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A AAR-Associação dos Amigos de Ruivós organizou pelo quarto ano consecutivo o Magusto de São Martinho para os seus Sócios e Amigos. O convívio das castanhas e das caras farruscas teve lugar no Salão de Festas da aldeia no sábado, 12 de Novembro, e incluiu pela primeira vez torneios de sueca e de matraquilhos.

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O sábado foi um dia (e uma noite) com muita animação que começou com o 1.º Torneio de Sueca da AAR e o igualmente 1º Torneio de Matraquilhos da AAR.
As competições desenrolaram-se num prolongado convívio pela noite dentro e fria que, contudo, não conseguiu fazer com que os convivas arredassem pé.
A noite dedicada a São Martinho (onde se comem castanhas e se prova o vinho) foi animada, além das castanhas serem mais uma vez feitas assadas com a tradicional caruma, que com tanto frio teimava em não acender, não faltou quem pudesse partilhar as também tradicionais brincadeiras de sujar as caras.
Terminado o magusto e os torneios, foi o momento da merecida entrega dos prémios aos vencedores que tanto se esforçaram para chegarem ao fim.
Como não podia deixar de ser a direção da AAR fica bastante satisfeita por realizar atividades que contribuem para o convívio e a alegria dos seus Sócios e Amigos na freguesia de Ruivós.
Bem-haja a todos e para o ano há mais.
Gonçalo Pires
Presidente da AAR

Festa da castanha e da geropiga em Famalicão da Serra ao som das concertinas. Reportagem e edição da jornalista Sara Castro com imagem de José Loureiro da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).

Local Visão Tv - Guarda
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Se fossemos um povo de bons comerciantes, Portugal poderia viver só com o produto das exportações de vinhos e derivados ou, mais abrangentemente, ainda de tudo o que a videira pode gerar de Melgaço ao Pico, afora as zonas de grande altitude, área aliás insignificante no contexto geral, não há nesga de terra que não tenha aptidão para a cultura da vinha.

Manuel Leal Freire - Capeia ArraianaPor força da multiplicidade das minhas andanças já bebi não um copo, mas meia dúzia deles em quintas e vilares de mais de meio reino.
Um pouco exageradamente ou talvez não, costumo afirmar que não há município onde não resida pelo menos um meu antigo aluno e onde eu não tenha apanhado pelo menos uma bebedeira… Penso que sem prejuízo para a saúde física e a acuidade mental de que, passada de há muito, a casa dos oitenta, graças a Deus ainda gozo.
Possivelmente, porque só me tenho emborrachado em dias de festa, abstendo-me no quotidiano, de acordo com a regra usada no posto de carabineiros de Alamedilha del Chozo, ou de Lazaba, que, nos meus tempos de sirga muito frequentei e que manda assim comer y beber, hasta rebentar…después, ayunar…
Invocando o adágio, lembro também as loas que o cabo Canário e o alferes Rosales, ambos veteranos da guerra civil espanhola e por essência bons adoradores de baco, teciam ao vinho, à geropiga e à bagaceira com que meu pai os mimoseava. Ao contrário de mim, um fenómeno de inabilidade manual e de impaciência para esperas, meu pai, era capaz de ficar dois dias seguidos doseando a temperatura de uma alquitarra … E daí a qualidade do produto, tanto mais realçada por los civiles, quanto é certo que na raia espanhola era proibido fazer aguardente, sendo a balsa usada como estrume. Mas eles tinham fartura de domeqes, a que, no entanto, preferiam a nossa bagaceira. Geropiga, consideravam-na bebida para damas e donzelas. E quanto a vinho meu pai tratava amorosamente de uma courela abacelada, a que chamávamos Vinha da Porta.
E num tempo em que a totalidade dos íncolas juntavam castas e só esporadicamente apartava o branco do tinto, já seleccionava castas. O espadal, feito á base de ferral, tâmara e um palhete mistura de malvasia e moscatel torrado, arrancavam olés na guarnição, o que mais nos admirará lembrando que o alferes era da terra do Vega Cecilia e de família abastada e o Canário devia o nome á toponímia.
Agora, passarei a falar da minha experiência diaspórica, que começou por Castelo Branco. Aí tive a sorte de gozar da amizade de dois fidalgos – o Visconde de Tinalhas e o Marquês da Graciosa – o primeiro licenciado em Direito e de nome José Meireles Coutinho Barriga e o segundo engenheiro agrónomo e cujo nome de baptismo abrevio para Fernando Afonso de Melo Geraldes Sampaio Pereira de Figueiredo. O Visconde, ao tempo, já andava na casa dos setenta e o seu prazer era beber com um amigo uma das centenas de garrafas que seu pai enchera por ocasião do seu nascimento. O Marquês, esse revia-se num palheto da sua propriedade situada nos cabeços de Monsanto, a aldeia mais portuguesa… Mas nem Tinalhas, nem as Idanhas faziam ou fazem parte de roteiros vínicos.
Evoco ainda dois outros fidalgos da região, proverbiais pela aversão ao uísque. Um combatera ao lado de Mousinho, outro era germanófilo, ambos davam jantares de vinte pratos A quem pedisse aquele símbolo do império britânico arriscava expulsão. Álcoois só dos seus vinhedos, sendo certo que ambos já achampanhavam tintos e brancos das encostas da Gardunha, Alvelos e Moradal.
Mais tarde, passei a frequentar casas minhotas, e em todas elas achei verdes esplêndidos, mesmo os de puro enforcado. Entre os braços do ulmeiro, está a jucunda vide…
Há em frente ao meu quarto, um roble, uma floresta…, com uma vide enlaçado.
O roble enche um celeiro – a vide enche um lagar.
Mas também a vide faz braseal. E uma rez de leite – borrego ou cabrito – tem outro sabor assado sobre um feixe delas. Experimentem.
Experimentem também fazer doces com arrobe, que é o mosto tornado melaço pela fervura. E bebam homens e senhoras, lembrando o pranto da Maria Parda ou a quadra:
Mais vinho que é sangue virgem
Mais vinho que pago eu
Se o vinho leva ao inferno
Primeiro nos mostra o Céu.
Manuel Leal Freire

Os vinhos da Beira Interior, vão ser alvo, entre os dias 16 e 19 de Junho, de uma ousada acção de promoção de carácter internacional, a fim de serem dados a conhecer a importadores e jornalistas estrangeiros.

