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O Ministério da Educação e Ciência anunciou o encerramento de 297 escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico. No concelho do Sabugal vão fechar as escolas básicas de Aldeia da Ponte, Rapoula do Côa e Vila Boa.
No início de Julho, o novo ministro da Educação, Nuno Crato, anunciou que 266 estabelecimentos de ensino básico deveriam deixar de funcionar. No final do dia de quinta-feira, 12 de Agosto, um comunicado dava conta de que o processo de reorganização da rede estava finalmente concluído «com o acordo das respectivas autarquias». Na totalidade vão encerrar 297 escolas do 1.º ciclo em cem dos 308 municípios portugueses. Das 297 escolas que vão fechar, 132 pertencem à Direção Regional de Educação do Norte, 85 à do Centro, 68 à de Lisboa e Vale do Tejo, sete à do Algarve e cinco à do Alentejo.Alcobaça com 12 e Viseu e Penafiel com 11 escolas são os concelhos onde fecham mais estabelecimentos de ensino.
Para o concelho do Sabugal a Direcção Regional de Ensino do Centro (DREC) aponta o encerramento das escolas básicas (EB) de Aldeia da Ponte, Rapoula do Côa e Vila Boa.
Nos concelhos vizinhos do Sabugal fecham em Penamacor as EB’s de Benquerença, Pedrógão, Salvador e Águas, em Almeida a EB da Imaculada e em Belmonte a EB de Fonte do Ruivo.
O Ministério da Educação anunciou ainda aumentar o número de alunos por turma de 24 para 26, justificando o aumento do limite máximo de alunos por turma com a «procura excecional de matrículas e as dificuldades sentidas pelas famílias, escolas e agrupamentos na colocação dos alunos».
jcl (com agência Lusa)
As nossas aldeias enchem-se no mês de Agosto, o tempo das capeias… Mas os dias outonais são deslumbrantes.
Nos finais de Outubro e começos de Novembro parece que Malhoa e Silva Porto andaram por ali a pincelar a paisagem em tons de amarelo, ocre, laranja, vermelho…
As vinhas, os castanheiros, os choupos, os plátanos, as árvores-do-âmbar, sobretudo em dias de sol, lavam-nos os olhos e limpam-nos a alma. E, quando chegamos a casa, temos ainda outros regalos à nossa espera: o caldo escoado, as castanhas assadas no borralho, a aguardente feita no alambique, uma febra assada nas brasas da lareira, uma generosa talhada de queijo mole pousada numa fatia de pão espanhol…
As fotos foram feitas no Sabugal, Vale de Espinho, Vila Boa e Pêga.
«Na Raia da Memória», opinião de Adérito Tavares
ad.tavares@netcabo.pt
«Imagem da Semana» do Capeia Arraiana. Ficamos à espera que nos envie a sua escolha para a caixa de correio electrónico:
capeiaarraiana@gmail.com
Data: Novembro.
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Local: Vila Boa.
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Legenda: Depois da vindima é tempo de «fazer a aguardente de bagaço» na alquitarra. Costume ancestral dos agricultores sabugalenses que aliam a produção de vinho, à geropiga e à aguardente de bagaço. Os lagares do concelho do Sabugal têm vindo a fechar pelos mais diversos motivos como a morte dos seus proprietários ou as exigências das autoridades alimentares.
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Autoria: Sónia Nobre Sanches.
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Militares da GNR do Posto Territorial do Sabugal, detiveram no dia 3 de Agosto, às 22 horas, dois indivíduos de nacionalidade romena, um do sexo masculino com 22 anos de idade e outro do sexo feminino com 17 anos, por crime de furto em estabelecimento comercial.
Segundo um comunicado divulgado pelo Comando Territorial da Guarda da GNR, os indivíduos utilizavam sacos forrados a prata onde colocavam os diversos artigos que pretendiam furtar, designadamente, artigos de beleza e perfumes, para ludibriar e não activar os sistemas de alarme existentes no estabelecimento comercial.
Após o alerta os suspeitos vieram ser interceptados na localidade de Vila Boa, concelho do Sabugal, tendo na sua posse dois sacos forrados a prata com os objectos furtados. Os mesmos foram notificados para comparecer no dia seguinte no Tribunal Judicial do Sabugal.
O comunicado informa ainda que o Núcleo de Investigação Criminal da Guarda da GNR apreendeu, no dia 3 de Agosto, 23 plantas de Cannabis Sativa e 182 sementes que se encontravam cultivadas num terreno na localidade de Alvendre, concelho da Guarda.
