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Quer salvar o País? Ligue o 760 xxx xxx. Quer mandar a Troika embora? Ligue o 760 xxx xxx. Quer… ? Ligue o 760 xxx xxx. Como cantam os Xutos e Pontapés «A vida vai torta. Jamais se endireita. O azar persegue. Esconde-se à espreita! […]». A verdade é que o azar se instalou em Portugal e é cada vez mais curta a perspetiva de um futuro melhor. Talvez umas chamadas de valor acrescentado ajudem o Governo a resolver o défice.

Prefere políticos limpos? Ligue 760 xxx xxx. Prefere ‘fruta podre’? Ligue 760 xxx xxx

António Pissarra - Raia e Coriscos - Capeia ArraianaTenho andado para aqui a magicar, como diz o Povo, naquilo que motiva as televisões a promover tanta caridade para os telespectadores. É nos programas da manhã, é nos programas da tarde, é para «ganhar o carro», é conseguir uma maquia que quase dava para tirar o país da miséria, é para «pôr os patins ao Hélio do skate», é para manter no programa o obeso que não perdeu tanto peso quanto devia, é para o outro a quem o Paulo Futre não deu nota 10 e continua com a «banha», é para saber se o Sporting vai descer de divisão ou o Benfica ser campeão, etc., etc. Ora, é tal a profusão de números e de propostas para exercer o voto que esta prática deve adivinhar-se muito rentável para os promotores.
Enquanto o Povo se distrai com estes programas de elevado valor cultural e de extrema importância para a resolução dos problemas do País, a crise segue de degrau em degrau, fazendo-nos a cada passo descer um pouco mais baixo na qualidade de vida e na esperança num futuro melhor. É certo que vem a senhora Merkel e os amigos da Troika elogiar os nossos avanços nas reformas e na consolidação orçamental, mas, que raios, andamos tão distraídos a ver as telenovelas e a ligar para os números de valor acrescentado que nem temos noção do quanto estão a fazer bem pelo nosso futuro coletivo. Para aqueles que, de um dos lados da barricada, criticam/criticavam «os amanhãs que cantam», não vemos onde está a diferença de todas estas «balelas», daquilo que poderíamos chamar «fait-divers» não fora as consequências trágicas que se observam na sociedade portuguesa: cada vez mais pobres, crianças com fome, idosos sem dinheiro para medicamentos, pessoas sem emprego e sem prestações sociais, estudantes a abandonar o ensino superior porque os pais não têm meios para assumir as despesas inerentes à sua frequência, etc., etc.
Como aquilo que se houve falar é de cada vez mais impostos sobre os que menos têm, sem se vislumbrar um efetivo corte nas gorduras e mordomias do Estado, com o Povo a ser cada vez mais esmifrado, ao ponto de lhe pedirem para baixar as calças e apertar o cinto ao mesmo tempo, talvez não seja má ideia, uma vez que a prática parece surtir efeito, criar uns números de valor acrescentado para que o Povo possa opinar. Assim, andava toda a gente contente e talvez se resolvesse o problema do défice. Quer que s(c)aia o Governo? Ligue o número tal. Quer que o Governo permaneça? Ligue o número tal. Certamente iria ser um entupimento de chamadas e alguns, os que vêm vivendo, há décadas, alambazando-se com os dinheiros públicos, devolvessem «algum» em chamadas para manter o «tacho». Esta metodologia poderia seguir-se para uma série de situações que inquietam os portugueses.
Pensem nisso!
«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

Sem querer alimentar questões estéreis, porque, de um modo geral, parece-me que todos estamos de acordo, não posso deixar de fazer algumas referências à questão da capeia (parece que o Sabugal não tem mais soluções e questões para resolver, mas…) e ao comentário de João Valente, sobre algo que sugeri.

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António Pissarra - Raia e Coriscos - Capeia ArraianaÉ com algum sentimento de raiva que vejo como vamos debatendo questões enquanto os grandes decisores se estão, passe a expressão, marimbando para nós. A não ser assim, o País ter-se-ia desenvolvido de forma mais harmoniosa, menos assimétrica e talvez houvesse menos problemas que aqueles que agora temos em Portugal.
O concelho do Sabugal é bem o exemplo da incúria dos sucessivos governos e um espelho do Interior. Com uma grande extensão o Sabugal só não tem perdido território, porque, quanto ao resto: população e serviços, por exemplo, é o que se sabe. E nem se pode dizer que a culpa pode ser só imputada aos governantes locais, pois a corda da fronteira sofre do mesmo mal. É por isso que recorrentemente insisto que ninguém fará nada por nós; a mudança far-se-á ou não pela nossa ação ou pela falta dela. Não estamos entregues à nossa sorte, mas perto disso.
É pela perspetiva estrutural, mas também conjuntural, que nos vamos agarrando àquilo que pode ajudar ao desenvolvimento ou, pelo menos, a evitar o definhamento. Compreende-se, assim, que por argumentos racionais, mas também emocionais, haja quem, exageradamente, considere a capeia arraiana a maior indústria do concelho. Consciente dessa importância, na economia dos afetos e na identidade cultural, a câmara do Sabugal resolveu acrescentar valor e preservar aquilo que é uma marca única. A classificação da capeia como Património Cultural Imaterial e as jornadas que decorreram dias 19 e 20 de outubro, no Auditório Municipal, subordinadas ao tema «Pensar a tauromaquia em Portugal – diversidade, valorização, sinergias», são um bom exemplo.
As jornadas apresentaram um vasto leque de assuntos e pessoalmente só posso lamentar não ter podido estar presente em todas as intervenções por razões profissionais. Infelizmente também não terão estado tantas pessoas quantas as que seria desejável, algumas com obrigações, mas as coisas são mesmo assim. Talvez noutro contexto temporal fosse mais apelativo – a festa dos touros quer calor. Ainda assim, perdeu quem esteve ausente, como por exemplo a intervenção de Luísa Mendes Jorge, arraiana, da Faculdade de Medicina Veterinária, que apresentou alguns dados preliminares sobre um estudo com caráter científico sobre o impacto socioeconómico da capeia arraiana. Aguardo com expectativa a conclusão desse estudo que trará alguma luz sobre um aspeto a propósito do qual tanta gente opina, mas ninguém apresenta dados concretos.
Reconhecida essa vertente económica da capeia, considera-se que deve potenciar-se sem, contudo, adulterar a sua essência. Na intervenção que tive fiz questão de frisar esse risco; que o sucesso mediático da capeia pudesse ser causa da transformação em algo que não corresponde a uma manifestação de cultura popular, que emanou do Povo e é propriedade do Povo e de mais ninguém. Foi nesses termos, como salientou Paulo Costa, da Direção-geral do Património Cultural, que a capeia arraiana obteve a classificação. Portanto, há uma matriz que engloba várias facetas, nomeadamente o contexto geográfico, o facto de ser uma festa do Povo, consequentemente não comercial, como acontece com outras manifestações tauromáquicas, e, ainda que «cada terra com seu uso», é essa diversidade e unidade que a tornam única, razões mais que suficientes para «não andar com o forção para todo o lado» e manter as coisas nos termos da inventariação. Pela parte que nos toca, em Aldeia Velha continuarão os carros de vacas, continuará o Rol e tudo o resto que é ancestral, continuar-se-á a receber bem quem quiser aparecer, mas sem esquecer que é o folguedo dos da terra.
Postas as coisas nos termos anteriores, não devemos esquecer que nestas terras vive gente, que gostaríamos que mais gente se mantivesse e outra regressasse e que todos tivessem uma qualidade de vida adequada aos tempos atuais, preservando as tradições, mas sem aquela ideia que basta o ar puro e a paisagem para se viver feliz.
É por isso que não vejo mal nenhum em ter iniciativas que possam ajudar as pessoas. A capeia é a capeia, o rock é o rock. Uma coisa não tem nada a ver com outra. No entanto, nada impede que a Raia tenha um grande festival de verão para a juventude que seja potenciado pelas nossas tradições. O pão é o pão e o queijo é o queijo, mas nada nos impede de comer pão com queijo e se for pão centeio, malhado ao mangual e moído num moinho recuperado, para não esquecer como se fazia antigamente, acompanhado de um queijinho de cabra, daqueles que nós conhecemos, nem perde o pão nem o queijo.
«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