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Está prevista a realização de provas e visitas a explorações, assim como o IV Concurso de Vinhos da Beira Interior, promovido pelas Associações Empresariais da Guarda e de Castelo Branco e pela Comissão Vitivinícola Regional (CVR) da Beira Interior.
As exportações de vinhos da Beira Interior aumentaram quase 20 por cento entre 2009 e 2010, facto que motiva a organização para o lançamento da iniciativa. O claro sucesso das edições anteriores do concurso de vinhos é outro factor decisivo para a sua nova edição, apostando este ano «na promoção internacional dos néctares produzidos na região, sem esquecer a divulgação do património e demais produtos tradicionais».
«O grande objectivo da jornada de promoção internacional dos vinhos da região é, precisamente, contribuir para a sua divulgação e incentivar os negócios e a exportação», explicou Luís Baptista Martins, da organização do evento.
O representante disse que a CVR da Beira Interior, com cerca de 16 mil hectares de vinha, conta actualmente com 30 agentes económicos: cinco Adegas Cooperativas e 25 produtores/engarrafadores particulares, certificando anualmente «cerca de seis milhões de litros de vinho DOC Beira Interior e VR Beiras».
Luís Baptista Martins recordou que os vinhos da região «têm figurado entre os 50 melhores, nos últimos três anos, para o mercado do Reino Unido e para o mercado do Brasil» e nos concursos mundiais «têm vindo a ser distinguidos com regularidade, sinónimo do potencial e do crescimento que a região está a ter».
Além disso, destacou, «nos últimos anos, tem-se dado nesta região uma grande evolução relativa ao aumento do número de produtores e à qualidade dos seus vinhos», pretendendo a zona «afirmar-se como uma região de excelência e qualidade na produção de vinhos e ocupar o seu legítimo lugar juntamente com as grandes regiões vitivinícolas portuguesas».
Relativamente às vendas, o responsável indicou que se ultrapassou no ano passado as 500 mil garrafas de vinho exportado.
«Os maiores destaques nos mercados fora da União Europeia vão para os Estados Unidos da América, Angola, Brasil, China e Canadá e nos mercados da União Europeia para Reino Unido, França, Alemanha e Luxemburgo», esclareceu.
A iniciativa inclui uma visita de quatro dias, com 40 convidados internacionais, entre jornalistas e empresários do sector da comercialização de vinhos e de agro-alimentares.
A acção, apoiada pelo projecto COOPETIR – Cooperação para a Competitividade Empresarial, levará os participantes até Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Trancoso, Belmonte, Idanha-a-Nova e Castelo Branco. Do programa constam visitas a aldeias históricas provas de vinhos, de doces e de queijos.
plb (com jornal «O Interior»)

O vinho «Fundanus Prestige 2008» da Adega Cooperativa do Fundão conquistou a medalha de Ouro na XIII edição do Concurso Mundial de Vinhos «Wine Masters Challenge 2011» que se realiza anualmente no Hotel Palácio do Estoril. A edição deste ano teve a concurso 5103 vinhos produzidos em 55 países.

Adega Cooperativa Fundão - Fundanus Prestige 2008

O vinho «Fundanus Prestige 2008» da Adega Cooperativa do Fundão foi premiado com a medalha de Ouro no Concurso Mundial de Vinhos «Wine Masters Challenge 2011» tendo sido o único vinho da Beira Interior a ser medalhado com o mais alto galardão neste prestigiado Concurso Internacional.
Entre os portugueses a concurso apenas mais 12 vinhos nacionais acompanharam este excepcional vinho no mais prestigiado Concurso Internacional de Vinhos de Portugal que se realiza anualmente no Hotel Palácio do Estoril e onde foram apresentados a competição 5103 vinhos provenientes de 55 países.
Os vinhos foram testados por mais de 600 enólogos que comprovaram a excelência dos vinhos da Adega do Fundão. A adega da Beira Serra contribuiu decisivamente para o 14.º lugar a nível mundial da Região Vitivinícola da Beira Interior à frente de conceituadas regiões portuguesas como a Península de Setúbal.
Em 2010 o vinho «Fundanus Prestige», colheita de 2005, foi considerado por Marcelo Coppelo, um dos mais reputados enólogos brasileiros, como uma das nove melhores compras de vinhos portugueses no Brasil, conquistou, igualmente a medalha de ouro no Wine Masters Challenge e foi incluído na lista dos 50 melhores vinhos de Portugal.
A Adega Cooperativa do Fundão vai estar presente, em prova, com diversos vinhos de excelência nos dias 26, 27 e 28 de Abril na Expovinis em São Paulo e no dia 29, também em prova, em Belo Horizonte no Brasil.

