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O CERN (Centro Europeu de Investigação Nuclear) acaba de confirmar a existência do «bosão de Higgs» ou «partícula de Deus». Esta descoberta coloca a física no caminho para a compreensão das origens da matéria e da vida, demonstrando, mais uma vez, que não existem «ciências exactas», definitivas, acabadas. Toda a ciência está permanentemente «em construção», graças ao contributo de sucessivas gerações de cientistas. Newton dizia: «…vejo mais longe porque me sentei sobre os ombros de gigantes.»
A moderna astronomia põe hoje na nossa frente um espantoso Universo! Poderosos telescópios perscrutam os céus e recebem luz emitida há milhares de milhões de anos. Sondas espaciais medem radiações e calor, em busca dos testemunhos do «big-bang», uma gigantesca explosão ocorrida há talvez 15 mil milhões de anos, que teria dado início à formação das estrelas e das galáxias.
Esses potentes telescópios, como o Hubble, ou o do Monte Palomar, nos Estados Unidos, dotados de lentes com vários metros de diâmetro, atingem distâncias impensáveis: estão hoje ao seu alcance dez mil milhões de galáxias, algumas das quais situadas a centenas de milhões de anos-luz (lembro que um ano-luz equivale à distância percorrida pela luz durante um ano, à velocidade de 300 mil quilómetros por segundo, isto é, cerca de 10 biliões de quilómetros).
Uma galáxia é um enorme aglomerado de estrelas. A galáxia de que faz parte o Sol, a Via Láctea, é composta por cerca de 100 mil milhões de estrelas. A galáxia mais próxima da nossa, a Grande Nebulosa de Andrómeda, igualmente formada por um número de estrelas semelhante ao da Via Láctea, situa-se à distância de 2 milhões de anos-luz. Por outras palavras: a luz que agora nos chega da Nebulosa de Andrómeda é uma luz «arqueológica», partiu de lá quando na Terra viviam os australopitecos.
Perante a prodigiosa grandeza destes números, somos irremediavelmente remetidos à nossa própria pequenez. Se conseguíssemos auto-observar-nos a partir de um ponto situado algures nesse Universo distante, que significado teriam as nossas mesquinhas disputas? Dizia Erasmo de Roterdão, em 1511, no Elogio da Loucura, que «se alguém pudesse observar os mortais a partir da Lua, julgaria ver milhares de moscas e de mosquitos envolvidos em rixas, guerras, maquinações, rapinas, enganos».
Na verdade, o Homem tem passado demasiado tempo a olhar para o seu próprio umbigo. Durante milhares de anos, acreditou mesmo que era o centro do Universo e que tudo girava à sua volta. A Terra constituía um ponto fixo em torno do qual se moviam os restantes planetas e o próprio Sol. Esta concepção geocêntrica do Universo, exposta por Ptolomeu no século II, foi aceite quase unanimemente até ao século XVI. Antes de Ptolomeu, apenas o grego Aristarco de Samos tinha defendido a hipótese de a Terra girar à volta do Sol, mas as suas ideias contrariavam de tal modo o senso comum que foram rapidamente esquecidas. Os livros de Aristarco perderam-se e só conhecemos o seu pensamento através das escassas referências que lhe faz Arquimedes de Siracusa.
No século XVI, o polaco Nicolau Copérnico retomou as propostas de Aristarco de Samos e, depois de algumas viagens a Itália e de demorados estudos, publicou em 1543 o seu De Revolutionibus Orbium Coelestium, no qual defende a teoria heliocêntrica: o Sol é uma estrela fixa, em torno da qual giram a Terra e os outros planetas.
Ainda nesse século, o dinamarquês Tycho Brahé e o alemão Johannes Képler confirmam o heliocentrismo de Copérnico e determinam as órbitas elípticas dos planetas. Já no século XVII, o italiano Galileu Galilei prova matematicamente a teoria heliocêntrica e procede às primeiras observações dos astros com um telescópio construído por si próprio. Na Inglaterra, Isaac Newton estabelece a teoria da gravitação universal dos corpos e desenvolve a astronomia experimental, designadamente através da invenção do telescópio de reflexão, que permitiria aumentar sistematicamente o diâmetro das lentes.
Estes foram alguns dos homens que «fizeram girar a Terra». Eles estão na origem de uma verdadeira revolução científica: juntamente com outros físicos, matemáticos e filósofos, como Francis Bacon, Pascal, Descartes, Leibniz e Torricelli contribuíram decisivamente para a substituição de uma mentalidade aproximativa por uma mentalidade de rigor. Daí em diante, as distâncias, os pesos, o tempo, a temperatura, tudo passou a ser medido rigorosamente, através de instrumentos então inventados – o relógio de pêndulo, o termómetro, o barómetro, etc.