Como escrevemos em artigo anterior a classificação da Capeia Arraiana no registo do Património Cultural Imaterial foi um passo importante para a preservação da sua identidade, mas isso não basta. É preciso acrescentar-lhe valor de modo a ser fator positivo contra o despovoamento.




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António Pissarra - Raia e Coriscos - Capeia ArraianaFelizmente que na atualidade existem as redes sociais, a blogosfera, os sites, se democratizou o acesso a meios para recolha da imagem fixa e em movimento… Enfim, qualquer cidadão deixou de ser um mero consumidor para passar a ser também um produtor de informação, aquilo que se convencionou designar por Web 2.0, consubstanciada no conceito de prosumer (produtor/consumidor).
Podemos concluir que, das mais diversas formas, a capeia arraiana tem a sua divulgação assegurada. No entanto, no imenso «matagal» de informação, há, por vezes, dificuldade em selecionar a informação relevante daquela que é inútil ou mera opinião não escrutinada. Não é o caso deste blogue que procura cumprir com os princípios do jornalismo, seja ele expresso em que meio for.
A capeia arraiana «não nasceu ontem». Contudo, o Mundo mudou muito nas últimas três ou quatro décadas e a nossa região não foi excepção. Recordam-se certamente os da minha idade, e um pouco mais velhos, alguns mais novos também, que quase todas as aldeias tinham escola; que as discotecas Poço, Teclado, Upita, da Vila do Touro… estavam sempre cheias, ao fim de semana e principalmente no Verão. Até na Colónia Agrícola vingou um estabelecimento do género. As escolas secundárias do Sabugal e da Guarda e o próprio Instituto Politécnico estavam cheios de jovens que haviam cursado o primeiro ciclo do ensino básico nas respetivas aldeias. Pois é, hoje são cada vez menos. As escolas fecharam (sou contra o modo radical como fizeram a reorganização escolar no concelho, nomeadamente quando há cerca de uma década destacava na primeira página do Nova Guarda a reabertura da escola da Nave por haver mais de 10 crianças), nasceram os lares e são cada mais aqueles que embora sejam do concelho, por cá terem o seu sangue, nasceram um pouco por toda a geografia nacional e noutros países, com destaque para a Europa.
O que mantém a ligação à Raia? Quase todos são unânimes em reconhecer o papel da Capeia Arraiana. Essa marca de identidade que distingue um arraiano de qualquer outro cidadão do Mundo. A capeia não é, portanto, só uma manifestação de cultural regional. É muito mais e pode ser muito mais e, nesse aspeto, gosto de ser pragmático. É que a Raia, as suas gentes, a sua economia, o seu desenvolvimento ou definhamento, não se pode resumir só ao mês de agosto, esse tempo de encontro com a tradição e os amigos que nos enche e reconforta a alma. Quem por aqui vive precisa de ter recursos para viver com dignidade, sem ter que partir.
É certo que todos reconhecemos as implicações económicas que a capeia tem, pelas razões atrás apontadas: na construção civil, no comércio, em geral, e na agricultura e venda de produtos regionais… e tantas outras atividades.
Os tempos são de crise e organizar a capeia não é propriamente barato. Apesar da boa vontade é cada vez mais difícil angariar fundos para pagar as despesas, fundos que, normalmente, saem dos bolsos dos cidadãos de cada localidade (por exemplo em Aldeia Velha cada rapaz solteiro contribui com 80 euros para o Rol). Assim, deixo aqui algumas sugestões, envolvendo uma possível Associação da Capeia, sem fins lucrativos, para ajudar a economia da capeia e não só, fazendo com que os visitantes também dêem algum contributo que não só nos bares.
Uma das ideias passa por criar um passaporte da capeia, com eleição do capeeiro-mor, envolvendo o pagamento de 1 euro por cada carimbo colocado em cada encerro, em cada capeia, em cada garraiada, etc.. O dinheiro seria distribuído em função dos carimbos obtidos por cada evento.
Outra sugestão vem na sequência das referências anteriores sobre a mudança da matriz social, cultural e demográfica e passa por criar um grande festival de verão, que designo por Rock in Raia, o qual poderia ocorrer durante quatro ou cinco dias, envolvendo o Festival do Forcão e algumas capeias, com serviço de autocarros da «aldeia do rock» para as capeias e encerros, juntando, assim, a tradição com a modernidade, trazendo mais gente a animar a economia local e a venda de produtos regionais e de merchandizing relacionado, numa matriz musical de cunho marcadamente ibérico. Vários amigos meus sabem que é uma ideia que me povoa a cabeça há já alguns anos e que, inclusivamente, apresentei na Câmara do Sabugal.
Para já deixo estas reflexões, com a certeza de que pensamento sem ação não passa de mera teoria. Apresentarei futuramente mais algumas sugestões e procurarei ter alguma iniciativa com quem quiser colaborar, com a certeza de que nada se faz sem muito trabalho e amor à causa.