:: Ficha Técnica do Fundanus Prestige 2008 ::
Este vinho é composto pelas castas Aragonês e Jaen provenientes de vinhas de solos graníticos, a sul da Serra da Gardunha. As vinhas são bafejadas por um Sol intenso, desde Junho até Setembro, mês em que a vindima é efectuada, ao clarear da manhã.
Magnífica cor, de boa concentração, transmitindo aromas a frutos silvestres, caramelo e tabaco. Na boca é macio, denso, com bom equilíbrio entre o seu corpo e os taninos, terminando com boa persistência.
Este vinho identifica o interior beirão pela sua robustez (álcool), personalidade (corpo) e hospitalidade (recordação que deixa depois de ser bebido).
Vinificado através de uma selecção de vinhas D.O.C. a sul da Gardunha. Tem na sua composição 60% de Aragonez e 40% de Jaen. Curtimenta prolongada com temperatura de fermentação a 28ºC. Estagiou em barricas novas de carvalho durante um ano e, posteriormente, em garrafa também durante um ano.
Colheita: 2005 | Classificação: DOC Beira Interior.
Tipo: Tinto | Castas: Aragonês e Jaen.
Tipo de solo: Graníticos, na sua maioria.
Produção: 30 000 garrafas.
Análise laboratorial: teor alcoólico – 20º (vol. %): 14; açúcares totais (g/dm3): menos de 4g/Lt; acidez total (g/dm3): 5,5; acidez volátil (g/dm3): 0,6; sulfuroso total (mg/ dm3): 90.
jcl

A adega particular é um espaço de convivência que se vai mantendo desde épocas remotas na generalidade das aldeias, ainda que os tempos a isso já não sejam propícios. A situação prevalece muito especialmente nos povoados que se inserem em regiões vinícolas, onde a vinha se mantém como cultura de apreciado rendimento.

Ao invés, há terras em que a vinha feneceu, transformando-se em matagal. Isso mesmo aconteceu nas terras raianas do concelho do Sabugal, onde antigamente todo o proprietário zeloso tinha a sua vinha, que tratava com o devido primor. Sem subsídios de ajuda à reconversão, nas zonas quedadas fora da orla de terrenos demarcados para a produção de vinho, deixaram apodrecer os pipos, dornas, prensas e demais instrumentos da feitura da pinga, ficando os lagares ao abandono ou transformados em arrecadações. Mas ainda há quem resista à pressão dos novos tempos.
Na adega, junto aos pipos e cubas pejados de vinho, o anfitrião recebia os convidados de sorriso rasgado, enxaguava numa tina o pichorro de barro ou de latão, volteava a torneira de madeira e enchia o recipiente, que depois cada um bebia de golpe e devolvia ao adegueiro que repetia o ritual até que a pinga chegasse a todos.
Se a carava era para durar, os amigos apenas sairiam após enjorcarem meia dúzia de canecos, arrancando depois dali para as demais adegas, porque todos, sucessivamente, queriam mostrar franqueza. Era ocasião para se contarem proezas e facécias, largar-se veredicto sobre a qualidade dos vinhos ou até para aprazar lautas patuscadas.
Os bebedores deambulavam pela aldeia, às noites ou nas tardes dos dias de guarda, numa roda-viva animada. Maior demora era onde o anfitrião decidia complementar a pinga com a oferta de uma mastiga. Podiam ser nozes e amêndoas que se escarcham a martelo. Outras vezes apresentavam-se azeitonas e tremoços (os chochos). Os mais francos traziam chouriças, que partiam às rodelas, ou um naco de presunto, que uma navalha afiada ia cortando em lascas finas.
Contudo, um dos mais apreciados petiscos das adegas era o pimento curtido. O dono da casa lançava a mão a uma malga e mergulhava uma gadanha na tina ou pote de barro onde os pimentos estavam envolvidos em vinagre. A tigela, encimada de pimentos carnudos, era abrangida aos convivas que, num credo, os rasgavam em pedaços e comiam com gosto. Ao lado estava sempre o corcho do sal, de onde alguns retiravam umas pedrinhas que esborralhavam sobre a tira de pimento, para lhe conferir melhor paladar. E ali se passavam momentos especiais, saboreando o precioso néctar que saía da cuba ou da barrica.
Este tipo de convívio já é raro nas nossas aldeias, que, progressivamente, vão ficando carentes de gente e dos bons produtos da lavoura de outrora.

Sabemos que a iniciativa «Rota das Adegas», realizada no sábado, dia 4 de Dezembro, em Ruivós, foi um sucesso. Isso demonstra bem que há tradições que merece a pena preservar, como a de produzir em cada ano alguns almudes de bom vinho «graminês», nem que seja para beber com os amigos nos dias de festa.
Paulo Leitão Batista

O povo da raia sabugalense designava por «graminês» o vinho de produção local, ou seja, o chamado vinho do lavrador, colhido na vinha, fermentado no lagar e guardado na adega.