No entanto, não se pense que todo este progresso científico foi conseguido sem oposição. As grandes e profundas mutações, sejam de carácter sociopolítico, económico ou cultural, encontram sempre resistências. E as resistências à mudança vieram, no caso da revolução científica do século XVII, sobretudo da Igreja Católica.
A Igreja não aceitava que fosse posto em causa o saber tradicional. Vivia-se então uma grave crise religiosa, desencadeada pela Reforma Protestante e pela resposta católica, traduzida no movimento da Contra-Reforma. As ideias inovadoras eram portanto consideradas perigosas e heréticas. Copérnico apenas escapou a um eventual julgamento porque morreu poucos meses depois da publicação do seu livro. Todavia, um dos seus continuadores, Giordano Bruno, viria a morrer na fogueira por ideias semelhantes. Galileu foi também julgado pela Inquisição e só evitou a fogueira porque aceitou renegar publicamente as suas teses (não deixando, todavia, de murmurar para si próprio: «E, no entanto, ela move-se!»). Só recentemente, 350 anos depois do julgamento, a Igreja Católica procedeu à reabilitação de Galileu. O amanhecer da tolerância é espantosamente lento!
A história, durante muito tempo, apenas estudou a mudança. Hoje investiga também as resistências à mudança. Interessa-nos saber como William Harvey, no século XVII, estabeleceu com segurança o princípio da circulação do sangue mas também nos interessa estudar todo o processo que levou muitos médicos a recusarem este conhecimento inovador durante dezenas de anos. Ou estudar as razões por que se ridicularizou a teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin. Ou ainda as razões da rejeição do impressionismo, do cubismo ou do surrealismo na época em que apareceram.
Alguém definiu a ciência como «curiosidade organizada». Se não fosse o inconformismo, o espírito de descoberta e de aventura, a ânsia de saber, muito provavelmente o «homem» ainda hoje viveria nas árvores. Como as outras 192 espécies de primatas.
«Na Raia da Memória», opinião de Adérito Tavares
ad.tavares@netcabo.pt
O autor da «Rota dos 5 Castelos em 3D do concelho do Sabugal», Nuno Dias, apresentou mais um trabalho para promoção e divulgação do património histórico da região beirã. O projecto «Valverde em 3D», retrata digitalmente em três dimensões os edifícios mais importantes da freguesia de Valverde, no concelho do Fundão.

«Valverde em 3D» foi um projecto desenvolvido de modo a promover e divulgar digitalmente, em três dimensões (3D), os edifícios mais importantes da aldeia de Valverde, do concelho do Fundão. É um projecto pioneiro para uma aldeia de Portugal, sendo Valverde a «primeira aldeia de Portugal» a ter os seus edifícios mais importantes em 3D. A transposição do papel e da fotografia para a imagem animada por programas digitais possibilita serem vistos por qualquer pessoa em qualquer parte do Mundo, no maior portal geográfico do Mundo – o Google Earth.
O Projecto «Valverde em 3D» foi apresentado no dia 9 de Abril de 2011 aos seus habitantes, no Pavilhão Desportivo, na festa comemorativa do Dia da Freguesia.
Na «Visita Virtual 3D» projectada na sessão e disponível no blogue oficial foram visualizados os seguintes edifícios: o depósito da água, a igreja matriz, o museu D. João de Oliveira Matos, a Junta de Freguesia, a capela do Espirito Santo, a escola primária, o pavilhão desportivo, a capela de São Domingos e a capela do mártir São Sebastião, esta última situada na anexa Carvalhal.
«Além do “Valverde em 3D” sou, também, o autor da “Rota dos Cinco Castelos em 3D do concelho do Sabugal”, um projecto que lancei em 2009 e visou promover e divulgar os cinco castelos e que tem como objectivo promover e divulgar a nossa região», declarou ao Capeia Arraiana o autor, Nuno Dias, aproveitando para mostrar a sua satisfação pela divulgação do seu trabalho nos mais importantes meios de comunicação nacionais.
Blogue oficial de Valverde. Aqui.
Página no Sketchup com os 5 Castelos do Sabugal. Aqui.