P.S.: Não posso deixar de realçar aqui a organização da Jornadas sobre tauromaquia a decorrer no dia 19 e 20 de outubro. Quando tantas vezes criticamos a falta de iniciativa, devemos recordar que estes eventos e a classificação da capeia como Património Cultural Imaterial, também não aparecem ser trabalho e proatividade.
«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

O Centro Recreativo e Cultural de Aldeia Velha vai realizar, a 30 de Setembro, domingo, três iniciativas voltadas para a população: caminhada, passeio BTT e passeio equestre.

A associação local, pretendendo ser de todos e para todos, programou as iniciativas, abertas ao público em geral, para a promoção do convívio entre as pessoas e para lhes proporcionar o contacto com a Natureza.
É este o programa dos três passeios, em diferentes meios de locomoção, a pé, de bicicleta e a cavalo:
8h30 – Concentração no Enxido.
9h00 – Partida simultânea dos três passeios.
12h30 – Encontro na Senhora dos Prazeres.
13h00 – Almoço.
As inscrições podem ser feitas nos cafés e comércios de Aldeia Velha até às 19 horas do dia 28 de Setembro – é importante o cumprimento do prazo para se poder planear convenientemente o almoço.
Para mais informações os interessados poderão contactar o Zé Tó: 969128427; ou o André: 926962792.

Capeia Arraiana deseja bons e animados passeios à gente de Aldeia Velha.
plb

Ainda que se queira falar noutros assuntos, a verdade é que a austeridade, que já vínhamos sentindo, inflacionada com as medidas que o Governo anuncia, já para este ano e para o próximo, tornam incontornável a abordagem do tema, nomeadamente naquilo que à região se refere.

Terminou a fronteira mas não se ganhou muito com isso

António Pissarra - Raia e Coriscos - Capeia ArraianaO País está em choque e o Governo, com destaque principal para Pedro Passos Coelho e Vitor Gaspar conseguiu algo inacreditável que é a quase unanimidade da crítica negativa, da Esquerda à Direita. Várias figuras destacadas dos partidos da coligação não têm «papas na língua» para qualificar o que consideram o disparate de algumas das propostas do Governo.
A verdade é que o Povo tem memória curta e disso sabem bem os políticos profissionais que gerem a sua própria memória à medida das suas conveniências. Quer isto dizer que não chegámos ao atual estado de coisas «por obra e graça do Espírito Santo». Foram anos e anos de má gestão, de aumentar orçamentos todos os anos, embora os de anos anteriores fossem deficitários. Foi muita corrupção, muito desperdício em negócios ruinosos que só beneficiaram os intervenientes… Enfim, os partidos mudam de opinião rapidamente após o dia das eleições, conforme o resultado, embora não haja dúvidas que todos mentem deliberadamente para obter as boas graças do eleitorado que se apresenta irracionalmente crédulo e com os tais problemas de memória.
Penso que não existem muitas dúvidas sobre os responsáveis da situação a que chegámos. Sabemos que a culpa não é dos políticos, mas sim do alcatrão, do cimento, das parcerias público-privadas, das fundações… Enfim, a culpa «morreu solteira». Sabemos que o Estado é um sorvedouro de recursos, que o Estado é mau pagador e implacável cobrador, que o Estado é responsável pela falência de inúmeras empresas, por essas razões, mas o Estado tem tido líderes desde 1974. Ora, aquilo a que temos assistido é à degradação da qualidade de vida dos portugueses por um Estado canibal até chegarmos à beira do precipício da bancarrota. Perante a inevitabilidade da ajuda externa importava ter dirigentes que fossem suficientemente criativos para atenuar as ondas de choque da intervenção troikiana, dirigentes que fossem suficientemente corajosos para tomarem as medidas corretas no sentido de aliviar a economia nacional do «regabofe» que tem sido nas últimas décadas. No entanto, parece não ser assim e aquilo a que vimos assistindo é a atitudes experimentalistas que culminaram com a perda de paciência do bom Povo Português, com críticas vindas de todo o lado e até com a troika a demarcar-se de algumas iniciativas, como a das anunciadas alterações às regras sobre a Taxa Social Única.
O País orienta-se numa direção que não sabemos onde pode terminar e neste contexto são os mais frágeis, os mais pobres, os mais prejudicados. Nesta perspetiva, o Interior, nomeadamente o concelho do Sabugal, nada pode esperar de bom. Os tecnocratas de Lisboa continuarão a governar pessoas e território com a lógica dos números, funcionando o princípio da «pescadinha de rabo na boca»; quer isto dizer que cada vez há menos gente e, consequentemente, são necessários menos serviços, cada vez há menos serviços, logo menos gente. Tem sido assim desde os tempos de Cavaco Silva, mais a sua ideia em fazer uma grande capital (Lisboa) que servisse de locomotiva ao País. Como damos conta, um destes dias a locomotiva não tem nada para puxar.
O fecho do tribunal do Sabugal é um bom exemplo daquilo que referimos. A falta de alternativas aos serviços transfronteiriços que terminaram, outro exemplo. O fecho de escolas. A falta de uma política fiscal suficientemente atrativa que levasse à instalação de empresas produtoras de bens transacionáveis, idem. Enfim, uma tragédia ainda maior que aquela que vive globalmente o País. O que será do Interior?
«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

Em Aldeia Velha, freguesia raiana do concelho do Sabugal, ainda se guardam «religiosamente» cinco carros de vacas, para com eles se fechar a praça para a tourada de Agosto, permitindo assim reconstituir-se, em parte, o cenário antigo.

