro… foi pela mão da Casa do Concelho do Sabugal que o forcão desceu à grande cidade.
A Torre do Tombo e a Assembleia da República organizaram uma exposição conjunta sobre os tratados assinados entre Portugal e os actuais membros da União Europeia desde o séc. XII. Vai estar exposto ao público, até 28 de Dezembro, na Torre do Tombo, o original do Tratado de Alcanizes que influenciou para sempre as terras de ribacôa e nos obrigou a ser portugueses
O primeiro-ministro José Sócrates esteve na Guarda para anunciar o aumento dos benefícios fiscais em 10 por cento para as empresas que já estão sedeadas no Interior e um aumento de 15 por cento para as novas empresas. «Aposte na Beira Interior que ganha» parece ser o título de uma boa promoção para a nossa esquecida região.
A EDP confirmou a instalação de um centro de contacto (call center) em Seia. Em contrapartida a Câmara isentará de impostos, taxas, apresentação de projecto e o pagamento de licença para obras. Chama-se a isto a correcta passagem de corrente positiva.
A Câmara do Fundão aprovou medidas concretas de incentivos à natalidade, à fixação de população jovem e à criação de empresas no concelho. Na Beira Interior apenas Manteigas acompanha o Fundão com iniciativas públicas, declaradas e concretas de combate à desertificação tendo como objectivo fixar pessoas e empresas nas suas regiões. Vivemos tempos decisivos. Os nossos políticos têm obrigações para quem os elege e não me parece que as populações no momento de escolher votem em autarcas resignados que assobiam para o ar ou fazem como a avestruz.

Circuito hidroagr�cola da barragem do SabugalTerras de muita água
Quando tanto se fala das eólicas e do crescimento exponencial que as energias verdes tiveram no último ano e na falta de emprego o curso de energias renováveis da Escola Profissional Agrícola Dom Dinis, na Paiã, em Odivelas, não irá ter início porque apenas recebeu três inscrições.
E o Sabugal? Seria interessante analisar as potencialidades de criar cursos relacionados com as áreas do ambiente e das energias renováveis e por consequência no incentivo a «empresas verdes» que pretendam instalar-se na região.
A água é, no século XXI, um dos mais preciosos recursos naturais. O nosso concelho parece ter, como diz o povo, água para dar e vender. A barragem do Sabugal abastece de água o próprio concelho e ainda os de Almeida e Pinhel. Desejamos todos que as contrapartidas desse fornecimento às autarquias vizinhas sejam claras e o concelho beneficie inequivocamente deste acordo.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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As certezas de ontem são as dúvidas de hoje. O novo aeroporto de Lisboa pode afinal ficar em Alcochete. O ministro do Ambiente ordenou que o lince ibérico vá aprender algarvio. No Sabugal as tradições raianas de Agosto mantêem-se e tudo aconteceu entre a primeira capeia (Lageosa, 6) e a derradeira em Aldeia Velha no dia 25. Solicitações e ofertas são mais do que muitas mas os raianos continuam a dar prioridade às suas tradições.

Lince Ibérico da Serra da MalcataUma das mais importantes obras de sempre do País está cada vez mais perto do volte-face. O novo aeroporto de Lisboa parece ter descolado definitivamente da Ota e está a fazer uma aproximação à vista aos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete. Parece que o Ministério da Defesa já informou o primeiro-ministro que não se importa de dispensar a herdade de muitos hectares que apenas servia para criar coelhos, lebres e muita, muita lenha.
Deixando a discussão para os técnicos há, contudo, certezas: o bilhete de avião entre Lisboa e Madrid não pode ser mais barato que o valor cobrado por um taxista entre o aeroporto e o centro da capital. E como diz o povo, o resto é conversa.
Fala-se cada vez com mais insistência na necessidade de remodelação governativa. Os analistas apontam para o início de 2008 ou seja após o final da presidência portuguesa da União Europeia que como se sabe está a decorrer e termina em 31 de Dezembro deste ano.
Há ministros pelos quais não morro de amores mesmo restringindo a opinião a factores exclusivamente executivos. E as minhas escolhas recaem sobre os ministros da Saúde, da Agricultura e do Ambiente. Vamos a ver o que pensa o primeiro-ministro de Portugal.
Falar de ministro do Ambiente é lembrar o seu discurso na visita às obras da barragem de Odelouca no Algarve: «Aqui, numa área de 150 hectares, vai nascer o primeiro centro português de reprodução do lince ibérico em cativeiro com animais vindos de Espanha. Vamos investir 10 milhões de euros» esclareceu Nunes Correia. A reserva da Malcata foi, pura e simplemente, esquecida.
Falar do ministro da Saúde é lembrar que nascem cada vez mais bebés nas ambulâncias deste País e a urgência médica para os sabugalenses está lá longe na Guarda…
Falar do ministro da Agricultura é recordar a facilidade com que fala do abate de vinhas, da diminuição de quotas de leite, da redução de incentivos à agricultura…
Não resisto a lembrar uma passagem da «República» de Platão (que considero ter servido de inspiração ao «Senhor dos Anéis» de J.R.R. Tolkien) e onde se descreve Giges um pastor que encontra numa caverna um anel de ouro com propriedades mágicas. Tornava invisível quem o usasse. Giges passou a ter o poder de decidir, de matar o rei, seduzir a rainha e ocupar o trono. O poder em personalidades fracas corrompe e são tantas as solicitações, as exigências, as pressões…