Esta investigação já decorria a algum tempo e permitiu a detenção, em flagrante delito, de um indivíduo de 22 anos de idade, estudante universitário, que foi presente a Tribunal. Foi-lhe aplicada a medida de coacção de Termo de Identidade e Residência.
plb
A Portaria n.º 412/2010, de 28 de Junho, renovou a zona de caça municipal da Serra do Homem da Pedra e a Portaria n.º 451/2010, de 29 de Junho, renovou a zona de caça municipal do Médio Côa, situadas no município do Sabugal.
Em 2004 foram criadas pelas Portarias nos. 142/2004, e 144/2004, de 12 de Fevereiro, as zonas de caça municipais da Serra do Homem da Pedra (2236 ha) e do Médio Côa (6116 ha), situadas no município do Sabugal. As concessões eram válidas por seis anos e a sua gestão foi transferida para o município do Sabugal que requereu as suas renovações.
O Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural o Secretário de Estado do Ambiente cumpridos os preceitos legais e no uso das competências delegadas pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pelo Despacho n.º 78/2010, de 5 de Janeiro, e delegadas pela Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território pelo Despacho n.º 932/2010, de 14 de Janeiro, publicaram em Diário da República as Portaria 412/2010, de 28 de Junho e 451/2010, de 29 de Junho, renovando as transferências das zonas de caça municipais da Serra do Homem da Pedra e do Médio Côa.
Zona de Caça Municipal da Serra do Homem da Pedra (2236 ha) – Terrenos cinegéticos sitos nas freguesias de Aldeia Velha, Alfaiates, Nave, Quadrazais, Soito e Vale de Espinho, todas no município do Sabugal.
Zona de Caça Municipal do Médio Côa (6116 ha) – Terrenos cinegéticos sitos nas freguesias de Aldeia da Ribeira, Badamalos, Bismula, Nave, Quadrazais, Rapoula do Côa, Rebolosa, Rendo, Ruivós, Ruvina, Sabugal, Soito, Vale das Éguas, Valongo do Côa, Vila Boa e Vilar Maior, todas no município do Sabugal.
Portaria n.º 412/2010, de 29 de Junho. Aqui.
Portaria n.º 451/2010, de 29 de Junho. Aqui.
jcl
A Casa do Concelho do Sabugal realiza no dia 29 de Maio, pelas 17 horas, a tradicional Capeia Arraiana do Campo Pequeno em Lisboa. Para além da divulgação e promoção da nossa tourada típica, o já histórico evento em Lisboa constituirá um momento de confraternização e de convívio entre os sabugalenses e amigos do concelho do Sabugal.

A primeira Capeia em Lisboa realizou-se 4 de Junho de 1978, na Praça de Touros do Campo Pequeno. O grande promotor do acontecimento de há 32 anos (convém nunca esquecer quem deu origem às coisas) foi o Francisco Martins Engrácia, natural de Vila Boa. Ele, apoiado por um conjunto de sabugalenses radicados em Lisboa, tornou realidade o que muitos consideravam impossível: lidar touros com o forcão no santuário da tauromaquia nacional.
A capeia de 1978 realizou-se a favor dos Bombeiros Voluntários do Sabugal (a única corporação da altura no concelho), para quem reverteram os ganhos financeiros com a iniciativa. Não era porém fácil levar a efeito uma realização desta natureza, que constituía uma autêntica aventura, a qual a maioria tinha medo de assumir. Porém a força e o querer de alguns sobrepôs-se ao pessimismo da maioria e a iniciativa avançou com a garantia dos elementos da comissão organizadora de que se houvesse prejuízo ele seria inteiramente assumido pelos membros da comissão.
A primeira capeia arraiana em Lisboa foi um enorme sucesso, com a adesão de milhares de sabugalenses e seus amigos, que fizeram um glorioso desfile desde a sede da Casa, na Av. Almirante Reis, até à praça de touros. E a iniciativa não morreu moura, antes vingou e passou a marcar o calendário anual, realizando-se sucessivamente.
O Campo Pequeno acolheu quase sempre a iniciativa. Isso apenas não sucedeu em 1986, em que a tourada com forcão foi para a Monumental de Cascais, dados os custos de aluguer incomportáveis que o Campo Pequeno exigia. Houve também um período em que o Campo Pequeno esteve em obras e tiveram forçosamente que se encontrar alternativas. Foi assim que, do ano 2000 a 2007 a capeia correu outras praças e outras localidades, realizando-se em Vila Franca de Xira, Sobral do Monte Agraço, Fernão Ferro e Moita.
Nesse período as touradas eram sofríveis enquanto convívios, pois não conseguiam cativar tanta gente. Porém em 2008 a capeia voltou ao Campo Pequeno, recuperando o misticismo e reconquistando a aderência de milhares de pessoas, muitas delas vindo de propósito do Sabugal e de outros pontos do país, e até do estrangeiro, de onde provêm alguns emigrantes sabugalenses.
