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O chefe de gabinete da presidência da Câmara Municipal do Sabugal, Vítor Proença, representou por delegação de poderes o presidente do município, António Robalo, numa reunião do Conselho Executivo da Comunidade Intermunicipal das Beiras (Comurbeiras). O presidente da Comissão Política Concelhia do Sabugal, Nuno Teixeira, assinou uma declaração política onde considerou que a situação foi ilegal e causou embaraços aos restantes membros da Comurbeiras.

Reproduzimos, de seguida, a tomada de posição do presidente da Comissão Política Concelhia do Sabugal:

Partido Socialista - Sabugal«Declaração política da Concelhia do Partido Socialista do Sabugal

Votação ilegal do Chefe de Gabinete da Câmara Municipal do Sabugal obriga anulação de Votação.

Realizou-se ontem, dia 29 de Novembro, uma sessão ordinária da Assembleia Intermunicipal da Comurbeiras, Comunidade Intermunicipal (CIM) das Beiras.
Após ter sido entregue aos Deputados Intermunicipais, a minuta da ata número 06/2012, da reunião do Conselho Executivo desta mesma Comunidade, realizada no dia 20 do corrente mês, constatou-se que o Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, não esteve presente, tendo delegado competências no seu Chefe de Gabinete que representou o nosso Município.
O excerto da ata que comprova esse fato: “Município de Sabugal, representado pelo Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara, Victor Manuel Dias Proença, que apresentou declaração, que se anexa, subscrita pelo Senhor Presidente do Município do Sabugal, António dos Santos Robalo, pela qual lhe confere plenos poderes de voto.”
Uma vez mais, o Senhor Presidente da Câmara demonstrou falta de rigor e de alguns conhecimentos para desempenhar o cargo para o qual foi eleito, assim como o seu Chefe de Gabinete provou não estar à altura do cargo para o qual foi nomeado. Ocupando o Chefe de Gabinete um cargo de nomeação e não um cargo de eleição, esta votação é ilegal, mesmo que o Senhor Presidente da Câmara lhe tenha delegado por escrito poderes para tal.
A responsabilidade e a obrigação de responder legalmente e estatutariamente (conhecimento da lei e dos estatutos e regulamentos destes Organismos) seria o mínimo a esperar da prestação do Senhor Presidente da Câmara e restante equipa da Presidência.
Este episódio, levou à anulação de todas as votações no âmbito da “Reforma Administrativa do Território” realizadas nessa reunião e ao embaraço de todos os presentes. O Sabugal foi desta feita falado pelas piores razões e questionamo-nos se esta situação não terá já acontecido outras vezes.
Esta situação lamentável, colocou em causa a “nossa” credibilidade e seria expectável da parte do Senhor Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, tomar as devidas medidas para minimizar/remediar/corrigir a situação perante os Deputados Intermunicipais, o Conselho Executivo da Comurbeiras CIM e todos os Sabugalenses.
O Presidente da Comissão Política Concelhia do Sabugal
Nuno Alexandre Sanches Teixeira»

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O Capeia Arraiana aproveita:
…para publicar os nomes dos membros da Assembleia Intermunicipal.
Aqui.

…e para reproduzir o n.º 1, do artigo 19.º (natureza e composição) dos estatutos da Comurbeiras: «1 — O Conselho Executivo é o órgão de direcção da Comunidade Intermunicipal e é constituído pelos Presidentes das Câmaras Municipais de cada um dos municípios integrantes, os quais elegem, de entre si, um Presidente e dois Vice-Presidentes.»
jcl

Decorreu como estava previsto, o primeiro Magusto dos Sabugalenses, residentes no Concelho do Fundão. O cenário não podia ter tido melhor escolha, que recaiu num espaço envolvente à Capela de S. José, nas Quintas do mesmo nome, na Freguesia de Aldeia de Joanes.

Numa tarde com as cores outonais, com uma envolvência natural impar, no meio de duas serras, a sul, a Gardunha amarelecida, e a norte a Estrela vazia de neve, numa Cova da Beira, onde ainda se ouve o balido dos rebanhos, o mugir das vacas, que disciplinarmente se colocam para a ordenha, o zurrar dos burros e o canto suave de algumas aves.
Numas instalações adequadas a estes eventos, era já o princípio da tarde, quando começaram a chegar os primeiros Sabugalenses, alguns com as dúvidas do local, apesar de todo o percurso se encontrava devidamente assinalado.
Visitas a destacar, a do Pároco de Aldeia de Joanes, Padre Casimiro Mendes Serra, que quis associar-se a este encontro, por alguns momentos, atitude apreciada por todos os presentes. A segunda, do Padre Manuel Joaquim Martins da Bismula, num espaço que lhe é muito familiar, porque foi no seu tempo de Pároco de Aldeia de Joanes, que foi construído.
Numa simples auscultação a alguns participantes, fomos ouvir e registar as motivações que os conduzem a este evento:
Júlio Fernandes Martins – Quadrazais, depois de uma estadia por terras de França, encontrasse há 30 anos no Fundão, como gerente de lavandarias, onde também trabalha uma filha. Aprecio este convívio com os nossos conterrâneos.
Mário Luís Santos Dias – Bendada, está no Fundão há 29 anos, trabalha como técnico de confeções, e veio ao magusto para me encontrar com a malta do Concelho do Sabugal e gosto de conhecer as pessoas que aqui vem da nossa zona.
Joaquim Esteves Barbara – Alfaiates, há 15 anos no Fundão, no Posto da G.N.R. A viver a alguns anos no Fundão, desconhecia por completo, que aqui vivessem tantos naturais do Sabugal. Foi uma agradável surpresa. Estes encontros têm a particularidade de nos conhecermos melhor e relembrarmos as nossas origens.
Maria Teresa Carvalho Moreira Barreto Amaral – Aldeia do Bispo, há 22 anos no Fundão. Gosto de estar, de me reunir com as gentes do Sabugal, e estes encontros servem para nos conhecermos melhor. Veja, trabalhei 12 anos na Empresa Eres, com pessoas do Sabugal e não sabia. Aqui damo-nos a conhecer mutuamente.
Natália Fernandes Martins – Quadrazais, há trinta anos no Fundão, diz que estes encontros são muito positivos e servem para nos conhecermos.
Isabel Gonçalves Martins Leitão – Aldeia da Ribeira, há 27 anos no Fundão, trabalha como empresária de produtos alimentares. Estes encontros permitem conhecer pessoas da nossa zona arraiana. É uma feliz ideia, é bom o encontro.
Joaquim Lopes Pinto – Santo Estevão, há 42 anos no Fundão, comerciante. Gosto desta gente de alma arraiana, que é batalhadora, trabalhadora, dinâmica e vencedora em toda a parte. Estamos espalhados pelo mundo. São importantes estes convívios.
Maria Rita Martins Pinheiro Costa – Bismula, há 45 anos no Fundão, reformada. Estes encontros são interessantes. Tive pena de não estar até ao fim, não me foi possível. Não falharei o próximo. É uma forma de partilharmos com os nossos conterrâneos sabugalenses e fazermos um elo de ligação com as suas famílias.
Marta Marcos Barroso Ramos – Aldeia da Ponte, há 8 anos de Fundão, arquiteta. Diz que é uma boa iniciativa e participei com muita honra a cantar para os meus conterrâneos, num sítio fantástico, maravilhoso e encantador. Tenho pena de sair mais cedo, por compromissos já assumidos. No entanto, no próximo encontro espero estar presente.
Esta jovem arraiana com grandes dotes musicais, brindou-nos com lindas canções que empolgou todos os presentes, principalmente a canção dedicada a São Martinho.
Em todos os rostos havia alegria e felicidade por mais esta jornada de convívio dos Sabugalenses, com a certeza de que no próximo ano, se vai realizar neste local bucólico, na companhia da mãe natureza.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

O Comando da Guarda da GNR informou através de comunicado que na semana transacta procedeu à detenção de três jovens por furto em estabelecimentos comerciais na cidade de Gouveia.

GNRNa noite de 9 de Novembro, militares do Posto de Gouveia, detiveram nessa cidade três homens, de 21, 24 e 29 anos de idade, residentes na Covilhã, por crime de furto em estabelecimentos comerciais.
As detenções ocorreram no decurso de uma fiscalização à viatura em que os mesmos seguiam, tendo-se apurado que estes eram suspeitos da prática de dois furtos, ocorridos momentos antes, numa papelaria e num restaurante, em Gouveia. Após buscas efetuadas ao veículo e às residências dos suspeitos, foi-lhes apreendido o veículo, diverso material utilizado nos furtos, designadamente, um pé-cabra, uma rebarbadora e nove discos de corte, uma parafusadora elétrica, uma caixa de chaves, quatro telemóveis, luvas e gorros. Foram ainda apreendidos alguns artigos furtados (128 maços de tabaco, um DVD e um saco de desporto), bem como cerca de 18 doses individuais de cannabis e haxixe.
Os detidos confessaram a autoria dos dois crimes e são suspeitos da prática de diversos outros furtos nos concelhos de Gouveia, Seia, Covilhã e Fundão. Os mesmos possuem antecedentes criminais pela prática dos crimes de tráfico de estupefacientes e de condução sem habilitação legal.
Presentes ao Tribunal Judicial de Gouveia, foi-lhes aplicada a medida coação de prisão domiciliária, com recurso a pulseira electrónica.
plb

A reforma administrativa do território poderá conduzir a uma substancial perda de freguesias nos distritos da Guarda e de Castelo Branco por força das agregações propostas pela Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT). Apenas Manteigas mantém intacta a sua estrutura administrativa do território.

Penamacor pode perder três freguesias
A proposta formulada pela UTRAT aponta para agregações de freguesias no concelho de Penamacor, passando o mesmo para nove freguesias, menos três do que as que possui actualmente.
Pedrogão de São Pedro junta-se à Bemposta, passando a formar uma única freguesia.
A outra união prevista é a que reúne as freguesias de Aldeia do Bispo, Águas e Aldeia de João Pires, que passam a ser uma só.
A proposta mexe na única freguesias com menos de 150 habitantes, a Bemposta, que a UTRAT agrega a outra freguesia. Mas a proposta vai mais longe e, cumprindo os critérios legalmente definidos, aponta-se para a redução de três freguesias.
A Assembleia Municipal de Penamacor pronunciou-se contra a reorganização administrativa do território do concelho, não propondo a agregação de qualquer freguesia.

Manteigas não vai perder freguesias
O concelho mais pequeno do distrito da Guarda, mantém as quatro freguesias que o compõem, ainda que duas delas se situem na própria malha urbana da sede do Município.
Nenhuma das freguesias do concelho de Manteigas tem menos de 150 habitantes, além de que a lei da reorganização administrativa não obriga à redução de freguesias em municípios que têm quatro ou menos freguesias.
Face a estes factos a UTRAT entendeu não promover qualquer agregação, tanto mais que o próprio Município não expressou essa vontade.
A Assembleia Municipal de Manteigas pronunciou-se através da aprovação de uma moção em que lamentou a lei de reforma administrativa pelo facto da mesma não promover a transferência de freguesias entre municípios.
Assim sendo, em Manteigas vão manter-se inalteradas as freguesias de Santa Maria, São Pedro, Sameiro e Vale da Amoreira.

Almeida pode perder 13 freguesias
A proposta formulada pela UTRAT aponta para agregações de freguesias no concelho de Almeida que implicarão que passe a ter apenas 16 freguesias, menos 13 do que as que possui actualmente.
Azinhal junta-se a Peva e a Valverde.
Junça e Naves passam a formar uma só freguesia.
Leomil, Mido, Senouras e Aldeia Nova também se agregam numa só.
Castelo Mendo, Ade, Monte Perobolso e Mesquitela serão igualmente agregadas.
Amoreira, Parada e Cabreira é outra das agregações em Almeida.
Miuzela e Porto de Ovelha também passam a uma só freguesia.
Malpartida e Vale de Coelha também se unem.
A proposta da UTRAT mexe em todas as 16 freguesias do concelho de Almeida com menos de 150 habitantes, provocando uma redução de 13 freguesias, número muito maior do que aquele que a lei obrigaria, pois aplicando os critérios legais este município apenas teria de perder, no máximo, sete freguesias.
Porém o facto de a mesma lei impor que em nenhum município poderão restar freguesias com menos de 150 habitantes determinou a proposta que a UTRAD aponte para um maior número de agregações.

Concelho da Guarda pode perder 12 freguesias
A proposta formulada pela UTRAT vai de encontro ao parecer emitido pela Assembleia Municipal da Guarda, o que implicará que o concelho passe a ter apenas 43 freguesias, menos 12 do que as que possui actualmente.
As três freguesias localizadas no perímetro urbano da cidade da Guarda (Sé, São Vicente e São Miguel) ficam a constituir uma só freguesia.
Adão e Carvalhal Meão também se unem.
Gonçalo e Seixo Amarelo seguem o mesmo caminho.
São Miguel do Jarmelo e Ribeira dos Carinhos passam a uma só freguesia.
São Pedro do Jarmelo e Gagos irmanam-se igualmente.
Avelãs de Ambom e Rocamondo também ficarão agregadas.
Corujeira e Trinta passam a uma só freguesia.
Misarela, Pero Soares e Vila Soeiro também se juntam.
Pousade e Albardo reúnem o seu território.
Rochoso e Monte Margarido agregam-se também.
O caso da Guarda é um dos poucos na região em que a proposta da UTRAD vai inteiramente de encontro à pronúncia que a Assembleia Municipal fizera acerca do processo.

Belmonte pode perder uma freguesia
O concelho de Belmonte perde uma só freguesia, de acordo com a proposta formulada pela UTRAT, o que fará com que o concelho passe a ter quatro freguesias.
A própria cabeça do Município junta-se ao Colmeal da Torre, passando a formar uma só freguesia, o que melhora a dimensão demográfica de Belmonte enquanto sede.
As freguesias de Maçainhas, Inguias e Caria permanecem inalteradas.
A Assembleia Municipal de Belmonte não se pronunciou, limitando-se a fazer chegar à Assembleia da Republica as posições tomadas pelo Município e pelas assembleias de freguesia, que se mostraram contrárias a qualquer redução do número de freguesias no concelho.
plb

No seguimento do almoço convívio de sabugalenses realizado no dia 1 de Maio, do corrente ano, surge agora um magusto no concelho do Fundão.
Os organizadores são os mesmos que estiveram na base do convívio de Maio: António Alves Fernandes, da Bismula e António Vicente Leal, da Bendada, ambos residentes naquele concelho da Cova da Beira.

O magusto acontecerá no dia 10 de Novembro de 2012 (sábado), a partir das 14 horas, no recinto da capela de S. José, nas Quintas de S. José, em Aldeia de Joanes.
O tradicional Magusto de São Martinho dos sabugalenses está aberto à participação de todos os interessados, bastando fazerem a sua inscrição pelos telefones de:
António Alves Fernandes, 275752726 / 962820107, ou António Vicente Leal, 275771937 / 933635637.
plb

O deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar «Os Verdes», entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, sobre os maus cheiros provocados pelos esgotos a céu aberto na freguesia de Águas, concelho de Penamacor, e também sobre o funcionamento da ETAR que existe nesta Freguesia.