«No fim de cada eirada tinham direito a um copo de graminês», escreveu Manuel Leal Freire, no livro Ribacoa em Contraluz, quando descrevia as malhas que antigamente juntavam dezenas de homens de manguais em punho, sovando o cereal sob o calor tórrido de Julho.
O termo não é porém exclusivo do concelho do Sabugal, sendo antes uma expressão do léxico regional, pois já em 1912 o recolhera A. Gomes Ferreira, colocando-o no seu Vocabulário da Guarda com a significação: «vinho fresco para uso da casa».
Ora tem-se falado por aí do vinho graminês, que aliás na semana passada foi rei na Rebolosa, onde regou a goela dos que foram feirar à Santa Catarina e tirar a licença para matar o marrano.
No próximo sábado, dia 4 de Dezembro, o vinho graminês voltará a ser rei em Ruivós, onde restam vários produtores locais que mantêm viva a tradição do trato das vinhas e da consequente produção de vinho. A «Rota das Adegas» levará os convivas, de cacharro de alumínio ao pescoço, a correr as lojas da aldeia onde o graminês jorrará dos pipos e das cubas.
Nos dias de hoje tratar uma vinha é já coisa rara, própria de quem não desiste de defender a tradição. Mas noutro tempo todos cuidavam as videiras com esmero, e vindimavam-nas nos primeiros dias de Outubro, numa jornada de trabalho comunal. Os «gachos» eram transportados em cestos de vime para a dorna assente no chedeiro do carro das vacas. Dali iam para o lagar, onde eram pisados e depois sucessivamente remexidos até fermentar. Já bem fervido o vinho era separado do engaço e transferido para as pipas, onde continuava a fermentação. O engaço era ainda espremido pela prensa, numa operação chamada o «pé», pela qual se aproveitava todo o néctar.
Em dia de são Martinho ia-se à adega de «pichel», ou «pichorro», em punho para se retirar o primeiro briol da pipa. Era a prova, para a qual era uso convidar os amigos. «Tomas uma pinga?», perguntava-se aos que passavam, mostrando-se a devida franqueza.
Depois de «desbobrar» (assentar e aclarar), o vinho estava pronto a ser consumido em barda. Porém, chegada a primavera, submetia-se a uma operação delicada, que era obra de quem sabia: a «estrafega». Tratava-se de transferir o vinho de uma pipa para outra, livrando-o da «borra», ou «sarro».
Com os calores do verão o vinho «desvanecia», perdendo o vigor e avinagrando. Mas o ciclo estava prestes a recomeçar pois as uvas já «pintavam» e a nova vindima era próxima.
O vinho dessedentava e dava força, mas também tinha, se consumido em excesso, consequências nefastas para a saúde individual e para a vida social.
Era também usado na produção alimentícia, desde logo na confecção da «migada», que era uma sopa de pão centeio amolecido com vinho. No verão era a alegria do lavrador e do cavador e até as mulheres se consolavam com o famoso gaspacho, onde se misturava com pão e água fresca para matar a sede. No tempo das malhas era uso começar o dia bebendo uma «gemada», que era um batido feito com vinho, água, ovos e açúcar, tido por bebida revigorante.
O jovem apenas saia à rua da sua aldeia quando pagasse o vinho à confraria dos solteiros, numa espécie de provação ou ritual iniciático a que tinha que se sujeitar. Só aí adquiria o estatuto de «solteiro», o que levava a família dizer com orgulho: «O nosso Zé já é rapaz solteiro». Então, sim, pago o graminês aos amigos, o novo rapaz solteiro já podia circular pelas ruas até altas horas da noite, entrar nos serões, participar nas rusgas e nas romagens nocturnas às aldeias vizinhas.
Quando se fazia um negócio, lá vinha o «albroque», em que os protagonistas e as testemunhas molhavam a goela na adega mais próxima. O mesmo sucedia na «molhadura», que era o acto de beber graminês à conta de quem exibia fato novo. E ainda havia a «patenta», que era o tributo em graminês daquele que ia namorar em terra alheia.
O graminês era pois o vinho bom que se produzia no lagar e que contrastava com o que vinho da taberna, vindo muitas vezes de longe. Ao vinho reles davam-se por sua vez outros nomes, como zurpa, zurrapa ou morraça, querendo contrapô-lo com o bom graminês que estava em cada adega.
Paulo Leitão Batista

«Imagem da Semana» do Capeia Arraiana. Ficamos à espera que nos envie a sua escolha para a caixa de correio electrónico:
capeiaarraiana@gmail.com

Data: Novembro.
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Local: Vila Boa.
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Legenda: Depois da vindima é tempo de «fazer a aguardente de bagaço» na alquitarra. Costume ancestral dos agricultores sabugalenses que aliam a produção de vinho, à geropiga e à aguardente de bagaço. Os lagares do concelho do Sabugal têm vindo a fechar pelos mais diversos motivos como a morte dos seus proprietários ou as exigências das autoridades alimentares.
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Autoria: Sónia Nobre Sanches.

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A parceria Portugal Rural apresentou em sessão pública o projecto de cooperação interterritorial no âmbito do Leader e do Subprograma 3 do Proder. O evento decorreu na Loja Portugal Rural, no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa e contou entre outros com a presença do ministro da Agricultura, António Serrano, dos representantes da Pró-Raia, António Robalo e Elsa Fernandes e dos deputados pelo círculo da Guarda, Carlos Peixoto e João Prata.