Este ano a Capeia, cujo cartaz está ilustrado com uma formidável pintura do artista plástico Alcínio Vicente, de Aldeia do Bispo, voltará com toda a certeza a ser um momento de grande jubilo para os sabugalenses.
No dia 29 de Maio, sábado, às 17 horas, o encontro está marcado no Campo Pequeno em Lisboa. A Banda Filarmónica da Bendada, o Rancho Folclórico de Vila Boa, os Tamborileiros de Aldeia da Ponte, integram a festa que terá o seu atractivo principal na corrida dos touros com o forcão, ao estilo e ao sabor da raia sabugalense.
plb
O nome Joaquim Brázia confunde-se com a marca Robinil. A fábrica de sofás e móveis ocupa com todo o mérito, desde 1979, um lugar na história industrial do Sabugal. Mas o espírito de empresário levou-o a voos mais altos com a aposta no aeródromo da Dragoa. Um sonho dos sonhos de criança…
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Joaquim Brázia considera-se uma pessoa realizada principalmente por ter conseguido ficar a viver no Sabugal. Tem uma casa com localização privilegiada e considera ter uma qualidade de vida superior a muitas pessoas nas grandes cidades. «Não é só importante ter dinheiro. É necessário que esse dinheiro traga qualidade de vida. O único senão no Sabugal é o frio mas também esse tem os seus atractivos», diz-nos a iniciar a conversa.
Joaquim Brázia nasceu há 50 anos em Vila Boa. «Sou um ceboleiro», acrescenta, entre sorrisos, com ar orgulhoso. Foi para França dos quatro aos dez anos, voltou a Portugal e frequentou durante cinco anos o seminário de Tortosendo (onde conheceu o Agostinho da Silva do Jarmelo). Os sexto e sétimo anos do antigo liceu foram feitos no Sabugal.
«Fiz a recruta e especialidade em Vendas Novas e depois fui para Lisboa mas não gostei da vida militar. Foi uma desilusão para mim. Sai em 1980. Achei que o curso de linguísticas não me levava a nada e pensei em iniciar por conta própria um negócio de cozinhas. Cheguei a ter reservado um lote na zona industrial mas, entretanto, conheci a minha mulher Anabela Robi. O meu sogro, sócio da Robinil desde a sua fundação em 1979, entendeu propor-me a compra da quota em 1981 e a partir daí estive sempre no ramo do mobiliário», recorda Joaquim Brázia.
– A Robinil é uma marca associada ao fabrico de sofás…
– A Robinil oferece, fundamentalmente, o fabrico de estofo à medida. Temos conhecimento e maquinaria para fabricar modelos que os outros não conseguem executar. Temos duas lojas (Guarda e Castelo Branco) e a loja-fábrica no Sabugal. Até ao final de 2008 tivemos 20 funcionários. Actualmente somos 13 porque as encomendas baixaram muito e estamos a trabalhar abaixo da nossa capacidade.
– A Robinil tem estado presente em certames e exposições?
– Temos tido várias etapas. A primeira foi exclusivamente com a venda ao público para consumo local e numa segunda fase para revenda. Em 1993 fomos vítimas de um valente calote e decidimos regressar às origens e dinamizar mais a venda ao público com a abertura da loja da Guarda e posteriormente de Castelo Branco. O objectivo era concretizar um pentágono – ou não fosse Joaquim Brázia um homem da terra das cinco quinas – que incluía Covilhã, Viseu e Salamanca. Temos sempre na mente uma ponta do cordel que a qualquer momento pode ser puxada e que nos permite avançar e alcançar as nossas metas. A Espanha é atractiva porque tem uma diferença muito grande nos impostos em relação a Portugal. Tenho intenções de ampliar o negócio para Espanha ou para a França. Neste momento a dificuldade é encontrar um colaborador de confiança e bom profissional que promova os nossos produtos em terras francesas.
– A Robinil tem colecções próprias?
– Em 1992 investimos fortemente para ter colecções próprias e achámos que não nos podiam copiar porque tínhamos tecnologia de ponta. Comprámos na Alemanha uma máquina de costura muito avançada para a época que fazia dois pontos muito interessantes mas, passados dois meses, apareceram no mercado produtos iguais ao nosso catálogo de originais. Muito incomodados alterámos a nossa estratégia e agora temos como objectivo ter mais qualidade que os produtos idênticos que existem no mercado. A marca Robinil é reconhecida e adapta-se a todo o tipo de mobiliário.