Longe vai o tempo em que as aldeias raianas estavam pejadas de carros de vacas, que na véspera do dia da capeia se juntavam do largo principal para fechar o espaço onde os touros iriam ser corridos com o forcão. Os carros eram normalmente carregados com lenha, passando a constituir as chamadas «calampeiras», ou seja, os lugares onde o público se colocava para ver a tourada.
Nalgumas aldeias havia até o hábito de deitar um carro à porta do curral onde os toiros aguardavam a vez para serem corridos, servido assim de porta giratória.
Com o desenvolvimento tecnológico os carros de vacas foram substituídos pelos tractores, que porém, devido ao abandono do cultivo dos campos, não são tantos como o era o número de carros que havia em cada aldeia. Eles pura e simplesmente desapareceram e restam apenas alguns exemplares que pessoa mais cautelosa guardou para decoração.
Nas touradas os reboques de tractores substituíram os carros de vacas na sua função de fechar a praça, ou então construíram-se trincheiras com madeira em toda a volta dos largos, o que fez desaparecer de vez os antigos carros de tracção animal do cenário das capeias.
Pois em Aldeia Velha, terra arreigada à tradição, ainda se guardam cinco desses antigos carros, que a cada ano são colocados em carreira para dar um ar antigo e, portanto, genuíno à praça improvisada. Um exemplo que outros poderão seguir recuperando alguns dos carros de vacas que ainda estão em condições.
plb

Já em tempos, então diretor de um jornal, me referi à Raia Sabugalense nos termos que o faço neste título. Fi-lo, e faço-o, com a convicção que assim é relativamente ao potencial turístico que esta região pode ter, principalmente no mês de agosto. Pode argumentar-se que a comparação peca por excesso. Talvez, mas também penso que temos aproveitado por defeito as possibilidades que a Raia, as suas tradições seculares e o seu património humano e natural oferecem para uma realidade socioeconómica que poderia apresentar outro cariz.

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António Pissarra - Raia e Coriscos - Capeia ArraianaHabitualmente me manifesto sobre a injustiça que tem sido feita com o esforço de tantos sabugalenses que tiverem que partir à procura de um futuro melhor, principalmente em terras de França. O seu esforço, os seus sacrifícios, contabilizaram-se em números, nas remessas de dinheiro que enviavam para Portugal. Apesar disso, também por culpa própria, essas verbas serviram principalmente para desenvolver outras regiões. É certo que havia/há muita gente que teve arte para ganhar dinheiro, mas faltou-lhe sabedoria para o investir, nomeadamente no concelho. Investimento que criasse emprego e mais riqueza para todos, impedindo o êxodo que se tem observado nas últimas décadas. Faltou também, talvez, uma estratégia por parte dos responsáveis autárquicos que ajudasse a que as coisas fossem diferentes.
Voltando às comparações com as Terras do Sul, podemos dizer, para os mais pessimistas, que também o Algarve não está cheio o ano inteiro, mas sabemos como um bom verão pode «salvar» o ano inteiro. Salvaguardadas as devidas distâncias, também a Raia pode ter um bom verão que ajude o resto do ano. Quem não gostaria de ver nas diversas aldeias o movimento que se verifica no verão? Também os empresários algarvios desejariam o mesmo. Tal não é possível quando se fala de prestação de serviços e não na produção de produtos transacionáveis.
Apesar de as duas atividades serem distintas, uma e outra podem estar ligadas, nomeadamente, na Raia, no que aos produtos tradicionais se refere, e são estes, aqueles que são diferentes e que constituem uma marca de identidade, que podem ser uma mais-valia para o concelho.
A classificação da Capeia Arraiana como Património Cultural Imaterial, pelo Instituto dos Museus e da Conservação, pode ajudar, mas vale de pouco se não se lhe acrescentar valor. Não se trata de regular, por lhe retirar autenticidade, uma manifestação de cultura popular, que emanou do Povo, é vivida pelo Povo e paga pelo Povo. A Capeia não pode ser vítima da sua notoriedade mais recente e deve ser fiel ao seu passado. No entanto, pode haver algumas iniciativas que potenciem este fenómeno, sem deixar de ser aquilo que sempre foi: uma festa do Povo.
Quando este verão, em Nave de Haver, observei uma banca de uns nossos vizinhos espanhóis a vender miniaturas de forcões a 10 euros, pensei para comigo: «Caramba, generosa é a gente da Raia, todos lá vão buscar e ninguém leva para lá nada!» Será que a culpa é de quem tem iniciativa ou de quem a não tem? Certamente é de quem a não tem. E já é tempo de fazer alguma coisa. Voltaremos ao assunto, apresentando algumas sugestões.
«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

António Pereira de Andrade Pissarra é natural de Vila Garcia, concelho da Guarda, tem 50 anos, é professor de comunicação social no Instituto Politécnico da Guarda e foi o último director do Jornal Nova Guarda. Casado em Aldeia Velha, concelho do Sabugal, tem dois filhos, e mantém uma forte relação sentimental com as tradições raianas. Estudou na Guarda, leccionou em Évora, onde frequentou o curso de engenharia agrícola (que não concluiu), licenciou-se em Tecnologias da Informação aplicadas à educação, fez o mestrado em comunicação educacional multimédia e frequentou o doutoramento em processos de formação em espaços virtuais na Universidade de Salamanca. Actualmente é presidente e fundador do Guarda Unida Futebol Clube.

O Capeia Arraiana dá as boas-vindas ao jornalista e professor universitário António Pissarra que inicia hoje uma série de crónicas sob a rúbrica «Raia e Coriscos». O nosso bem-haja por ter aceite o convite para integrar e valorizar este painel da opinião raiana.
jcl e plb

Manuel Leal Freire - Capeia Arraiana«Poetando» é a coluna de Manuel Leal Freire no Capeia Arraiana, na qual a cada domingo vai publicando poemas inéditos, cada um dedicado a uma aldeia do concelho do Sabugal. Este Município raiano, um dos maiores do País em termos de extensão territorial, tem 40 freguesias, algumas delas com anexas, sendo no total exactamente 100 (cem) o número das localidades do concelho do Sabugal. Nesta edição o escritor e poeta bismulense dedica um soneto a Aldeia Velha, freguesia da orla raiana do concelho. No próximo domingo será editado o poema relativo a outra freguesia: Alfaiates.