Segundo um comunicado divulgado pelo Partido «Os Verdes» (PEV), a pergunta formulada foi a seguinte:
«Em 3 de Dezembro de 2003 foi lançado o concurso público, por parte da Águas do Zêzere e Côa, para a construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) na freguesia de Águas, concelho de Penamacor, para tratar os efluentes desta freguesia conjuntamente com os da Aldeia do Bispo e de Pedrógão de São Pedro.
Segundo a comunicação social, perto desta ETAR, construída há cerca de 8 anos, de grau de tratamento secundário, correm esgotos a céu aberto, situação grave pelo cheiro insuportável que invade a freguesia sobretudo em época estival.
Para a Junta de Freguesia de Águas, os esgotos provenientes de Aldeia do Bispo deveriam ter uma conduta própria, conforme previa o projeto inicial. Contudo, de forma a economizar algum dinheiro, o projeto foi alterado causando esta situação de mau cheiro sentida pelas pessoas da localidade.
Embora a autarquia local tenha alertado a Câmara de Penamacor, o Ministério do Ambiente e as Águas do Zêzere e Côa, ainda não foi encontrada uma solução para resolver esta situação. Os cheiros insuportáveis associados ao esgoto a céu aberto, para além de colocar em causa a saúde pública, são um mau cartão-de-visita para os aquistas das Termas de Águas Santas que estão a funcionar em regime experimental.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª A Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território me possa prestar os seguintes esclarecimentos:
1- Tem o ministério conhecimento desta situação?
2- Este ministério confirma que foram feitas alterações relativamente ao projeto inicial?
2.1- Se sim, quais? Quais os objetivos?
3- Porque se verifica o respetivo esgoto a céu aberto perto da ETAR?
4- Qual a entidade responsável por esta situação?
5- Que medidas estão a ser consideradas para resolver o problema dos maus cheiros na ETAR de Águas?»
plb

A celebração dos primeiros dois dias de Novembro (dia 1 – Dia de Todos Os Santos; dia 2 – Dia de Recordação de Todos os Fiéis Defuntos) teve origem no Mosteiro dos Beneditinos de Cluny em França. Das duas datas importantes, a primeira não mais acontecerá, pois o feriado religioso foi retirado e as pessoas já não terão pelo menos um dia disponível para recordar os seus mortos mais queridos. Muito se deve às más e incríveis negociações da Igreja com o Estado Português.

É importante que nestas datas façamos uma reflexão da Fé que vivemos, e acreditemos numa vida nova e imortal. Na primeira, festejamos todos aqueles e aquelas que a misericórdia de Deus admitiu na sua presença, na entrada do Seu Reino. Na segunda, é o tempo da oração, da reflexão dos Fiéis Defuntos, por todos aqueles que partem com a necessidade de algumas purificações além-túmulo.
Há dias um amigo, em conversa sobre estes temas da Fé, perguntava-me se na sociedade em que vivemos ainda há santos e onde estão. Respondi-lhe de imediato que sim e muitos. Porém, quis explicar-lhe, na minha opinião, quem são os santos. Se nos deslocarmos a uma qualquer Igreja, lá encontraremos muitos, muitas vezes desconhecendo a sua vida e obra. Todos os anos levo as crianças da Catequese de Aldeia de Joanes à Igreja Matriz, para lhes proporcionar uma lição de história sobre esse monumento de interesse municipal e verifico que a maioria não sabe nem conhece as imagens dos santos, que ali estão para todos venerarmos.
Numa das aulas de Catequese, há uma lição muito interessante, sob o título «Sede Santos». Ali está a resposta muito concreta e simples: um santo é todo aquele que detesta o mal e se apega ao bem; aquele que se mostra firme nas dificuldades com muita alegria e esperança; aquele que cultiva o fervor sem perder a humildade; aquele que procura viver em paz com todos, ajudando os mais necessitados.
Estas minhas respostas, que foram ouvidas com muita atenção pelo meu interlocutor, convenceram-no, apresentando-lhe de seguida inúmeros nomes de santos, que através dos tempos subiram aos altares.
Também lhe acrescentei que o Concílio Vaticano II afirma que a santidade consiste na plena e perfeita identificação com Jesus Cristo. Todos os cristãos são chamados a ser santos, é um chamamento que abrange todos sem exceção. Há imensos caminhos, imensas maneiras, cada um com o seu modo de vida, na vida de todos os dias, na família, no trabalho, nos tempos livres, em todas as atividades.
Volto à pergunta: ainda há santos hoje? Recordo novamente as crianças da Catequese. A maioria responde-me que os seus avós são uns santos. Ajudam-nas, dão-lhe bons conselhos, amparam-nas contra o mal, ensinam-lhe os caminhos do bem com o seu exemplo, rezam com elas, ensinam-lhes os valores da vida, enfim são os seus companheiros dia-a-dia. E também muitos pais responsáveis fazem o mesmo.
E os jovens que se dedicam voluntariamente em muitas ações de solidariedade social e de prática da caridade. E aqueles e aquelas que partem com destino a terras de missão, trabalhando no progresso social, cultural e religioso e dão a vida por essas causas. E aqueles visitadores de hospitais, que limpam as lágrimas de doentes que já não têm força nas suas mãos, transmitindo-lhes palavras de fé e esperança. E os homens e mulheres que fazem pontes de amizade e união e são semeadores da paz e da concórdia. E caro amigo leitor, podia apontar muitos mais trabalhadores que nos dias de hoje sobem as escadas da santidade. E não são necessariamente católicos. Aqui tens os santos dos nossos dias. Andam junto de nós, vivem perto de nós. Estão aí. Estão ao teu lado.
O Evangelista S. Lucas, diz-nos que «hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul, sentar-se-ão à mesa do Reino».
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco informou que o Centro de Saúde de Penamacor vai passar e estar encerrado entre as 20 e as 8 horas a partir do dia 12 de Novembro.

Nos fins-de-semana e nos feriados o encerramento mantém-se entre as 13h30 e as 09h30, estando portanto aberto penas durante o período da manhã.
Segundo a agência Lusa, a Câmara Municipal de Penamacor financiava o serviço, mas comunicou não poder continuar a suportar o encargo. Por outro lado, a procura também era diminuta: em agosto, mês em que o concelho tem mais população devido à chegada de emigrantes, só 14 pessoas usaram o serviço nocturno, segundo dados da ULS.
Vieira Pires, presidente do concelho de administração da ULS, realçou à Lusa que apesar de haver serviço médico nocturno, os casos de urgência sempre foram conduzidos para os hospitais.
Está em causa uma despesa «de 250 mil euros por ano» com «um médico, um enfermeiro e um funcionário administrativo» em permanência, todas as noites, disse o vice-presidente, António Cabanas, à agência Lusa.
Apesar de a procura pelo serviço ser «bastante diminuta», para o autarca basta que haja «uma vida» em causa para esta ser «uma decisão que custa tomar», referiu.
A Câmara de Penamacor assumiu os custos de manter o centro de saúde aberto 24 horas por dia num acordo estabelecido com o Governo quando era primeiro-ministro Durão Barroso. Na altura, havia a expectativa de o Ministério da Saúde vir a assumir a despesa, mas tal «nunca veio a acontecer» e António Cabanas refere que agora é «impossível» continuar devido «à conjuntura e aos cortes do Governo» no financiamento das autarquias.
Penamacor está a cerca de 45 quilómetros de Castelo Branco e da Covilhã, onde está sediado o Centro Hospitalar da Cova da Beira, sendo o encaminhamento dos casos urgentes decidido caso a caso.
plb (com Lusa)

Dois militares do Destacamento de Trânsito da Guarda, de 32 e 33 anos, faleceram ontem, dia 9 de Outubro, depois de atropelados por uma viatura, pelas 21h30, na A23 ao quilómetro 194, no sentido norte/sul – zona de Belmonte.

Segundo um comunicado divulgado pelo comando da GNR da Guarda, os militares sinistrados encontravam-se na berma da estrada, com uma viatura de serviço devidamente sinalizada, a regularizar o trânsito e a suprimir uma das vias, em virtude de um incêndio florestal que deflagrava junto àquele eixo rodoviário.
A viatura que os vitimou embateu na traseira da viatura da GNR, provocando a morte de dois militares e ferimentos graves num terceiro, de 30 anos, que foi evacuado para o Hospital Distrital da Covilhã e depois transferido para os Hospitais da Universidade de Coimbra.
O condutor da viatura que provocou o acidente, de 34 anos, também sofreu ferimentos graves, encontrando-se igualmente no Hospital de Coimbra.
As famílias dos militares falecidos estão a receber apoio psicológico promovido pela GNR.
Na missiva à comunicação social, assinada pelo Tenente Coronel Cunha Rasteiro, a GNR refere lamentar «de forma sentida» a perda dos dois militares.
plb

A Assembleia Municipal de Penamacor aprovou na Sessão de junho, uma importantíssima moção, com o título «POLÍTICAS PARA O INTERIOR, UM DESÍGNIO NACIONAL». Por minha proposta, a Assembleia Municipal do Sabugal decidiu por unanimidade aprovar igualmente esta Moção.

Ramiro Matos - Sabugal Melhor - Capeia ArraianaE porque é que esta posição é tão importante? Porque ela coloca à Administração Central um conjunto concreto de desafios a serem urgentemente debatidos, os quais a serem respondidos positivamente, contribuiriam, sem dúvida, para começar a inverter a situação a que o interior chegou.
E de entre os 19 desafios colocados pela Moção aprovada, saliento os seguintes:
1. A criação urgente de um forum de avaliação de políticas públicas para o interior (…);
2. A criação de um mecanismo legal que permita às Autarquias cujo PIB «per capita» seja inferior a 80% da média nacional, ou que se encontrem junto à fronteira com Espanha, a opção pela prática das taxas de tributação mais favoráveis de todo o país;
3. A consignação a projetos de desenvolvimento local de uma parte dos recursos naturais e da produção de energia provenientes do interior do país;
4. O estabelecimento de um princípio nacional de estabelecimento geográfico dos serviços centrais dos serviços públicos em função da predominância da sua atividade;
6. A adoção no setor da água de mecanismos (que poderão passar por um fundo de equilíbrio nacional) que permitam a aproximação dos valores das tarifas praticadas no interior e no litoral, nas pequenas povoações e nas grandes cidades;
7. A adoção do princípio da aproximação do preço de gás de garrafa às tarifas do gás natural (inacessível a quase todos os residentes em territórios do interior);
8. (…) A obrigatoriedade de discussão e de consulta pública e em Assembleia Municipal de quaisquer alterações aos serviços locais da administração central;
9. A criação, no âmbito da administração pública, de um regime especial e mais flexível destinado à criação ou à transferência de emprego público para as zonas do interior;
10. A criação de um regime de majoração de incentivos aos apoios públicos para investimento ou criação de emprego nas zonas do interior;
12. A aprovação de um regime de emparcelamento de propriedades rurais do interior do país;
15. A manutenção da descriminação positiva nas SCUT’s do interior para residentes, e nunca permitindo preços por km superiores à média nacional;
16. A criação de benefícios fiscais para empresas que se venham a criar no interior;
17. A majoração nos gastos considerados fiscalmente com os encargos relativos à criação de postos de trabalho, para os trabalhadores que deslocalizarem o seu domicílio para o interior;
18. A adoção de uma política de recuperação de territórios e prédios rústicos abandonados no interior do país;

Com se percebe, trata-se de um conjunto importantíssimo de propostas e desafios, os quis deveriam merecer pública discussão em todos os Concelhos do interior do país.
A Assembleia Municipal de Penamacor, acompanhada agora pela do sabugal, mostram que, ao contrário dos que dizem que este órgão do poder local nada faz, é neste espaço privilegiado da prática democrática local que se produz um tão importante documento!
Agora é altura de meter mãos à obra e obrigarmos, todos, eleitos e não eleitos, o poder central a sentar-se à mesa com o interior para, de uma vez por todas, tomar as decisões que se impõem.

PS 1. Mais uma vez, e tenho de o afirmar com orgulho, a Sessão de setembro da Assembleia Municipal decorreu de forma aberta e democrática, demonstrando o empenho e a preocupação com a defesa dos interesses do Concelho de todas as forças políticas ali representadas.

PS 2. Quando alguém vem chamar ignorante à classe empresarial portuguesa e não é de imediato corrido do «lugar de ouro» onde este Governo o colocou, então só se pode tirar uma conclusão: o sr. Coelho mandou o sr. Borges dizer aquilo… Um governo em que um qualquer ministrozinho nos chama de cigarras e, logo a seguir, um qualquer consultorzinho nos chama de ignorantes, já não é um governo, é um desgoverno!…

PS 3. Pelo menos os estudantes universitários do ISCSP ficam a saber que se chamarem nomes feios ao sr. Coelho ou a outro qualquer membro do desgoverno levam com um processo disciplinar em cima! Ainda não chegou aos trabalhadores, mas o caminho está aberto…
Só uma nota final. Por acaso o Diretor, se é assim que se chama, do ISCSP é bem nosso conhecido. Candidatou-se pelo PSD da Guarda, foi um dos responsáveis pela implementação da Lei que impõe a agregação das freguesias e, ironia das ironias, é do Soito!…

«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos

rmlmatos@gmail.com

Entrou em funcionamento o Palace Hotel & Spa, nas Termas de São Tiago, em Penamacor. O empreendimento com quatro estrelas, integrado no conceito saúde e bem-estar, tem 100 quartos, duas suites, bar e restaurante.

(Clique nas imagens para ampliar.)

Abriu portas o Palace Hotel & Spa, nas Termas de São Tiago, situado num espaço aprazível integrando a belíssima silhueta histórica da vila de Penamacor.
Para já encontram-se disponíveis os serviços de quartos, bar e restaurante. A segunda fase do empreendimento – spa e balneário termal – assenta na exploração da água termal de Santiago vocacionada para tratamento de reumatismos, pele e vias respiratórias.
O complexo hoteleiro com quatro estrelas oferece todas as condições para a realização de conferências, festas, convívios, casamentos e estadias de repouso.
O empreendimento com 100 quartos e seis suites, duas das quais dentro das torres de granito do antigo edifício que foi recuperado vai ser gerido pelo empresário Gumercindo Oliveira Lourenço que também é responsável pelo Hotel e pelas Termas de São Vicente em Penafiel.
O investimento de 10 milhões de euros recuperou um antigo edifício na quinta do Cafalado e prevê uma segunda fase de intervenção direcionada para o turismo termal.
Em nota de imprensa a Câmara Municipal de Penamacor informa ainda que o projecto, cheio de vicissitudes, teve o empenho pessoal do presidente da autarquia, Domingos Torrão, na sua concretização.
Endereço: Palace Hotel & Spa – Termas de S. Tiago
EN 332, Quinta do Cafalado. 6090 Penamacor
Tel.: 277390070 – email: hoteltermasdesaotiago@gmail.com

Curiosamente, ou talvez não, o recrutamento de pessoal para este empreendimento foi publicitado em vários meios de comunicação social. Aqui.
jcl (com C.M. Penamacor)

Ilídia Cruchinho, vereadora da Acção Social da Câmara Municipal de Penamacor, assume claramente: «este ano vamos bater o recorde de nascimentos». A afirmação foi prestada no âmbito de uma pequena entrevista concedida ao jornal Correio da Manhã, que consta na edição de hoje.

