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O Capeia Arraiana está a publicar as contratações da Câmara Municipal do Sabugal e de outras entidades que, por ajuste directo, envolvam o concelho sabugalense entre Janeiro e Novembro de 2012. As regras da contratação pública previstas no Código dos Contratos Públicos aplicam-se a todo o sector público administrativo tradicional: o Estado, as Autarquias Locais, as Regiões Autónomas, os Institutos Públicos, as Fundações Públicas, as Associações Públicas e as Associações de que façam parte uma ou várias pessoas colectivas referidas anteriormente.

OUTUBRO DE 2012

:: 01-10-2012 ::
Descrição: Execução da rede primária das faixas de gestão de combustivel na Freguesia de Vila do Touro (Sabugal).
Adjudicante: Freguesia da Vila Touro
Adjudicatário: Fortunato Canhoto Construções, Lda.
Preço Contratual: 83.476,70 €

:: 01-10-2012 ::
Descrição: Serviços de Consultoria – Programa de Empreendedorismo e Inovação Rural do concelho do Sabugal.
Adjudicante: Município do Sabugal
Adjudicatário: Visão & Valores, Unipessoal, Lda.
Preço Contratual: 24.900,00 €

:: 02-10-2012 ::
Descrição: Trabalhos de manutenção do relvado do Estádio Municipal.
Adjudicante: Município do Sabugal
Adjudicatário: João Artur Robalo da Teresa
Preço Contratual: 7.670,00 €

:: 16-10-2012 ::
Descrição: Manutenção e recuperação de galerias ripícolas nas ribeiras de Quintas de São Bartolomeu (Sabugal).
Adjudicante: Freguesia das Quintas de São Bartolomeu
Adjudicatário: Fortunato Canhoto Construções, Lda.
Preço Contratual: 23.742,40 €

:: 17-10-2012 ::
Descrição: Fornecimento de gás propano a granel e respetivas instalações de armazenamento.
Adjudicante: Município do Sabugal
Adjudicatário: Spelta – Produtos Petrolíferos, Lda.
Preço Contratual: 69.300,00 €

:: 17-10-2012 ::
Descrição: Protocolo/Contrato Serviço Público – Rede Integrada de Transportes do concelho do Sabugal (Serviço Público/Transporte Escolar), com inicio em 01/10/2012 até 30/09/2015..
Adjudicante: Município do Sabugal
Adjudicatário: Viúva Monteiro & Irmão, Lda.
Preço Contratual: 2.736.486,09 €

:: 31-10-2012 ::
Descrição: Prestação de serviços jurídicos.
Adjudicante: Município do Sabugal
Adjudicatário: Paulo Almeida & Associados – Soc. Advogados, R.L.
Preço Contratual: 5.000,00 €

O Código dos Contratos Públicos criou o Observatório das Obras Públicas e o sistema de informação dos contratos de bens e serviços, incumbindo-os de acompanhar e avaliar a contratação pública. São ferramentas essenciais para o aperfeiçoamento de opções e para a promoção de boas práticas.
jcl

O concelho do Sabugal é geograficamente trimorfe, economicamente biforme e historicamente policéfalo.

Manuel Leal Freire - Capeia ArraianaA policefalia resulta do facto de o nosso concelho, na sua actual definição territorial, abranger freguesias que até às ultimas reformas de JOSÉ DA SILVA PASSOS, pertenceram umas aos extintos municípios de SORTELHA, TOURO — a vila do Touro —ALFAIATES e VILAR MAIOR, todas as que já lhe pertenciam, e, ainda, uma, a de CERDEIRA DO COA, do desaparecido termo de CASTELO MENDO.
Como se sabe, com a irrupção do liberalismo e queda do ANTIGO REGIME, MOUSINHO DA SILVEIRA deu início a uma série de reformas marcadamente iconoclastas, porque todas elas tendentes a destruir o passado, cortando com a tradição.
Os seus principais executores receberam ápodos que a História registou e, de algum modo, sintetiza a obra de extinção por eles promovida.
V. g.
JOAQUIM ANTONIO DE AGUIAR — O MATA FRADES
Responsável pelo confisco dos bens da Igreja Católica, o encerramento dos conventos, a expulsão dos religiosos.
BENTO PEREIRA DO CARMO — O RASGA BANDEIRAS
Que decretou o fim das corporações de artes e ofícios, também conhecidas por grémios ou bandeiras e das Santas Casas da Misericórdia, nacionalizando a de Lisboa, que nunca mais recuperou o estatuto de associação de fiéis católicos, transformando-se em ludolândia ou seja em instituto nacional de jogos.
E, para o caso de que agora tratamos, o DEGOLA CONCELHOS que extinguiu cerca de oitocentos concelhos.
Só no distrito da Guarda, acabou com oitenta e seis, reduzindo a catorze os cem preexistentes.
Frise-se que o nome PASSOS JOSÉ serviu para o caracterizar relativamente a seu irmão — PASSOS MANUEL, que teve uma muito meritória acção nos domínios da escolaridade.
De resto, também a reforma administrativa personificada em Passos José foi muito positiva, adequando o número de concelhos a uma nova realidade baseada em vários pressupostos, designadamente na substituição dos caminhos de ferradura pelas novas vias, com o encurtamento dos tempos de viagem.
Já se anuncivam as vias férreas.
E o caminho beirão de São Tiago só não foi aproveitado como novo itinerário por o PADRE PAULO, grande terratenente em Aldeia da Ponte, temer cortes nos seus agros e perversões nos paroquianos.

Um território trimorfe
Consabidamente, é o concelho do Sabugal de grande extensão territorial.
Não tanto, é certo, como o de Odemira, que dizem ser o maior da Península, ou sequer o de Idanha-a-Nova, nossa vizinha porque apenas separadas por terras de Penamacor.
Mais pequenos do que estes dois, é, no entanto superior em área a noventa e oito por cento dos outros municípios.
Além disso, tem a particularidade de abranger três zonas fortemente diferenciadas — uma de montanha, outra de planalto e a terceira com características de cova.
A primeira encosta-se a Espanha e ocupa os contrafortes portugueses das regiões salamantinas de Francia e Gata, do lado de cá chamados genericamente Serra de Malcata, embora com subdenominações interessantes, v g das Mesas, baseado no encontro de quatro bispos — da Guarda, de Pinhel, de Coria e de Cidade Rodrigo — todos lado a lado, mas cada um num banco de pedra incrustado na sua área de jurisdição.
A zona de planalto abrange a parte restante dos antigos concelhos de cima Coa que o do Sabugal presentemente integra.
A zona de cova tem por epicentro o Casteleiro e assume as características que os geógrafos costumam congregar no conceito de TERRA QUENTE DO NORTE.
Até por oposição á anterior tipicamente TERRA FRIA DO NORDESTE.
Quem se achar interessado em aprofundar esta genérica conceptualização, pode fazê-lo através de três autores sabugalenses — todos eles, no entanto, da zona serrana:
o geógrafo CARLOS MARQUES, de Vale de Espinho.
O romancista NUNO DE MONTEMOR, nascido em Quadrasais.
O poliígrafo PINHARANDA GOMES, também quadrasenho.
Este nome ressuma a COA, de CUDA.
E as relações com a montanha, para nós sacralizada vieram para o Cancioneiro.
O lugar de Quadrasais
Ao fundo da terra fica

Ler «Maria Mim», ou até «Crime de um Homem Bom», do segundo, «O Motim do Aguilhão no Sabugal» ou «Práticas de Etnografia», do terceiro, e, sobretudo, «A Bacia Hidrográfica do Coa», do primeiro, para além de um enorme prazer espiritual, ganhará excelências de conhecimento.

Economicamente marcado pelas assimetrias morfológicas nuns casos, noutros pelas influências espanholas, biforme no mínimo, poliforme em boa parte.
Como economia de subsisteêcia, baseada numa quase sempre deficiente exploração agro-pecuária, se terá de classificar a que secularmente se viveu no concelho.
Dos cereais panificáveis só o centeio, semeado por todas as freguesias, em regime de folhas, é que se produzia de modo a cobrir as necessidades locais.
O trigo, afora os barros do Soito, resumia-se a pequenas belgas, que apenas davam para uma pastelaria, singelamente pobre.
A cevada, a aveia, o milho, cultivavam-se sobretudo como forraginosas, poucas dando grão.
Não se usava pão de milho.
O grosso mal chegava para as sementeiras, revertendo o sobrante para as papas, gordas ou doces,consoante a maré.
E o miúdo, por aqui chamado painço, ia para o bico dos pintainhos, amorosamente chocados e desemburrado
A grande cultura era a da batata que cobria todo o agros que dispusesse de alguma àgua para rega e até o sequeiro cuja humidade desse algumas garantias.
Entremeando, espetavam-se feijões que generosamente — muito mais que o cem por um dos evangelhos — pagavam o desvelo.
E nos tornadoiros, cresciam alfaces e beterrabas porqueiras ou agigantavam-se abóboras.
Mas eram as batatas e feijões que asseguram a entrada no orçamento familiar de alguma moeda corrente.
O regadio, para além de cobrir as necessidades de hortícolas, contribuía para o passadio dos gados com carradas de nabos e muitos feixes de ferrã.
O mato, para além de prover o forno e o lar, contribuía pelas ramadas verdes para alimentação de cabras e ovelhas e pela folhagem seca — caruma e ramalhos — para camas e esterqueiras, no que também ajudavam muito os giestais.
Os proprietários de mais geiras podiam ainda extrair mais proventos pela venda de madeira — freixo, carvalho e pinho, sendo de acrescentar que o último, pela sangria de resinagem alguma coisa rendia e mais renderia, se não fora a cupidez das empresas e a manigãncia dos operadores locais.
Algumas manchas florestais da azinheira, por aqui chamada carrasco, permitiam, quando de maior extensão, o porco de montado.
Aliás, mesmo isolada, apanhava-se-lhe a lande bolota ou boletra, dizíamos, para a engorda, no que competia com o roble, segundo o Cancioneiro, árvore de excelência.
Pois,
Não há pau como carvalho
Que dá num ano quatro frutas
Dá a bogalha, o bogalho
Bolotas e maças-cucas

Mas isto, observam os de idade e saber, são tretas, que árvore a sério é o castanheiro.
Para além dos muitos contos de reis vindos para o concelho pela castanha vendida para fora, foi ela que evitou a fome e varreu a tuberculose.
Crua, cozida, em caldo.
Transformada em pão…
E também contribuía para a lírica, até mordaz:

Menina, já que as castanhas
Lhe são tão apreciadas
Por artes ou artimanhas
Vou-lhe dar duas piladas

E se achar poucas as duas
Eu juro por minha fé
Dar-lhe não apenas duas
Mas três, quatro ou mais até…

«O concelho», história e etnografia das terras sabugalenses, por Manuel Leal Freire

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Inicia-se hoje a edição de mais uma coluna assinada pelo escritor raiano Manuel Leal Freire no Capeia Arraiana, designada «O concelho», na qual abordará temas históricos e etnográficos do concelho do Sabugal. Esta rubrica terá edição quinzenal, alternando com a crónica «Terras do Jarmelo» de Fernando Capelo.
Com esta nova crónica, Manuel Leal Freire passa a assinar quatro colunas no «blogue de todos os sabugalenses», a saber: «Poetando» (ao domingo), «O concelho» (à quarta-feira), «Caso da Semana» (à quinta-feira) e «Politique d’Abord – Reflexões de um politólogo (ao sábado).

plb e jcl

A Câmara Municipal aprovou o plano anual de mercados e feiras a decorrer no concelho do Sabugal durante o presente ano de 2012. Muitas terras de pequena dimensão, em termos de moradores permanentes, conseguem manter o seu mercado mensal e a sua feira de ano, demonstrando por essa via a sua vitalidade.