ALDEIA VELHA

A toponímia, madre de batismos,
Também perene fonte de mistérios
Revoca do mais fundo dos abismos
As regras que definem os critérios,

São poços de saber os aforismos
O sábio, porque sábio, prefere-os
A vetustez é fonte de lirismos
Negá-lo equivale a despautérios

O nome vale assim por nobre título
Que os povos reconhecem em capítulo
Não cabe uma avenida numa quelha

Se na vida é um posto a antiguidade
Brasão é da mais alta dignidade
Chamar-se uma aldeia Aldeia Velha…

«Poetando», Manuel Leal Freire

A capeia de Aldeia Velha foi marcada pela presença de uma equipa da Central de Cervejas, constituída pelo Director Regional do Centro e outros responsáveis, nomeadamente o director de Marketing da empresa.

O distribuidor local da Sagres, José Carlos Ricardo, da Uniraia, trouxe á derradeira capeia deste ano os dirigentes da empresa para verificarem como vale a pena visitar e conviver nestas terras raianas, que em Agosto vivem em rebuliço com as tradições taurinas.
A muita cerveja que se bebe na raia sabugalense, onde a Sagres domina em absoluto, demonstra bem o ânimo com que a malta convive. São milhares de litros que, em copos e em garrafas (as célebres minis) passam de mão em mão em rodadas sucessivas, animando as conversas e cimentando a amizade.
O «patrão» regional da Sagres, Gonçalo da Franca, pegou até ao forcão, desafiando entre os raianos locais um dos toiros da tarde.
A objectiva do Capeia Arraiana, captou a foto que juntou, em plena praça, a família da cervejeira nacional num momento de descontracção.
plb

Todos os anos o ciclo das touradas com forcão na raia sabugalense tem o seu ocaso com a realização da tradicional capeia arraiana de Aldeia Velha, no dia 25 de Agosto. Este ano estivemos na festa brava, palco de todos os encontros.

Desde 6 de Agosto na Lajeosa da Raia até 25 em Aldeia Velha, correm 19 dias de intensa vida na Raia Sabugalense, em que a tourada com o forcão é a demonstração festiva essencial. A tourada de Aldeia Velha, por ser a derradeira em cada ano, colhe atenções especiais e junta sempre um mar de gente.
Neste Agosto de 2012 não foi diferente. Aconteceu a um sábado, o que facilitou a mobilização geral.
O imenso público assistiu pela manhã ao encerro dos magníficos toiros do ganadeiro Zé Nói. Dezenas de cavaleiros encarregaram-se de conduzir os animais bravos ao curro, após o que se seguiu o almoço, que para os forasteiros constituiu um animado convívio, degustando frangos assados ou outros petiscos, sob frondosas sombras das árvores, nos restaurantes da redondeza ou nas roulottes dos que ali «acamparam» para ver a capeia.
De tarde, às 5 horas em ponto, teve início a capeia, precedida pela cerimónia protocolar do «passeio dos rapazes». Os toiros saíram endiabrados dos curros e investiram fortemente no forcão, bem seguro e dirigido pelos capeadores da terra. As pessoas apinharam-se nas calampeiras, para assistir ao espectáculo. A praça improvisada no largo da aldeia não era porém suficiente para albergar a grande quantidade de gente, que se espalhava pelas ruas e largos fronteiros, bebendo e convivendo.
Após a tourada fez-se o «desencerro», com os cavaleiros conduzindo os toiros de volta para o campo, enquanto a festa continuou a animar Aldeia Velha pela noite dentro.
Para o ano haverá mais capeias na raia sabugalense e Aldeia Velha marcará de novo o fim da época taurina com igual, ou até maior, enchente de povo.
plb

O encerro e a capeia dos Forcalhos têm proporcionado, a cada ano, um encontro de amigos que para além de apreciarem as lides taurinas aproveitam a ocasião para realizar um almoço. O local eleito é o recinto da Senhora dos Prazeres, contíguo às ruínas do Sabugal Velho, no termo de Aldeia Velha.

No dia 20 de Agosto o encontro de amigos repetiu-se e a objectiva do Capeia Arraiana registou a foto de grupo de fiéis convivas.
O cozinheiro foi o Fernando Gomes, que preparou uma saborosa caldeirada de cabrito, que mereceu o elogio geral.
Entre os convivas contou-se a presença do cónego Júlio Esteves, de Aldeia do Bispo, que pastoreia em Estremoz, na arquidiocese de Évora, e também a do Engenheiro Ivo Portela, presidente da Câmara de Tábua que há poucos dias renunciou ao mandato e que veio até à raia reviver as tradições.
A foto de família foi captada no final da refeição, com o grupo debaixo dos telheiros do recinto de festas da Senhora dos Prazeres, assim protegido do sol abrasador que se fez sentir nesse dia.
plb

Os bravos e encorpados toiros da ganadaria José Manuel Duarte proporcionaram excelentes lides no festival Ó Forcão Rapazes, que se realizou no Soito, no dia 18 de Agosto.

Perante uma praça municipal completamente lotada, em que os bilhetes se esgotaram e muitos não puderam entrar, teve lugar uma expressiva demonstração da maior e mais viva tradição do concelho do Sabugal, a Capeia Arraiana, que se realizou dentro do espírito de amizade e alegria que caracterizam a festa dos rapazes que pegam ao forcão.
Os toiros estiveram à altura das exigências do festival. Todos investiram bem ao forcão proporcionando óptimas lides às diferentes equipas.
Depois do desfile das nove equipas representativas de outras tantas aldeias raianas onde a tradição taurina não despega, iniciou-se o espectáculo, sob a orientação do experiente Esteves Carreirinha, o orador de serviço.

A primeira equipa a pisar a arena foi a dos Fóios, equipando com camisola azul. Os perto de trinta jovens que pegaram ao forcão enfrentaram um toiro preto forte e pujante, talvez o melhor de toda a tarde, que investiu vigorosa e continuadamente. O aparelho, seguro firmemente e dirigido com mestria pelo rabeador, rodopiou ao sabor das investidas do animal. Por mais de uma vez se pensou que o toiro iria contornar o forcão, mas os pegadores foram velozes e exímios no seu trabalho de plena sincronia, evitando o pior. Foi uma óptima lide, e certamente uma das melhores da tarde, o que fez com que o Festival abrisse com chave de ouro.