– Agora as novidades duram cinco segundos na Internet…
– É verdade. Agora as novidades duram cinco segundos e nós temos é que dar resposta ao fabrico à medida. Qualquer cliente que nos visite com uma fotografia ou uma ideia sai da loja com os seus desejos concretizados à medida. Este ano fizemos publicidade no programa televisivo «Preço Certo» que é transmitido em Portugal e França. No mês de Agosto os emigrantes costumam deixar encomendas de um ano para o outro mas este Verão não alcançámos os nossos objectivos.
– Mas o empresário Joaquim Brázia não se limita a sonhar com a Robinil?
– Fora da fábrica não tenho nenhum hobby especial. Não sou caçador, não sou pescador. Mas compreendo a sua pergunta e vou contar-lhe como tudo aconteceu. Conheço o Tó Chûco [António Fernandes] há muito tempo. As várias obras de decoração nas discotecas que foi gerindo foram todas feitas pela Robinil. A última foi a «Crazy Apple» na Covilhã. Em Maio do ano passado estamos numa conversa de café no Mira-Côa e chegamos à conclusão que o Tó tinha sonhos iguais aos meus – voar. A partir daí criou-se uma empatia ainda maior e tudo «voou» a grande velocidade. O Tó já tinha licença de pilotagem, eu fui tirar o brevet a França e comprámos um auto-giro. Inicialmente escolhemos um terreno junto ao Parque Industrial do Espinhal mas como o processo estava um pouco demorado optámos pelo terreno com 750 metros de comprimento junto à estrada Ruvina-Nave. É um investimento totalmente privado. A determinada altura acusaram a Câmara de andar lá a meter máquinas. É totalmente mentira. O único apoio que tivemos da autarquia foi um autocarro que fez duas viagens para ir buscar os pilotos. Mais nada.
– Mas o aeródromo é uma janela de oportunidades para todo o concelho?
– O nosso objectivo é esse. O nosso projecto não está apenas no papel, já está no terreno. Os nossos investimentos têm sido avultados e agora esperamos que as entidades públicas estejam disponíveis para acordos de investimento na lógica público-privada. Os próximos passos são alargar a pista mais dez metros e proceder ao seu alcatroamento. Acreditamos que podem ser criadas condições para uma escola de voo, para um terminal de combate aos incêndios, para um serviço de táxi aéreo entre o Sabugal e Lisboa ou o Porto, para uma empresa de rent-a-car e para uma infinidade de actividades paralelas. Há muitos emigrantes que gostariam de vir de avião mas depois não estão disponíveis para fazer a viagem de carro até ao Sabugal.
– É mais uma solução para a desertificação…
– Se conseguirmos fixar à volta deste projecto 50 pessoas já me considero muito feliz. E tenho a certeza que periodicamente vêem muitas mais. Somos uma região turística com condições naturais espectaculares. O espaço envolvente ao aeródromo pode proporcionar, por exemplo, eventos de motocross. As infra-estruturas podem ser pensadas e adaptadas a muitas actividades desportivas.
Joaquim Brázia e Robinil. Duas referências sabugalenses.
jcl
Mão amiga arranjou-me mais algumas fotografias do Cortejo de Oferendas a favor do Hospital do Sabugal, que teve lugar em 1947 na vila do Sabugal.

O desfile onde participaram todas as freguesias do concelho percorreu as ruas principais da então vila.
Esta fotografia refere-se à representação de Vila Boa.
O público a assistir era muito. Nesta época ainda não tinha acontecido a grande vaga de emigração (sobretudo para França), que levou à perda de 60% dos habitantes do concelho. Essa vaga só surgiria na década de 1960.
Os homens mais velhos do público usavam chapéu. Era um adereço de moda, nesta época.
Vila Boa desfilou com crianças (que deveriam andar na escola e levavam cestos na cabeça), e um rancho de mulheres. Para acompanhar o rancho, musicalmente, Vila Boa fez-se representar por dois acordeonistas. Que tema musical estariam a tocar os acordeonistas?
Curiosamente, passados muitos anos (já no final do século XX) Vila Boa voltou a ter um Rancho Folclórico, que ainda hoje existe.
«Memória, Memórias…», opinião de João Aristides Duarte
akapunkrural@gmail.com
Estivemos à fala com José Luís Tomé, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa do Concelho do Sabugal. O ilustre sabugalense, natural da freguesia de Vila Boa, é o actual director da Biblioteca da Assembleia da República.
«Somos oito irmãos, filhos de Francisco Sanches e de Maria Luísa Martins Tomé. Eu fui o quinto a nascer. Dois vivem em Vila Boa e seis estão em Lisboa», começou por nos dizer José Luís Tomé.
«Fui para o Seminário dos Franciscanos, em Leiria e Braga, dos 10 aos 16 anos, até ao 6.º ano. Vim, depois para Lisboa em 1971 onde conclui o 7.º ano no Liceu D. Dinis. Licenciei-me em Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa e em 1990 frequentei uma pós-graduação em Ciências Documentais na Universidade de Coimbra», esclarece o presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa do Concelho do Sabugal.