Feiras (chamadas feiras de ano), por terem data de realização todos os anos e não mensalmente, como sucede com os mercados:
Badamalos: 24 de Agosto.
Casteleiro: 10 de Fevereiro, 10 de Maio e 10 de Novembro.
Quadrazais: segundo domingo de Agosto.
Rebolosa: 25 de Novembro.
Ruivós: segundo fim-de-semana de Março.
Ruvina: segunda-feira de Pascoela.
Sabugal: 29 de Junho.
Santo Estêvão: 15 de Março e 25 de Setembro.
Soito: primeiro domingo de Agosto.
Vilar Maior: 17 de Agosto.

Mercados, de realização mensal:
Aldeia do Bispo: primeira terça-feira.
Aldeia da Ponte: primeira segunda-feira.
Alfaiates: segunda quinta-feira.
Bendada: dia 12 de cada mês e às quartas-feiras entre os dias 22 e 29.
Bismula: último dia do mês.
Casteleiro: dia 10 de cada mês.
Fóios: último sábado.
Pousafoles do Bispo: segundo domingo.
Sabugal: primeira quinta-feira e terceira terça-feira.
Santo Estêvão: última quinta-feira.
Soito: quarta terça-feira.
Vale de Espinho: segundo sábado.
Vila do Touro: terceira quinta-feira

Os mercados e as feiras são sinais de vitalidade para a sede de concelho e para as freguesias que ainda os conseguem manter. Para além disso são geralmente de grande utilidade para as pessoas, que assim têm à porta um conjunto de bens essenciais que doutra forma teriam que ir comprar longe.
plb

Ir ao mercado foi um acontecimento que me fascinou desde criança. Na minha terra natal, Bismula, concelho do Sabugal, no fim de cada mês realizava-se este evento comercial, onde o meu irmão Manuel José Fernandes vendia todos os melões do meloal, propriedade do meu pai, enquanto o meu irmão Francisco Alves Monteiro vendia pão espanhol, que era muito apreciado naquela zona arraina.

Nas aldeias vizinhas de Alfaiates, Miuzela e Vila do Touro, calcorreei caminhos com o meu progenitor José Maria Fernandes Monteiro, levando animais e produtos agrícolas para vender. Os mercados mensais eram os eventos mais importantes da transacção de mercadorias e produtos. O meu primeiro fato que levei em 1958, para a Escola Apostólica de Cristo Rei em Gouveia, dirigida por padres alemães, foi comprado no mercado de Alfaiates. Em Vila do Touro comi a melhor carne assada pelo meu conterrâneo António Joaquim Videira, que estava um pouco acanhado, mas as ordens da autoridade da freguesia, são neste caso, para se cumprirem. Na Miúzela saboreei umas belas sardinhas, acompanhadas com água, porque era-me proibido beber o vinho famoso daquela região. Era bom ir ao mercado porque sempre folgavam as nossas costas do trabalho rural, sempre se convivia, comia-se com mais gosto, compravam-se mercadorias e animais de quatro patas.
O Mercado mensal do Fundão é um acontecimento regional de grande importância comercial, social, económica, de encontros e desencontros e de convívio das gentes do concelho, extensivo aos Concelhos da Covilhã, Belmonte e Castelo Branco. Ali se cruzam muitas e diversas mercadorias, mas acima de tudo as pessoas.
Entro pelo lado nascente e olha-se para o placard da necrologia para saber se uma pessoa familiar ou amiga faleceu. Desta vez lá estava o amigo Filipe de Sousa Monteiro, mestre na arte da serralharia, na Firma Miguel Reis do Fundão e na Cerâmica de S. Pedro em Alcaria, que desceu à terra pelas 16h30 em Aldeia de Joanes.
Junta-se o amigo alentejano que há tempos não via e lá se veio lamentar de umas dores que não o largam. Seguimos para o espaço do mercado. Conta-me uma história da sua juventude, ao passarmos por uma jovem muito bonita e a beleza feminina é para ser admirada. Trabalhava na Carris e tinha uma meia casinha alugada na Mouraria. Um dia deu abrigo a uma moura, que tinha perdido o marido recluso numa Cadeia da Capital por desfalques a uma empresa de venda de automóveis. Como trabalhava por turnos autorizou-a a dormir na sua cama. Queria respeitá-la, mas um dia de muito frio a sua amiga convidou-o para entrar no vale dos lençóis. O aquecimento recíproco foi deveras proveitoso. Passados meses parecia que a relação podia dar frutos menos desejáveis e de pronto-socorro alguém interveio. Um amigo deu-lhe uma caixa de preservativos e nunca mais teve problemas, inclusive com a dona da casa que tinha o marido lá para as Minas de São Domingos no Alentejo, ficando tudo em família. Ainda hoje ouvi na comunicação social que os Portugueses dão meças ao mundo. Ainda bem!
Enquanto avançávamos e nos cruzávamos com novos e velhos, com reformados ou gente desenfiada que devia estar no seu posto de trabalho, talvez dispensada pelos seus chefes, o meu amigo alentejano conta-me outra história. Há dias entrou numa dessas Igrejas, onde um Pastor gritava que estava a chegar a hora do milagre e que todos deviam colocar a mão no local onde tinham as suas maleitas, requerendo a intervenção divina. A mulher colocou a mão no coração e ele no meio das pernas. Esta maleita chamou-lhe a atenção, porque o referido Pastor faz alguns milagres, mas não ressuscita instrumentos mortos há muitos anos.
Vamos caminhando por meio das tendas de trapos, roupas, sapatos…Algumas estão cheias de mulherio que se acotovelam para comprar roupas de uso pessoal, enquanto ali perto uns carteiristas espreitam uma distracção para dar um golpe fatal, e eu encontrei lá dois que foram clientes no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco. De um lado grita-se «aqui é tudo barato, é quase dado, ó freguês, ó freguês, venha ver a qualidade da nossa mercadoria e veja os nossos preços, venha ver as nossas roupas para a criançada, venham, venham, não tenham vergonha de comprar barato». Vejo um vendedor de altifalante em punho como estivesse num comício político, a procurar vender pijamas e roupa interior, e graças aos apelos de compra tinha a sua banca repleta de clientes. Era um formigueiro humano. O som é importante, não é por acaso que junto às Igrejas existem campanários com sinos, para chamar os cristãos às liturgias.
Numa tenda de etnia cigana discutiam-se assuntos de religião, o jejum, a Quaresma, caso muito estranho, e fiquei a saber pela voz do dono daquela banca, que é nesta altura que os cristãos bebem água benta. Com este tempo, não benta já temos. E, a este propósito, no lado poente, encontro um ex-trabalhador do Jornal do Fundão que me diz: «estamos entregues aos Pedros. O que está lá em cima não manda chuva, está cansado de ver tanto malandro. O de baixo é pior que uma calamidade de uma austeridade e crise seca». Também me contou que há dias foi à Missa e que o senhor Prior pediu que quem quisesse ir para o Céu, colocasse a mão no ar. Todos levantaram a mão, menos um idoso. O dito Prior perguntou-lhe o motivo e ele respondeu-lhe que também queria ir, mas ainda não tinha pressa. Quando encontro um simpático e grande conversador, combino logo mais encontros. Assim trocámos os nossos endereços e deu-me o seu email: Alfredoloureiro@come.bebeoquepodeenaodeve. Achei muito interessante e com piada.
Faço a viagem de retorno e cruzo-me com o advogado caminheiro com o seu boné da Adega Cooperativa do Fundão. Desde que fizemos uma digressão a Lisboa para participar numa manifestação de vinicultores, que durante algumas horas percorremos a Baixa de Lisboa, partindo do Marquês de Pombal até ao Terreiro do Paço, com milhares de participantes, que queriam que fossem alterados os graus da taxa da alcoolemia no código da estrada. Por essa acção de luta em favor do consumo do vinho nacional, conseguiu-se subir essa taxa para 5%., ficámos amigos. Almoçamos nessa ocasião no Restaurante A Laurentina de António Pereira natural de S. Jorge da Beira, onde são só consumidos produtos agrícolas da Região do Fundão. Escolhemos uma da especialidade da casa, o bom bacalhau assado com batatas a murro, bem temperado com azeite e vinho da Cova da Beira. Também tem feijão com carne e couves à moda de S. Jorge da Beira. A sua saudação é sempre a mesma: paz e amor. Estas duas palavras encerram tudo de bom para pessoas. Num local assavam-se frangos. Seguimos em frente e passou uma viúva repleta de preto. O meu amigo recita-me: «Luto preto é vaidade / De quem se veste a rigor / O meu luto é a saudade / E a saudade não tem cor».
Os locais de venda das árvores e plantas agrícolas estão à pinha. Ainda bem, porque é necessário plantar e semear. Também no sector dos galináceos e dos ovos há clientela. Bons sinais de vida, para que estas terras não desapareçam.
No sector da venda das ferramentas anda há braços para trabalhar a terra. Tratada dá-nos tudo, é generosa.
Duas horas passeei por este mundo que é importante e dá vida ao Fundão.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

«Um Garoto de Vila do Touro Imigrante na América Conta sua História» é um livro comovente e perturbador, que não deixa o leitor indiferente. A emoção das descrições da vida antiga, a referência à miséria sentida, a recordação nostálgica do ambiente aldeão e da simplicidade das gentes de Vila do Touro, tudo concorre para a comoção advinda dos textos.