A entrevista tem a sua razão de ser no facto de Penamacor ser um dos concelhos do Pais com mais baixa taxa de natalidade, e, por consequência, deter com a população envelhecida, que lhe parece condicionar o futuro.
Mas a vereadora não se dá por vencida e explica como a Câmara, não concedendo subsídios de nascimento, combate essa aparente fatalidade prestando ajuda às famílias sobretudo ao nível da educação das crianças.
A política seguida tem sido a de apoiar a família da criança ao longo do seu percurso educativo, nomeadamente através da oferta dos manuais escolares, e oferecendo a alimentação e o transporte dos alunos. Outro aspecto que a vereadora enaltece é o facto de Penamacor possuir um novo centro escolar, que detém as melhores condições. Esses apoios constituem incentivos para a fixação das famílias, e são complementares ao esforço que se está a ser feito para que se instalem empresas e serviços que criem postos de trabalho.
O esforço desenvolvido pela Câmara de Penamacor em matéria de apoio à educação das crianças deixa a vereadora esperançosa de que a tendência se esteja a inverter.
Veja aqui a entrevista na íntegra.
plb

No último fim-de-semana de Agosto chegou a notícia do falecimento do Bispo Emérito de Angra do Heroísmo – Açores.

Nasceu há noventa e dois anos em Alcains – Castelo Branco. Frequentou os Seminários do Gavião, Alcains e Olivais. Em 1943 foi ordenado Padre em Portalegre e fez um percurso em diversas paróquias; foi professor no Seminário do Gavião, em alguns colégios e no ex-Liceu de Nuno Álvares em Castelo Branco. Foi um grande dinamizador da Ação Católica.
Em 1974 foi nomeado Bispo de Angra, onde se mantém até 1996. Tem na sua Diocese dois atos que os açorianos não esquecem: foi o grande impulsionador do Culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres e colaborou intensamente no processo de reconstrução das Ilhas Terceira, Graciosa e S. Jorge, depois de o sismo que as abalou em Janeiro de 1980.
Feita esta apresentação biográfica, vou à gaveta dos apontamentos, e lá encontro resquícios de um longo encontro com D. Aurélio Escudeiro em Castelo Branco. A edilidade albicastrense quis prestar homenagem a todos os sacerdotes do seu concelho. Pelas funções dirigentes que desempenhei e pelas ações cívicas que efetivei na Cidade de Amato Lusitano, fui convidado para essa Cerimónia de reconhecimento público a todos os agentes pastorais, na pessoa dos Párocos.
A seguir a um ato religioso fomos almoçar num restaurante local. Na mesa para onde fui encaminhado incluía-se D. Aurélio Granada Escudeiro, atualmente a residir em Alcains. Na troca de cumprimentos informo-o que trabalho em Castelo Branco e que casei em Aldeia de Joanes – Fundão.
Esta Freguesia era-lhe muito familiar e dizia-lhe algo. Numa longa conversa adiantou-me que o pai – João Lourenço Escudeiro – desempenhou durante muitos anos a tarefa de Feitor na Casa do Outeiro. Trabalho de muita responsabilidade. Por ele passava toda a estrutura rural, a funcionar ainda em moldes feudais, dado tratar-se de gente de sangue azul. Nas suas funções contavam-se: recrutamento de pessoal agrícola, pagamento dos seus soldos, distribuição de tarefas, o uso da disciplina e da justiça.
Também a sua mãe – Maria Belarmina Pinheiro – teve um papel importante naquela casa, colaborando com o marido.
D. Aurélio teve um irmão – Padre José – que desenvolveu um trabalho pastoral muito importante em prol das comunidades de emigrantes, principalmente na Alemanha. Da sua família, duas irmãs também se destacaram. Uma delas, de nome Evangelina, é Professora-Regente em Aldeia de Joanes, ensinando alunos até à terceira classe. A Escola funcionava numa das salas da casa do Joaquim de Almeida, que chegou a ter uma Taberna. A sua especialidade era vender a carne das rezes, que vendia diariamente e fazia os enchidos muito gostosos. Alguns chegaram à mesa do Papa João Paulo II, em Roma, através do Embaixador de Portugal que tinha raízes no Fundão.
Esta professora-regente casou com Joaquim Francisco Xavier, natural de Aldeia de Joanes, que abraçou a carreira militar na antiga Polícia de Viação e Trânsito, mudando a residência para Coimbra.
Com os pais cristãos praticantes, D. Aurélio deslocava-se à histórica Igreja Matriz de Aldeia de Joanes, a fim de assistir aos mais diversos cultos, tendo bem viva na sua memória a riqueza dos diversos altares e os cânticos religiosos entoados pelo povo.
Também me falou da festa do Espírito Santo, na Casa do Outeiro, sempre que a família Trigueiros assim entendia, chamando as gentes de Aldeia de Joanes para a prepararem. Esta realizava-se no recinto da Quinta. Aqui falou-me com muita vivacidade, lembrando-se das festividades nos Açores.
Recorda-se de ali receber as Boas Festas, o Compasso, a visita do Pároco de Aldeia de Joanes, anunciando Jesus Cristo Ressuscitado.
Com tantas ligações a Aldeia de Joanes, informei-o que hoje já não conhece estas paragens, onde os seus pais estiveram durante mais de uma década. Nos últimos anos Aldeia de Joanes tem bairros novos, uma fábrica de confeções, oficinas. Há um misto do rural com o urbano. É um dormitório do Fundão e está a crescer em termos demográficos e urbanísticos.
Assim convidei-o para uma romagem de saudade a estas terras que o acolheram na sua juventude, das quais tem boas recordações, oferecendo-lhe total disponibilidade para o transportar de Alcains a Aldeia de Joanes e vice-versa. Aderiu à ideia, dando-me todos os contatos para se concretizar este objetivo.
Apesar de diversos telefonemas, não se realizou a vinda, umas vezes porque já tinha compromissos e outras porque a débil saúde não lhe permitia viagens nem estadias alongadas.
Descanse em Paz a sua Alma…
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

Em Idanha-a-Nova Escutismo dá abraço que pode valer recorde mundial

Idanha-a-Nova, 08 de Agosto de 2012- Ao som do tradicional apito, cerca de 17 mil escuteiros presentes no XXII ACANAC (ACAmpamento NACional), em Idanha-a-Nova, irão tentar bater o recorde mundial do maior abraço do mundo. E é já no dia 09 de Agosto, na cerimónia de encerramento do maior acampamento da história do Movimento Escutista Católico português que tal façanha irá acontecer.
O atual recorde encontra-se nos 10.554 «abraços», mas este acampamento, que conta com a presença de cerca de 17.100 escuteiros, poderá facilmente quebrar esse recorde.
O grande objetivo é o de que, durante um minuto, todos os participantes nesta atividade se abracem e que isso seja gravado e fotografado para que, acompanhado da listagem de participantes, a informação possa ser enviada para o Livro dos Recordes.
Estes abraços representarão uma forma de distribuir paz, amor e afetos, sob a forma de um simples abraço, para quebrar as barreira que existem entre pessoas desconhecidas, mas que pertencem ao mesmo movimento.
plb (com CNE)

Lembrei-me de escrever sobre uma figura muito popular das nossas comunidades cristãs e paroquiais. Todos os que frequentamos a Igreja, conhecemos bem a missão e os serviços prestados por estes homens e mulheres. Nós também já partilhámos essas actividades em muitas cerimónias religiosas ajudando o titular do cargo.

Vou escrever umas notas sobre aqueles com quem me cruzei e a minha experiência neste serviço voluntário.
Da Bismula recordo o Manuel Cordeiro. Nós, ainda muito jovens, procurávamos ajudá-lo principalmente nas Eucaristias da semana, com horário matutino, porque os habitantes tinham de ir trabalhar para a faina dos campos agrícolas. Havia tanta competitividade, que muitas vezes os mais madrugadores se escondiam atrás do altar-mor, fazendo barulhos para afastar os mais preguiçosos. Era uma disputa muito saudável e louvável, sem censuras do Pároco. Lembro-me dos Jovens nestas andanças: Manuel Vaz, seu irmão Messias Vaz, António Alves Fernandes e seus irmãos Manuel José Fernandes e Francisco Alves Monteiro, José Lavajo Fernandes e tantos outros.
Em Setúbal, na Igreja de Santa Maria da Graça, hoje a Sé da Diocese, José Maria Fernandes Monteiro, meu saudoso Pai, durante um ano desempenha, em regime de substituição, o cargo de sacristão, que pertencia a Ernesto Santos Silva, morador na Rua da Paz, junto às muralhas medievais da cidade de Setúbal, a recuperar de uma grave doença. Regressado à sua função, José Maria Fernandes Monteiro fica com o encargo de diariamente ajudar à missa, na Igreja da Boa-Hora (Grilos), edificada em 1566, pela Ordem dos Agostinhos Descalços, onde há muitos anos está alojada a Comunidade dos Missionários Claretianos. Colocado em novo emprego, passaram os filhos a desempenhar aquela missão. Várias vezes coube-me ir desempenhar as funções amadoras de sacristão, principalmente nas férias. Era Superior da Casa, o Padre Carolino, homem bom, com um coração maior que Trás-os-Montes, província de onde era natural, que nos autorizava a colher e comer no quintal laranjas e tangerinas. Já o Padre António Monteiro de Terras de Jarmelo (Guarda), que conheci em Setúbal, era bem mais severo. Talvez fosse fruto de recalcamentos históricos pelo facto de D. Pedro, o Justiceiro, vingar a morte de Inês de Castro, arrasando aquelas povoações e arrancando o coração pelas costas a Pero Coelho de Jarmelo. Em contrapartida, este Rei atribuiu imensos privilégios aos pescadores de Setúbal…
Um dia, possuído de odores a laranja e tangerina, sou interpelado por este celebrante, que além da censura ditatorial, aplica-me o respetivo corretivo. Seguimos para o altar, ainda se celebrava a Eucaristia de costas voltadas para o povo. Ao colocar a almofada para se ajoelhar, o reverendo dá-lhe um pontapé, que parecia um golo do Eusébio, aqui na baliza de Santo Agostinho, que estava no altar muito sossegado com um livro numa das mãos. Foram os citrininos mais amargos que saboreei na cidade de Setúbal. Aqui foi muito negativa a minha experiencia de «sacristão».
Conheci em Setúbal, um sacristão, numa das maiores Paróquias Nacionais, refiro-me a S. Sebastião, um exemplo de dedicação e amor à camisola de serviço à Igreja. Refiro-me a João Maria Afonso Lopes, o «João Sacristão». Muito virado para a evangelização junto dos homens do mar, onde teve as suas origens, construiu uma Capela no Bairro do Faralhão, e durante muitos anos foi o impulsionador e organizador das Festas de Nossa Senhora do Rosário de Troia. O seu nome está perpetuado numa artéria da Cidade de Elmano Sadino, perto da Avenida do Coração de Maria, na Comunidade da Azeda de Cima.
Em Castelo Branco, um sacristão com nome militar – Fernando Sargento – era efetivamente um sargento na guarda dos tesouros da Sé Albicastrense, sempre vigilante durante décadas, falecendo quase centenário. Os Rotários de Castelo Branco prestaram-lhe uma justa homenagem pelos revelantes serviços prestados à comunidade cristã.
Em Aldeia Nova do Cabo (Fundão), durante mais de cinquenta anos, trabalhou para a Paróquia José de Oliveira, sendo substituído por João Gadanho, a quem as dificuldades visuais impediram de ainda estar a serviço.
Em Janeiro de Cima, encontrei uma persistente guardiã da igreja. Decorreu um evento cultural naquele local e a idosa responsável esteve sempre atenta na guarda de todo o património sagrado. Procurei descansá-la, dizendo-lhe que tudo iria correr bem, que os presentes eram gente séria, conhecidos da Junta de Freguesia local e da Câmara Municipal do Fundão, mas apesar de ouvir os meus conselhos, não descurou a segurança.
Termino este périplo em Aldeia de Joanes, onde uma dinastia de sacristães tem ocupado a respetiva cadeira durante muitos anos. Sebastião Nascimento Ramos e seu irmão Manuel Joaquim Ramos, em períodos alternativos, desempenharam a missão de ajudantes do senhor prior. Manuel Ramos tinha uma voz para os cânticos litúrgicos de encher a alma de quem o ouvia. Até arrepiava quando cantava estes versos:
Oh! Vós que passais
Em frente deste Sacrário.
Oh! Eles loucos não pensam
No amor do Santuário.

É ali que repousa
Naquela Hóstia de Amor e Luz
Vamos todos nesta hora
Desagravar o Bom Jesus.

Também nas festividades do Natal, Quaresma e Páscoa, entoava cânticos de grande musicalidade e fervor religioso. Nas diversas procissões era um general a comandar as tropas.
Há anos, com o seu falecimento, terminou esta Dinastia Sagrada, sucedendo-lhe Higino Serra Cruz, que desempenha um vasto trabalho de sacristão, sempre muito atento e preocupado; ainda é ministro da comunhão e elemento da Cáritas e da Equipa Litúrgica, substitui por vezes o Pároco, trata da limpeza da Igreja Matriz, arrumações e sempre que necessário põe em prática os seus vastos conhecimentos de marceneiro.
Estes homens e mulheres, no silêncio religioso das Igrejas, muitas vezes sem lhes ser reconhecida a atenção e o carinho que merecem por desempenhar tarefas fundamentais, nas atividades litúrgicas, na defesa do património dos templos, são voluntariamente os guardiões dos templos. Merecem reconhecimento e homenagem de todos.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

Teresa Duarte Reis - O Cheiro das Palavras - Capeia ArraianaE ainda na minha viagem pelos castelos de Fronteira, surge-me Penamacor que não posso de modo algum esquecer. Tornada uma vila com história, Penamacor enleia-se na altivez da sua Torre de Menagem, na beleza da sua “Domus Municipalis”, nas marcas que provam como atravessou as épocas e permaneceu, apesar de muito esquecido pelos tempos. O castelo e fortaleza são ainda sinais de que o passado não pode ser totalmente apagado, uma vez que deixou registos do vigor das gentes ou dos cuidados régios.
Penamacor foi um dos mais poderosos castelos beirões e continua a ser uma porta de passagem para a Reserva Natural da Serra da Malcata que abriga um espécime enriquecedor do património da região: o lince ibérico.