Nuno Dias é natural do Fundão, Castelo Branco. Actualmente é freelancer na área de Modelação 3D e estudante de Licenciatura em Engenharia Civil na Universidade da Beira Interior, onde também é formador do curso «Iniciação ao Autocad».
aps
O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) organiza a iniciativa Semana da Ciência e Tecnologia, que vai decorrer, de 22 a 26 de Novembro, que integra exposições como «jogos de matemática interactivos», «tecnologias na Educação», «construções em software de geometria dinâmica» e «equipamentos informáticos: um olhar sobre o passado».
O programa, distribuído pelas quatro Escolas Superiores do IPG, prevê ainda que ao longo da semana, tenham lugar várias palestras e colóquios com temas diversificados, como «Horizontes da Astronomia Moderna» (com Pedro Russo, ex-coodernador mundial do Ano Internacional da Astronomia), «Empreendedorismo Social» (Teresa Paiva), «A importância do correio electrónico numa instituição» (Filipa Gaudêncio), «Aprendizagem baseada na resolução de problemas: aplicação no ensino das Ciências e Tecnologias da Saúde» (Rui Macedo), «Projecto Magic Key: um olhar que nos guia» (Luis Figueiredo), «Conformidade das boas práticas em mobile Web: caso de estudo» (Paulo Santos), «Um estudo de campo sobre o ponto de vista dos Hackers»(José Carlos Fonseca) e«“Projecto VoIP no IPG – importância e rentabilidade» (Pedro Pinto).
O programa inclui ainda a apresentação do último número da Revista Egitania Sciencia (editada pelo IPG), do estudo «A Informatização no Turismo da Serra da Estrela» e das IV Jornadas Nacionais sobre Tecnologia e Saúde, bem como uma sessão do IMAGINE CUP, centrada na divulgação de programas académicos e de tecnologias Microsoft, onde se irá falar do «Silverlight e Windows phone 7» (Eduardo Serrano) e do XNA (Vando Pereira).
No âmbito desta semana, está ainda prevista a apresentação da oitava edição do concurso Poliempreende, demonstrações sobre Robótica, «Robô Bombeiro» (ESTG), «Gastronomia & Enologia Portuguesa no Futuro» (ESTH), «Gastronomia Internacional – Cozinha Molecular & Diferent Drinks» (ESTH), e «Farmácia Galénica» (ESS).
O programa geral, aberto à comunidade local e regional, pode ser consultado aqui.
plb
A Guarda Digital – Associação Distrital para a Sociedade de Informação, anunciou que vai avançar com um projecto que permitirá dotar «todas as freguesias do Distrito» com banda larga.
Segundo Sérgio Duarte, gestor da estrutura, é intenção da direcção da Guarda Digital criar «infra-estruturas de suporte às tecnologias de informação na região, para levar a banda larga às freguesias».
Referiu ainda que o projecto «implica a instalação de fibra óptica e tecnologia de rede sem fios» em todo o Distrito, nos seus 14 concelhos, num investimento que «ainda não está quantificado».
A Guarda Digital desenvolveu durante dois anos de actividade uma grande variedade de projectos no distrito. Desde o grande portal da região «guarda.pt» a outros portais temáticos (Executivo, Turismo, Agro-Florestal e Coolkids), até projectos que visam a modernização da administração pública local, como os 13 portais dos municípios, a associação esteve sempre em plena actividade.
Os projectos desenvolvidos pela Guarda Digital são uma componente essencial da mobilização da sociedade para a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação, ao abrir um mundo de novas oportunidades.
Por isso, a Guarda Digital realizou hoje, dia 9 de Dezembro, no Hotel Turismo da Guarda, uma cerimónia de apresentação dos resultados do projecto. O objectivo foi fazer um balanço e apresentar os resultados operacionais e financeiros. A seguir à cerimónia realizou-se, no mesmo local, a Assembleia Geral da Guarda Digital – Associação Distrital para a Sociedade de Informação (ADSI).
plb
Um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que mais de metade dos portugueses usa computador e que são sobretudo os homens que navegam na Internet.
O INE averiguou utilização portuguesa das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e concluiu que mais de metade dos portugueses, a partir dos 16 anos, utiliza computador, equipamento que existe em 56 por cento dos agregados familiares.
O Inquérito à Utilização das TIC pelas Famílias portuguesas refere ainda que, no primeiro trimestre deste ano, 48 por cento dos portugueses dispunham de ligação à Internet em casa, sendo que deste universo, 96 por cento aderiram à banda larga.
Uma conclusão interessante do estudo é o facto de os homens usarem mais o computador e a Internet do que as mulheres (56 contra 47 por cento). Por outro lado, praticamente todos os estudantes utilizam computador (99 por cento) e Internet (97 por cento).