O livro, da autoria de António Maria das Neves, é do mesmo realismo cru que caracteriza outros dois memorialistas: José Manuel Lousa Gomes, do Soito, no livro «Memórias da Minha Terra» e António dos Santos Vicente, de Fajão (Pampilhosa da Serra), na obra «Vida e Tradições nas Aldeias Serranas da Beira». É nestas obras de memória viva e sentida que se encontram descritas, em páginas de sangue, as reminiscências dos povos de outrora das aldeias portuguesas.
A vida de António Maria das Neves foi, desde logo, uma epopeia. Nasceu em Vila do Touro, em 1938, sendo o décimo segundo filho de uma mãe heróica que pariu 17 vezes, vindo a constituir a família mais numerosa da aldeia. Em 1957, com 19 anos feitos, rumou para o Brasil com os pais e os irmãos, à procura de uma vida nova, fugindo à miséria aldeana. Com o dinheiro obtido na venda dos parcos terrenos, da modesta casa, dos animais domésticos e dos singelos móveis e utensílios da lavoura, o pai mandou comprar as passagens para a América. No dia aprazado a família seguiu, em carros de aluguer, para a estação do Barracão, onde apanhou o comboio para Lisboa. Aqui apresentou-se à Junta da Emigração, e ficou a aguardar o veredicto oficial, ocupando a casa de uns primos. Passado um mês toda a família embarcou no navio «Conte Grande», que cruzou o Atlântico durante 12 longos dias. Atingida a terra prometida houve que procurar casa, arranjar emprego e tratar da subsistência. Só com muito trabalho e abundantes privações António Maria conseguiu estabilizar a vida, estudando e trabalhando, constituindo família e tornando-se num português respeitado e prestigiado em S. Paulo.
Falando de Vila do Touro, a obra aborda a dureza da vida de antigamente, onde imperava a rispidez nas atitudes e nos sentimentos. Era necessário sobreviver, que é o mesmo que dizer, arranjar pão para as muitas bocas que habitavam a casa. A mãe, andava sempre numa fona, trabalhando sem parar, sem ter vida própria, vivendo apenas para os outros. Os irmãos mais velhos tratavam dos mais novos, trabalhavam em casa e no campo, executando os trabalhos pesados e sujos do trato dos animais e da terra de cultivo. O pai, severo, e de saúde frágil, tomava conta de uma pobre taberna, anexa à casa de habitação. Tempos difíceis e de enormes provações para um povo que sabia que «todos os recursos eram de extrema importância, úteis e necessários».
A vida era duríssima, logo desde os verdes anos pois, como dizia o adágio, «o trabalho do menino é pouco, mas quem o perde é louco». Mas também havia mimos e momentos inolvidáveis na vida de um «garoto» na aldeia. A sopa de grão-de-bico da tia Cândida, a aprendizagem na escola, a corrida do galo, o tocar da matraca na Quaresma, a festa de Nossa Senhora do Mercado.
Mas o principal era dificuldades. A vida na aldeia era uma luta diária pela sobrevivência. Havia os campos para trabalhar, pois era daí que provinha a alimentação. No Verão a falta de água fazia com que se percorressem grandes distâncias para a transportar para casa. No frio invernal era preciso proteger o corpo com roupa quente, que escasseava. As canseiras nos trabalhos do campo deixavam as suas marcas num tempo em que a higiene e o adorno ainda não tinham o seu lugar. «Rostos cansados, pés descalços, cabelos desalinhados, não há beleza, formosura, nem elegância nas mulheres, nas raparigas e nas adolescentes», escreveu António Maria das Neves falando na condição feminina em Vila do Touro.
Na hora da partida, já no navio e olhando o horizonte, uma frase profunda e comovente face ao trágico destino de um povo que partia: «Adeus Portugal. Ficas sem uma numerosa família pobre a menos, que também pagava impostos».
O livro foi escrito e editado no Brasil, em 2007.
Paulo Leitão Batista

No livro «Forcão – Capeia Arraiana» as poderosas imagens de Joaquim Tomé (Tutatux) investem ao longo das páginas nas galhas da escrita magistral de António Cabanas e vão servir para acrescentar história à História das terras de Riba-Côa. António Cabanas, natural de Meimoa, é também um homem da Malcata e da Raia e é agora, definitivamente, um verdadeiro raiano. Reportagem da jornalista Paula Pinto com imagem de Miguel Almeida da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).

Local Visão Tv - Guarda
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jcl

Foi com imenso prazer e gosto que participei, no passado domingo, dia 31 de Julho, nas cerimónias dos cinquenta anos de sacerdote do Sr. Padre António Filipe Morgado.

José Manuel Campos - Presidente Junta Freguesia Fóios - Capeia ArraianaTornei-me amigo e admirador do Sr. Padre Morgado na escola do segundo ciclo do Sabugal onde trabalhámos como professores.
Todos os dias, um grupo de amigos, tomávamos café, pela manhã. De seguida jogávamos as moedinhas e pagava os cafés aquele que perdesse. Ia tocando a todos.
Também algumas vezes participámos em almoços convívios o que também recordo com saudade.
À medida que íamos convivendo alicerçávamos uma séria e sã amizade que pretendo se prolongue pela vida fora.
Hoje escrevo este simples artigo porque, tal como já referi, participei na festa dos Cinquenta anos de Sacerdote do Sr. Padre Morgado e verifiquei, com muito agrado, como ele é querido e estimado nas muitas paróquias onde presta serviço. E são muitas: Vila do Toiro, Baraçal, Penalobo, Pousafoles do Bispo, Quintas de S. Bartolomeu, Pega e Lomba.
É de louvar o esforço, a vontade e o querer do Sr. Padre Morgado para poder atender tantas paróquias e tantas pessoas.
Foi de inteira justiça que se tivessem unido para, em conjunto, terem celebrado o Jubileu Sacerdotal do seu Pároco.
Às 17 horas a procissão saiu da capela de Nª Srª de Fátima, para a Igreja Matriz, onde foi celebrada a Eucaristia que foi muito participada e vivida por todos.
Depois da eucaristia houve um jantar convívio no salão da A.C.D de Vila do Touro que esteve completamente cheio.
Foi também com muito agrado que registei a presença de alguns senhores ligados à política e de vários quadrantes. Presidente António Robalo, Vice-Presidente Delfina Leal, Vereador Ernesto Cunha, Dr. Carlos Manuel Luis, Dr. Victor Gonçalves e vários Presidentes de Junta.
Parabéns ao Senhor Padre Morgado e também parabéns a todas as pessoas que estiveram envolvidas para que tudo tivesse corrido como correu – na perfeição.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos

(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com

No dia 12 de Agosto, realiza-se a sétima etapa da Volta a Portugal em Bicicleta de 2011, que ligará o Sabugal à Guarda num exigente contra-relógio individual, que a organização considera dificíl.

«Para a sétima etapa está reservado o dificílimo contra-relógio individual entre o Sabugal e a Guarda. Além da extensão de 35,3 Km é preciso contar com o tipo de percurso entre a raia e a capital de distrito que é, nada mais, nada menos do que a cidade mais alta de Portugal.» É desta forma que a Organização da volta comenta a sétima etapa, a qual se poderá mostrar decisiva para a definição dos principais lugares da corrida deste ano.
Há de facto um percurso difícil, não apenas pela distância mas também pela altitude que é necessário alcançar. Cada ciclista correrá por si, durante os 35,3 quilómetros da prova, ligando a Escola Secundária do Sabugal (a 775 metros de altitude) à Câmara Municipal da Guarda (a 1013 metros de altitude). A prova tem no percurso 12 quilómetros no concelho do Sabugal.

A concentração dos ciclistas, equipas técnicas e demais meios de apoio está prevista para o meio-dia e meia hora, na Av 25 de Abril, no Sabugal, de onde o primeiro ciclista irá partir às 14.30 horas.
Após a partida, os corredores viram à direita para a Av Infante D. Henrique, e seguirão por esta via até à rotunda, onde tomarão a direita e atravessarão o rio Côa na nova ponte do Sabugal. Chegando à rotunda da margem esquerda do rio, voltam a tomar a direita e seguem no sentido da Guarda, na Estrada Nacional nº.233. Percorridos 2,5 quilómetros após a partida os corredores tomam a direita no cruzamento, seguindo na direcção da Rapoula do Côa, na Estrada Nacional nº.324. Aos 5,3 quilómetros os atletas viram à esquerda e tomam a direcção de Vila do Touro. Passam depois pelo Baraçal e por Vila do Touro. Nesta antiga vila acastelada do concelho do Sabugal os ciclistas sentirão dificuldades acrescidas ao circularem durante 900 metros sobre um piso empedrado. Pouco depois, 1,2 quilómetros após Vila do Touro, os ciclistas passam a ponte sobre a ribeira do Boi e deixam o concelhio do Sabugal, entrando no da Guarda.
Já no concelho da Guarda a prova prossegue por Pêga, Adão (onde está previsto o reabastecimento dos atletas), Catraia do Sortelhão, Panóias de Cima, Barracão e Guarda. Na cidade capital do distrito percorrerão diversas ruas até chegarem defronte ao edifício da Câmara Municipal, onde termina a etapa.

Joaquim Gomes, o director da prova, deixa a antevisão do que será essa sétima etapa, num percurso inédito na Volta a Portugal em Bicicleta:
«O contra-relógio que vai ligar a cidade do Sabugal à Guarda, deixa adivinhar já o fantasma da serra da Estrela, pois será percorrido praticamente sempre com a serra à vista. Apesar de não ser muito difícil em termos de relevo não deixa contudo de fazer a ligação de uma cidade, do Sabugal, que está a uma altitude considerável, à cidade mais alta de Portugal. Os contra-relogistas levarão certamente a melhor, mas atenção que um excelente desempenho nesse dia exige certamente aos eleitos uma boa recuperação para a etapa rainha do dia seguinte.»
plb

Em honra de Teresa Duarte Reis, colaboradora do Capeia Arraiana, poetisa que domina, «em harmónica simbiose as técnicas da versificação», recebemos, em forma de «comentário», este belo texto de Manuel Leal Freire, a que decidimos dar o devido e merecido relevo.