PENAMACOR

Eis que vem Penamacor
De castro romanizado
Onde terá nascido Vamba
Rei godo eternizado
Eis que regressa D. Sancho
Que também te deu foral
E com D. Afonso III
Tiveste Feira anual
Vem então D. Dinis
De visões largas, como se diz.

E no livro das fortalezas
Duarte de armas escreve
Que as obras de remodelação
Torre de menagem descreve
E na guerra da Restauração
A fronteira de Penamacor
Cresceu em Conselho de Guerra
Que aumentou seu valor
Castelo Melhor e Marquês
Reforçaram muralhas que pólvora desfez.

Mais tarde as pedras usadas
Para se fazerem moradas
Mas o Domus Municipalis
Fortaleceu suas fachadas
E no final do século XX
É Monumento Nacional
Que se mantém alerta na vila
Com sua Torre principal
Para que recordemos e sempre
O seu valor monumental.

E lembro ainda a lenda
Que fez surgir o desejado
Como se Sebastião fosse
Pelo povo, ai, tão amado.
Ali foi então acolhido
Como Rei e proclamado
Porém o demo tapa e destapa
Foi descoberto e castigado
Mas Penamacor ainda vence
E a quem o visita, convence.

O meu carinho a Penamacor

«O Cheiro das Palavras», poesia de Teresa Duarte Reis
netitas19@gmail.com

O secretário-geral do Partido Socialista vai estar em Penamacor, a sua terra natal, no dia 5 de Agosto (domingo), para apresentar o livro «As Estranhas e fantásticas histórias de Jolon», que reúne textos de Jolon, o correspondente do Jornal do Fundão naquele concelho.

Segundo noticia a agência Lusa, José Lopes Nunes (Jolon) nasceu na freguesia de Aranhas, Penamacor, a 29 de Setembro de 1943, e foi chefe de redacção do jornal A Verdade de Penamacor, do qual António José Seguro era director.
O livro das edições A23 percorre, ao longo de 300 páginas, os últimos 40 anos da vida do concelho do distrito de Castelo Branco, destacando tradições, profissões em vias de extinção e «histórias fantásticas de velhotes que povoam a paisagem humana da raia», refere a editora em comunicado.
O livro será apresentado às 18h30 por António José Seguro e o director do Jornal do Fundão Fernando Paulouro Neves, no auditório da pólo da Academia de Música e Dança de Penamacor, no antigo quartel militar da vila.
plb

A freguesia de Vale da Senhora da Póvoa vai estar em festa nos dias 2, 3, 4 e 5 de Agosto. No dia 2, festeja o seu 55º aniversário, data em que passou a ser designada pelo actual nome, pois anteriormente denominava-se Vale de Lobo.

A fim de comemorar esta data, vai a Junta de Freguesia iniciar os festejos com uma sessão solene no seu salão às 18h30, contando com alguns oradores. Às 20 horas, O Grupo Etnográfico e o Rancho Folclórico, ambos de Penamacor, brindarão os presentes com as suas actuações.
Os festejos continuam no dia 3 com a actuação do Grupo «As cantadeiras de Caria» pelas 20 horas, seguindo-se pelas 21h30 a participação da Banda Filarmónica União de Aldeia de João Pires, que se prolongará até às 23 horas.
O dia 4 será dedicado a Santiago, padroeiro da freguesia, cuja festa costuma ser realizado em meados de Agosto, mas este ano, excepcionalmente decorrerá mais cedo. A actividade musical começará às 20 horas com o Grupo de Cantares do Pedrógão de S. Pedro (Penamacor), seguindo-se às 22 horas o momento musical alto da festa com a actuação de Arlindo de Carvalho, acompanhado por Filipa Melo e Grupo Coral da Soalheira. Às 24 horas, será a vez do baile, com o organista Virgílio Faleiro que brindará os presentes com sua música.
O dia 5 começa com a chegada da Banda Filarmónica Boa Vontade Lorvanense, que percorrerá as ruas da aldeia. Às 9 horas será celebrada Missa em honra do Padroeiro Santiago – musicalmente acompanhada pelos músicos desta banda e pelo Grupo Coral Litúrgico, seguida de Procissão.
Às 12 horas, a Banda fará a tradicional arruada e pelas 17 horas dará um concerto dedicado a todos os presentes.
Às 18 horas o Grupo de Cantares desta aldeia, Grupo de Cantares de Vale da Senhora da Póvoa, estará presente com as suas cantigas populares.
Às 20 horas será a vez do Grupo de Cantares da Ribeira da Meimoa brindar os presentes com a sua música.
Às 22 horas haverá «Fados ao Luar» pelo Grupo de Fado da Guarda com António Pinto na Guitarra Portuguesa, Artur Conde na Viola, e vozes de Emília Leitão, José Coelho e Artur Conde.
Os festejos terminam com a actuação do Duo «Ana e Orlando» que abrilhantarão o baile a partir das 24 horas.
Além de todo este elenco musical, haverá todos os dias uma exposição e comercialização de artesanato e produtos locais, jogos tradicionais e um esmerado serviço de Bar.
Américo Valente

Tudo na vida tem estórias, tem princípio e princípios e qualquer obra necessita de alicerces e projetos.

O Escutismo em Aldeia de Joanes nasceu de uma pequena semente, lançada por dois irmãos, Chefes de Escuteiros da Região de Setúbal, Francisco Alves Monteiro, autor do livro «História do Escutismo em Setúbal e na sua Região» e agraciado com o Colar Nuno Álvares e Joaquim Alves Fernandes soldador voluntário do Monumento do Centenário do Escutismo, em inox refratário, projetado pelo Arquiteto Amaral, Escuteiro do Agrupamento 484 da Anunciada, inaugurado no Parque do Bonfim, na Cidade do Sado. Estes Chefes já tinham realizado muitos acampamentos na Região do Fundão e em Aldeia de Joanes e verificado o grande número de crianças e jovens nesta Freguesia de Aldeia de Joanes, que necessitam de um projeto escutista.
Residia aqui um seu familiar, que também tinha sido Escuteiro em Setúbal, desempenhando inclusive as funções de Tesoureiro no Clã Nº1, do Agrupamento nº 62 da Ordem Terceira.
Em Castelo Branco teve dois filhos Escuteiros no Agrupamento 160, onde fizeram as Promessas de Lobitos. Por divergências causadas por dirigentes e assistentes, esse agrupamento foi suspenso, tendo os Pais, onde se incluía, criado o Grupo 67 da AEP. Por decisão da Assembleia Geral de 21/3/1986, foi-lhe atribuído o título de Sócio Honorário pelos relevantes serviços prestados.
Por decisão do Chefe Nacional Victor Faria em 14/6/1993, é-lhe concedido o Diploma de Mérito pelos serviços prestados ao CNE, particularmente aos Agrupamentos da Região de Setúbal do CNE.
Muitos outros Agrupamentos da Região de Setúbal lhe manifestaram a gratidão pelo apoio que sempre lhes dispensou.
Por aqui se percebe que este seu irmão escuteiro, com tantos incentivos e com tanta matéria-prima, pouco ou nada aproveitada, decidiu conversar com o Pároco para a possibilidade da fundação de um Agrupamento de Escuteiros em Aldeia de Joanes. Verifiquei desde a primeira hora uma apatia e censura à ideia. Com um beco sem saída, em Setembro de 2005, aconselhado por um Dirigente Nacional do CNE., escrevi uma carta ao Chefe Regional da Região da Guarda, sediada na Covilhã. Nessa missiva, pedia uma análise e uma apreciação, para a fundação de um agrupamento do CNE, na Paróquia de Aldeia de Joanes, motivada pela situação geográfica desta Freguesia, aumento da população, com muitas crianças e jovens ali residentes. Solicitava uma reunião que apontava diversos locais, inclusive a sua casa, com a presença do Pároco, do Chefe Regional, do Dirigente Luís Fernando Pereira.
A Chefia Regional, pelo ofício nº 177/05 de 10 de Outubro de 2005, chega a resposta, com oportunas condições, sobre a formação de um agrupamento do CNE, «sendo a principal a aceitação do Pároco», para o qual remeteram expediente.
Terminavam a carta informando-o que «a sua proposta tinha merecido muita estima, alegria e apoio», pedindo uma reunião com o Pároco para aquele fim, que nunca se concretizou, e das cartas não lhes conheço qualquer resposta.
Passam-se dois anos sem o processo avançar e alguém com vontade de este assunto entrar no rol de total esquecimento.
Perante este impasse, algumas vezes foi abordado para se criar um grupo da AEP em Aldeia de Joanes, mas não manifestei disponibilidades, apesar de receber apoio em todos os aspetos.
Com a chegada à Diocese da Guarda de D. Manuel Felício, e já com mais apoios administrativos e técnicos, foi lançada a ideia a este Bispo, e com a sua dinâmica e esforços, a obra começou a ser desenhada.
Assim, dá os primeiros passos, esta grande escola da formação da juventude em Aldeia de Joanes. Decorre um processo de inscrição de dirigentes e elementos. Na ordem de serviço nº 566 de 31 de Outubro de 2008, está oficializado o Agrupamento em Formação de Aldeia de Joanes, que depois de formado recebe o número oficial de 1335. O sonho era uma realidade, para a felicidade de muitos jovens escuteiros, dirigentes e pais.
Em 4 de Outubro de 2008, tomou posse o Dirigente Luís Fernando Santos Pereira – 8409000607004-, o Chefe Adjunto Nuno Paulo Duarte Rocha – 7709000120001-, e foi nomeado pela competente entidade eclesiástica um Assistente do Agrupamento, o Diácono Francisco da Cruz Lambelho – 0809001335002.
No dia 30 de Maio de 2009, há três anos, com a presença do Assistente Padre José Manuel Dias Figueiredo, Chefe Regional António Bento Duarte, do Presidente da Junta de Freguesia António Albino Sousa Carvalho e do Vice-Presidente da Câmara Municipal do Fundão, Dr. Paulo Fernandes, também Escuteiro, realizou-se O Dia das Promessas, onde quem é investido nunca mais o esquece.
Começou a Cerimónia com a Investidura do Dirigente Francisco Lambelho.

Da Alcateia nº 42 do Agrupamento 1335 de Aldeia de Joanes, fizeram a sua Promessa:
Adriana Ramos Pereira, Ana Carolina Martins Carvalho, André Santos Gomes, Beatriz Barata Pereira, Beatriz Marcelo Ramos, Bruno Gonçalves Marques, Diogo Alexandre Cardona, Duarte Dias Encarnação, Duarte Gonçalves Antunes, Eduardo Miguel Trindade Saraiva, Elodie Campos Mesquita, Fernando José Mateus Marcelo, Filipe José Dinis Domingues, Gonçalo Costa Duarte, Gonçalo Nogueira Costa, Guilherme Martins Lourenço, Henrique José Morgado Duarte da Silva, Inês Maria Mota Bonifácio, Joana Gonçalves Pires, Joana Raquel Batista Veríssimo, João Miguel Patrocínio Bastos, Leonor Dinis Domingos, Margarida Freire Rodrigues, Mariana Rodrigues Lambelho, Pedro Miguel Almeida Penetra, Pedro Miguel Santos Rocha,

Investidura e promessas do Grupo Explorador nº 43:
Alexandra Nunes Roxo, Ana Carolina Morgado Duarte da Silva, André Gonçalo Batista Veríssimo, André Manuel Patrocínio Bastos, Beatriz Maria Dias Encarnação, Bruna Filipa Brito Neves, Cyril Soares Campos, Diogo Marques Pires, Eugénia Morgadinho Martins, João Diogo Cruz Ponciano, João Pedro Marques Esteves , Jorge Miguel Marques Esteves, Rodrigo Monteiro Lambelho, Manuel João Monteiro Barbosa, Marta Isabel Pinheiro Lambelho, Nuno Miguel Freire Rodrigues, Patrícia Isabel de Brito, Rodrigo Monteiro Lambelho Proença, Tiago Gonçalves Marques

Investidura e promessa de caminheiras:
Mariana Gomes da Costa

Foram todos estes heróis os primeiros obreiros, que reconheceram em Aldeia de Joanes, numa festa de partilha e amizade, que o Movimento Mundial Escutista é uma Fraternidade sem fronteiras e que ao dar os primeiros passos para essa Fraternidade, são irmãos e amigos de todos os Escuteiros do Mundo. São os servidores de Deus, da Igreja, da Pátria, do amor à Natureza.
Não ficais esquecidos, vós que tendes aqui o vosso nome gravado, ficais na História do Escutismo em Aldeia de Joanes, esperando que os mais velhos, os mais responsáveis, agarrem neste bebé de três anos a merecer todos os cuidados e atenções. Se esta pequenina criança for abandonada, ninguém tem perdão…Está ali um bom viveiro. Que todos os responsáveis alimentem a CHAMA VIVA… desta Juventude Escutista.
Parabéns a todos os Escuteiros de Agrupamento 1335 de Aldeia de Joanes. Longa e feliz vida, que os presentes e vindouros escrevem a HISTÓRIA.
António Alves Fernandes, Aldeia de Joanes

Penamacor prepara-se para receber a 3.ª edição das Terapias Alternativas, o que acontece já no próximo fim de semana, nos dias 7 e 8 de Julho.

Este verdadeiro festival de saúde conta com a participação de 25 terapeutas, oriundos de norte a sul do país. Do vasto programa destacam-se terapias como o reiki, leitura da aura, tarot, reflexologia, quiromassagem, yoga, fascioterapia, shiatsu, meditação com taças tibetanas, constelações familiares, etc.
Paralelamente decorrem workshops, palestras e actividades para crianças. Um bar com comidas e bebidas saudáveis, uma feira de artesanato ecológico e até uma exposição de escultura da autoria de Luís Pinheiro, complementam o vasto leque de ofertas para quem optar por esta experiência única na região.
Definitivamente, este é o fim-de-semana mais Zen da Beira Interior.