Seguiu-se a lide da equipa de Aldeia do Bispo, que equipou de azul claro. Os rapazes enfrentaram um toiro castanho muito forte que saiu fulgurante do curro, embatendo com violência na galha. O forcão aguentou firme e volteou ao sabor da investida. Porém o animal não marrava com a insistência do primeiro, afastando-se por vezes, sendo necessário incitá-lo para novos acometimentos. Ainda assim proporcionou uma boa lide, devido ao trabalho notável dos rapazes que pegaram ao forcão com valentia conseguindo tirar partido de um toiro que tinha que ser chamado para investir com alma.

O terceiro toiro da tarde coube a Alfaiates, cujos pegadores, ostentando a cor laranja nas camisolas, aguentaram um primeiro embate fortíssimo, a que se seguiram outros de igual vigor. Os rapazes mostraram-se sempre atentos e trabalharam em perfeita sincronia. De tanto embater e rodopiar o touro cansou-se e ficou menos insistente. Depois da lide os moços agarraram o animal, feito apenas igualado pela rapaziada de Aldeia da Ponte. O tempo concedido à equipa foi bem aproveitado, nomeadamente por dois jovens, os irmãos Batista, que cometeram a proeza de saltar sobre o dorso do animal, nomeadamente o Frank que deu um moral, o que causou espanto entre os espectadores e valeu um longo e merecido aplauso.

A turma de Aldeia Velha, vestindo de verde, enfrentou um dos melhores toiros da tarde, um animal castanho muito forte, que teve uma entrada fulgurosa, atacando a galha esquerda do forcão com muita violência, fazendo estalar o madeirame. À descomunal força do toiro contrapôs-se o empenho total da equipa, que segurou firme o aparelho e volteou ao sabor das endiabradas investidas. Com o correr do tempo e face ao cansaço o toiro bateu mais a compasso, ainda que sempre com força, obrigado os pegadores a um empenho permanente. A lide de Aldeia Velha esteve entre as melhores da tarde, o que lhe valeu sucessivos aplausos do público que enchia as bancadas da praça.

Os rapazes dos Forcalhos equiparam com camisolas castanho-avermelhadas (bordô) e enfrentaram com o forcão um toiro preto que bateu bem inicialmente, mas que depois passou a hesitar. Numa das investidas na galha o toiro correu com vigor tentando contornar o aparelho, o que gerou um clamor nas bancadas, num momento em que se anteviu o pior. Porém o intrépido rabeador acelerou o movimento circular do forcão e evitou que o animal o contornasse. No final, face às sucessivas hesitações do toiro, valeu o incitamento dos rapazes para que continuasse as fortes investidas no aparelho.

O Soito, que equipou de cinza, lidou um toiro castanho bastante alto, mas algo menos encorpado que os demais. Saiu no curro e investiu forte à galha esquerda, da qual demorou a despegar, proporcionando um bom momento de faena. Depois continuou a investir numa e outra galha, sendo contudo mais frouxo no encontro com o aparelho. A equipa da casa não beneficiou porém da bravura indómita do toiro que outras equipas tiveram em sorte, mas conseguiu ainda assim uma óptima lide. Encostado o forcão, os cortadores do Soito depararam-se com o toiro colado às tábuas, sendo de difícil chamamento para o meio da praça, o que desagradou à malta que gosta de «atentar» o animal.

A Lageosa equipou de azul escuro e lidou um toiro também negro que, tal como os restantes, bateu bem à investida inicial, quando saiu do curro. Marrou na galha direita, fazendo com que os pegadores rodopiassem rapidamente, o que fez levantar uma expressiva nuvem de poeira. Passado esse primeiro momento da lide, foi necessário incitar o animal para que voltasse a investir, conseguindo-se ainda assim bons momentos, em que os capeadores mostraram a mestria com que pegam ao forcão. O pó que se levantava da arena levou a que os Bombeiros do Soito regassem o solo, o que foi imprescindível para a continuação do Festival.

O Ozendo, que vestiu de vermelho, enfrentou um toiro preto, que quando entrou na praça deu um enorme trabalho à equipa, valeu-lhe permaneceu unida, bem agarrada ao aparelho, movendo-se em plena sincronia ao sabor das tremendas investidas do animal. O toiro meteu por mais de uma vez a cabeça por baixo do forcão tentando levantá-lo, valendo para o evitar a intrepidez e a boa atenção dos homens das galhas. Com o andar da lide o animal foi manifestando desinteresse pelo forcão, porém bateu sempre forte e com alma, partindo até uma galha numa das investidas. A equipa do Ozendo proporcionou uma das grandes lides da tarde.

Coube a Aldeia da Ponte fechar o Festival. Os rapazes, com camisola verde alface, lidaram um toiro preto, que marrou violentamente no forcão, fazendo estalar as galhas, o que chegou a criar um sussurro nos espectadores. Contudo a bravura do toiro não assustou os corajosos pegadores, que se mantiveram firmes e ágeis no lidar do forcão. Com o evoluir da faena o animal desinteressou-se pelo forcão, sendo necessário estimulá-lo para novas investidas. Aldeia da Ponte tem bons cortadores, que na fase que se segue à lide com o forcão geram um bom espectáculo, quase sempre coroado com a pega do animal, porém desta feita o toiro colou-se demasiadamente às tábuas, o que dificultou o trabalho dos aldeiapontenses, que no entanto honraram os seus créditos consumando a pega.

Foi uma tarde de excelente promoção da capeia arraiana, que mais uma vez se revelou enquanto manifestação popular emocionante e viva, com condições para se continuar a afirmar com um dos grandes potenciais de promoção do concelho do Sabugal.
plb

Os encerros e as capeias arraianas na Raia sabugalense têm um novo protagonista. Chama-se José Manuel Monteiro Duarte mas todos o conhecem por «Fininho». O ganadero tem apresentado nos dois últimos anos excelentes curros com destaque para a recente Capeia de Aldeia do Bispo onde houve um reconhecimento unânime da qualidade dos toiros em praça. «No dia em que acabarem os encerros e as capeias a Raia perde a sua identidade», diz-nos quem sabe do que fala numa conversa descontraída onde confessou que agora o grande objectivo é fazer uma corrida no Campo Pequeno, em Lisboa.