Entrou para a tropa no dia 23 de Abril de 1974. Tirou a recruta na Escola Prática de Infantaria de Mafra e ficou com a especialidade de artilharia. Na noite de 24 os militares operacionais vieram para Lisboa e os recém-recrutas ficaram sozinhos no quartel. Foi, depois, colocado em Torres Novas (GACA-2), como oficial miliciano, onde esteve cerca de oito meses como oficial da Polícia Judiciária Militar. Deu instrução nas Caldas da Rainha e foi colocado no Terreiro do Paço nos serviços do Exército.
Casado com Josefa Tomé (a Pepa), também ela natural de Vila Boa, têm dois filhos. Mas… «quando casei, em 1980/81, a minha mulher era professora na Liceu Nacional de Bissau. Eu, na altura, já era funcionário público, pedi para ir dar aulas de português e fui com ela para a Guiné-Bissau».
José Luís Tomé pertenceu ao INE-Instituto Nacional de Estatística entre 1972 e 1988. «Em 1988 concorri para os quadros da Assembleia da República e passei a funcionário da Biblioteca do Parlamento, descendente da Biblioteca das Cortes. Em 1993 assumi a chefia dos serviços». Actualmente ocupa o cargo de director da Biblioteca da Assembleia da República e é responsável por diversos serviços em suportes papel e informático.
Entre 2001 e 2004 foi professor auxiliar na Universidade de Aveiro no mestrado de gestão de informação, uma actividade que recorda com saudade mas que foi obrigado a deixar em consequência da excessiva carga horária multiplicada pelas muitas deslocações que era obrigado a fazer durante a semana. «Talvez um dia quando estiver reformado possa voltar a pensar nisso», desabafa.
Assumiu a responsabilidade do cargo de Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa do Concelho do Sabugal porque o seu nome foi indicado como um dos raianos a viver em Lisboa que poderia contribuir para ajudar a «salvar» a Casa da problemática situação em que se encontrava no final de 2007.
«A situação em que se encontrava a Casa, tal como me foi apresentada, não me deixou muita margem de manobra. Percebi que tinha a obrigação de contribuir e não podia dizer que não», recorda o actual presidente da Mesa da AG.
«Vivi em Vila Boa até aos 10 anos mas, esses tempos marcaram-me para toda a vida. Fiz o exame da 4.ª classe no Sabugal às nove horas. Tempos terríveis. O mestre foi implacável no marcação do exame. Como a camioneta passava mais tarde tivemos que ir a pé para estar lá à hora marcada», relembrando, com mágoa, a intransigência e a falta de humanismo desses tempos.
Desses tempos recorda Manuel Chapeira de quem os os pais eram muito amigos e uma senhora dos Fóios que passava por Vila Boa a vender mercadoria de contrabando e pernoitava sempre lá em casa.
As capeias arraianas terminaram em Vila Boa após a morte de um senhor da terra. José Luís Tomé é um fervoroso adepto das touradas raianas. «Pegava sempre ao forcão», afirma com orgulho.
E a finalizar: «E claro! Sou confrade do Bucho Raiano!»
Soube bem conversar com José Luís Tomé. É um interlocutor inteligente, com as ideias arrumadas, ou não fosse ele bibliotecário, sentindo-se aqui e ali nas suas palavras a paixão pelas terras raianas. O tempo passou tranquilo ocupado pelas referências à vida deste sabugalense que reside e trabalha em Lisboa.
jcl
A «Imagem do dia» e a «Imagem da Semana» são dois destaques em imagens sobre acontecimentos, momentos ou recordações relevantes. Ficamos à espera que nos envie a sua memória fotográfica para a caixa de correio electrónico: capeiaarraiana@gmail.com
Local: freguesia de Vila Boa, concelho do Sabugal.
Legenda: Fogueira do madeiro na noite de consoada cumprindo a tradição nas aldeias beirãs.
Autoria: Kim Tutatux.
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Celebrou-se no dia 28 de Julho o «Dia dos Avós». Este ano, a convite da Câmara Municipal de Sabugal, os palcos da comemoração foram as piscinas de Vila Boa e o recinto de Santo Antão.
Às 10 horas começaram a chegar às piscinas, reservadas para o efeito, as carrinhas das várias instituições de apoio a idosos do concelho e, pouco tempo depois, já se encontravam reunidos mais de 200 «avós», acompanhados pelos representantes dos lares e centros de dia, que se mostraram encantados com as nossas instalações de lazer.
A manhã passou num ápice, mas com muita alegria e confraternização. Por volta do meio-dia e meia, os utentes das 16 instituições presentes rumaram para o terreiro de São Antão, onde foi servido o almoço confeccionado pelo Restaurante Flor da Raia.