Ainda agora chegou ao fim e já temos saudades
Capeia Arraiana em Aldeia do BispoAinda agora chegou ao fim e já temos saudades de Agosto. Os nossos familiares, as aldeias em festa, as capeias, o doce linguajar, os cheiros da nossa terra, a roda de amigos…
Tudo acontece em Agosto nas freguesias raianas muito à semelhança dos concelhos em redor marcados pela emigração.
As iniciativas em prol do desenvolvimento e promoção do Sabugal são de louvar mas, definitivamente, a solução passa por apostar forte nas nossas marcas, nas nossas tradições, na nossa história. O teste está feito e não pode ser esquecido.
Os mandatos autárquicos estão a meio. Alguns projectos já passaram do papel para a realidade. E já há boas e bonitas obras concluídas.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Os sabugalenses que vivem em Lisboa vão preocupados para férias. E o caso não é para menos porque a Casa do Concelho do Sabugal está em risco de fechar as portas. Pelas nossas terras há, este ano, muitas formas de ocupar os tempos livres. Em Vale das Éguas nasceu uma das mais bonitas praias fluviais do Côa e no Sabugal decorre entre 9 e 19 de Agosto a Festa da Europa. Divirtam-se!

Casa do Concelho do Sabugal em LisboaA vida faz-se de recordações. Dos que estão e dos que partem. E de instituições que fazem parte de nós. Em jornalismo muito excepcionalmente se deve falar na primeira pessoa. Mas vou abrir uma excepção.
A Casa do Concelho do Sabugal, a embaixada em Lisboa de todos os raianos sabugalenses que vivem ou se deslocam à capital é, para mim, um lugar muito especial. Pertenci a várias direcções, fui director do jornal e sempre que possível é lá que se marcam os encontros e… de preferência à hora do almoço.
A «Casa» passa por um dos momentos mais difíceis da sua existência. Não vale a pena procurar culpados no passado. O caminho é em direcção ao futuro. E precisa de todos. Dos que estão em Lisboa, no Sabugal, na França ou em qualquer outro lugar.
Recentemente numa reunião tentaram-se arranjar soluções. Quero acreditar que não é tarde demais e a «nossa Casa» continuará de portas abertas.

Piscina fluvial de Vale das ÉguasO homem sonha. A obra nasce
Quando o calendário indica Julho o nosso pensamento está sempre na página seguinte. Está sempre no mês de Agosto. Agosto é o mês em que quase tudo acontece nas nossas terras.
Os estores abrem-se, as janelas mostram as cortinas, os balcões são varridos e tudo volta a ter vida. Vida que desperta ao ritmo do coração daqueles que estão longe e que, ano após ano, voltam para rever familiares e amigos, para «vir à festa», para marcar presença nas capeias, para conversar no café ou para ir até ao rio quando o calor aperta.
E este ano o Rio Côa tem mais um valor acrescentado. Ao fim de muitos trabalhos e muitas canseiras a praia fluvial de Vale das Éguas é uma realidade.
É caso para dizer: «O homem sonha e a obra nasce.» E neste caso o homem chama-se Fernando Proença, é o presidente da Junta de Freguesia e figura sobejamente conhecida.
Uma das aldeias com menos eleitores do concelho tem agora uma das mais belas praias fluviais do Côa. Para lá chegar é necessário percorrer um caminho ladeado de paredes ancestrais desenhado no meio do verde dos lameiros e dos carvalhos.
Quando o calor apertar aproveite e vá dar um mergulho nas águas do nosso Côa na bonita aldeia de Vale das Éguas. E se a barriga der horas faça uso dos assadores e saboreie uns petiscos num ambiente natural arranjado com muito saber.
À noite, entre 9 e 19 de Agosto, dê um pulo até à Festa da Europa no Sabugal e diverta-se com toda a família numa aposta da ADES que tudo faz para promover o nosso concelho. Vamos apoiar esta iniciativa com a nossa presença.
Boas férias e bom regresso.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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Junho é mês de santos populares um pouco por todo o País. Lisboa tem o Santo António, o Sabugal e o Porto o São João mas o concelho de Almeida apostou no bacalhau para cativar os espanhóis. A nova receita até já tem marca registada: «O Bacalhau em Estrela.»