Portugal Rural - António Robalo - Presidente - Câmara Municipal Sabugal

A parceria Portugal Rural integra 12 associações com expressão a nível nacional – Pró-Raia, Adices (GAL coordenador do projecto de cooperação), Adae, Adelo, Adirn, Adruse, Atahca, Desteque, Leader Oeste, Pinhal Maior, Raia Histórica e Tagus – que se juntaram num espaço citadino situado no bairro de Campo de Ourique com o objectivo de promover e dinamizar a comercialização de produtos regionais nos grandes centros urbanos.
No dia 30 de Junho foi apresentado o projecto de parceria interterritorial Portugal Rural, no âmbito da Cooperração Leader do Subprograma 3 do Proder. Na estiveram presentes o ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, António Serrano, os deputados pelo círculo eleitoral da Guarda, Carlos Peixoto e João Prata e representantes das 12 associações integrantes da parceria. Pela Pró-Raia marcaram presença o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, a vereadora da Câmara Municipal da Guarda, Elsa Fernandes, acompanhados de alguns técnicos. O Presidente da Câmara Municipal de Manteigas, Esmeraldo Carvalhinho, representou a Adruse – Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela que integra ainda os concelhos de Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Seia e Gouveia.
As boas-vindas de abertura estiveram a cargo do presidente da Adices, Atílio Nunes, e foram seguida da apresentação do projecto de cooperação Portugal Rural-Gal Parceiros. A cerimónia que contou com a degustação de produtos regionais de excelência foi antecedida pelo discurso do Ministro António Serrano que aproveitou para percorrer as bancas promocionais das 12 associações.
«Não venho aqui para fazer promessas mas não podemos esquecer as importantes acções destes grupos de actividade local» começou por dizer António Serrano num breve discurso. «Todos estes projectos e investimentos que implicam muito dinheiro devem ter como primeiro objectivo a criação de postos de trabalho e depois como factor de divulgação dos territórios do Interior. Peço a todos que intervenham nestes projectos com profissionalismo e muito responsabilidade e que alcancem altos níveis de execução», acrescentou ainda o ministro da Agricultura.
A estratégia a desenvolver encontra-se alicerçada em três níveis de actuação comuns e integrados: a intervenção nos territórios rurais de abrangência do projecto; a intervenção em ambiente urbano; e a intervenção promocional e comunicacional do projecto. Estas três áreas de actuação incidem, fundamentalmente, em quatro aspectos: promoção, comercialização, qualificação e sensibilização de públicos.
O projecto vai decorrer entre 2010 e 2013 e pretende desenvolver trabalho em cooperação para alcançar resultados num conjunto de mais-valias para os territórios abrangidos.
A loja Portugal Rural é um espaço moderno com uma montra de vidro que permite grande visibilidade do exterior, com expositores agradáveis à vista preenchidos com os sabores genuínos da produção portuguesa desde Trás-os-Montes até à Estremadura Oeste às portas de Lisboa.
Após percorrerem a loja os visitantes são surpreendidos com uma taberna (que apresenta excelentes vinhos) e um pátio interior ao ar livre. Uma larga escada em caracol leva à cave onde vai ser possível regalar a vista com produtos de artesanato português, ou melhor, do bom, genuíno e tradicional artesanato português.
Resta dizer que a loja do «Portugal Rural» (Rua Saraiva de Carvalho junto ao Café Canas) está a poucos metros de outro espaço «Verdes são os Campos» (Rua Coelho da Rocha junto à Casa Fernando Pessoa) que integra também em parceria a Pró-Raia e que está vocacionado para promover os aspectos turísticos regionais.
O mundo rural português vestiu-se com fato domingueiro de ir à missa e está a seduzir com muito charme no cosmopolita bairro de Campo de Ourique os sempre «esquisitos» clientes citadinos formatados por culturas e gastronomias do fast-food estrangeiro.
jcl

A conceituada revista norte-americana, Wine Spectator, vai atribuir na edição de Maio 100 pontos ao Porto Dow’s Vintage 2007 do produtor Symington Family Estates.

Porto Dow's Vintage 2007 - Symington Family Estates - Wine SpectatorO vinho do Porto Dow’s Vintage 2007 vai receber a pontuação máxima, 100 pontos, na edição de Maio da Wine Spectator, uma das mais prestigiadas revistas de vinhos do Mundo. O vinho está incluido na secção «Coleccionáveis» da publicação, que o considera «o melhor Dow’s alguma vez produzido» e aconselha a sua reserva pelo menos até 2022.
A revista norte-americana vai ainda atribuir 96 pontos ao Graham’s Vintage 2007, também da Symington Family Estates.
Em declarações à agência Lusa, Charles Symington, enólogo-chefe da Symington mostra-se satisfeito com as pontuações atribuídas pela Wine Spectator. «Uma pessoa fica sem palavras quando se chega aos cem pontos. Sinto uma enorme satisfação, qualquer produtor procura que isto aconteça uma vez na vida», disse Charles Symington, co-autor dos vinhos premiados, que afirmou ainda serem muito raros os vinhos que recebem tal pontuação. «Em 2008 houve um vinho e em 2009 nenhum. São, também, muito poucos os que chegam aos noventa e seis pontos.»
Nenhum outro vinho português conseguiu tal feito, o que confirma a excelência e o prestígio mundial do vinho do Porto.
Nunca qualquer marca de champanhe, com toda a história, fama e glamour que carrega esta denominação, obteve a pontuação máxima. E do Velho Mundo vitícola apenas quatro vinhos da Borgonha e 24 de Bordéus conseguiram chegar aos 100 pontos.
Na nota de prova, conhecida ontem, James Suckling, o provador da Wine Spectator para Portugal, referiu-se ao Dow’s 2007 como o «melhor vintage» de sempre desta marca. O preço de venda ao público de cada garrafa é de 65 euros.
jcl

O projecto de posicionamento, promoção e internacionalização das rotas turísticas do azeite e do vinho pretende levar o Douro e o património de Trás-os-Montes e Alto Douro além-fronteiras. A iniciativa arranca com 28 concelhos e 170 aderentes entre instituições e outros parceiros.