PROGRAMA
Dia 7
Sala polivalente
15-17 h: Workshop «Ame-se e cure a sua vida, baseado no método Louise Hay»; Antónia Gaspar e Isabel Gomes
17-20 h: Workshop «Bonsai», Márcio Meruje
21-22 h: Palestra «Biossintonia e a anatomia livre», Vanda Vaz de Carvalho
22-23 h: Palestra sobre método inovador «Q-Life», Sandra Jorge e Daniel Fernandes – Spirit Peace

Sala infantil
15-16 h: Mini workshop «Técnicas de meditação e relaxamento», José Martins – Espaço Lotus
16-19 h: «Constelações familiares», Bernardo Ramirez
19-20 h: Mini workshop «Auto-massagem», José Martins – Espaço Lotus
10-21 h: «Stanupzem», José Martins – Espaço Lotus
21-22 h: Concerto «Taças de cristal», José Martins – Espaço Lotus

Pátio das Tílias
17-18:30 h: Yoga do riso; Hermínia e Maria Barbosa – Belorriso
18:30-19:30 h: Meditação activa Osho – Heart Chakra Meditation, Isabel Gomes
19:30-21:00 h: Kundalini Yoga; Sónia Martins
21-23 h: Biodanza, Ana Alçada

Pátio das Laranjeiras
22:30-24 h: Actuação do Grupo Velha Gaiteira

Sala dos Escuteiros – Actividades para crianças
15-16 h: Kundalini Yoga para bebés (3 aos 5 anos), Sónia Martins
16-16:45 h: Atelier de manualidades, Hermínia e Maria Barbosa
16:45-17:15 h: Atelier de reciclagem, Isabel Ribeiro
18-19:30 h: Actividades com mandalas, Antónia Gaspar

Dia 8
Sala polivalente
15-16:30 h: Workshop Tarot, Ana Vitória – Estrela Zen
16:30- 18:30 h: Constelações familiares, Bernardo Ramirezo
18:30-19:30 h: Palestra sobre método inovador Q-Life, Sandra Jorge e Daniel Fernandes – Spirit Peace
19:30-20:30 h: Palestra «O Reiki na Educação», Vanda Vaz de Carvalho – Associação Portuguesa de Reiki de Castelo Branco

Sala infantil
15-16 h: Mini workshop «Técnicas de meditação e relaxamento», José Martins – Espaço Lotus
16-17 h: Meditação/visualização criativa, Antónia Gaspar e Isabel Gomes
17-18 h: Mini workshop auto-massagem, José Martins – Espaço Lotus
18:15-18:30 h: Stanupzem, José Martins – Espaço Lotus
18:30-19:30 h: Actividades com Mandala, Cidália Godinho – Academia dos Sentidos

Pátio das Tílias
17:30-18 h: Yoga do riso, Hermínia e Maria Barbosa – Belorriso
18-19 h: Drum Circle Songs, Isabel Gomes
19-20:30 h: Kundalini Yoga, Sónia Martins
20:30-21:30 h: Biodanza, Ana Alçada

Sala dos Escuteiros – «Actividades para crianças»
15-16 h: Kundalini yoga para bebés (3 aos 5 anos), Sónia Martins
16-16:45 h: Atelier de manualidades, Hermínia e Maria Barbosa
16:45-17:15 h: Atelier de reciclagem, Isabel Ribeiro
18-19:30 h: Actividades com Mandalas, Antónia Gaspar

As restantes actividades, individuais, decorrem entre as 15h e as 23h, por marcação, pelo valor simbólico de 10 euros.
As actividades de grupo são por donativo.
O Workshop Bonsai, tem uma contribuição de 15 euros, com oferta de um bonsai, documentação e certificado de participação
plb (com CMP)

Realizaram-se no passado dia 29 de Junho em Castelo Branco exames de graduações para acesso a cinturão preto de judo, merecendo destaque a atleta Carla Vaz do Sporting Clube do Sabugal.

Desde alguns anos até hoje, os elementos das comissões distritais que realizavam os exames de graduações para os cinturões pretos de 1º e 2º grau (Dan), têm de ser compostas por judocas federados nas próprias associações, com graduação mínima de 2º Dan. Não tendo até hoje elementos suficientes para a formação de uma equipe que permitiria satisfazer as necessidades da Associação de Judo do Distrito da Guarda (AJDG), cinco judocas do nosso distrito prepararam-se e, com a concordância da Federação Portuguesa de Judo e a amabilidade da associação de Judo do Distrito de Castelo Branco, realizaram os seus exames nas instalações da academia de judo de Castelo Branco, sendo o júri a comissão associativa de graduações daquele distrito, fazendo assim parte dos doze candidatos a ser avaliados.
Os candidatos chegaram bastante mais cedo de que a hora prevista, permitindo assim acertar alguns pormenores para que tudo saísse da melhor forma. Os candidatos egitanienses mostraram a sua mais-valia mostrando estarem devidamente preparados para o acesso ao nível seguinte da formação desportiva nesta modalidade. Estando agora uma nova etapa a começar para o judo distrital, pois a AJDG tem agora condições para formar a sua própria Comissão Associativa de Graduações.
Deixa-se ainda o destaque para a presença feminina do Sporting Clube do Sabugal, Carla Vaz, que mais uma vez faz história no Judo Distrital, sendo a primeira judoca do judo da Guarda a alcançar aquela graduação e fazer parte da já referida comissão, restando agora dar continuidade ao trabalho e projeto da AJDG em dar mais visibilidade a esta modalidade olímpica, com mais meios humanos e qualidade.
djmc

O movimento «Empresários pela Subsistência do Interior» defendeu a demissão do ministro da Economia por falta de respostas às dificuldades apresentadas num encontro na sexta-feira com o governante, na Covilhã, disse à Agência Lusa o porta-voz, Luís Veiga.

O governante promoveu na sexta-feira um pequeno-almoço com 50 empresários da Beira Interior, na Covilhã, para os auscultar, explicou na altura o próprio ministro da Economia, mas Luís Veiga, empresário covilhanense do ramo hoteleiro, diz que, analisado o encontro, «verificou-se que não há estratégia nenhuma para o interior».
Segundo explicou à Agência Lusa, apesar dos relatos de dificuldades, os empresários lamentaram «não ouvir uma palavra de compreensão do ministro da Economia, antes pelo contrário, sentiram que [o governante] está num mundo completamente diferente e provavelmente noutro continente».
Luís Veiga é peremptório: «Para nós é altura de dizer basta e exigir a demissão do ministro, não podemos ir para outro nível de exigência após aquele pequeno-almoço surrealista de um diálogo de surdos entre 50 empresários e o governante».
A visita de Álvaro Santos Pereira «não trouxe nada de novo, independentemente da necessidade que atribui às reformas em curso», apesar de «ter sido explicado que as empresas estão no limite e que chegaram a um ponto de não retorno em termos da operação no interior do país».
Ou seja, «não se vislumbra outro caminho que não seja o encerramento de mais empresas e a desertificação humana e, perante isso, ele não tem resposta», contou o porta-voz dos empresários.
O anúncio da prorrogação das isenções nas autoestradas ex-SCUT por mais três meses, sem outras medidas que atenuem o efeito das portagens, foi a gota de água, acrescentou Luís Veiga.
Segundo explicou, «o Interior não precisa dessa esmola, pois não eram as autoestradas A23, A24 e A25 que iam perder as isenções» no final de Junho – dado que as regiões abrangidas têm baixos índices de poder de compra, dentro dos valores especificados por lei para atribuição do benefício.
De acordo com Luís Veiga, o núcleo duro do movimento engloba cerca de 50 empresários dos distritos de Castelo Branco e Guarda e respectivas associações de empresas, defendendo os interesses de cerca de 8.000 firmas.
O grupo foi criado no início de 2011 para lutar contra a introdução de portagens nas autoestradas A23 (Torres Novas – Guarda), A25 (Aveiro – Vilar Formoso) e A24 (Viseu – Chaves), mas desde então tem intervindo e apresentado propostas sobre outros temas.
plb (com Lusa)

A Cáritas Portuguesa para acompanhar com a contestação de que a crise, a mal fadada crise, está a ser usada para desinvestir no combate á pobreza e à fome, reuniu-se com a Cáritas Internacional e dessa reunião saíram estes dez mandamentos, que seguidamente enuncio, para um Mundo sem fome.

– Contribui para que todas as pessoas tenham o suficiente para comer.
– Não cobices o pão do teu vizinho.
– Não guardes para ti mesmo, os alimentos que fazem falta as pessoas necessitadas.
– Honra a terra e o trabalho para combater as mudanças climáticas, para todos terem uma vida mais longa e um a Terra melhor.
– Vive de acordo com o teu próprio estilo de vida.
– Não cobices a terra e a propriedade dos teus vizinhos.
– Que a política agrária seja para reduzir a fome e não para aumentá-la.
– Toma uma atitude perante Governos corruptos e os que os seguem.
– Ajuda a evitar conflitos armados e guerras.
10º – Combate a fome de forma eficaz, através de ajuda ao desenvolvimento.
António Alves Fernandes – Membro da Cáritas Paroquial de Aldeia de Joanes

A Meimoa é muito conhecida por causa da respectiva barragem, junto ao início da Serra da Malcata, onde deveria viver o lince, com belos olivais, grandes pinhais, vinhas e a famosa Ponte Filipina (que não o é) que liga a Aldeia à Benquerença e daqui aos Três Povos, Alpedrinha, Fundão, Covilhã, Serra da Estrela…

José Jorge CameiraSabia que para lá da minha aldeia existia uma outra aldeia com o nome MEIMÃO, perto do Sabugal mas ainda concelho de Penamacor, e depressa pensei que o nome MEIMOA tivesse algo a ver com o outro. Mas não consigo descortinar parecenças…
Foi na Meimoa que me estreei na equipa de futebol dos Grandes do Vale da Senhora da Póvoa, aldeia a quatro quilómetros. Ou porque era bom a jogar ou talvez porque faltasse alguém, o seleccionador Norberto convocou-me. Lembro-me que a dado momento, durante o jogo, a bola sobrou para mim e chutei ao calhas para a frente… Só dei conta de dez latagões saltarem para cima de mim (um franganote moreno escanzelado e pau de virar tripas) abraçando-me e quase me esmagando. É que tinha marcado um golo, sem querer é claro, mas o único do desafio.
Os rapazes da Meimoa, capitaneados pelo Nuno Moiteiro, presentearam-nos com uma grade de gasosas do Soito, que serviu para recuperar forças, ainda tínhamos que fazer os tais quatro quilómetros a pé de volta à nossa aldeia…
Houve nesta aldeia um acontecimento célebre que é uma delícia recordar! Em todas as aldeias aos domingos os sinos das Igrejas badalavam às 19 horas, marcando o fim dos bailes e a obrigatoriedade dos jovens irem rezar o terço. Até no nosso Vale isso acontecia, os padres estavam combinados, era marosca, via-se… É claro que só as meninas donzelas iam, mas arrastadas pelas mães, que lhes diziam que só assim garantiam um bom casório!
Essa estória chegou-me aos ouvidos pelo meu Tio Manuel Cameira «Caixeiro», do Vale da Senhora da Póvoa e irmão do meu Avô, contada naqueles serões de Inverno junto à lareira e com os varões com enchido verde a pingar sobre todos. O Ti Manuel Caixeiro casou na Meimôa por volta de 1940 com uma senhora de nome Teresa Manteigas. Foi por essas idas e vindas à Meimoa que ele ouviu esta versão do acontecido e assim ma contou.
Numa tarde de um qualquer domingo, às 7 da tarde, o sino tocou e o baile acabou como era hábito.
O Padre Fernando à hora do terço deu pela falta nos bancos compridos de uma rapariga, a Maria Martins, já em namoro adiantado com o Tóino Berto (tudo nomes fictícios).
Não foi à Igreja, sabe-se lá onde terá estado a aproveitar melhor o tempo…
No domingo seguinte, em plena homília no cimo do púlpito, então não é que o Padre Fernando verbera em público, alto e bom som, que a Maria Martins (citou mesmo o nome dela) tinha faltado ao terço do outro domingo!!! Que era pecado, mau comportamento, imoral, uma vergonha…
A rapariga a chorar foi fazer as queixas ao namorado, e fez muito bem.
A coisa parecia ficar por aí, mas, de repentemente, o caso deu para o torto!
O Padre Fernando era encorpado, barrigona, parecendo prenhice à frente, e atrás um grande, largo e gordo traseiro!
Nessa noite, depois de rezado o terço, houve alguém que surgindo do escuro da rua, ferra uma valente e ruidosa chumbada de flobber no gordo e avantajado rabo do arrogante sacerdote…
– Aqui del-rei que querem matar o nosso santo Padre Fernando!! – gritaram as mulheres, ganindo a caozoada ao mesmo tempo!
– De certeza foi o Toino Berto! – gritaram as beatas da sacristia.
– Que nada, disse o Toino, estava a ouvir o relato do Artur Agostinho do Sporting contra o Salgueiros na Emissora Nacional!
Das desconfianças do autor do crime contra as gorduras traseiras do Padre, passou-se às certezas… foi o Toino Berto, pronto, já está!
Foi feita queixa-crime contra o rapaz na GNR de Penamacor… que ele queria mesmo era matar, tinha que ir para a cadeia, não se faz uma coisa dessas e logo ao nosso querido padre, ministro de Deus!
Foi marcado o dia do Julgamento no Tribunal da Comarca em Penamacor.
Entretanto, no «hospital» da Dona Bárbara de Penamacor, foi retirada uma boa mão cheia de chumbinhos do bundão do Padre – estou a imaginar o enfermeiro com uma pinça procurando dentro das entremeadas as bolinhas metálicas reluzentes de toucinho!
O Padre foi instruído para arranjar testemunhas.
– Até tenho muitas ! – disse ele, com ar de vingança demoníaca, esquecendo o perdoar das ofensas no Pai-Nosso.
Nos oito dias antes do julgamento, houve reunião diária, mas nocturna, marcada pelo Padre Fernando na sacristia da igreja com meia dúzia de beatas que assim orquestraram o testemunho contra o rapaz… Que sim, que viram o rapaz com a arma na mão, que disparou contra o Padre…
No dia do julgamento, o juiz interrogou uma a uma essas testemunhas… e todas diziam exactamente a mesma lenga-lenga, originando desconfianças. Terá interrogado de novo cada uma das mulheres de per si para saber quem lhes tinha ensinado aquelas respostas todas iguais.
Ingenuamente, lá foram dizendo que foi o Senhor Padre Fernando que as ensinou a responder daquela maneira na Sacristia, todas as noites, parecendo uma cantoria em coro…
Resultado: essas testemunhas beateiras foram todas um dia-de-cana para o xelindró a ver a Lua aos quadradinhos… e o Toino Berto foi ABSOLVIDO!
Nessa noite na Meimoa parecia a noite de Natal! Houve foguetes nos céus, mandaram até vir o acordeonista do Vale e comeu-se à la gardère um vitelo de churrasco no centro da aldeia bem regado com vinhaça da boa com que todo o Povo se alambazou, celebrando a vitória contra a Inquisição e o Inquisidor local!!
Muitos chumbinhos ficaram sossegados para sempre no rabo clerical, mais valeu isso que arriscar uma paralisia…

José Jorge Cameira

«Estórias de um filho de Vale de Lobo e da Moita»
mailto:jjorgepaxjulia4@hotmail.com

O Padre António Manuel Moiteiro Ramos, natural da freguesia de Aldeia de João Pires, no concelho de Penamacor, e actual pároco da Sé e de São Vicente, na cidade da Guarda, foi nomeado Bispo Auxiliar de Braga pelo Papa Bento XVI nomeou como bispo auxiliar da Arquidiocese de Braga o padre António Manuel Moiteiro Ramos, pároco da Sé e de São Vicente, na cidade da Guarda.