Relativamente ao número de agregados familiares que já dispõem TIC, tem havido um aumento desde 2005, sendo que o crescimento médio anual é de 24 por cento na ligação por banda larga, de 12 por cento na ligação à Internet e de oito por cento no que respeita o acesso ao computador a partir de casa.
Lisboa é a região do país onde o acesso às TIC é mais abrangente, com 62 por cento dos agregados com computador, 55 por cento dois quais com ligação à Internet. Seguem-se a Madeira, com 58,3 por cento, e o Algarve, com 57,1 por cento. A maior proporção de utilizadores de computador também se regista nestas regiões, com Lisboa a liderar com 60 por cento dos indivíduos.
O INE salienta que as TIC são usadas com uma frequência diária por três quartos dos utilizadores, principalmente em casa e no trabalho.
plb
A Sony prepara-se para despedir 8000 trabalhadores em todo o Mundo.
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Portugal também foi contemplado pela multinacional japonesa. «A iberização vai trazer uma mais-valia à companhia. Fui substituido por um espanhol e o grupo que eu coordenava passa a reportar a Espanha», diz Luís Ferreira, ex-director de marketing em Portugal.
«Luís Ferreira, 44 anos, fechou pela última vez a porta da Sony, aberta há 22 anos. É um dos 8 mil trabalhadores globalmente dispensados pela multinacional japonesa. Perceba, no vídeo, como a Sony Portugal perdeu a liderança.» («Expresso Online»).
«Portugal vanguardista ao nível tecnológico», diz o primeiro-ministro José Sócrates durante a inauguração, no dia 7 de Abril, de mais um um centro especializado da multinacional britânica «Logica» para os sectores da electricidade, água e gás, para uma gestão eficiente do consumo. As isenções e benefícios ofereciados fazem lembrar a Qimonda. Enquanto durarem…
Os que defendem a regionalização ouviram a líder social-democrata, Manuela Ferreira Leite, dizer esta sexta-feira, que o país tem outras prioridades. Pois…
Assim sendo, como efectivamente é, talvez seja melhor começar já a preparar a defesa da iberização.
jcl
Os cientistas garantem que o teste com o acelerador de partículas (LHC) que teve início na Suíça esta quarta-feira, 10 de Setembro, vai reproduzir o Big Bang da criação do Universo e gerar um buraco negro. O nível mais alto de potência será atingido a 26 de Outubro.
O LHC, como é conhecido o acelerador de partículas, devido à abreviatura da designação inglesa Large Hadron Collider, tem 27 quilómetros de extensão em circunferência, está instalado em Genebra, na Suíça, e vai tentar reproduzir o que se passou logo após o Big Bang, que deu origem ao Universo.
«A realização do teste do LHC implica atingir potências que deixam ansiosos vários meios científicos. Vamos esperar para ver», é o comentário de Carlo Rubbia, cientista do Centro Europeu para Investigação Nuclear (CERN, na sigla francesa) e Prémio Nobel da Física em 1984. O mesmo parecem pensar os juízes do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos que deram luz verde à experiência do CERN mesmo depois de um grupo de cientistas ter afirmado que este teste vai gerar um buraco negro capaz de absorver o planeta inteiro.
A opinião pública está dividida e alguns jornais não param de dizer que o fim do mundo pode acontecer a partir de hoje e até ao final dos testes do LHC em Genebra, na Suíça.
Guido Tonelli um investigador do Instituto Nacional de Física Nuclear italiano e dos responsáveis pelo teste do acelerador de particulas explicou que «basicamente, o objectivo do teste é tentar fazer chocar protões entre si com tal violência que os obriguem a dividir-se em particulas mais pequenas. A experiência poderá ajudar a explicar a força fundamental que une a matéria existente em todo o Universo».
Trabalham no projecto do LHC seis mil cientistas que pretendem desvendar o mistério da estrutura da matéria, que a física ainda não consegue explicar. A temperatura dos magnetos supercondutores do LHC será de aproximadamente 271 graus negativos, utilizando cerca de 10.080 toneladas de nitrogénio líquido e 60 toneladas de hélio líquido. Mas quando se der a colisão de dois protões será gerada uma quantidade de calor de cerca de 100.000 vezes a temperatura do núcleo do sol.
Já teve início a polémica experiência com o maior acelerador de partículas do Mundo que teve um custo de produção orçado em quatro biliões de euros e que muitos consideram a máquina do juízo final.
jcl
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