Rota do Azeite do DouroLevar o Douro e o património de Trás-os-Montes e Alto Douro além-fronteiras é o propósito do projecto apresentado esta terça-feira, 23 de Fevereiro, e que junta rotas turísticas do vinho e do azeite numa estratégia comum de promoção.
Em declarações à agência Lusa, Jorge Morais, da Rota do Azeite de Trás-os-Montes, explicou que «os promotores deste projecto entendem que depois da promoção individual feita no território nacional chegou a altura de avançar para uma estratégia de cooperação com o objectivo de internacionalizar as rotas do azeite, do vinho do Porto e das vinhas de Cister, num total de 28 concelhos e 170 aderentes, entre instituições e outro parceiros».
Os participantes na iniciativa vão agora elaborar um plano de marketing e comunicação que passará por vídeos promocionais e deslocações a mercados externos, nomeadamente junto de operadores turísticos internacionais.
O projecto com o lema «O Douro, as Rotas e Mundo» conta com o apoio institucional da Estrutura de Missão do Douro e recebeu um apoio financeiro de 70 por cento do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) para os 400 mil euros de investimento necessário. O restante fica a cargo dos aderentes que, em breve, deverão estender-se à vizinha Espanha com a adesão já proposta da Rota Internacional do Vinho formada por entidades das zonas espanholas de Salamanca e Zamora e do lado português da fronteira.
jcl

Hoje, 11 de Novembro, é o dia de São Martinho. Há um conhecido rifão popular que diz: no dia de São Martinho vai à adega e prova o vinho. Associou-se também este dia aos magustos, por ser tempo de apanhar as castanhas.

São Martinho foi bispo da cidade de Tours, em França e foi um importante evangelizador do seu tempo. Nasceu em Sabária da Panónia, na Hungria, no ano de 315. Com apenas 12 anos foi alistado pelo pai no exército romano. Enquanto jovem oficial teve uma atitude que o deixou conhecido: deu metade da sua capa a um pedinte que encontrou na borda da estrada, assim o abrigando do frio.
Abandonou o exército romano, baptizou-se e viveu como eremita numa ilha ao largo da costa de França, aí fundando um mosteiro para uma comunidade religiosa que vivia em isolamento. Ordenado padre, foi depois nomeado bispo de Tours. Dedicou-se à evangelização, percorrendo a pé e a cavalo toda a sua diocese.
Na memória popular ficou conhecido o adágio: «No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho». Também é conhecido o provérbio «no dia de São Martinho prova o teu pipinho», que afinal é uma simples variante do primeiro. A sua ligação ao vinho decorre apenas da altura do ano em que o famoso bispo morreu, na data que ficou consagrada em sua memória. Depois da vindima, feita em Setembro ou no início de Outubro, o vinho ferve no lagar e depois nos pipos e nas cubas, sendo assim o dia de São Martinho, o apropriado para se fazerem as primeiras provas. Ao vinho novo juntam-se as castanhas assadas e assim se celebram os magustos, reunindo familiares e amigos. Este é portanto um tempo de convívio e de amizade.
Hoje já poucos particulares têm lagares para a produção própria de vinho. Vão também rareando as adegas para aí se abrirem os espiches e se provar o vinho que ainda fermenta nos pipos. Os tempos são outros, mas o espírito e a tradição mantêm-se, realizando-se magustos e outros encontros de convívio e a jeropiga, são as bebidas eleitas.
plb

Os vinhos do Grupo Bacalhôa, Palácio da Bacalhôa 2005 e Quinta da Garrida Dão 2006, foram premiados com ouro no prestigiado concurso International Wine Challenge, que decorreu, esta semana, em Londres.

Palácio da BacalhôaO Grupo Bacalhôa, Vinhos de Portugal conquistou esta semana entre ouro, prata, bronze e recomendado um total de 19 medalhas no prestigiado concurso europeu International Wine Challenge que decorre, em Londres, durante a Wine Fair.
O Palácio da Bacalhôa 2005, um vinho regional das Terras do Sado, foi premiado com uma medalha de ouro. Poderoso e muito concentrado no nariz, resulta da união das castas Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot, com notas fortes de frutos encarnados, combinados com aromas de café, menta e frutos secos, numa estrutura cheia, complexa, fresca e elegante. Tem um preço recomendado de 26 euros.
Também o vinho Quinta da Garrida Dão 2006, da Aliança-Vinhos de Portugal, recebeu a medalha de ouro. Este vinho é composto pelas castas Touriga Nacional e Tinta Roriz e tem um bom volume de boca e taninos maduros, que conferem uma boa longevidade ao vinho. O preço recomendado é de 5,25 euros.
Os vinhos da Bacalhôa Tinto da Ânfora 2006; Má Partilha 2006 e Só Syrah 2006 receberam medalhas de prata no certame. O Garrida Dão 2006 obteve igualmente a prata.
jcl

A obra «Grande Cancioneiro do Alto Douro», da autoria de Altino Moreira Cardoso, é o resultado da recolha de música tradicional do Alto Douro, que reúne, em 640 páginas, cerca de 600 canções da Vinha.

Grande Cancioneiro do Alto DouroA obra é composta por uma introdução histórico-literária, onde se insere uma tese demonstrativa da continuidade das cantigas populares de amigo galaico-portuguesas no cancioneiro do Alto Douro, seguida do Cancioneiro composto por cerca de 600 músicas e letras.
Num ensaio introdutório, o autor, antigo tocador de um rancho do Alto Douro e elemento do Conservatório e da Tuna Académica da Universidade de Coimbra, estabelece e demonstra, em muitas cantigas do Alto Douro, marcas irrefutáveis da sua origem galego-portuguesa, difundida de Santiago de Compostela para Lamego durante as peregrinações e movimentos militares dos cruzados na fundação de Portugal por D. Afonso Henriques e revivificada nas vindimas, após a fundação da Região Demarcada do Vinho do Porto.