Bispo António Manuel Moiteiro Ramos - Aldeia João Pires - Penamacor - Bispo Auxiliar BragaEstá marcada para o dia 12 de Agosto, na Sé da Guarda, a ordenação Episcopal de D. António Manuel Moiteiro Ramos, com o título de Cabarsussi. Será ordenado pelo Cardeal D. José Saraiva Martins, sendo consagrantes o Bispo da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício e o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga.
O Padre António Manuel Moiteiro Ramos nasceu a 17 de Maio de 1956, na freguesia de Aldeia de João Pires, concelho de Penamacor e distrito de Castelo Branco, na diocese da Guarda.
Frequentou os Seminários Diocesanos do Fundão e da Guarda, sendo ordenado sacerdote a 8 de Abril de 1982 e nomeado Vigário Paroquial das paróquias de São Vicente e de São Miguel da Guarda. Em 1987 foi nomeado pároco, como membro de uma equipa sacerdotal, das paróquias de São Miguel da Guarda, Alvendre, Avelãs de Ambom, Rocamondo e Vila Franca do Deão e, em 1996, assume o cargo de Director Espiritual do Seminário Maior da Guarda, acumulando, ao mesmo tempo, com a assistência pastoral às paróquias de João Antão, Santa Ana d’Azinha e Panoias. Em 2006, e também como membro de uma equipa sacerdotal, foi nomeado pároco da Sé e de São Vicente, na cidade da Guarda.
Para além da paroquialidade exerceu, ao longo destes 30 anos de sacerdote, outros serviços na diocese da Guarda, tais como o de Responsável pelos Departamentos de Catequese da Infância e Adolescência e do Ensino da Igreja nas Escolas e, actualmente, o de Director do Secretariado Diocesano da Educação Cristã, Coordenador da Pastoral, Assistente Diocesano das Conferências Vicentinas, Membro do Conselho Presbiteral, do Conselho Episcopal e do de Pastoral.
Em 3 de Setembro de 2005 foi nomeado Assistente Geral da Liga dos Servos de Jesus, uma Associação Pública de Fiéis, fundada, em 1924, pelo bispo auxiliar da diocese da Guarda, o Servo de Deus D. João de Oliveira Matos, tendo, no momento actual, 23 comunidades em Portugal e uma em Angola e, em 2006, Vice-Postulador do Processo de Beatificação e Canonização do Servo de Deus.
Entre 1984-1986 fez a licenciatura em Teologia, com especialidade em catequética, no Instituto Superior de Teologia San Dâmaso, em Madrid, filiado na Universidade Pontifícia de Salamanca e, nos anos 1994-1996, frequentou as aulas no Instituto Superior de Pastoral, em Madrid, concluindo o doutoramento em Teologia Pastoral, em 1997, com a tese «Os catecismos portugueses da infância e adolescência de 1953-1993». Desde 1987 foi professor de catequética no Seminário Maior da Guarda e, actualmente, é professor de teologia pastoral no Instituto Superior de Teologia Beiras e Douro, com sede em Viseu.
De entre as várias publicações do autor destacamos as que se dedicam à catequese e à formação de catequistas:
1991 – Membro da equipa que elaborou os catecismos do Programa Nacional de Catequese Jesus gosta de Mim (1º ano) e Estou com Jesus (2º ano).
1998 – Guia de leitura do Directório Geral de Catequese.
1998 – Os catecismos portugueses da infância e adolescência de 1953-1993.
2003 – A catequese na diocese da Guarda.
2006 – Procuramos o rosto de Deus e Celebramos o encontro com Cristo.
Pe. Hélder Lopes

Para quem vai estar pelo concelho de Penamacor no fim-de-semana que se aproxima, há duas sugestões, promovidas pela Câmara Municipal.

Na freguesia de Águas, pode-se conciliar a visita à bela igreja matriz da aldeia, projectada por Nuno Teutónio Pereira, com a audição da Orquestra de Sopros da Academia de Música e Dança do Fundão, que ali se vai apresentar pelas 16 horas do dia 10 de Junho (domingo).
No mesmo dia, em Penamacor, tem lugar o VI Encontro de Música Tradicional, promovido pelo Rancho Folclórico de Penamacor. A festa decorre na agradável Praça Nova do ex-Quartel, com início previsto para as 15 horas.
plb

Há tempos, uma instituição bancária, numa ação louvável, realizou uma exposição pedagógica para crianças sobre as origens e a evolução da moeda através dos tempos, enfim, como se deve gastar e poupar os proventos dos seus pais.

Há tanta variedade de moeda quanto olhares sobre ela. Uns olham para o dinheiro como um bem que é necessário saber administrar, outros vêem-no como um Deus, outros como um meio que todos compra e outros, que infelizmente são milhões, nem a cor lhe vêem.
Numa amena cavaqueira, saboreando um frango de uma capoeira doméstica, que não passou pelos vistos e carimbos da ASAE, e se estava bom! A conversa descambou para o vil metal. Todos fomos de concordância unânime: o dinheiro é o maior inimigo do homem, o maior causador de desgraças.
Desfilaram imensos casos sobre histórias de dinheiros. Assim, um irmão emprestou a outro determinada quantia. Passados uns tempos o emprestador começou a ter insónias, a andar nervoso, por causa do empréstimo. Vai à casa do irmão e pede-lhe a restituição do vil metal. Este pergunta-lhe as razões desta atitude. Responde-lhe que não tem qualquer desconfiança e nem precisa dele, mas não consegue dormir, passa as noites em branco, porque todas as noites antes de dormir lhe passava as mãos, acariciando-o como uma deusa. Este tipo de gestos ou rituais à Tio Patinhas e sua simbologia, dava-lhe diariamente felicidade, relaxamento e relaxe. O dinheiro substituía a mulher…
Um dia, um familiar deu determinada quantia a um cunhado. Este, ao receber as notas, deu-lhes beijos, talvez convencido de que estava a prestar algum culto ao Santo António. O mesmo familiar também foi comprar umas saladas a uma mulherzinha que vendia hortaliças na antiga Praça do Fundão. Quando lhe pagou, a Senhora agarrou nas moedas e beijou-as, pensando porventura que estaria a beijar os Pés do Menino Jesus… Mas logo o esclareceu: beijou as moedas porque eram as primeiras que recebia após tantas horas de estátua. Que grande crise…
Também um irmão emprestou dinheiro a uma irmã para aquisição de habitação própria. Como estava habituado a dormir com o capital, fazendo do colchão o seu cofre, o que talvez lhe aquecesse as nádegas no Inverno e as arrefecesse no Verão, não descansou enquanto não equilibrou as temperaturas do seu quarto de repouso.
Dizem que um Senhor Prior se negou a Celebrar a Eucaristia próxima da sua residência, porque os honorários litúrgicos não lhe pagavam as despesas da viagem, não davam para o petróleo, e lá ficaram os pobres dos fiéis, que já sofrem com tantos desprezos e esquecimentos, sem a Ceia do Senhor.
Um vizinho, que já foi contrabandista, tendeiro e arraiano, era visita assídua destes amigos à mesa do franguinho. Nos inúmeros encontros, quase diários, o homem só falava em dinheiro, em lojas alugadas, contas bancárias recheadas, considerava-se o maior capitalista da Cidade. Estava sempre a bater na mesma tecla do piano. A música era sempre o saltitar das moedas e o contador das notas. Já começava a desafinar para quem ouvia. Os intervenientes, intoxicados com tanto metal, sentiam-se pior que um fumador inveterado sempre a tossir. Um dia, resolveram acabar com aqueles discursos económicos e monetários. Assim, foi-lhe proposto fazer o balanço das suas riquezas culturais e espirituais, porque das outras riquezas já estavam mais do que esclarecidos.
– Diga-nos lá quem foi Mozart e o Profeta Isaías?
– Mozer e Isaías? Bem, penso que foram jogadores do Benfica.
– E o Rei Salomão?
– Bem, esse foi jogador do Sporting, mas está emprestado.
– E Eugénio de Andrade, que tem o nome da avenida onde você mora?
– Bem, esse gajo deve ter sido um homem importante para ter uma avenida. Parece-me que é cá destes sítios, mas eu nunca o vi aqui a trabalhar.
Perante tão desastradas respostas e ignorância reveladora, disseram-lhe que era a pessoa mais pobre que já conheceram, apesar de ter uma tulha de dinheiro. Andou um ano sem lhes falar, mas já reataram o convívio e nunca mais lhes falou no metal.
Quando surgiu o euro, um Sr. Prior, no alto do seu púlpito, queixava-se que na saca das esmolas só apareciam moedas pretas e muitas eram pequenas demais.
Uns adolescentes encontraram caídas umas moedas amarelinhas como o ouro e ficaram deslumbrantes com tão precioso achado. Esconderam-nas nos bolsos e mantiveram-se caladinhos, não fosse o diabo tecê-las e serem roubados. Passados uns tempos tinham derretido. Ficaram sem as moedas e nem sequer comeram o chocolate. Por um lado ainda bem, porque podiam apanhar uma diarreia inflacionária.
Há anos (hoje não há tempo, nem vontade) havia o hábito de levar o Cristo Ressuscitado às casas dos paroquianos na Páscoa. Na Zona da Covilhã era obrigatório dar uma nota de Santo António ou uma galinha. Dadas as grandes dificuldades das populações, não era fácil pagar esta imposição, e muitas pessoas sentiam-se na necessidade de pedir uma ou outra coisa emprestada. O sacristão, vendo o número de galinhas crescer na capoeira do Pároco e quase vazia a sua, arranjava artimanha de dar uma picadela na cabeça dos galináceos, que ficavam meio tontos, e quando avistava o ”Padre do Galinheiro”, sorria para o Cristo Ressuscitado e lamentava-se de não ter nota e as galinhas terem malina. Mal o Padre se apercebia da “doença “, o sacristão escolhia as mais robustas das e tirava-lhes logo bilhete para o seu capoeiro e uma ia direitinha para a panela da cozinha.
Há muitos outros casos cómicos, pois o dinheiro, ao corromper os homens, torna-se numa fonte de humor. Como aquele funcionário avarento, que queria que lhe pagassem num dia vinte e cinco horas de trabalho extraordinário, e ninguém o convencia que os dias só têm vinte e quatro horas.
Como alguém escreveu amar o dinheiro é a causa de metade dos problemas do Mundo, a falta dele é a outra causa.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

Jesus Cristo, ao denominar-se «EU SOU O BOM PASTOR», encontrou umas das melhores definições para os seus conterrâneos, que conheciam bem os ambientes rurais e pastoris.

Quem já visitou as Catacumbas de Roma, lá encontra um ícone do Bom Pastor. Esta imagem transfere-nos para a missão sacerdotal.
O Papa Bento XVI insiste no celibato e recusa a ordenação de mulheres. Entendo que terão de se dar passos para inverter esta situação, porque até ao Concílio de Trento os Padres eram casados. São Pedro, um dos primeiros Apóstolos e o primeiro Papa, tinha família, era casado. Um dos milagres que Jesus Cristo realizou foi a cura da sua sogra. Quanto à ordenação de mulheres, parecem verificar-se razões impeditivas teológicas, mas numa sociedade moderna, em que a mulher desempenha todas as profissões (a minha mulher foi durante muitos anos diretora de um Estabelecimento Prisional), tem que se acabar com esta discriminação. Conheço mulheres a desempenhar funções de chefia e direção muito mais competentes que muitos homens. Acredito plenamente que a MULHER ainda terá o seu lugar no presbitério da Igreja, próprio, equilibrado, sensato, persistente, com a missão do grande amor de MÃE.
A Igreja Católica Portuguesa tem três mil e trezentos padres nos diversos serviços paroquiais e outros. No ano passado morreram cento e doze padres e só foram ordenados trinta e um, portanto um quarto dos que faleceram. Um terço tem mais de setenta anos e a idade média dos padres portugueses é de sessenta anos. Um presbitério envelhecido e gasto.
O Papa manda algumas farpas dizendo que não anunciamos teorias, nem opiniões privadas, mas a Fé da Igreja da qual somos servidores. E se não chegarem ou acabarem os servidores?
Alguns bispos dão alguns recados, assim o Cardeal Patriarca afirma que há a tentação de apresentar perspectivas e visões pessoais em vez de proclamar a Fé da Igreja.
O Bispo de Braga aponta as sete maravilhas da Igreja: a fé, a pobreza, o celibato, a alegria, a oração, a obediência e a unidade. Será que é isto que vemos no nosso presbiterado?
O Bispo de Leiria e Fátima diz que o sacerdócio é um sacramento social e apela a todos os sacerdotes para abandonarem as sacristias e irem ao encontro do mundo, optando por uma Nova Evangelização, que contrarie o eclipse de Deus e que atinja a sociedade. Concordo plenamente com esta mensagem. Quem dará passos em frente?
D. Clemente, Bispo do Porto, lembra que os pobres esperam respostas da Igreja e faz duras críticas à legislação, principalmente no sector da família e da procriação. Nos últimos anos com a lei do aborto foram feitos sessenta mil em Portuga, não se sabendo dos clandestinos.
O Bispo da Guarda, apelou aos sacerdotes para ajudarem os outros a escutarem o apelo de Jesus às vocações sacerdotais, o grande sofrimento da Igreja de hoje. Pediu-lhes para serem homens de acolhimento, o rosto acolhedor de Jesus Cristo, voltado para todas as pessoas sem exceção, o nosso ministério tem de promover a proximidade. Será que todos ouviram esta mensagem?
Na Páscoa, o Domingo do Bom Pastor, Pedem-nos para rezarmos a Deus, para que esse Dia Mundial das Vocações dê à Sua Igreja muitas e santas vocações sacerdotais e religiosas. A este propósito lembrei-me de uma situação de queixumes e lamúrias da parte de voluntários e voluntárias da pastoral prisional. Num encontro em Fátima lamentavam a falta de assistentes religiosos. O responsável Padre Dâmaso Lamber inquiriu todos os presentes e ninguém mandou o seu ou os seus filhos para o Seminário… e não estavam interessados para os mandarem frequentar no futuro.
Sei que no Distrito de Castelo Branco temos um Diácono, a desempenhar e bem essas funções, no sistema prisional.
Com os Seminários vazios ou quase vazios, há que encontrar alternativas. Já Camões avisava que todo o mundo é feito de mudança e mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Os Bispos reuniram-se no Concílio de Trento e entenderam que deviam ter padres mais cultos e então criaram os Seminários para a sua formação. Sei por experiência própria a ação importante que tiveram na sociedade portuguesa. E hoje? Ainda se justificam? Porque é que os leigos não desempenham tantas missões no ministério da Igreja? Não seria importante concretizarem-se esforços para dar continuidade ao Concílio Vaticano II, que este ano comemoramos o seu cinquentenário?
Este tema dava para escrever um livro. Este texto é uma simples reflexão sobre o significado de um Bom Pastor. No meu modesto entender deve ser UM COMPANHEIRO DOS HOMENS NA FÉ.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

Vivi e trabalhei mais de um quarto de século na harmoniosa, acolhedora e plana cidade fundada pelos Templários. Assim, criaram-se e cimentaram-se amizades, por cada esquina ou rua encontram-se amigos e conhecidos.