Ganaderos José Manuel Duarte «Fininho» e Joaquina - Sabugal

José Manuel Monteiro Duarte, o «Fininho» como é conhecido na Raia sabugalense, nasceu há 41 anos na freguesia de Famalicão da Serra, concelho da Guarda.
«Comecei sozinho em 1994», lembra o ganadero no início da nossa conversa no Café do César, na Ruvina, onde chegou à hora marcada acompanhado da mulher Joaquina. A entrevista esteve inicialmente marcada para a quinta onde tem os toiros mas um calendário muito preenchido no mês de Agosto deixou essa visita para futura oportunidade. O terreno com muitos carvalhos vai desde o caminho agrícola da descida da Laje da Guarda até ao rio Côa contornando o cabeço da Senhora das Preces, local de romaria dos ruvinenses.
Voltando às memórias dos primeiros tempos diz-nos que aprendeu muito com o ganadero Manuel Rui, para quem trabalhou e a quem namorou uma filha. «Era o maior das touradas», diz com admiração.
– Qual foi a primeira capeia que realizou na Raia sabugalense?
– A primeira corrida, uma garraiada, com toiros meus teve lugar a 10 de Junho de 1994 numa praça desmontável em Famalicão da Serra. Fui comprar os animais ao Ribatejo e no primeiro ano e meio fiz 19 corridas. A minha primeira corrida na Raia foi em Aldeia do Bispo na tradição capeia do Carnaval. Nesse tempo ainda tinha os toiros a pastar em Famalicão mas tomei a melhor decisão da minha vida. Optei por vir sozinho para a terra dos toiros. Aqui é que é o Mundo das touradas e dos cavalos. Nesse tempo, no tempo do Emiliano e do Paco, os encerros tinham muito peso. Curiosamente, de há dez anos para cá, voltaram a ter muita participação e fui obrigado a comprar cabrestos. Os encerros trazem muita gente. No dia em que acabarem os encerros e as capeias a Raia perde a sua identidade.
– Considera-se um ganadero?
– Em vinte anos já realizei mais de 400 corridas em concelhos como o Sabugal, Guarda, Almeida, Bragança, Águeda, Aveira, Penamacor ou Castelo Branco. Fiz um enorme investimento nestes dois últimos anos para mudar a forma de trabalhar melhorando os pastos, a alimentação e o transporte dos toiros separados em gaiolas. Considero que tenho todas as condições para ser reconhecido como ganadero e tenho ganas de triunfar. Além disso faltava-me um braço direito que encontrei na minha mulher Joaquina com a qual faço uma equipa. Foi como encontrar uma agulha no palheiro. A Joaquim passou de guardadora de ovelhas para tratadora de toiros. Foi uma mudança radical mas que está a valer a pena. Tem evoluído muito rapidamente e de forma surpreendente na maneira de ver e perceber o que é bom para o forcão. Já vai a pé fechar os toiros e as vacas de quatro e cinco anos.
– Como aconteceu aquela colhida no encerro de Nave de Haver?
– Já apanhei cornadas valentes há cerca de 15 anos com um toiro em pontas. Já este ano, em Nave de Haver, levei umas cambalhotas valentes no encerro a cavalo. Acontece. Normalmente ando no meio dos toiros sem problemas. Eles têm muita sensibilidade e percebem se estamos com medo ou não mas temos de mostrar que quem manda somos nós. São animais que aprendem depressa e que sabem quem os traba bem. Há momentos em que me deito na majedouro onde comem mas também já tive de subir a correr para os carvalhos mais perto.
– Como se escolhe um toiro para o forcão?
– Para bater bem ao forcão o toiro tem de ser macio e meigo. Os que levei à Capeia de Aldeia do Bispo, na semana passada, eram todos perfeitos. Tenho as corridas separadas em cada parque porque não convém juntar animais de ganaderias diferentes. Cada toiro faz uma corrida ao forcão e depois vai para o matadouro. Prefiro o gado português e já estou a trabalhar com várias ganaderias para preparar as corridas do próximo ano. Para criação própria tenho vacas de ventre a parir desde há cerca de três anos.
– Há cuidados especiais para preparar uma corrida como o Festival «Ó Forcão Rapazes»?
– Foi a Joaquina que escolheu a ganaderia Ortigão Costa mas tivemos em conta o orçamento. Os nove toiros (mais um sobrero de reserva) para o Festival «Ó Forcão Rapazes» têm apresentação, idade, peso, terapio e qualidade para não falharem. A «Ortigão Costa» é uma ganaderia de muita tradição que manda toiros para o Campo Pequeno, para Espanha e para França. A responsabilidade e o número de corridas e encerros obrigou-me a aumentar a equipa com alguns amigos que me acompanham. No entanto ainda não dá para viver exclusivamente das corridas. Os alimentos estão muito caros e, por isso, fora da época alta trato dos animais e dedico-me à venda de lenha.
– A temporada de 2012 está a correr de feição…
– Está a correr muito bem. Um passo importante que dei para chegar aqui foi um encerro nos Fóios há três anos em que me deram muito valor porque já há mais de 40 anos que não encerravam o gado todo. Esta temporada destaco os encerros e capeias de Aldeia do Bispo, Rebolosa, Fóios e, claro, o Festival da praça do Soito. Outros momentos importantes foram o encerro de Nave de Haver e a corrida em Vale da Mula que está a ganhar muito peso na região. Em Vila Boa animaram-se e voltaram a fazer uma corrida após mais de 20 anos muito por culpa dos meus amigos Manuel António, do filho e do Manuel «Forneiro» que também me andam a ajudar. (Enquanto conversávamos ficou apalavrada com o mordomo Carlos Pina Solito a garraiada da Bismula para o dia 22 de Agosto).
A Joaquina foi uma espectadora atenta de toda a conversa e apenas interveio para destacar as qualidades do nosso entrevistado. «O Zé Manel nasceu para ser ganadero. Está-lhe no sangue. Às vezes para embolar um toiro senta-se em cima dele com um àvontade como se estivesse a lidar com gado manso.»
A terminar o «Fininho» confessou um desejo: «Agora tenho como grande objectivo fazer uma Capeia Arraiana na Catedral em Lisboa.»