Manuel Leal Freire - Capeia ArraianaComo antigo professor da Escola do Magistério Primário de Castelo Branco – possivelmente o único superstite do tempo em que se tratava de um estabelecimento de cariz privado da propriedade e direcção do Doutor João Folgado Frade Correia, insigne pedagogo e inspirado poeta, vibro ab imo corde com os êxitos dos alunos que saídos da famosa NORMAL espalharam e continuam a espalhar claridade e iluminar cérebros por todo esse vasto mundo onde se fixaram comunidades de raiz lusíada.
E pela minha qualidade de reformador dos ensinos da DIDÁCTICA, que abrangia as LÍNGUAS e a HISTORIA, mais e mais fortemente vibro quando vejo uma professora modelada no estabelecimento dominar em harmónica simbiose as técnicas da versificação e a realidade factual, magnificamente cadinhadas por uma sensibilidade verdadeiramente estremecida. Daí a minha homenagem sentidamente vivida…e que testemunho com uma peregrinação pelos lugares sacralizados pelo quotidiano heroísmo dos vergalhudos da Raia

Cinco concelhos inteiros
Cabem no do Sabugal
Cinco castelos roqueiros
Legendas de armorial

As vilas mortas morreram
Mas os torreões resistem
Nunca os heróis se esconderam
Por onde as heras se enristem

Passado com o futuro
Assim se engavinha e enleia
O porvir será venturo
Se o vaticina uma ideia

Além dos cinco concelhos
Ia o concelho plus ultra
Aprende nos livros velhos
Quem livros velhos consulta

O limite natural
Não se queda na barreira
Dava a guarda o Carvalhal
Castelo Mendo a Cerdeira

O Trans, o Riba, o Cis-Coa
Religou-os Alcanizes
Andaram Burgos á toa
Linha em perenes deslises.

Velavam as cinco vilas
Por sobre a velha Castela
Vigias não tranquilas
Acordadas sentinelas

Vilar Maior, Alfaiates,
Sortelha, Vila do Touro
Inspiram hoje outros vates
É outro o tempo vindouro

Não são sedes de concelho
Mas conservam a glória
Que garante o Evangelho
A quem se revê na Historia

Passado rima com luz
Com o futuro se entrosa
É guia que nos conduz
É rima, mote e glosa

Manuel Leal Freire

O PSD alcançou um resultado histórico no distrito da Guarda elegendo três dos quatro deputados e alterando o tradição equilíbrio (2 e 2) entre os PSD e o PS. O PSD venceu em todos os concelhos do distrito da Guarda tendo alcançado no concelho do Sabugal 3472 votos (48,20%) contra 2004 (27,82%) do PS.

No círculo eleitoral da Guarda o Partido Social Democrata elegeu três deputados – Manuel Meirinho, Carlos Peixoto e Ângela Guerra – e o Partido Socialista apenas um deputado – Paulo Campos – ficando de fora, como grande derrotado da noite, José Albano que se posicionava em segundo lugar. O distrito da Guarda elege quatro deputados e tradicionalmente têm sido divididos entre os sociais-democratas e os socialistas.
Manuel Meirinho em declarações à agência Lusa considerou que a candidatura do PSD alcançou «um resultado histórico». O Partido Social Democrata, liderado pelo politólogo independente, alcançou 46,32 por cento dos votos, elegendo três deputados. Já o PS conseguiu 28,31 por cento dos votos e elegeu apenas um deputado, o que já não ocorria desde 1995, altura em que os dois partidos passaram a eleger dois deputados cada.
«É um resultado histórico para o distrito, que expressa o esforço feito numa campanha de proximidade junto das pessoas, séria e serena, muito transparente e muito sóbria», afirmou à Lusa Manuel Meirinho, eleito deputado pelo distrito da Guarda, tal como Carlos Peixoto e Ângela Guerra. Segundo Manuel Meirinho, os eleitores do distrito «preferiram a seriedade a uma campanha feita de forma agressiva e com algum vazio do ponto de vista das ideias» e garantiu que o partido trabalhou para obter «uma grande vitória».
Quanto ao facto de a lista distrital ter sido liderada por um independente, disse que a «mistura» de militantes e de independentes «mostra aos eleitores que os partidos são estruturas abertas».

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS  –  5-6-2011
DISTRITO DA GUARDA

CONCELHO DO SABUGAL  –  FREGUESIA A FREGUESIA
Águas Belas Aldeia da Ponte Aldeia da Ribeira Aldeia S.António Aldeia do Bispo
Aldeia Velha Alfaiates Badamalos Baraçal Bendada
Bismula Casteleiro Cerdeira Fóios Forcalhos
Lageosa da Raia Lomba Malcata Moita Nave
Penalobo Pousafoles Quadrazais Quintas S. B. Rapoula do Côa
Rebolosa Rendo Ruivós Ruvina Sabugal
Santo Estêvão Seixo do Côa Sortelha Soito Vale das Éguas
Vale de Espinho Valongo do Côa Vila Boa Vila do Touro Vilar Maior

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jcl

Os forais manuelinos do Sabugal, Sortelha e Vila do Touro, vão ser digitalizados pelo Arquivo Distrital da Guarda (ADG) com vista a sua disponibilização via Internet, a fim de facilitar o acesso aos documentos por parte de investigadores, estudiosos e o público em geral.

No âmbito do objectivo de disponibilizar, via Internet, documentos históricos em formato digital, o Arquivo Distrital da Guarda vem celebrando protocolos com os Municípios a fim de garantir a digitalização de alguns desses documentos.
No seguimento desse procedimento, o ADG pretende assinar um protocolo com a Câmara Municipal do Sabugal para garantir a digitalização de três forais manuelinos: o do Sabugal (1515), de Sortelha (1510) e de Vila do Touro (1510). Os forais originais, em pergaminho, estão na posse do Município sabugalense.
O protocolo garantirá ainda o estabelecimento de uma cooperação sistemática, que poderá ir da simples troca de informação até à realização conjunta de projectos de estudo e de valorização do património arquivístico.
O primeiro documento que o ADG disponibilizou através do seu sítio na Internet, foi a constituição sinodal aprovada em sínodo de 29 de Junho de 1614, sendo bispo D. Afonso Furtado Mendonça. A partir desse primeiro passo o ADG passou a disponibilizar sucessivas reproduções digitais, certificadas e não certificadas dos documentos detidos.
O Arquivo Distrital da Guarda está instalado no edifício do antigo Convento de São Francisco da Guarda, que também já foi quartel e sede do Regimento de Infantaria n.º 12.
Uma recuperação profunda das alas sul e poente do edifício veio dotar o Arquivo Distrital, a partir de 1993, de uma capacidade de depósito para cerca de três quilómetros de documentos, dispondo de uma ampla sala de leitura e de um espaço polivalente destinado a exposições e auditório.
plb

Em resposta a um pedido formal da Rede de Judiarias de Portugal, o executivo da Câmara Municipal do Sabugal, reunido em 25 de Maio, decidiu por unanimidade aderir a essa associação, atendendo ao património histórico do concelho.

Breve História dos Judeus em Portugal - Casa do Castelo - Sabugal (em Outubro de 2009)Jorge Patrão, presidente do Turismo Serra da Estrela e secretário-geral da Rede de Judiarias, tem visitado o Sabugal e estabelecido contactos com o presidente da Câmara, António Robalo, concluindo que o centro urbano tem importância histórica verificada na presença de vestígios sefardiastas. Por essa razão dirigiu uma carta ao Município sabugalense convidando-o a solicitar a adesão à associação que reúne algumas das cidades e vilas de Portugal que contêm património histórico ligado à presença dos judeus.
Nessa sequência o Gabinete de Arqueologia da Câmara elaborou um mapa com o levantamento das «marcas cruciformes cristãs» e «armários» que estão referenciados nos centros históricos do Sabugal, Vilar Maior e Vila do Touro.
Segundo a informação do Gabinete de Arqueologia, existem dois «armários» no centro histórico do Sabugal e um no centro histórico de Vilar Maior. No que toca a «marcas cruciformes» cada centro histórico (do Sabugal, Vilar Maior e Vila do Touro) possui cerca de duas dezenas desses vestígios. Na conformidade com a efectiva existência de marcas históricas da presença da cultura judaica no concelho, a Câmara decidiu que vai solicitar a adesão à Rede de Judiarias de Portugal.
A Rede de Judiarias tem sede em Belmonte e tem como grande objectivo defender o património judaico urbanístico e arquitectónico que existe em Portugal. A associação, que junta diversas entidades, foi formalmente constituída em 10 de Março de 2011, tendo sido assinada pelos representantes dos municípios de Belmonte, Castelo de Vide, Freixo de Espada à Cinta, Guarda, Lamego, Penamacor e Trancoso, bem como as Entidades Regionais de Turismo de Douro da Serra da Estrela, Lisboa e Vale do Tejo, Oeste, Alentejo e Algarve, assim como a Comunidade Judaica de Belmonte.
plb

Teresa Duarte Reis - O Cheiro das Palavras - Capeia ArraianaMais um guardião do Côa, o Castelo de Vila do Touro olha, vigia, parece abençoar o vale da ribeira do boi, no ponto de confluência com aquele rio. Completei, assim, a primeira fase de «La Ruta de los Castilhos», com o meu estudo sobre os 5 castelos do Côa. Fi-lo com a maior admiração e carinho por estes meigos gigantes de pedra, na altivez majestosa, dura mas carinhosa, que deles emana. Sinto, como dizia atrás, que eles abraçam as povoações, num enlevo protector que não podemos desprezar.

Ruta de los Castillos - Castelo Vila do Touro - Sabugal

VILA DO TOURO

Táureo foi teu nascimento
Pedro Alvito foral criou
Mais ninguém o reforçou
Negaram-te merecimento.

2.º e 1.º Reis te visitaram
Isso mostra o teu valor
Guarda mudou teu Senhor
Aos Templários te entregaram.

Pequeno permaneceste
Pois o terreno acidentado
Dificultou teu traçado
Irregular, altivo, agreste.

Escondidas pela folhagem
Tuas torres… ou destruídas?
Mas se nunca foram erguidas
Será verdade ou miragem?

Traçado no chão marcado
Para provar teu projecto
Apenas de sonhos coberto
Sem conclusão, inacabado.

A Porta de S. Gens, exclusiva
Assim, em Gótico talhada
De Dinis não veio mais nada
Ficaste singelo, à partida.

Alcanizes já não te valeu
Nem tua obra se concluiu
A muralha se resumiu
Teu valor esmoreceu.

Tua defesa enfraquecida
Sabugal te protegia
Vizinhos, a tal obrigaria…
Mas a fronteira, perdida.

D. Manuel quis reerguer-te
Não houve quem o seguisse
Para que no esquecimento caísse
E nada pôde valer-te.

Em guerras, sacado e maltratado
Que culpa por teres sofrido
E o pouco teres perdido
Nesse desaforo desconcertado?