Cantar a Vinha


Vinho fino, vinho fino,
de forte, faz-me falar,
faz-me alegre, folgazão,
só me estrova no andar!…

Os olhos da vide choram
lágrimas, de seis a seis:
também os meus olhos choram…
a causa, bem na sabeis!

Debaixo desta ramada
as videiras dão anéis:
por via de ti, menina,
sofro as penas mais cruéis!

Ó ramada, dá-me um cacho,
ó silva, dá-me uma amora,
ó amor, dá-me um retrato:
quero ver-te a toda a hora!

Não se me dá que vindimem
videirinha que eu podei:
não se me dá que outros logrem
quem eu por gosto deixei…

A videira sempre chora
quando a corta o podador:
também eu tenho chorado
com pena do meu amor.

Vinho fino, vinho fino,
de forte, faz-me falar,
faz-me alegre, folgazão,
só me estrova no andar!…

– Ó meu rico regadinho,
que levas no regador?
– Levo o perfume do vinho
para dar ao meu amor.

– Ó meu rico regadinho,
que levas na tua mão?
– Um cacho de malvasia
para dar ao meu João.

Se quereis que eu cante bem,
dai-me uma pinga de vinho:
o vinho é coisa santa
faz cantar delegadinho.

Quem quiser que eu cante bem,
dêem-me vinho ou dinheiro:
que esta minha gargantinha
não é forja de ferreiro.

As soidades são escuras,
ó amor, dá cá a borracha:
se ma deres, dá-ma cheia,
que vazia não tem graça!

Venha o copo, venha o vinho,
venha mais meia canada:
eu cá sem copo não bebo
e, sem vinho, não sou nada!

O vinho é coisa boa,
que nasce da cepa torta:
a uns faz perder o tino,
a outros errar a porta.

Quando me dói a cabeça
e me quer cair ao chão,
bebo mais uma pinguinha,
quer ela caia, quer não.

O vinho das nossas cepas
não é vinho, é licor:
e bebe-se, com prazer,
até no altar do Senhor!

Rapazes, quando eu morrer,
levai-me devagarinho,
fazei-me a cova bem funda,
por cima, deitai-me vinho!

Já comi e já bebi,
já molhei minha garganta,
eu sou como o rouxinol:
quanto mais bebe, mais canta!

Muita gente, por ser velha,
logo sábia se imagina,
o vinho, em novo, é mau,
depois de velho, refina.

São Miguel, o nosso amigo,
é o protector das uvas:
vamos todos adorá-lo
pra termos vinho nas cubas.

aps

Bernard Pivot é um intelectual francês com muito talento que me habituei a respeitar quando nos finais dos anos 70 do século passado moderava um dos programas culturais de referência na televisão francesa, de nome Apostrophes, que mais tarde veio designar por Bouillon de Culture.

José Robalo – «Páginas Interiores»Como ninguém, Bernard Pivot, soube divulgar a cultura e os livros junto do grande público. Deste autor li no ano de 2007 o Dictionnaire Amoureux du Vin, da editora Plon, onde nos dá uma demonstração de saber sobre um dos produtos mais venerados no Ocidente: o vinho. Com a leitura deste livro ficamos a saber muito mais sobre este néctar e ensinamentos de um intelectual que nasceu numa família vinhateira da região do Beaujolais e da Bourgogne.
Encontrando-nos em plena época de vindimas, sempre se dirá que o Sabugal já foi região de vinha protegida por privilégios régios. Rezam as crónicas e as Memórias Paroquiais do Sabugal editadas pela Associação Recreativa e Cultural dos Forcalhos, pela mão de Carlos Henrique Gonçalves Jorge, que «El Rey Dom Diniz, e de Dona Isabel sua mulher para que nenhuma pessoa de fora pudesse encubar vinho, nem trazê-lo à mesma vila e seu termo enquanto nela o houver de sua colheita». «Estes privilégios foram confirmados por El Rey Dom João o primeiro por carta passada em Coimbra aos 14 de Fevereiro de 1433.»
Ficamos assim a saber que o Sabugal já foi termo de produção de vinho a merecer protecção régia e enquanto houvesse produção própria nenhum estrangeiro poderia vender vinho na nossa cidade.
Pelas Memórias Paroquiais do concelho do Sabugal, ficamos ainda a saber que o cultivo da vinha caiu em desuso e em 1758, «E suposto hoje se não ache nesta vila nem em seus limites vinha alguma, há contudo memorias autenticas de que antigamente houvera muitas, pois em duas partes por donde o Rio Côa passa nesta vila por poldras, são as mais delas pesos de lagar, além de muitas outras que se acham por várias partes das ruas desta vila». Assim depois de ter sido vila vinhateira, os lagares do Sabugal foram destruídos e a pedra utilizada para calcetamento das ruas e atravessadouros no rio Côa.
Terra produtora de vinho sempre fez jus a esta actividade, porquanto nos meados desse século XVIII um alto funcionário da administração destacado nesta vila, refere-se à vida dos mais abonados que numa desaplicadíssima inacção, se dedicavam com afinco à dança, à música e ao vinho.
Sabendo nós que a produção deste néctar está dependente de vários factores como o clima, os solos e o terroir, é chegado o momento de podermos produzir vinhos com a denominação de vinho Regional das Beiras! Para tal o Diário da República, folha oficial do regime, no dia 11 de Fevereiro de 2005, através da Portaria n.º 166/2005, oficializou a produção de vinho regional das Beiras no concelho do Sabugal, conforme anexo junto a tal portaria…

Portaria n.º 166/2005 – Disponível aqui.