Seguiram-se momentos de descanso e lazer e, às 15 horas, todos os participantes assistiram à missa. No final da celebração foram cantados, com muito entusiasmo e alegria, os parabéns ao pároco de Vila Boa, António Dias Domingos, por fazer, precisamente nesse dia, 51 anos de ordenação de sacerdote.
Foi com muito carinho e, para alguns de nós, com muita saudade, que se prestou a justa homenagem àqueles que, depois de uma longa caminhada de sacrifício e trabalho, são ou foram os pais dos nossos pais.
António Dinis
Morreram mais duas cegonhas electrocutadas num poste de alta tensão em Vila Boa. O acidente deu-se no dia 7 de Julho, segunda-feira, e a Junta de Freguesia contactou a Reserva Natural da Serra da Malcata, que tomou conta da ocorrência e removeu os corpos das pobres aves.
Todos os anos, cegonhas morrem na freguesia de Vila Boa e quase sempre no mesmo poste de alta tensão, só porque são incautas, teimosas, irresponsáveis e nunca mais aprendem. Insistem em empoleirar ali. Por que motivo será?
É evidente que as cegonhas não têm nenhuma ideia de quais são os locais onde é perigoso pousar. Como não têm competência para identificar os perigos do progresso, descansam, a caminho dos ninhos, no sítio mais elevado, provavelmente, porque se julgam aí mais seguras ou porque têm uma perspectiva mais alargada do espaço.
É assim que as cegonhas procuram a morte e, às vezes, até provocam apagões, com todos os prejuízos que isso tem para as próprias aves, para a espécie, que até está protegida por lei, para a EDP e para os consumidores de energia eléctrica.
Mas então, não há forma de evitar ou, pelo menos, reduzir estes danos? Talvez os cabos eléctricos estejam a ser colocados demasiado próximos uns dos outros, o que permite a estas aves de maior envergadura contactarem com dois em simultâneo, provocando-lhes a electrocussão imediata. Talvez se pudessem isolar os cabos, nos locais de maior afluência desta espécie, talvez fosse possível afastar mais os cabos, talvez…
As soluções não serão fáceis nem economicamente baratas, mas elas existem, com certeza. Cabe a quem de direito procurar as medidas adequadas.
Veja também a página oficial de Vila Boa: www.vilaboa.juntafreguesia.com
António Dinis
Duas pedras esculpidas, em forma de garrafa, foram recentemente roubadas por desconhecidos do muro que rodeia o cemitério da freguesia de Vila Boa no concelho do Sabugal.
Na tarde do dia 5 de Maio, elementos da Junta de Freguesia de Vila Boa aperceberam-se que tinham desaparecido duas pedras que ornamentavam o muro de vedação do cemitério da aldeia.
As pedras trabalhadas encimavam os cantos do muro do lado da Estrada Nacional 233-3. O furto terá sido realizado durante a noite, não sendo possível precisar a data em que ele ocorreu. Contudo, no dia 2 de Maio, idêntico fenómeno foi detectado no cemitério da Rebolosa, uma aldeia que dista cerca de dez quilómetros de Vila Boa. Tudo leva a crer que os roubos tenham sido cometidos pelos mesmos indivíduos e, talvez, na mesma noite.
A Junta de Freguesia de Vila Boa apresentou queixa crime contra desconhecidos, no Posto da GNR do Soito, logo que teve conhecimento do furto. A possibilidade de recuperação das referidas pedras não é de descartar, já que podem ser facilmente identificadas. Ambas têm a configuração desta, que está desaparecida, e que se pode visualizar, com alguma nitidez, na imagem.
Este acontecimento apanhou de surpresa os habitantes de Vila Boa, já que a pacatez e a tranquilidade que se goza por estas paragens não costuma ser perturbada por actos como este, que tem tanto de tão insólito, como de criminoso. Agora, até pedras se roubam! É caso para desabafar: Ao que chegámos! Já nem há respeito por locais sagrados, nem tão pouco pelo património de um povo.
António Dinis
Estes actos deixaram de ser isolados para terem que ser analisados como roubos de uma quadrilha organizada e com capacidade para movimentar pedras pesadíssimas. Fica evidente que os larápios têm que utilizar maquinaria e camiões que, no entanto, mesmo a coberto da noite provocam barulho. A facilidade com que tudo isto acontece é espantosa. É altura de alertar as populações para estarem atentas durante a noite a ruídos estranhos porque esta gente pode não ficar por aqui. O património da nossa identidade está a saque e será importante saber o que pensam as autoridades deste preocupante fenómeno.
jcl
A procissão do Senhor dos Passos realizou-se na Sexta-feira Santa, dia 21 de Março, na paróquia de Vila Boa. Para o efeito, as ruas vestiram-se de arcos floridos e decoraram-se com nichos, espécie de pequenas capelas, que são verdadeiras obras de arte popular e de cultura religiosa.