Com o cordão umbilical ligado a esses factos e às ex-actividades profissionais, que foram também de missão, quase todas as semanas me desloco de Aldeia de Joanes (Fundão) até Castelo Branco. É uma visita de efemérides, de recordações, uma romagem de saudade.
Não é possível esquecer a cidade onde nascem os nossos filhos e crescem com todas as valências sociais, religiosas, culturais, educativas e de tempos livres, num crescimento total.
Na última semana de Março, num dia de calor fora do normal para a época, com a pluviosidade ausente há muitos meses, e com preces para que chegue mais depressa à nossa moribunda agricultura, desloco-me à capital do distrito.
Logo que chego vou à Padaria para os lados dos Três Globos, que fabrica um pão de água gostoso e guloso e muita doçaria.
No caminho para o Oculista, a fim de resolver um aperto dos óculos, vejo em várias montras do comércio local um logotipo interessante, comemorativo do centésimo aniversário da Associação Industrial e Comercial de Castelo Branco, e concordo plenamente com o letreiro: «se não quer que o seu dinheiro vá para o Estrangeiro, faça as compras no comércio de proximidade».
Encontro no seu posto de trabalho uma Mulher, amiga, esposa e mãe. Está bonita! Com o pensamento nestes tempos quaresmais fez a sua Via Dolorosa. Há tempos, de um dia para o outro, foi-lhe diagnosticado um cancro. Começou a sua Via Cruxis. Diz-me: «naquele momento, estremeci, fiquei baralhada, revoltada. Passei por todos os tratamentos, foram meses infindáveis de sofrimento, de dor a vários níveis. Posso dizer que tive duas vidas: uma antes do cancro e outra depois. Agora abro a janela a cada manhã, com um profundo sentimento de gratidão, por mais um dia! Regressei definitivamente ao meu trabalho, rejuvenesci, cresceu-me o cabelo, estou elegante». E continua com as suas palavras de fé e esperança: «parece um absurdo, mas hoje posso dizer que o cancro fez com que a minha vida ganhasse um sentido completamente novo. Aprendi a dar mais sentido à vida e principalmente a Deus». Abençoada conversa com esta mulher, que ultrapassou as fronteiras do sofrimento, da dor, do desespero e da revolta. Hoje é uma MULHER NOVA, numa Páscoa que liturgicamente está a chegar.
Propus-lhe que falasse com uma familiar, também a sofrer destes problemas, para lhe transmitir palavras de esperança e de futuro, mas não estava do outro lado da linha telefónica.
Cruzo-me com um dos mais engenhosos serralheiros mecânicos do mundo, que a descolonização «exemplar», eu direi vergonhosa, forçou a sair de Angola e a regressar às suas origens – Castelo Branco. Está revoltado por tudo o que se passa na área política e sente-se injustiçado por todos os motivos. Recordei-lhe a arte de tocar harmónio com o nariz, esclarecendo-me que foi vocalista com a irmã Laurinda Silva e com Marco Teixeira na Orquestra Típica Albicastrense, fundada em 1957 pela Acordeonista Eugénia Lima em colaboração com um grupo de Albicastrenses.
Dirijo-me à Moderna Biblioteca, sita no antigo Quartel de Cavalaria, onde o meu conterrâneo Padre Carlos Moita Leal foi Capelão Militar. Antes piso as lajes graníticas gastas na porta de armas. Ali, bem preservada, lá se encontra uma colecção valiosa de painéis da azulejaria portuguesa, que aconselho uma visita, com temática militar: a marcha de guerra, o volteiro, posto à cossaca, teoria, limpeza dos solípedes, juramento de bandeira e licenciamento.
Na Biblioteca Municipal encontro os leitores assíduos. É o lugar por excelência onde todos tomamos conhecimento das últimas notícias e colocamos a leitura em dia.
Regresso ao Fundão com saudades de voltar sempre à Cidade dos Monges ou Guerreiros Templários, que nas ameias do Castelo andavam vestidos de branco.
António Alves FernandesAldeia de Joanes

Comemoram-se este ano os cinquenta anos da fundação do Agrupamento 160 do CNE na cidade albicastrense. As suas origens remontam aos anos 1957/58, em que D. Agostinho de Moura quis que o Escutismo fosse uma realidade em Castelo Branco.

A semente foi o Clan S. Miguel, a funcionar no Seminário Maior de Portalegre, de que faziam parte três jovens seminaristas José Dias da Costa, Luís Moreira Armando e João Ribeiro. Assim, Acácio da Silva Meira Rosado, Arnaldo Vieira, Maria Teresa Cardoso Salema, Mila Rosado, Joaquim de Sousa Castanheira, Padre João de Deus e Maria Graciete Santos Quintas, lançaram 1962 mãos à obra escutista e fundaram o escutismo em Castelo Branco, oficializado nos Serviços Centrais na O. S. nº 222, funcionando como sede no Arco do Bispo na sede da J.OC., e mais tarde na Rua Ruivo Godinho. Mais tarde passou para o edifício onde hoje funciona o Conservatório Regional de Música. Estava criada esta grande escola da vida com os valores do Escutismo e da Igreja para a juventude albicastrense.
No dia 14 de Abril na Biblioteca Municipal decorreu uma sessão comemorativa desta efeméride com dois momentos importantes: a inauguração no átrio da mesma de uma exposição sob o lema «AO ENCONTRO DA HISTÓRIA… RUMO AO CENTENÁRIO», e uma palestra do Chefe João Aramando, Membro do Comité Mundial do Escutismo, sobre o «ESCUTISMO SÉCULO XXI», tendo como moderador o Dr. José Pires, também escuteiro do Agrupamento de Castelo Branco.
Com o auditório da Biblioteca repleta de escuteiros, familiares e amigos, abriu a sessão o Chefe do Agrupamento José dos Santos Mendes que saudou todos os presentes, prestou homenagem aos dirigentes e escuteiros da atualidade, os que passaram por esta instituição, sem esquecer aqueles que já estão no eterno acampamento. Esta Escola de valores que é o escutismo merece que a cidade de Castelo Branco tem de apoiar, para bem da sua juventude.
O conferencista o dirigente João Armando pretendeu partilhar reflexões, para passar um pouco para os desafios do Escutismo no Século XXI. Já somos Escuteiros deste século. Lança algumas perguntas. Como éramos há vinte anos atrás? O Escutismo esteve sempre ligado à sociedade. É perigoso falar sobre o Escutismo neste século. O mundo mudou…e muito. Aqui aponto as mudanças:
Acesso à informação – o maior desafio que nos é apresentado é selecionar a informação. Temos de ajudar os mais novos a escolher a qualidade da informação. Hoje o acesso é imediato. Deve fazer-nos pensar.
Novas formas de comunicação – Hoje estamos ligados a todos. Hoje não estamos a falar sozinhos.Com os SMS, mails, telemóveis. Estamos em rede.
Novas formas de relacionamento – Não estamos sozinhos. Hoje temos muitos “ amigos” e partilhamos com eles muitas coisas.
Acesso aos recursos – Parece um paradoxo com a crise com que vivemos, mas sabemos a oportunidade de recursos que existem e se aproveitam.
Crescente mobilidade – Sabemos a deslocação que se verifica com as pessoas pelos mais diversos motivos. Vejam o que é isto em termos escutistas. Antes estávamos fechados e não passávamos de Badajoz. E hoje? Vejam os fluxos migratórios no nosso País, na Europa, no Mundo.
Sociedades multiculturais – hoje no nosso ensino há nas turmas alunos de várias nacionalidades. O Escutismo tem de repensar o seu oferecimento. Esta “ mistura “ podem trazer grandes benefícios para a Escola Escutista.
Mudanças demográficas – no Ocidente cada vez mais envelhecido. Em África, Ásia nascem mais pessoas. Portugal é o segundo país do mundo com menos natalidade. Não vamos ter crianças e dirigentes «velhos», na idade.
Novas formas de trabalho e organização – no século passado víamos a divisão de trabalho as hierarquias chefias. Hoje, as normas são diferentes com as novas tecnologias. Estão em mudança as relações laborais.
No CNE. Estamos habituados a uma organização com fluxos verticais de pedir ao outro. Algo terá de ser mudado. Ginasticar com novas formas de pensar e de nos organizarmos uns com os outros.
Oportunidades internacionais – todos conhecem os esquemas de voluntariado, Erasmus, oferta e troca de vivências esporádicas de turismo.
Globalização – cada vez mais estamos ligados aos sectores políticos, económicos, sociais e ambientais e naturais.
O mundo amanhã como será? Como será daqui a cinquenta anos? Como estará o Escutismo posicionado?
O futuro do escutismo passa por:
Valorizar experiências com significado.
Consciência coletiva de um mundo melhor – fazer parte da grande família, cuidarmos do local onde habitamos, a boa ação, seguida por outras ações.
Organização – que as pessoas se sintam bem no seu processo de desenvolvimento.
Tribos – em mantas de retalhos, no encontro do bem comum. Organização em grupos e na defesa dos seus interesses. Saber «cozer» esses retalhos.
A missão e o peso – das mulheres que vão aumentar o seu número na sociedade, e no escutismo são em maior número que os homens. É interessante e importante pensar neste facto para olhar para o futuro.
Que escutismo amanhã? – Apresento um caleidoscópio que passa por reforçar os propósitos educativos, centrar a atenção pedagógica a nível local, responder às exigências da própria multiculturalidade, equilíbrio entre a tradição e renovação, sentido vivencial da pedagogia escutista, reforçar realidades extra escutistas e diversificar a presença dos adultos.
Os sinais do futuro estão na missão educativa, ambiente de aprendizagem, experiência intensa (hard skills et softskills), espaço de liberdade e aventura, um ponto de encontro de amigos, mais global, mais internacional, mais urbano, adaptação aos diferentes «tubos» de digital, mais colaborativo e aberto e uma organização mais «plana», isto é o retorno do perfil do movimento, menos burocracias, nível local ao mundial, uso a fundo das tecnologias na comunicação, formação, entrada na era
Seguiu-se um debate vivo, com perguntas por parte dos jovens escuteiros e as respostas do conferencista sobre esta temática.
Era final de tarde quando abandonei as instalações da Biblioteca Municipal de Castelo Branco, sentindo-me muito feliz por ali ter estado. Dei o último olhar pela enriquecedora e histórica exposição, que aconselho uma visita. Vieram-me à memória tantos momentos felizes vividos, quando admirei as fotografias dos meus dois filhos quando no espaço da Senhora de Mercules,
Fizeram as suas Promessas de Lobitos, dos acampamentos, dos convívios, da amizade dos dirigentes como o Chefe Arnaldo, Félix, Mendes, Armindo, Fátima (Fatuxa), e a Chefe Etelvira, e tantos outros, que com os seus ensinamentos escutistas, os meus filhos aprenderam valores cívicos, de amor à natureza que nunca mais esqueceram. Nesta hora vai a minha gratidão para estes homens e mulheres que gratuitamente colaboraram e colaboram na formação global dos jovens albicastrenses e lhes apontavam e indicam caminhos de fé, de solidariedade, de verdade, de justiça e de amor à natureza.
PARABÉNS AO AGRUPAMENTO 160 DO CNE DE CASTELO BRANCO.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

Um punhado de cidadãos de Alpedrinha sob a dinamização de Barata Roxo, foi feita homenagem a Zeca Afonso – a voz da utopia não morre, como escreveu o Jornal do Fundão. No dia 14 de Abril numa Adega na Zona Histórica do Cardeal Jorge da Costa, um grupo de amigos proporcionou uma tertúlia cultural sobre o criador das Baladas.


De uma forma informal Barata Roxo deu inicio à sessão agradecendo a presença de todos os presentes que enchiam por completo o espaço daquela Adega Tradicional. Espaço que o Zeca Afonso escolheria, porque gostava de atual em coletividades populares, de pescadores e operários, em convívios fraternos, em Tabernas… Deu a palavra ao Jornalista Fernando Paulouro Neves, que referiu que a música do Zeca está perfeitamente atualizada. Se recorrermos às letras das Baladas «os Vampiros, o Menino do Bairro Negro, No Lago Breu ou Balada do Novo Dia», estão completamente atuais, neste contexto social e político. Estão outra vez na moda porque a sua mensagem musical e poética passou para as juventudes dos nossos dias. As suas canções são um património de liberdade. Teve a capacidade e a disponibilidade para entender o tempo histórico que era o dele e que está atual. A sua obra é soberba de carater e com grande carga de compromissos. Ele cantava as liberdades e os seus poemas não precisam de datas.
A Dr.ª Maria Antonieta Garcia fez um testemunho de convivência pessoal com este trovador em Belmonte e principalmente no ensino na cidade e acompanhamento das suas atuações em muitas coletividades e grupos desportivos populares e no Centro Cultural de Setúbal, que ainda hoje existe. No ensino preocupava-se muito com os estudantes pobres e nunca se preocupava com os honorários das suas atuações, não vivia para o dinheiro.
Também falou sobre as suas músicas, que nos inventava os filhos da madrugada, abrindo portas de liberdade, sofreu com as notícias de soldadinhos que não voltavam, de meninas de olhos tristes, de exílios, de prisões, de fome…. Ajudou os presos políticos e chegou a ter casa em Monsanto para se fosse necessário se refugiar e passar mais facilmente para Espanha. A viagem da vida parou cedo e «já não volto à Beira».
António Alves Fernandes, leu um texto escrito pelo seu irmão Ezequiel Alves Fernandes, que em 1969, na Turma do 2º R do Ciclo Preparatório da Escola das Areias em Setúbal foi aluno do Professor de História Dr. José Afonso. Dizia aos alunos de uma Turma problemática, com muitos repetentes, com idades dos doze aos dezassete anos, alunos de bairro de lata, subnutridos, que «a História que vou ensinar é contada pelos Homens do Mar, sentida nos Lugares e vivida pelos Povos, que fazem a História».
Se este não fosse um País de labregos, com colossal desonestidade, que medram em asfixia mediocridade de cariz inquisitorial, provavelmente o País respirava a Obra Humana, Intelectual, Musical e Poética de Zeca Afonso.
Nesta ação cultural foram declamados poemas e cantadas baladas de Zeca Afonso. Um grupo musical do Fundão composto pelos dois irmãos Freires, por Adelino e a sua jovem filha, fecharam com chave de ouro esta tertúlia de um punhado de amigos.
Á meia-noite os presentes unidos, cantaram a senha, o hino que tem o nome de «Grândola, Vila Morena».
Em cada rosto respirava felicidade, fraternidade e igualdade…
Parabéns a este punhado de cidadãos que tiveram memória, que recordaram o Trovador do Povo.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

No primeiro de Maio concretizou-se um desejo das gentes do Concelho do Sabugal, que por diversos motivos, principalmente profissionais, residem no Fundão.