De onde estás, a Guarda vemos
Bem no alto, ali erguido
Em lugar bem altivo
Só não vemos, se não queremos!

Não sofras por seres esquecido
Não podes ser acusado
De seres desconsiderado
Se mais não te foi exigido!

Um abraço a Vila do Touro.

«O Cheiro das Palavras», poesia de Teresa Duarte Reis
netitas19@gmail.com

No dia 18 de Maio, pelas 15 horas, a Casa de Portugal em São Paulo, recebe os naturais de Vila do Touro, para o lançamento de um livro escrito por um conterrâneo radicado naquela cidade brasileira.

«Memórias de um Garoto de Vila do Touro em Terras Brasileiras», é o sugestivo título do livro de António Maria das Neves, um natural da antiga vila e sede de concelho, agora freguesia do concelho do Sabugal. O livro, editado há dois anos no Brasil, relata as vivências de uma criança no seio da aldeia onde nasceu, revelando a prodigiosa memória do autor, que foi para o Brasil com a família ainda muito novo.
António Maria das Neves tem 17 irmãos, todos eles radicados em São Paulo, assim como outros naturais da sua aldeia beiroa, que no dia 18 de Abril estarão na Casa de Portugal, para assistirem e participarem na apresentação do livro. Após a apresentação da obra terá lugar uma reflexão e um debate acerca da importância do livro para uma comunidade que emigrou para terras longínquas e teima em manter vivo o sentimento da saudade e da portugalidade, nunca deixando de ter as terras de origem na memória.
Para além do autor do livro, também usará da palavra o dr. Carlos Manuel Luís, ex-deputado à Assembleia da República e actual secretário-geral da Fundação INATEL, que aí se reunirá aos seus conterrâneos emigrantes no Brasil. Carlos Luís fará uma comunicação intitulada «O imaginário colectivo na identidade de um povo».
plb

Cerca de 30 jovens de Portugal e Espanha realizaram nas últimas semanas uma catalogação de bens materiais e imateriais de várias localidades fronteiriças da região do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Douro-Duero. O projecto, denominado «Observatório para a Promoção Cultural do Eixo Duero-Douro», pretende segundo os promotores ajudar a preservar o património cultural e social da região para as novas gerações.

Jose Luis PascualJose Luis Pascual, alcaide de Trabanca e presidente do Agrupamento, explicou que se quer «resgatar do esquecimento» uma parte «muito rica do património, numa das fronteiras mais antigas da Europa». Permitirá ainda contribuir para a formação como agentes culturais dos jovens espanhóis e portugueses participantes, explicou. O projecto vai permitir a recompilação da informação relativa a festas, costumes, património arquitectónico, gastronomia, personagens, jogos, mapas ou construções de uma dezena de municípios dos dois lados da fronteira.
A documentação foi depois digitalizada em várias páginas web, uma por cada município, permitindo que a informação «esteja disponível para todos e se possa conhecer em qualquer parte do mundo», explicou Pascual.
Em concreto o projecto abrangeu as localidades portuguesas de Sortelha, Vila do Touro, Malcata, Miranda do Douro, Vila Nova de Foz Côa, Numão e Freixo de Espada à Cinta e do lado espanhol Almaraz de Duero, Cabeza de Caballo, Espeja, Trabanca e Villaseco de los Reyes.
aps (com agência Lusa)

Carlos Luís, natural de Vila do Touro, concelho do Sabugal, é o actual Secretário-Geral da Fundação INATEL. Na verdade este sabugalense dispensa apresentações: foi durante anos sucessivos deputado à Assembleia da República, eleito pelo Partido Socialista, mantendo-se sempre ligado ao Sabugal, onde já desempenhou as funções de presidente da Assembleia Municipal. Conversámos sobre a sua nova actividade, onde vieram à tona os seus conhecimentos sobre termalismo.

– Depois de tantos anos deputado, como é ser agora secretário-geral da Fundação Inatel? Trata-se de uma nova experiência, que o levou a deixar a política em definitivo?
– É de facto uma nova experiência, mas a política julgo que só a deixarei quando morrer, pois entendo que devo continuar a ter uma participação cívica e ética na sociedade. Essa é de resto uma obrigação de todos os cidadãos, que devem dar o melhor que sabem, no quadro das causas públicas.
– Na Inatel acaba por estar envolvido numa causa em que sobrevém o interesse público, dada a história e o papel importantíssimo que essa instituição tem na sociedade portuguesa…
– Penso que sim, porque a Fundação Inatel abrange um espaço de intervenção muito vasto. Desde logo o da cultura popular portuguesa. Por ali passaram grandes vultos da etnografia, como Michel Giacometti, Tomás Ribas, e outros, na recolha do cancioneiro tradicional português, indo ao encontro da essência da alma do nosso povo, que está plasmada em várias obras. Ao longo de 75 anos, homens e mulheres conseguiram realizar trabalhos com o apoio da Inatel, o que é uma riqueza incomensurável. Ainda no campo cultural a Fundação tem o Teatro da Trindade, e tem peças itinerantes que percorrem todo o país. Também temos a área da formação, em variados campos, como o teatro, o folclore, e a cultura popular em geral. No que concerne ao turismo sénior, a fundação movimenta por ano cerca de 65 mil pessoas, que correm o país de norte a sul. Se não fosse a Fundação Inatel não teriam essa possibilidade. Para além do turismo sénior, a fundação movimenta-se noutras áreas, como o termalismo, com duas estâncias termais, em Manteigas e Entre-os-Rios. Há ainda a contar com 22 unidades hoteleiras espalhadas pelo país. Temos o programa «Termalismo Solidário», através do qual 2.500 pessoas fazem termalismo a um preço simbólico, consoante os rendimentos que possuem, tendo direito a estadias e a tratamentos. Temos depois o chamado «Turismo Solidário», que abrange cerca de 10 mil pessoas com parcos recursos, que se encontram num quadro de pobreza ou muito próximo disso. Outro programa é o «Abrir as portas à diferença», que abrange pessoas com incapacidade superior a 75 por cento, com apoio governamental. Outra componente é o desporto amador, com a organização de campeonatos concelhios, distritais e nacionais.
– Os campeonatos desportivos amadores da Inatel são muito conhecidos…
– Sem dúvida, e abrangem um leque enorme de modalidades, desde a pesca desportiva, o pingue-pongue, bilhar, futebol, voleibol, basquetebol, enfim as mais variadas actividades. Temos dois complexos desportivos, o do Estádio 1º de Maio em Lisboa e o Complexo do Ramal do Porto, para além de vários pavilhões gimnodesportivos espalhados pelo país.
– Tendo em conta a experiência da Inatel ao nível termal, o que pensa do projecto de abertura das Termas do Cró no concelho do Sabugal? Considera que tem viabilidade, ou acha que é investir numa área já saturada e onde é difícil singrar?– Pode haver neste momento uma saturação do mercado, isto é, haverá, em termos globais, mais oferta do que procura. Mas em cada ano que passa o termalismo conquista centenas, ou milhares, de novos aderentes. Basta olhar para o caso das termas de S. Pedro do Sul, que é o de maior sucesso no país. Neste momento é o complexo termal melhor equipado a nível europeu, em termos técnicos e humanos. Teve ali lugar o Congresso Europeu de Termalismo, onde grandes especialistas e responsáveis por grandes estâncias termais europeias, que ali se reuniram, reconheceram o valor das termas de S. Pedro do Sul, ficando admirados com aquele complexo termal, que é uma realização conseguida em Portugal através de uma empresa municipal, que tem criado sinergias e uma riqueza enorme, com a criação de emprego na região em que se insere, ultrapassando todas as expectativas. Neste momento frequentam aquelas termas cerca de 50 mil pessoas, que de resto são as únicas do país que estão abertas durante todo o ano. Penso pois que o projecto das termas do Cró no concelho do Sabugal é um projecto do presente, que me parece ter garantias de futuro. Saúdo de resto essa iniciativa do meu concelho, que, segundo sei, obteve recentemente o direito a uma comparticipação financeira dentro dos programas de apoio ao termalismo, juntamente com o que também sucedeu com as termas de Manteigas, da Fundação Inatel.
– Pensa que o modelo de exploração das termas de S. Pedro do Sul, através de uma empresa municipal, pode ser seguido com sucesso nas termas do Cró?
– Não sei se pudemos fazer essa comparação. As termas de S. Pedro do Sul têm uma longa história. Consta que D. Afonso Henriques, tendo fracturado uma perna, foi ali para ser tratado. Ainda são visíveis as termas romanas, com o casco histórico muito impressionante. O balneário que lhe possibilitou maior expansão foi inaugurado pela rainha Dona Amélia, tornando-se a partir daí num espaço termal de referência, a que mais tarde o poder local deitou a mão, dado que era uma riqueza inesgotável da terra, com propriedades terapêuticas extraordinárias. Eu próprio sou termalista e um adepto dessas termas e noto que há uma adesão crescente dos cidadãos ao termalismo, até como alternativa à massificação do litoral. S. Pedro do Sul tem tirado partido desta tendência por ter condições de exploração já consolidadas, o que não é o caso das Termas do Cró, que estiveram fechadas durante décadas e que agora se pretendem reabrir.
– Considera então que só através de uma parceria privada é possível dar viabilidade ao projecto?
– Sobre isso digo o seguinte: dezenas de câmaras municipais ofereceram-nos parcerias, nomeadamente para sermos nós a explorar as estâncias termais, dado o nosso conhecimento nessa área. Mas a questão é que é necessário ir muito mais longe. É preciso haver um centro de informação muito bem montado, a nível nacional, para se captarem aderentes, porque isso não se faz de um dia para o outro. Tem que haver uma adesão consolidada. No termalismo, o melhor que se pode fazer é «passar a palavra», em que os que apreciaram umas termas, as aconselham depois a outros tendo em conta a sua própria experiência. O Município do Sabugal encontrará o melhor caminho para viabilizar a exploração, mas não pode deixar de ter em conta esses aspectos fundamentais.
– No Cró a construção do balneário está quase concluída. A partir daqui a exploração das termas pode avançar, ou acha que há outros factores essenciais a garantir previamente?
– Não conheço em pormenor o estado do projecto. Há muitos anos estive pessoalmente envolvido na compra do alvará das Termas do Cró à instituição do Dr. Dinis da Fonseca, mas neste momento confesso não estar suficientemente informado sobre o estado do projecto da Câmara para a sua exploração. Acredito que a Câmara e outras forças do concelho, bem como os cidadãos, estarão de braços abertos para a defesa deste projecto. Pelo que oiço os resultados dos tratamentos experimentais que têm sido levados a cabo são muito positivos, ou seja, os utentes que ali vão com problemas de saúde têm sentido melhoras. Assim sendo, há condições para a exploração ter viabilidade. Conjugando as termas com outras riquezas que o concelho dispõe, como a caça, a pesca, a realização de circuitos de montanha, e tendo em conta outras potencialidades endógenas, o termalismo, embora considerado sazonal, pode dar um fortíssimo contributo para o desenvolvimento do nosso concelho.
– Sendo um sabugalense que amiudadamente vai ao concelho, qual a ideia que tem da necessidade de uma ligação do Sabugal à A23, projecto que aliás a Câmara custeia por inteiro, mas que não há forma de conhecer a luz do dia?
– Nunca estivemos tão distantes e tão perto. Distantes porque o interior continua a desertificar-se, com as aldeias em declínio, sem conseguirem manter a vida activa que tiveram em tempos. A própria sede de concelho perde dinamismo, porque lhe falta juventude. Por outro lado estamos mais perto dos grandes centros urbanos, porque nos passam ao lado duas importantes auto-estradas. A meu ver a ligação à A23 e à A25, resolve-se melhorando a estrada nacional que liga o Sabugal à sede de distrito, pois as duas auto-estradas unem-se na Guarda. Por outro lado, haveria também uma melhor ligação a duas vias-férreas, a da Beira Alta e a da Beira Baixa, pese embora esta esteja interrompida, ou assegurada apenas por uma automotora entre a Guarda e a Covilhã. Mas a linha da Beira Alta está activa e com a crise que atravessamos o comboio ganha novamente grande importância, pois teremos de voltar a utilizar os transportes colectivos e o comboio é um transporte de excelência. Eu continuo a utilizar o comboio quando vou à Guarda, nomeadamente o inter cidades, que oferece um óptimo serviço. Penso portanto que a grande melhoria para o Sabugal em termos de acessibilidades seria a requalificação da ligação à Guarda, até porque não podemos andar a construir em duplicado. Os tempos são de crise e temos de racionar os gastos.
plb