Esta celebração quaresmal, de profunda devoção popular, teve início pelas 15 horas, na igreja paroquial, e percorreu as principais ruas da freguesia.
O povo, que acorreu em massa, acompanhou o «Salvador» no seu caminhar de dor e de sofrimento desde a sua condenação até à morte e sepultura, entoando um cântico monótono e doloroso, só suspenso pela voz da Verónica, a lembrar a todos quão grande foi o sofrimento de Cristo.
Dos sermões que fazem parte desta cerimónia, destaca-se o Sermão do Encontro, que teve lugar no Largo da Praça. Aqui ocorre o encontro, sempre emotivo, do andor do Senhor dos Passos com o da Nossa Senhora das Dores e o de S. João, numa simbologia do encontro de Cristo com sua Mãe, a caminho do Calvário. É também aqui que o cortejo litúrgico se torna especialmente comovente, atingindo o auge da dor. Para este clima de sofrimento e de veracidade muito contribui o talento do Padre José Sanches, cujos dotes de pregador são unanimemente reconhecidos.
As cerimónias terminaram na igreja, com o Padre José Sanches, visivelmente emocionado, a agradecer a todos aqueles que tornaram possível, uma vez mais, a realização dos Passos em Vila Boa e a apelar para que estes verdadeiros testemunhos de fé cristã se repitam e para que as tradições, que são a identidade de um povo, não se percam.
No Domingo de Páscoa, o Padre António, pároco da freguesia, repetiu os agradecimentos e lançou um desafio. É sabido que em Vila Boa – dizia ele, mais ou menos nestes termos – existem grandes pedreiros, cuja fama ultrapassa as fronteiras da aldeia e até do concelho. Então, por que não aproveitar esta mais-valia para se construirem nichos em granito. Os passos processionais de Vila Boa teriam, assim, carácter de monumentos e, sobretudo, ficariam ad eternam, a fazer história e a relembrar às gerações vindouras que a freguesia soube honrar as tradições.
E por que não? – perguntamos nós – Então não dizia Fernando Pessoa: «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce»?
António Dinis
(continuação). A freguesia de Vila Boa é uma das mais antigas povoações do concelho do Sabugal. Situa-se junto de uma pequena ribeira afluente da margem direita do rio Côa e dista cerca de 10 quilómetros da sede do concelho e a igual distância da fronteira. Ermelinda Chorão faz uma visita guiada pela sua terra natal.
O Centro de Dia de Vila Boa (na foto) é uma obra de enorme alcance social e humanitário que presta variados serviços às pessoas idosas. O edifício possue um enorme salão para reuniões e convívios e a sede da Associação da Acção Social e Cultural «Os Vilaboenses»
Existem em Vila Boa vários construtores civis. Eis os seus nomes: os irmãos Manuel, Jacinto, Joaquim e Armando Santos, Horácio Reis Vaz, Vítor Fernando Fortuna, João Henrique Ferreira e Alfredo Alves Monteiro. As carpintarias com excelentes instalações são três: Florêncio Alves (5 trabalhadores), Joaquim André (4) e José M. F. Pinheiro (1). Existe, ainda, uma serralharia pertencente a Alexandre Morgado considerada uma oficina de referência do concelho, pelos seus trabalhadores de qualidade, executando a decapagem dos materiais.
A padaria (incluindo mercearia) é propriedade de Manuel Martins Tomé onde é fabricado bom pão e belas filhoses. Existem dois cafés com mercearia pertencentes a Manuel Cruz e a António Martins Tomé.
A estância de materiais de construção pertence a Arménio Gonçalves e dispõe de um vasto espaço onde estão expostos os materiais para venda.
A freguesia possui um belo espaço de lazer com duas piscinas (na foto), para maiores e mais pequenos, onde no Verão os frequentadores passam momentos maravilhosos.
O ringue de futebol de cinco é servido por excelentes balneários e um bar.
O rancho folclórico, fundado em 1977, é constituído por numerosos elementos que actuam na aldeia, nas redondezas e até já em França.
No sítio da Murganheira existiram duas fábricas de cobertores e tecidos grossos que na época tiveram papel preponderante na produção dos mesmos. Foram proprietários das mesmas a família Borges. Actualmente encontra-se em ruínas.
À entrada de Vila Boa, vindos de Rendo, está instalada uma fábrica de laticínios – Lactibar – onde trabalham muitas pessoas. Possui, também, um posto de vendas de vários produtos. Em frente à fábrica existe um restaurante denominado «Flor da Raia» pertencente a João Henrique Ferreira.