Reuniram-se no Restaurante «O Fernandes» mais de meia centena de aderentes a esta feliz jornada de confraternização, com o objetivo de vivências comuns. Ali estiveram gentes do Sabugal, Valongo do Coa, Vila do Touro, Alfaiates, Bendada, Casteleiro, Quadrazais, Foios, Rapoula do Coa, Ozendo, Aldeia da Ribeira, Aldeia da Ponte, Santo Estêvão, Rebelhos, Rebolosa, Forcalhos, Bismula, Soito e uma ou outra que a memória me atraiçoa.
Contámos com a presença do Dr. Paulo Fernandes, Presidente da Câmara Municipal do Fundão, com raízes no Concelho do Sabugal, que falou sobre as dificuldades sentidas pelos nossos avós e pais, fazendo-os emigrar. Deixou uma mensagem de esperança e de cada um contribuir dentro das suas capacidades, para potenciar as inúmeras qualidades que estas terras têm.
Um dos organizadores, António Vicente Leal, natural da Bendada, realçou o significado deste encontro num estreitar de laços fraternos e para nos conhecermos melhor.
O Ezequiel Alves Fernandes, apresentou em Power-point, um documentário, onde percorreu o Concelho do Sabugal na vertente histórica, salientando os monumentais, Castelos do Sabugal, Vilar Maior, Sortelha, o Convento de Sacaparte, as Pontes de Sequeiros, e Vilar Maior. Nos aspetos culturais a Capeia Arraiana, a religiosidade das Festas que celebram a Padroeira, as Irmandades, com destaque para a de São Sebastião da Bismula, as festividades do Natal, Semana Santa e Entrudo.
Não esquecendo o grande rio Côa, a Serra da Malcata, e toda a mater naturam. No sector gastronómico realce dos enchidos, o célebre bucho, as trutas, o cabrito, os queijos, o mel e os produtos artesanais.
As quadras e metáforas inseridas, foram recolhidas das Obras Literárias do Dr. Manuel Leal Freire, e as fotografias da autoria de Francisco Monteiro, Ezequiel Fernandes e João Fernandes. Fechou-se com chave de oiro este I Encontro, ao som da canção do Adeus…
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

A Comissão Política Concelhia da Juventude Social-Democrata (JSD) de Penamacor culpabiliza a maioria Socialista pelos retrocessos na economia Penamacorense, lamentado que os responsáveis autárquicos prefiram investir nos Concelhos vizinhos em vez de investirem no Concelho em que governam.

Em comunicado, a JSD de Penamacor critica as sucessivas atitudes dos governantes do Município, que optam por dar lucro aos empresários de concelhos vizinhos, dando-lhes oportunidades de investimento com manifesto prejuízo para Penamacor.
Renato Silva, presidente da JSD de Penamacor, diz que as situações são muitas e dá como exemplo o Lar D. Barbara Tavares da Silva, instituição de solidariedade social dirigida por Domingos Torrão, presidente da Câmara, que compra os medicamentos às farmácias dos concelhos vizinhos e não às farmácias de Penamacor, contribuindo para os retrocessos da economia do concelho.
Critica ainda algumas Juntas de Freguesia que assinaram protocolos com as farmácias de concelhos vizinhos, para que estas se deslocarem às extensões de saúde, fornecendo os medicamentos aos utentes.
Renato Silva considera estas atitudes como desprezo para com os empresários, «têm sido inúmeras as situações em que os responsáveis políticos ignoram os empresários do Concelho, desde dos serviços de restauração ao sector farmacêutico».
«Têm sido muitas as críticas feitas pelos responsáveis autárquicos, ao poder central pela falta de investimento no Interior, mas afinal constatamos que o desinteresse em investir no Interior, nas terras que governam é dos próprios governantes concelhios», conclui Renato Silva.
plb

«Um Santo é alguém que apesar dos limites e defeitos, vive plenamente a Vida de Deus»; Comissão da Causa da Canonização.

Há muito que andava com o desejo de fazer um texto sobre o Santo Padre Cruz – Padre Francisco Rodrigues da Cruz, que nasceu em 29/7/1859, na Vila de Alcochete, no Distrito de Setúbal. Esta vontade está alicerçada nas muitas conversas que os meus saudosos Pais Bismulenses – José Maria Fernandes Monteiro e Maria da Piedade Alves Lavajo – entabulavam sobre a vida deste Homem e Padre, que conheceram nas décadas de sessenta do século passado, e a quem se confessaram, tendo por ele uma devoção muito especial. A minha Mãe tinha na sua mesinha de cabeceira uma pequena imagem do Santo Padre Cruz, pedindo-lhe a sua protecção, inclusive para o seu Clube, o Clube da nossa família – O Vitória de Setúbal. Infelizmente, nem sempre o Padre Cruz ouviu as suas orações, mas a minha Mãe explicava-me que a culpa era dos jogadores, que em frente ao guarda-redes e sozinhos falhavam os golos escandalosamente. E tinha muita razão…
Fez os estudos secundários em Lisboa e o Curso de Teologia na Universidade de Coimbra. Aos vinte e três anos foi ordenado sacerdote. Torna-se director do Colégio dos Órfãos de Braga, Director Espiritual de S. Vicente de Fora e Professor de Filosofia no Seminário de Santarém, que por motivos de saúde teve de abandonar.
Em Dezembro de 1940 entrou na Companhia de Jesus e em 1942 visitou a Madeira e os Açores.
Um dia fui cortar o cabelo no Fundão, dando conhecimento ao barbeiro da minha intenção de escrever sobre o Padre Cruz. Este olhou para mim, fixou-me e disse-me: «eu ajudei muitas vezes na missa em Alpedrinha o Santo Padre Cruz, que visitava regularmente a nossa histórica Vila». Joaquim Mendes Caldeira, Barbeiro há mais de cinquenta anos, na Praça do Município do Fundão e o seu conterrâneo Doutor António Ribeiro, ex-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alpedrinha, foram acólitos e seus acompanhantes.
Devo a estes dois senhores as pistas que me deram para basear todo este texto, pois viveram de perto todas estas vicissitudes, o que lhes confere uma importante credibilidade. Seria bom o poder local dar maior visibilidade a estes factos, com uma maior investigação, e gravar o seu nome na toponímia de Alpedrinha, ou outro gesto que perpetue a sua memória.
O Padre Cruz tinha em Alpedrinha um grande amigo, Alexandre Inácio, notário em Benavente.
Chegava a Alpedrinha através da via ferroviária e subia a pé com o breviário, o terço, uma malinha, vestido com a sotaina e o seu chapéu, numa modéstia total.
Celebrava a Eucaristia na Igreja Matriz, no altar lateral de Nossa Senhora de Fátima, sempre com a presença da população de Alpedrinha. Muitas vezes visitava os doentes do Hospital da Misericórdia de Alpedrinha sob a orientação das Irmãs Hospitaleiras Franciscanas, hoje o Lar da Terceira Idade.
Estes dois acólitos muitas vezes o acompanharam à Estação de Caminho de Ferro de Alpedrinha. Numa das vindas, o Santo Padre Cruz demorou mais tempo que o previsto com os «seus doentes», como ele costumava dizer e o horário do comboio já lá ia. Todos estavam preocupados, mas o Padre cruz sossegou-os: «o comboio não sai da estação de Alpedrinha sem eu chegar». Conseguiu-se que o único automóvel de Alpedrinha fosse colocado à sua disposição e lá partiram. A verdade é que o comboio lá estava parado, sem se saber as razões deste facto, com grande descontentamento geral e sem explicação, e só começou a sua marcha a caminho de Lisboa, quando o Padre Cruz subiu para uma carruagem, sendo saudado por todos os passageiros que o reconheceram e admiraram a sua santidade. Todos diziam que tinha sido um milagre.
Todos nós sabemos que este sacerdote se dedicou totalmente a visitar doentes, reclusos, pessoas marginalizadas e carenciadas. Hoje fala-se muito na caridade e talvez se pratique pouco. Este simples, humilde e pobre Padre, é uma referência moral e cristã, sobretudo para todos aqueles que têm responsabilidades litúrgicas e não só… Este grande discípulo do Santo Cura de Ars, conduziu a sua missão ímpar, ultrapassando todas as fronteiras e colocando o homem no centro do mundo.
Infelizmente muitas vezes me desloco ao Cemitério de Benfica em Lisboa para me despedir de familiares e amigos. Nunca deixo de rezar junto ao seu mausoléu, onde há sempre pessoas a perpetuar a sua memória. É possível que qualquer dia o festejemos nos altares, porque a vida das pessoas já o santificou.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

O Padre Manuel Joaquim Martins nasceu nos primórdios da Primavera de 1939, na Freguesia da Bismula. Os seus Pais viviam junto à Igreja Matriz, que mais tarde foi destruída, reconstruindo a actual, sem qualquer espólio patrimonial e religiosos da anterior, a não ser o aproveitamento das suas pedras.

Seu Pai, Manuel Martins Salgueira, participou no Contingente Militar Português na I Grande Guerra de 1914 em Flandres – França. Ali sofreu as agruras de uma guerra injusta e desumana, regressando são e salvo à sua Bismula, onde casa com Rita Martins. Desta união conjugal nascem duas raparigas e cinco rapazes. O trabalho agrícola era árduo, sem horários, sem férias, sem subsídios, e assim sobreviviam, como a maioria dos habitantes bismulenses.
O seu filho Manuel Joaquim Martins, feito o exame da 4ª Classe no Sabugal, como ordenavam as normas escolares, vai trabalhar nas fainas agrícolas. Os Pais por motivos económicos não o deixaram ir para o Seminário. Porém, com o apoio dos seus conterrâneos, Padre Carlos Leal Moita, do Padre José Eduardo Videira e da sua Tia Célia Martins, Religiosa das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, os Pais autorizam-no a ir fazer as provas de admissão ao Seminário do Fundão, onde está seis anos. Ingressa de seguida no Seminário Maior da Guarda, onde durante quatro anos frequenta o Curso de Filosofia e Teologia chegando ao Presbitério.
A Ordenação Sacerdotal decorre no dia 19 de Agosto de 1962, na Histórica Vila de Trancoso. Segue-se a celebração da Missa Nova, em 26 daquele mês, na sua Terra Natal – a Bismula, que contou com a anuência e adesão de todo o povo bismulense. Foi seu padrinho o bismulense, Dr. Manuel Leal Freire e Esposa.
Inicia a sua caminhada de Pároco, como Coadjutor da Sé da Guarda, auxiliando o Padre Isidro. Seguem-se as Paróquias de Vilares e Carnicães do Arciprestado de Trancoso. Tive a oportunidade de num Verão o visitar e conviver, acompanhando-o numa velha mota, que passava por caminhos quase intransponíveis, em missão apostólica. Era um padre simples, humilde, muito próximo do povo, preocupado e atento às pessoas e dinâmico com a juventude. Tinha tido um grande mestre, o Padre Ezequiel Augusto Marcos, Pároco na Bismula, que lhe legou importantes ensinamentos e os colocou ao serviço do seu trabalho sacerdotal.
Uma terrível doença atirou-o para o Sanatório Sousa Martins na Cidade da Guarda, Unidade Hospitalar inaugurada com pompa e circunstância pelo Rei D. Carlos I e a Rainha D. Amélia, onde permaneceu vinte meses. Apesar de doente, aproveitou este facto para fazer apostolado junto dos outros doentes. Só um doente sabe e compreende melhor a dor e o sofrimento do seu próximo. Assim, junto dos seus companheiros doentes presta-lhes assistência espiritual e humana, ajuda-os a ter esperança, estimula-os, anima-os, mentaliza-os para terem fé, a acreditar na Primavera da Vida, em dias de sol e de felicidade. Todos o escutam, todos verificam que é um Padre com uma mensagem evangélica. A receptividade a estas verdades ajudam aqueles doentes a vencer obstáculos, os malefícios físicos, psíquicos e outros de uma malvada doença: a tuberculose.
Recuperado totalmente, são-lhe atribuídas as Paróquias de Aldeia de Joanes e Aldeia Nova do Cabo, do Arciprestado do Fundão. Não dispõe de Casa Paroquial, mas graças ao seu dinamismo e com o apoio dos seus paroquianos é-lhe construída uma habitação com toda a dignidade, junto à Igreja Matriz de Aldeia de Joanes. Também é da sua iniciativa, com o apoio da Paróquia de Aldeia de Joanes, que numa Missa Campal e Primeira Comunhão de Crianças, naquela Zona Rural, preparadas pela Catequista Maria Manuela Marques Bernardo, se decidiu fazer-se ali uma Capela. João Franco Diamantino e Teresa Brito Nogueira ofertaram o terreno e uma Comissão começou a recolher donativos para a construção nas Quintas de S. José, da actual Capela com o mesmo nome, onde celebrava a Eucaristia e se ensinava a Catequese. Fez obras de restauro na Igreja Matriz de Aldeia de Joanes, sem ajudas oficiais.
Converso com muitas pessoas que eram jovens, quando o Padre Manuel Joaquim Martins foi Pároco nestas Paróquias, durante dezasseis anos. Falo com muitas pessoas que com ele trabalharam durante os dez anos de Assistente do Agrupamento 120 do Corpo Nacional de Escuteiros do Fundão. Tenho trocado impressões com ex-colegas professores e ex-alunos e alunas da Escola Secundária do Fundão. Dizem-me que estava sempre próximo de todos, a sua casa sempre aberta para receber, para dar conselhos, dar uma palavra amiga, resolver os problemas das Paróquias, e não esquecia os jovens paroquianos em serviço militar, com quem trocava correspondência, e, chegados do Ultramar, visitava-os e contava com eles na sua missão evangélica.
No acompanhamento com os jovens apontava-lhes os valores do Evangelho, e, com eles celebrava todos os Sábados, na Igreja Matriz do Fundão, uma Eucaristia muito participativa com centenas de rapazes e raparigas. Em Aldeia Nova do Cabo celebrou uma Eucaristia com instrumentos musicais com os jovens que foi pioneira na Diocese da Guarda.
Do Fundão parte para a Zona Pastoral de Trancoso e um novo desafio lhe é colocado com a atribuição de outras Paróquias tendo Freches no centro da sua actividade Prebisteral. Dá aulas em Trancoso, Celorico da Beira e em Vila Franca das Naves. Actualmente é Pároco de Vila Franca das Naves, Póvoa do Concelho, V. Mouro e Feital.
O Padre Manuel Joaquim Martins foi um agente cultural, social e religioso, porque teve responsabilidades públicas e esteve sempre mais interessado, em alguma coisa, do que em ele próprio.
Com quarenta e nove anos de serviços às comunidades cristãs, este Bismulense, tem honrado a sua Terra Natal – a Bismula – e a Igreja de que é um simples servidor. Trabalhou sempre nos projectos que Jesus Cristo indicou nos seus Evangelhos.
António Alves Fernandes – Aldeia de Joanes

JOAQUIM SAPINHO

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