Obs. Agradeço ao cibernauta que me ofereceu o último CD de Bernard Lavilliers, «Samedi soir à Beyrouth».

:: :: PARA LER :: ::
«Dictionnaire amoureux du vin», Bernard Pivot, Plon.
«Memórias Paroquiais do Concelho do Sabugal», da Associação Recreativa e Cultural dos Forcalhos.

:: :: PARA OUVIR :: ::
«Carl Orff», Carmina Burana, Sony.
«Wynton Marsalis, Quartet, Live», at Blues Alley.

«Páginas Interiores» opinião de José Robalo
joserobaload@gmail.com

«Exposições 2008» é uma iniciativa da delegação do INATEL da Guarda que desafiou os centros culturais e desportivos de modo a realizar exposições sobre as suas próprias actividades.

Inatel - Delegação da GuardaA delegação do INATEL da Guarda desafiou os centros culturais e desportivos a integrarem o projecto «Exposições 2008» com mostras organizadas com as suas próprias actividades.
Aderiram este ano a esta iniciativa a desenvolver na sede dos grupos ou em espaços das suas localidades os seguintes grupos com as exposições abaixo indicadas:
– Rancho Folclórico de Gouveia – «As nossas memórias», de 7 a 30 de Junho na Tasca do António Cacho.
– Grupo de Amigos do Manigoto – «O Manigoto com Vida», de 22 de Maio a 22 de Junho na sede do Grupo.
– Centro Social Cultural e Recreativo de Paranhos da Beira – «A vida de um Centro Cultural», de 6 a 27 de Julho na sede do Centro.
– Centro Cultural de Famalicão – «Sentidos, retrospectiva de um projecto cultural (1991 a 2008)», no mês de Julho na sede do Centro.
– Rancho Folclórico de Vinhó – «Três décadas de recolhas», de 5 de Julho a 5 de Agosto na sede do Rancho.
– Rancho Folclórico de Vila Nova de Tázem – «Vinha e vindima», de 18 de Maio a 8 de Junho na sede do Rancho.
– Rancho Folclórico de Seia – «28 anos de cultura etnográfica», de 10 a 29 de Junho na sede do Rancho.
– Associação Juvenil Os Bazófias de Vale de Azares – «Os Bazófias», de 6 a 30 de Julho no Centro Cultural de Celorico.
Para lá destes períodos, as associações poderão fazer circular as exposições pelas outras associações em períodos entre 15 dias e um mês, se para isso forem solicitadas.
Joaquim Igreja
(Coordenador cultural do INATEL da Guarda)

O «Palmela Syrah» da Casa Ermelinda Freitas foi eleito o melhor vinho tinto do Mundo na prova cega do concurso internacional Vinailes Internacional 2008 realizado em França.

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O júri francês do concurso internacional Vinailes Internacional 2008 elegeu o «Palmela Syrah» da Casa Ermelinda Freitas como o melhor vinho tinto do Mundo. O vinho português com apenas três anos saiu vencedor da prova cega a que foram submetidos três mil vinhos de 36 países.
Segundo noticiou a SIC «foram produzidos apenas oito mil litros e engarrafadas cerca de 11 mil garrafas da colheita de 2005 que arrecadou agora a medalha de ouro no reconhecido certame enólogo internacional».
Estava previsto o seu lançamento no mercado em Abril ao preço de oito euros por garrafa mas, agora, tudo se deve ter alterado…
Já em 2007, no Concurso Nacional de Vinhos Engarrafados, considerado o maior evento português do sector, tinham sido premiadas algumas das dez adegas da Rota de Vinhos da Península de Setúbal. Entre elas a Casa Ermelinda Freitas Vinhos, Lda. tinha conquistado quatro medalhas. Uma medalha prestígio com o vinho Dona Ermelinda 2006 e três medalhas de ouro com os vinhos Casa Ermelinda Freitas T. Nacional 2004, Casa Ermelinda Freitas Alicante Bouschet 2004 e Casa Ermelinda Freitas Syrah 2004.

Com uma área de apenas 150 hectares os vinhos da Casa Ermelinda Freitas arriscam-se a tornar-se uma referência no panorama nacional do vinho e da vinha. E, agora, os felizardos que conseguirem adquirir (e saborear) uma das 11 mil garrafas vão ter razões para sorrir… e agradecer a Baco.
jcl

Divulgar e valorizar os vinhos das cinco adegas cooperativas da Beira Interior (Covilhã, Fundão, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Franca das Naves) é o objectivo da apresentação que vai decorrer entre os dias 1 e 3 de Junho em Belmonte.

Caves de Adega CooperativaA iniciativa da União das Adegas Cooperativas da Beira Interior (Unacobi) decorre no primeiro fim-de-semana de Junho (1 a 3) no Museu do Azeite, em Belmonte, e pretende promover os vinhos das cinco adegas cooperativas beirãs (Covilhã, Fundão, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Franca das Naves).
O programa inclui prova de vinhos, visita às adegas e uma festa de promoção vinícola no domingo na Covilhã.
Para António Bidarra Andrade, presidente da Unacobi «o objectivo é ganhar competitividade no mercado, centralizar a gestão, reduzir custos administrativos e congregar esforços para encontrar soluções para aumentar a penetração nos mercados internacionais».
Recorde-se que está em cima da mesa a constituição de uma sociedade anónima que, até agora, recebeu a adesão de três cooperativas mas com a Covilhã e o Fundão a ficarem de fora.
jcl

JOAQUIM SAPINHO

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Em exibição nos cinemas UCI

Deste Lado da Ressurreição - Joaquim Sapinho - 2012 Clique para ampliar

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