Ermelinda Chorão
A freguesia de Vila Boa é uma das mais antigas povoações do concelho do Sabugal. Situa-se junto de uma pequena ribeira afluente da margem direita do rio Côa e dista cerca de 10 quilómetros da sede do concelho e a igual distância da fronteira. Ermelinda Chorão faz uma visita guiada pela sua terra natal.
As festas religiosas do Santíssimo Sacramento realizam-se, anualmente, no terceiro domingo de Agosto. Neste ano de 2007 irão ocorrer nos dias 19 e 20 sendo mordomos José Manuel Fernandes Pinheiro, Alfredo Alves Monteiro, Armando Sagaz dos Santos e Francisco M. Folgado. A parte religiosa, consiste na celebração de missa, procissão pelas ruas da povoação, acompanhada de banda de música. A parte profana é preenchida com artistas, ranchos folclóricos e grupos musicais com bailes pela noite dentro até de madrugada.
À Ermida de Santo Antão (na foto) deslocam-se, anualmente, no dia 17 de Janeiro inúmeros devotos, para honrar o Santo participarem na procissão à volta da capela e conviverem, saboreando a tradicional chouriça assada e petiscos variados ao som de um conjunto musical. O espaço possue boas infraestruturas com mesas e bancos de granito e um espaçoso forno. Tradicionalmente os peregrinos jovens e menos jovens passam a noite de 16 para 17 na ermida acompanhados por boa comida e boa bebida. Vale a pena experimentar. Mordomos para 2008: Jorge Miguel Tracana, Augusto Manuel Pinheiro Martins e Florentina Carmina. Destaca-se como sentinela uma frondosa amoreira centenária. É um espaço agradável para ser visitado.
Na Ermida de São Gregório os festejos realizam-se anualmente no quarto domingo de Maio. Em 2007 a data marcada é 27. Situado quase a 900 metros de altitude é um local aprazível, com vistas maravilhosas. Todos os anos inúmeros devotos deslocam-se à ermida para conviverem, levando os seus farnéis. Na parte da manhã celebra-se missa com procissão à volta da capela. São mordomos para 2007: Manuel António Folgado e Armando Sagaz.
Uma pequena capela do Senhor dos Passos situa-se no lugar da Praça onde na Páscoa se realiza a procissão dos Passos. São mordomos para o ano de 2007 Alberto Silva e Maria do Carmo Pinheiro. (continua).
Ermelinda Chorão
António Chorão é uma das figuras incontornáveis da nossa região. Nascido em Aldeia da Ponte, casado com Ermelinda Chorão, de Vila Boa, vivem em Lisboa mas sempre se mantiveram ligados ao concelho.
É intenção deste projecto dar a conhecer figuras marcantes das nossas terras e nesse propósito era obrigatório estar à fala com um dos grandes aficionados da Capeia Arraiana.
Teve papel preponderante na construção da praça de toiros de Aldeia da Ponte, a primeira do concelho e um dos seus ex-libris.
Lançou há 21 anos, em conjunto com Oliveira Manso e José Manuel Gusmão, o festival «Ó Forcão Rapazes!» que reúne em compita nove aldeias raianas.
Colaborou no lançamento do projecto do Lar de Santo Cristo e foi membro fundador da Associação dos Amigos de Aldeia da Ponte.
No decorrer da conversa elegeu como uma das suas iniciativa mais marcantes na acalmia da vida a «Loja da Burra» na sua casa em Vila Boa. Espaço de reunião para amigos que tem como lema: «Viva a velha amizade arraiana e abaixo a sacanagem.»
Foi um dos 12 fundadores, em 2006, da Associação dos Antigos Estudantes da Guarda com sede na Casa das Beiras em Lisboa.
Actualmente, após superar alguns problemas de saúde que o apoquentaram, vive com carácter e verticalidade continuando o convívio com os amigos em almoços fraternais.
jcl
A freguesia de Vila Boa tem ao longo do ano diversas festividades religiosas. A 17 de Janeiro sai à rua a imagem de Santo Antão.
No terceiro domingo de Agosto aproveitando as vacances de Verão dos emigrantes há festa rija em Vila Boa. São as festas do Santíssimo Sacramento. O calendário marca ainda São Gregório, no quarto domingo de Maio e Nossa Senhora dos Prazeres no domingo a seguir à Páscoa. São Pedro é o orago da freguesia.
No tempo do frio, a 17 de Janeiro, com menos participação popular, comemora-se o dia de Santo Antão neste povoado situado junto a uma pequena ribeira afluente do rio Côa. A sede do concelho, Sabugal, fica à curta distância de dez quilómetros.
jcl
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