A foto que hoje é apresentada nesta crónica refere-se a um grupo de soldados a cumprir o serviço militar obrigatório no Instituto de Altos Estudos Militares (I. A. E. M.), em Caxias, no ano de 1948. A curiosidade desta foto é que todos os militares são originários do concelho do Sabugal, excepto o corneteiro (o do meio, na fila mais atrás).

Sabugalenses no Instituto de Altos Estudos Militares - 1948
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João Aristídes Duarte - «Memória, Memórias...»Todos estes militares, oriundos do nosso concelho, foram para o Instituto de Altos Estudos Militares (IAEM) após terem concluído a recruta no Regimento de Caçadores 2, na Covilhã.
O Instituto, onde os oficiais tiravam cursos de Estado-Maior e outros cursos superiores militares, estava, nesta época, sedeado no antigo Palácio Real de Caxias.
O meu pai (Eugénio dos Santos Duarte, o terceiro a contar da direita, na segunda fila), hoje com 83 anos, era um dos militares do concelho que prestou serviço nesse Instituto. Como era carpinteiro na vida civil, foi essa actividade que exerceu na tropa, nessa unidade militar. Por isso aparece com uma garlopa e uma serra.
Um dos militares portugueses, à época com o posto de major, que frequentou cursos nesta unidade militar quando estes soldados lá estavam foi o (futuro) general Kaúlza de Arriaga. O meu pai lembra-se dele, deste tempo.
Já há muitos que lhe escapam, mas ainda conseguiu identificar as localidades de onde alguns eram naturais.
O primeiro a contar da esquerda, na primeira fila, era natural da Abitureira.
O segundo a contar da direita, na primeira fila, era o Vilas, natural de Santo Estêvão.
O primeiro a contar da direita, na segunda fila, era de Vila do Touro.
O quarto a contar da esquerda, na primeira fila, era o rancheiro, natural de Pousafoles.
O quarto a contar da esquerda, na segunda fila, era o barbeiro, natural de Penalobo.
O terceiro a contar da esquerda, na segunda fila era da Lomba.
O segundo a contar da esquerda, na primeira fila era de Aldeia da Ponte.
«Memória, Memórias…», opinião de João Aristides Duarte

akapunkrural@gmail.com

No Grande Dicionário de Língua Portuguesa encontramos a seguinte definição para a palavra Turismo: «Tendência de quase todos os países civilizados e de economia algo abastada para viajarem através de países naturalmente pitorescos ou que tiveram longa e brilhante história…».

Romeu BispoPodemos encontrar outras definições mas a definição moderna de turista é «um visitante que se desloca voluntariamente para fora da área da sua residência e do seu trabalho por múltiplos interesses, mas sem ter como motivação o lucro».
O turismo encontra-se presente na actividade humana desde a Idade Antiga, na civilização Grega e chegando até à década de 1950 como actividade residual. Após essa data surgiu o boom turístico que se estendeu até 1973; daí para cá o crescimento tem sido contínuo, embora mais lento. Devido ao seu crescimento, actualmente, assume posição relevante na economia global e de alguns países em particular. O primeiro país em número de turistas é a França, mas a nossa vizinha Espanha em 2008 registou 57,3 milhões de visitantes.
Há diversos tipos de turismo que se vêm afirmando pela sua especificidade: Turismo de descanso de praia, neve ou montanha, Turismo cultural, religioso, desportivo, ambiental, rural, cinegético, gastronómico… Podemos concluir que há imensas nomenclaturas para os diversos tipos de turismo.
Embora tomando a classificação do aspecto dominante, este não é estanque e tem sempre interligações com outros tipos de Turismo. Quem se desloca por um determinado motivo tem de se alimentar, hospedar e distrair.
Será que o Concelho de Sabugal tem afirmação possível no Turismo?
Há sempre espaço de afirmação desde que no Concelho apareçam centros de interesse para os diversos tipos de turismo. Numa primeira análise podemos identificar como possíveis o Histórico-Monumental, o Ambiental, o Termal e o Gastronómico.
Temos vindo a assistir, há muitos anos, à defesa do Turismo como indústria possível de ser implementada no Concelho. Os resultados desta visão estratégica é que são diminutos e nem o facto de sermos vizinhos de Espanha nos traz alguma mais-valia.
Pensamos que é possível fazer algo diferente, e exemplos de melhores práticas não faltam: Belmonte vem há alguns anos a afirmar-se na nossa região. É um nome, uma marca que vai ganhando dimensão e expressão a nível nacional e internacional. Belmonte afirma-se pelo Turismo histórico, religioso e cultural; os resultados já são visíveis nos 80.000 visitantes da sua meia dúzia de museus. São muitos os brasileiros que se deslocam a Belmonte para ver o Museu dos Descobrimentos porque está na terra de Pedro Alvares Cabral, o descobridor. O fenómeno judaico tem vindo a ser aproveitado como motivo para o Turismo religioso.
Sabemos que estão atentos a possíveis atracções e por isso não se coíbem de apontar Sortelha como um ponto de interesse para quem visita Belmonte. O Sabugal, por si, não tem feito a ligação de Sortelha ao resto do Concelho, deixa que sejam outros a explorar o motivo e é, possivelmente, esta a razão porque o turista visita Sortelha e volta pelo mesmo caminho, não chegando ao Sabugal.
O nome «Sabugal» ainda não vende, não há nome ou imagem que se afirme. Ainda não se descobriu ou não se quer descobrir a importância dos Castelos de Sabugal, de Alfaiates, de Vilar Maior ou de Vila do Touro. Por vezes até transparece das palavras e da actuação dos responsáveis como que alguma vergonha daquilo que temos e somos. Os turistas ou simples visitantes valorizam demasiado o Castelo de Sabugal, como construção militar ou monumento medieval. Tem um valor simbólico enorme que vai além do que as pessoas que sempre passaram à sua beira imaginam. Porque não qualificá-lo ou qualificá-los de interesse concelhio? – Possivelmente não têm interesse…
Quando afirmo que não sabemos vender o que temos e somos, basta pensar no desencanto com que alguns visitantes recebem aqueles paus em forma de triângulo (forcão) que acabam por ir parar à garagem porque passado algum tempo já nem sabem o que é, quanto mais o que significam. Quando se oferece um forcão a um forasteiro, este tem de levar uma legenda que faça a explicação do fenómeno e do seu significado, sob pena da perda do valor imaterial do objecto.
Um circuito turístico, uma marca, um conceito, necessita de muitos recursos e alguns anos para se afirmar. É tempo de começar a trabalhar na estratégia que leve aos fins pretendidos.
Opinião de Romeu Bispo

CÂMARA MUNICIPAL – Resultados finais no Concelho do Sabugal.

ELEIÇÕES PARA AS AUTARQUIAS LOCAIS – 11-10-2009

CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL

CONCELHO DO SABUGAL – FREGUESIA A FREGUESIA
Águas Belas Aldeia da Ponte Aldeia da Ribeira Aldeia S.António Aldeia do Bispo
Aldeia Velha Alfaiates Badamalos Baraçal Bendada
Bismula Casteleiro Cerdeira Fóios Forcalhos
Lageosa da Raia Lomba Malcata Moita Nave
Penalobo Pousafoles Quadrazais Quintas S. B. Rapoula do Côa
Rebolosa Rendo Ruivós Ruvina Sabugal
Santo Estêvão Seixo do Côa Sortelha Soito Vale das Éguas
Vale de Espinho Valongo do Côa Vila Boa Vila do Touro Vilar Maior

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Fonte: DGAI-Direcção-Geral da Administração Interna.
jcl e plb

ASSEMBLEIA MUNICIPAL – Resultados finais no Concelho do Sabugal.

ELEIÇÕES PARA AS AUTARQUIAS LOCAIS – 11-10-2009

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO SABUGAL

CONCELHO DO SABUGAL – FREGUESIA A FREGUESIA
Águas Belas Aldeia da Ponte Aldeia da Ribeira Aldeia S.António Aldeia do Bispo
Aldeia Velha Alfaiates Badamalos Baraçal Bendada
Bismula Casteleiro Cerdeira Fóios Forcalhos
Lageosa da Raia Lomba Malcata Moita Nave
Penalobo Pousafoles Quadrazais Quintas S. B. Rapoula do Côa
Rebolosa Rendo Ruivós Ruvina Sabugal
Santo Estêvão Seixo do Côa Sortelha Soito Vale das Éguas
Vale de Espinho Valongo do Côa Vila Boa Vila do Touro Vilar Maior

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Fonte: DGAI-Direcção-Geral da Administração Interna.
jcl e plb

JUNTAS DE FREGUESIA – Resultados finais no Concelho do Sabugal.