Mas… há muito que o caloroso mês de Junho dos lisboetas é decorado com as marchas populares e o cheiro a sardinha assada e manjerico.
Mas… este ano as temperaturas estiveram baixas e as nuvens cinzentas da corrupção estão parqueadas sobre o edifício dos paços do concelho.
Mas… pasme-se! Apesar do endividamento dos cofres camarários as festas da cidade decorrem entre 1 de Junho e 15 de Julho (dia das eleições), ou seja, um mês e meio de festejos. A factura vem depois…
Mas… enquanto Lisboa festejou o Santo António, o Sabugal e o Porto o São João o concelho de Almeida inventou as Festas do Bacalhau.
Mas… – dirá o caro leitor cibernauta – , mas que raio de comparação!
Planta estrelada de AlmeidaPasso a explicar: em tempo de sardinha assada os de Almeida inventaram a festa em honra do bacalhau com o objectivo de cativar os espanhóis a visitar o concelho e a apreciar as mil e uma maneiras portuguesas de confeccionar o «fiel amigo».
Vale a pena reproduzir as declarações do presidente da Associação Comercial da Guarda, Paulo Manuel, que em parceria com a Câmara de Almeida constituiu uma agência de promoção da fortaleza estrelada: «Um estudo de mercado concluiu que 62 por cento dos espanhóis vêm a Portugal por motivos gastronómicos e destes 75 por cento na hora de escolher pedem bacalhau.»
O evento será repetido no futuro e até já tem uma nova receita com nome registado «O Bacalhau em Estrela». A novidade foi servida no jantar de honra e passará a estar disponível em todos os restaurantes do roteiro turístico.
E depois de uma boa refeição nada melhor do que visitar os monumentos históricos da região.
«Não temos mar, somos do Interior mas temos a jóia Almeida, a aldeia histórica Castelo Mendo e a fronteira Vilar Formoso» defende Baptista Ribeiro, autarca de Almeida.
Por vezes a receita é fácil e não é preciso complicar. Apostar nos enchidos é arriscado pois os espanhóis são quase imbatíveis. E que tal as capeias, os cabritos, os queijos, o artesanato e por que não o bacalhau? Um restaurante raiano que aposte quase exclusivamente no dito poderá vir a tornar-se um caso sério de popularidade junto de nuestros hermanos.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages

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O futuro das Beiras e em especial, da Beira Raiana, passa pelo esforço de todos em convencer o poder central da necessidade da descentralização política e de uma regionalização efectiva com representantes eleitos. Por outro lado o mal-dizer dos «velhos do Restelo» contra aqueles que têm iniciativa e ideias sempre valeu o que valeu.

José Carlos Lages«Assuma ou não a palavra regionalização o desenvolvimento do Norte e do vale do Douro passa pela descentralização política» foi a principal conclusão do seminário realizado no Palácio da Bolsa pela Associação Comercial do Porto.
Arlindo Cunha, presidente da Fundação Rei D. Afonso Henriques afirmou no seminário que «com um poder regional efectivo não teria acontecido a descontinuidade política, causada pelas sucessivas mudanças no poder central».
Na mesma linha de pensamento o economista Miguel Cadilhe afirmou defender há muito que a solução de «um líder político eleito directamente poderia ter tanta ou mais legitimidade que um ministro na altura de discutirem o que convém a cada região».
A defesa da regionalização (encabeçada pelo deputado algarvio Mendes Bota) e de líderes regionais fortes ganha cada vez mais adeptos. Desta vez os bons ventos, como exemplo de teorias que funcionam na prática, vêm de nuestros hermanos com as suas regiões autónomas que têm proporcionado um desenvolvimento e um distanciamento cada vez maior entre os dois países ibéricos.
A democracia portuguesa tem um pressuposto. Os eleitos têm legitimidade para governar e decidir o que acham que é melhor para os seus cidadãos. Os cargos de responsabilidade regional não poderão ser, nunca, por nomeação política. Ficam esvaziados de credibilidade. Os defensores da Regionalização, nos quais me incluo, devem exigir eleições para os órgãos das futuras regiões (autónomas) administrativas.
«Pela defesa da Regionalização» estará sempre presente nos meus artigos de opinião como ideia assumida e pela qual me baterei convictamente por considerar ser o melhor para todas as regiões e todas as gentes cada vez mais esquecidas e maltratadas pelo poder central do Terreiro do Paço.
Nota final: As ideias defendem-se com outras ideias, pela positiva, apresentando caminhos alternativos. A ciência política teoriza que o combate de ideias faz-se com a apresentação de alternativas. Sempre desconfiei dos que fazem profissão do estar contra. Chegam até, por falta de respeito por eles próprios, a conseguir estar contra os que já estão contra. Maneiras de estar que valem o que valem. Pouco ou nada.
Todos temos direito à nossa opinião. Devemos assumi-la e defendê-la com cara e assinatura. Sempre recusei e acusei de falta de carácter os falsos protagonismos que tentam viver à custa do descrédito de pessoas honestas, conceituadas e com provas dadas. Reprovável em todos os sentidos as vãs tentativas de colagem a nomes respeitáveis. Repito: Reprovável e desonesto!
Temos que fazer por merecer tudo o que as gerações dos nossos pais e avós nos legaram. Se não sobrar mais nada então que seja apenas e só por respeito pelos mais antigos. Ponto final parágrafo.
«A Cidade e as Terras» de José Carlos Lages

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