ELEIÇÕES PARA AS AUTARQUIAS LOCAIS – 11-10-2009

JUNTAS DE FREGUESIA DO SABUGAL

CONCELHO DO SABUGAL – FREGUESIA A FREGUESIA
Águas Belas Aldeia da Ponte Aldeia da Ribeira Aldeia S.António Aldeia do Bispo
Aldeia Velha Alfaiates Badamalos Baraçal Bendada
Bismula Casteleiro Cerdeira Fóios Forcalhos
Lageosa da Raia Lomba Malcata Moita Nave
Penalobo Pousafoles Quadrazais Quintas S. B. Rapoula do Côa
Rebolosa Rendo Ruivós Ruvina Sabugal
Santo Estêvão Seixo do Côa Sortelha Soito Vale das Éguas
Vale de Espinho Valongo do Côa Vila Boa Vila do Touro Vilar Maior

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Fonte: DGAI-Direcção-Geral da Administração Interna.
jcl e plb

O Partido Socialista (PS) venceu as eleições para a Assembleia da República no distrito da Guarda com 36.825 votos que correspondem a 35,97% do total dos eleitores votantes enquanto o Partido Social Democrata (PSD) obteve 36.419 votos (35,57%). No concelho do Sabugal os socialistas venceram também, com 2.924 votos (35,67%) tendo os social-democratas alcançado 2.857 votos (34,85%). Na terceira posição ficou o CDS-PP, que obteve 1.008 votos (12,3%).

O PS e o PSD (separados por 406 votos) foram os dois partidos mais votados nas 336 freguesias dos 14 concelhos do distrito da Guarda. Foram às urnas 102.380 eleitores (58,33%) num universo de 175.522 votantes. Os resultados provocaram a repetição da divisão (dois para cada lado) dos quatro deputados do círculo eleitoral da Guarda. O PS elegeu os candidatos Francisco José Pereira de Assis Miranda e José Albano Pereira Marques e o PSD assegurou António Carlos Sousa Gomes da Silva Peixoto e João José Pina Prata.
Nas 40 freguesias do concelho do Sabugal votaram 8197 eleitores (50,28%) num total de 16304 inscritos nos cadernos eleitorais.

ELEIÇÕES PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – 27-9-2009
DISTRITO DA GUARDA CONCELHO DO SABUGAL
Total – 14 Concelhos Total – 40 Freguesias

(Clique nas imagens para ampliar.)

No concelho do Sabugal o Partido Social Democrata (PSD) venceu em 23 freguesias contabilizando 2857 votantes (34,58%). O Partido Socialista (PS) obteve o primeiro lugar em 16 freguesias com 2924 votos (35,67%): Aldeia da Ponte, Aldeia de Santo António, Bendada, Bismula, Casteleiro, Fóios, Malcata, Moita, Quadrazais, Quintas de S. Bartolomeu, Rebolosa, Sabugal, Santo Estêvão, Sortelha, Vila Boa e Valongo. Em Badamalos houve um empate entre os dois partidos, ambos obtendo 13 votos.

O Capeia Arraiana publica de seguida os resultados finais das eleições para a Assembleia da República nas freguesias do concelho do Sabugal.

ELEIÇÕES PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – 27-9-2009
CONCELHO DO SABUGAL – FREGUESIA A FREGUESIA
Águas Belas Aldeia da Ponte Aldeia da Ribeira Aldeia S.António Aldeia do Bispo
Aldeia Velha Alfaiates Badamalos Baraçal Bendada
Bismula Casteleiro Cerdeira Fóios Forcalhos
Lageosa da Raia Lomba Malcata Moita Nave
Penalobo Pousafoles Quadrazais Quintas S. B. Rapoula do Côa
Rebolosa Rendo Ruivós Ruvina Sabugal
Santo Estêvão Seixo do Côa Sortelha Soito Vale das Éguas
Vale de Espinho Valongo do Côa Vila Boa Vila do Touro Vilar Maior

(Clique nas imagens para ampliar.)

Concelho do Sabugal – Total de Inscritos: 16304. Votantes: 8197 (50,28%).
Em Branco: 109 (1,33%). Nulos: 176 (2,15%).
jcl e plb

O executivo da Câmara Municipal do Sabugal fez esta sexta-feira, 4 de Setembro, uma primeira avaliação dos danos registados no concelho pelos incêndios florestais da última semana. «As freguesias mais afectadas devem ser Sortelha e a Moita e os prejuízos totais estão estimados entre sete a dez milhões de euros», disse à agência Lusa o presidente da autarquia.

Incêndio no Sabugal - Foto Joaquim Tomé (Tutatux)

Na reunião de hoje do executivo municipal foi discutida uma «primeira avaliação» dos danos registados no concelho, que estão, sobretudo, relacionados com «a agricultura e a floresta».
O documento analisado, elaborado pela autarquia em colaboração com os serviços regionais do Ministério da Agricultura, não traduz um «levantamento exaustivo» dos prejuízos, sendo que o relatório final só deverá ficar pronto «na próxima semana».
«Ainda não temos o registo de todos os proprietários que foram afectados pelas chamas», adiantou Manuel Rito, presidente da Câmara sabugalense, contando que «todas as freguesias atingidas têm gente com a agricultura afectada e parece que as mais afectadas serão Sortelha e Moita».
«Há agricultores «que perderem cem por cento das pastagens para o gado», daí que a autarquia também tenha deliberado, em colaboração com a Acrisabugal-Associação de Criadores de Ruminantes do Concelho do Sabugal «a aquisição de forragens para distribuição gratuita aos criadores de gado do concelho».
Na habitual reunião das sextas-feiras foi, também, decidido que na Zona de Caça Municipal a caça ficará apenas permitida «a proprietários» e foram pedidos apoios para que os habitantes tenham subsídios para «aquisição de lenha».
A autarquia também vai pedir ao Governo «que possa implementar no concelho o cadastro geométrico da propriedade, para que a Câmara possa implementar o agravamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) aos proprietários que não limpem os terrenos, para que se possa pensar em emparcelamento no futuro», adiantou o autarca que se mostrou satisfeito pelo facto de o Ministério da Agricultura ter hoje anunciado medidas de apoio aos agricultores da região.
O Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas anunciou em comunicado ter decidido «com base num primeiro inventário realizado por técnicos no dia seguinte à extinção do fogo, criar um conjunto de medidas de apoio aos agricultores lesados».
A nota adianta que «haverá um apoio extraordinário para os agricultores afectados, destinado à alimentação animal, que será de cinquenta euros por cabeça de ovino e caprino e de cem euros por cabeça de bovino».
O Governo também vai «conceder ajudas à reposição do potencial produtivo (medida inscrita no PRODER-Programa de Desenvolvimento Rural) no máximo de apoio legalmente previsto, ou seja, cinquenta por cento a fundo perdido».
«Este apoio permitirá reparar, por exemplo, situações de perda de olival, de vinhas, de animais mortos, de colmeias e também de equipamentos agrícolas, caso de motores de rega e tubagens», salienta a nota ministerial.
O primeiro inventário realizado detectou prejuízos nas freguesias de Bendada, Casteleiro, Moita, Sortelha, Santo Estêvão, Aldeia de Santo António, Água Belas, Baraçal, Quintas de S. Bartolomeu, Rapoula, Vila do Touro, Vale de Espinho, Quadrazais, Foios e Soito.
jcl (com agência Lusa)

Elaborar um programa de acção não devia ser demasiada metafísica para qualquer candidato; mas falta em pragmatismo o que sobra em teoria aos programas dos candidatos à Câmara do Sabugal.

João ValenteEu, leitor amigo, habituado por formação à liberdade e por dever de ofício a dizer o que penso com clareza, vou direitinho ao assunto:
O concelho só teve peso reivindicativo junto do poder central quando fez lobby na histórica «Irmandade de Riba-Côa», com os restantes concelhos da região. Isoladamente nunca teve voz. Por isso tem que concertar estratégias com os concelhos limítrofes na resolução dos problemas comuns.
E os seus problemas, já toda a gente sabe, são a baixa qualidade de vida, falta de oportunidades de emprego, que levam à emigração e consequente desertificação e envelhecimento da população.
A fixação da população obtém-se pela qualidade de vida. A qualidade de vida surge com mais rendimento disponível. O rendimento com mais emprego e negócios. As oportunidades de empregos e negócios com mais necessidades de consumo.
A população residente tem um baixo rendimento e portanto nenhuma capacidade de consumo, o que torna a actividade empresarial incipiente e de pouca importância. E não existindo actividade empresarial também não há empregos e criação de riqueza. E sem riqueza não há qualidade de vida. É um ciclo vicioso!
Não havendo consumo interno que dinamize a economia do concelho, tem de se captar consumo externo. É uma verdade de la Palisse!
Temos para vender a vizinhança com Espanha, o património cultural (capeia, romaria dos «encoratos» a Sacaparte, etc), gastronómico (bucho, enchidos, castanhas, ciclo do linho, do azeite, do pão), Histórico (os cinco castelos, sítios arqueológicos de Carya Tallaya e Sabugal Velho, aldeias históricas de Sortelha, Vila Touro, Alfaiates, Vilar Maior), natural (rio côa, Cesarão, barragem do Sabugal, trilhos de contrabando).
Os programas dos candidatos falam em combate à desertificação, melhorar a qualidade de vida da população, ajudar as empresas. Isso também propuseram os candidatos e os presidentes anteriores e foi o que se viu. Parra, muita; uva nenhuma! Fogo bonito; no fim, canas…
Pois meus amigos, eu cá se fosse candidato, definiria umas quantas medidas concretas, baseadas nas potencialidades que temos para oferecer, para atrair consumo, gerar oportunidades de emprego e indirectamente aumentar o rendimento disponível da população e por conseguinte a estabilidade demográfica.
Apenas alguns exemplos, de iniciativas que, enquadradas numa estratégia global, poderiam atrair consumo e criar oportunidades de emprego:
– Museu do linho em Aldeia Velha;
– Trajecto eco-turístico em Vilar Maior descendo as fragas do castelo ao rio;
– Oficinas de artes tradicionais em Alfaiates conjugadas com a feira mensal;
– Museu do Azeite em Santo Estêvão;
– Fluviário no Sabugal e praia artificial ou piscinas naturais. Provas de canoagem;
– Dinamização dos pólos arqueológicos de Caria Talaya e Sabugal Velho;
– Uso dos poderes administrativos para recuperar os núcleos urbanos históricos;
– Feira agrícola no Soito conjugada com certame de Capeias divulgado a nível nacional e internacional;
– Prova desportiva de BTT e de hipismo a nível nacional da rota dos cinco castelos;
– Comemorações anuais da batalha do Graveto;
– Feira medieval em Sortelha e feira de gastronomia associada à «Aldeia das sopas»;
– Definição, demarcação e sinalização de alguns trilhos pedestres e para ciclo turismo aproveitando as veredas de contrabando, leitos dos rios e belezas paisagísticas;
– Feira de Gastronomia no Sabugal associada ao bucho raiano;
– Bienal de artes e certame de teatro no Sabugal;
– Revista mensal de qualidade divulgando a cultura e tradições da região;
– Criação e divulgação da marca «Transcudânia» em todos os produtos e actividades ligadas à região;
– Formação de uma equipa multidisciplinar para criação, coordenação e divulgação de projectos turísticos, culturais e desportivos;
– Coordenação de políticas com os restantes concelhos limítrofes, reeditando a antiga irmandade dos concelhos de Riba-Côa, definindo um espaço geográfico próprio no contexto regional, nacional e internacional;
– Campanha agressiva de marketing divulgando todas estas iniciativas e projectos, feita por uma equipa de profissionais.

Isto é, amigos leitores, a diferença entre a teoria e o pragmatismo: Reconhecer que não há recursos e tempo para acudir a tudo; estimular a economia do concelho com iniciativas pontuais e bem orientadas ao consumo externo. A iniciativa privada indo ao encontro às necessidades de consumo, criará o emprego e a riqueza de que precisamos.
Se assim não acontecer… Ramo de oliveira, caldeirinha e água benta, aos pés!
«Arroz com Todos», opinião de João Valente

joaovalenteadvogado@gmail.com

O PSD venceu as eleições para o Parlamento Europeu no distrito da Guarda com 25.783 votos que correspondem a 40,76% do total dos eleitores votantes enquanto o PS obteve 17.032 votos (26,92%). No concelho do Sabugal os sociais-democratas foram o partido mais votado com 2065 votos (41,95%) tendo os socialistas alcançado 1248 votos (25,35%).

ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU – 7-6-2009
DISTRITO DA GUARDA CONCELHO DO SABUGAL

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No concelho do Sabugal o Partido Social Democrata (PSD) venceu em 35 freguesias. O Partidos Socialista obteve o primeiro lugar em Valongo do Côa, Moita, Fóios, Casteleiro e Bendada. Em Aldeia Velha o MEP, de Laurinda Alves (com raízes na freguesia), obteve o segundo lugar com 35 votos.

O Capeia Arraiana publica, de seguida, os resultados finais das eleições ao Parlamento Europeu nas freguesias do concelho do Sabugal.

ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU – 7-6-2009
CONCELHO DO SABUGAL – FREGUESIA A FREGUESIA
Águas Belas Aldeia da Ponte Aldeia da Ribeira Aldeia S.António Aldeia do Bispo
Aldeia Velha Alfaiates Badamalos Baraçal Bendada
Bismula Casteleiro Cerdeira Fóios Forcalhos
Lageosa da Raia Lomba Malcata Moita Nave
Pena Lobo Pousafoles Quadrazais Quintas S. B. Rapoula do Côa
Rebolosa Rendo Ruivós Ruvina Sabugal
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Santo Estêvão Seixo do Côa Sortelha Soito Vale das Éguas
Vale de Espinho Vale Longo Vila Boa Vila do Touro Vilar Maior

(Clique nas imagens para ampliar.)


Concelho do Sabugal – Total de Inscritos: 16763. Votantes: 4923 (29.37%).
Em Branco: 209 (4,25%). Nulos: 133 (2,7%).
jcl

Vila do Touro – É uma das cinco povoações acasteladas do concelho do Sabugal. Situa-se no alto de uma elevação entre o Cabeço de São Gens e o Alto do Castelo perto do vale da Ribeira do Boi no seu ponto de união ao Rio Côa. Lá do alto, entre-muralhas, avistam-se a Abitureira, Baraçal, Arrifana, Sabugal, Seixo do Côa, Pêga, Martim Pêga e Guarda.

A freguesia de Vila do Touro integra-se numa região de terrenos graníticos, de relevo suave, com os cabeços de São Gens e do Alto do Castelo a destacar-se na paisagem. Tem vestígios da presença humana desde a pré-história e têm sido encontrados inúmeros objectos arqueológicos como machados de pedra e bronze que permitem pensar que aqui tenha vivido uma comunidade desde a Idade do Bronze.
Os romanos deram-lhe o nome de Tauro pois a denominação aparece referida numa epígrafe encontrada perto da povoação da Abitureira. Este topónimo fica a dever-se à configuração topográfica elevada dos dois morros da Vila que se assemelham às protuberâncias de um touro.
São desse tempo e ainda hoje visíveis na povoação os troços de algumas calçadas que pertenceram a importantes vias de comunicação e ligação com as praças militares de Alfaiates, Sabugal, Sortelha e Guarda.
O foral de Vila do Touro foi-lhe concedido a 1 de Dezembro de 1220 por Dom Pedro Alvito que era mestre dos Templários mas, contudo, nunca foi possível alcançar um acordo com o concelho da Guarda que se opôs sempre à criação de concelho da Vila do Touro.
A construção inacabada do castelo de Vila do Touro, situado 800 metros acima do nível do mar, limitou-se às muralhas que apresentam uma forma poligonal irregular em consequência do terreno muito acidentado em que assentam. Integrada nas muralhas pode ser admirada a Porta de São Gens com o seu arco quebrado em estilo gótico, abobadada e parcialmente entaipada.
Durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), com a assinatura do Tratado de Alcanices (1297) a Vila do Touro perdeu a sua importância estratégica e a fortificação nunca foi terminada.
Vila do Touro foi sede de concelho entre o séc. XIII e o início do séc. XIX tendo sido extinto durante as Reformas Liberais em 1836 conjuntamente com o de Alfaiates.
A freguesia possui um vastíssimo património histórico e arqueológico como a Igreja matriz, o Pelourinho, a cadeia, o antigo edifício das repartições, os barrocos da forca, as fontes de Paio Gomes e das Patas, os chafarizes do Carvalho e do Churro, as capelas da Senhora do Mercado (séc. XIV nas fotos), de São Sebastião, de São Gens e de São Lázaro.
Algumas janelas da aldeia ostentam ainda molduras trabalhadas em pedra de influência renascentista.
Enfim… um museu que regista a céu aberto a história das gentes de Ribacôa.

Vila do Touro

Mas a história também se escreve com modernos investimentos. Destaque para o bom-gosto demonstrado pelo arranjo paisagístico e enquadramento numa elevação desafogada da novíssima sede da Junta de Freguesia de Vila do Touro, um bonito edíficio que reflecte com rara intensidade a luz do Sol.
Por intervenção do executivo da Junta de Freguesia aproveitando os fundos da delegação de competências, verbas de capital e o apoio complementar da Câmara Municipal do Sabugal foi construído de raiz uma funcional sede equipada com mobiliário moderno e computadores que serve igualmente de espaço polivalente.
A freguesia dispõe de dois lares apoiados pela Segurança Social e que contaram com um subsídio camarário no valor de 20 mil euros (metade durante a construção e a outra metade na fase de instalação). Existe igualmente um espaço associativo que contou com o apoio do município sabugalense.
Junto à zona de acesso às muralhas e muito perto da Porta de São Gens foi recuperada uma antiga casa rasteira em pedra. Foi adaptada para posto de Turismo e dá trabalho a uma jovem da freguesia. As características inclinadas do terreno permitiram incluir uma mezanine para exposições culturais temporárias.

Há quanto tempo não visita Vila do Touro? As férias convidam ao descanso. Enquanto descansa aproveite para passear pelas freguesias com história do nosso concelho e descubra a qualidade de vida proporcionada pelos novos equipamentos sociais à disposição dos sabugalenses.
Aproveitamos para deixar um reparo aos responsáveis autárquicos do concelho da Guarda. Fica-lhes mal deixar ao abandono umas centenas de metros de estrada com o alcatrão num deplorável estado entre Vila do Touro e o cruzamento junto a Pêga. É uma forma terceiro-mundista de nos dizerem que não gostam de nós mas acreditem que ficam muito mal na fotografia. Senhores autarcas guardenses na próxima visita ao Sabugal passem por Vila Touro para perceberem melhor o meu lamento.
jcl

A «Imagem do dia» e a «Imagem da Semana» são dois destaques em imagens sobre acontecimentos, momentos ou recordações relevantes. Ficamos à espera que nos envie a sua memória fotográfica para a caixa de correio electrónico: capeiaarraiana@gmail.com

Data:Julho de 2008.
Local: Ponte da Ribeira do Boi.

Legenda: Limite do concelho do Sabugal na estrada Vila do Touro-Cruzamento de Pêga. O bom piso alcatroado dá lugar a um trilho para veículos todo-o-terreno.

Enviada por: Capeia Arraiana.
Clique na imagem para ampliar

Por ocasião da festa da Senhora do Mercado, Quim Barreiros, o mais popular acordeonista português, actua na noite de 8 de Setembro na Vila do Touro, concelho do Sabugal.

Quim Barreiros e a inseparável concertinaTodos os anos se realiza, a 8 de Setembro, a festa em honra da Senhora do Mercado na Vila do Touro, no mesmo dia em que uma das mais populares festa da raia também tem lugar: a Senhora da Ajuda na Malhada Sôrda.
Este ano a mordomia apostou forte, levando a esta festa, que em geral passa discreta, um dos mais populares intérpretes da música portuguesa. Quim Barreiros será a grande atracção da festividade, actuando às 23 horas. A escolha musical poderá fazer com que este ano se obtenha «casa cheia» nas festas da Vila do Touro.
No final da esperada actuação haverá um grandioso espectáculo de fogo-preso, a que se seguirá o tradicional baile que se prolongará pela noite dentro.
Entre as principais festividades, para além da Senhora do Mercado, Vila do Touro conta ainda com a Festa de São Sebastião, no segundo domingo de Agosto, e a de Nossa Senhora da Saúde, a 2 de Fevereiro.
O facto do dia da festa coincidir com um sábado parece contribuir para que o concerto de Quim Barreiros venha atrair muita gente à aldeia histórica.
plb

JOAQUIM SAPINHO

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