Contactos: Telemóvel: 963 912 967. Facebook: Ganaderia José Manuel Duarte Fininho.

Os toiros do Festival Ó Forcão Rapazes podem ser vistos Aqui.

Camião do Ganadero José Manuel Duarte Fininho - Sabugal

O José Manuel Duarte surpreende por manter uma expressão quase inalterável ao longo da conversa. Transmite convicção, gosta de pormenorizar os factos e percebe-se que tem as ideias arrumadas.
jcl

A Câmara do Sabugal vai requalificar um conjunto de estradas municipais, nomeadamente as que passam na Nave, Aldeia da Dona e Bismula, assim como na Rapoula, Ruvina , Batocas e Bendada.

A última Assembleia Municipal ratificou a decisão da Câmara Municipal de alterar o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2012, através da qual se afectaram verbas a a novos projectos, retirando-as de outros, que a Câmara deixou cair. A maior verba, de quase 700 mil euros, foi retirada da rúbrica «ligação da A23 à Fronteira», transferindo-a por inteiro para a requalificação das estradas municipais. Outra actividade que ficou sem verba foi a exposição etnográfica prevista para o Centro de Negócios do Soito, que tinha afectos 29 mil euros.
Uma das estradas que a câmara prevê reparar é o troço entre a Nave e a Bismula, que passa por Aldeia da Dona, prevendo-se que as obras cheguem até à ponte de Vilar Maior.
Outra estrada a ser beneficiada é a que vai do cruzamento da Parada ao limite do concelho.
Também a ligação da Rapoula do Côa à Nave, que passa pela Ruvina, merecerá melhoramentos, o mesmo acontecendo no acesso que liga o cruzamento da estrada nacional às Batocas.
As beneficiações chegarão ainda à via que liga Rebelhos à Bendada e ao troço que atravessa Aldeia Velha.
No total, a câmara afectou à reabilitação de estradas quase 900 mil euros.
As alterações ao orçamento foram aprovadas na Câmara Municipal graças à abstenção do vereador Joaquim Ricardo, que impôs que as reafectações de verbas incluam algumas das obras previstas no plano de eficiência no uso da água. Já os vereadores socialistas optaram por votar contra as alterações, alegando que o faziam não por discordarem das obras a executar, mas pelo facto da proposta não ter sido acompanhada pelo ponto da situação relativo à execução orçamental deste ano.
plb

Necessidades de povoamento ou políticas de fomento fizeram que frente a cada uma das aldeias portuguesas da orla raiana se erguesse uma outra de bandeira espanhola.

Manuel Leal Freire - Capeia ArraianaRestringiremos, obviamente a nossa indagação, ao limes sabugalense na sua actual formulação ou seja à língua de terra que do nosso lado vai de Batocas, pequeníssimo burgo anexo da também pequena freguesia de Aldeia da Ribeira, até Malcata.
E por Espanha, da salamantina Alamedilha à já carcerenha Vilamiel, a primeira encontra-se praticamente colada à Raia e das Batocas não distará mais do que meia légua.
Os casamentos mistos eram frequentíssimos e apoiados pela Igreja Católica que, gozando de grande autoridade moral e de não menor influência política, removia os possíveis óbices de ordem legal que se viessem a suscitar.
Aliás era na igreja paroquial de Alamedilha que os batoqueiros cumpriam os preceitos da Madre, que, segundo a doutrina, nos Céus está em essência, nomeadamente ouvindo missa inteira aos domingos e festas de guarda, confessando-se pela Quaresma, comungando pela Páscoa da Ressureição, mandando celebrar exéquias e ritos pelos defuntos e ausentes.
Era no seu manúblio que os mais senhoritos passavam as horas de sesta e os tempos de lazer. Era junto das modistas e bordadeiras locais que as batoqueiras se iniciavam nas práticas da costura. Como era aos peluqueros alamedilhos que sécias e peraltas recorriam para operações de alindamento que, em Portugal, só achariam lá para as bandas da Guarda. Era ainda ali que as donas de casa se dirigiam ou mandavam molinetes para artigos de primeira necessidade.
Comprar cerilhas se entretanto se haviam esgotado os fósforos, azeite, sal, umas mandrujas de escabeche, uma almotolia de azeite era o trivial e habitual.
Rumando para Sul, segue-se do lado português Aldeia da Ponte, e do espanhol Albergaria de Arganhã.
Uma e outra ficarão a cerca de meia légua da Raia. São duas povoações importantes. Ligava-as através do Vale de Todo o Lugar e da sua continuação um troço do Caminho de Santiago. Os espanhóis aproveitaram-no construindo, há mais de cem anos, uma magnífica estrada que do nosso lado não teve continuaçao. Também, a ferrovia da Beira Alta, início da Grande Linha que chega a Vladivostoque, devia passar por ali, muito melhor traçado do que o que deu Vilar Formoso-Fuentes de Oñoro – o que foi impedido pelo Padre Paulo Chorão, rico terratenente e poderoso político, que temendo pelo corte de suas propriedades e a perdição de suas paroquianas, fez desviar o traçado inicial.
Aqui, tanto num povoado como no outro já havia comerciantes de alguma robustez.
Trata-se de freguesias com forte marca de monumentalidade religiosa, expressa no caso de Aldeia da Ponte por dois antigos conventos e uma densa teia de oradas.
O emparelhamento que se segue é Forcalhos-Casilhas de Flores, distando entre si cerca de duas léguas. Mas porque Casilhas está muito para dentro de Espanha, oito quilómetros sensivelmente de caminhos enlameados ou encharcados, os forcalheiros ou chocalheiros, como tamnédm se lhes chama, sentem-se mais atraídos por Albergaria ou Fuenteguinaldo, quando não Navasfrias, embora este burgo ainda salamantino seja par da Lageosa da Raia, distando-se também à volta de duas léguas
Aldeia do Bispo dista dois quilómretros da Fronteira e faz vida mercantil tanto com Navasfrias, povoado de que dista uma légua, como com Valverde del Fresno, que ficando três vezes mais longe goza da vantagem de se encontrar muito melhor provisionada.
Este Valverde é, por igual, o entreposto de Fóios, distando-se os dois burgos sensivelmente duas léguas. A povoação espanhola que lhe fica mais próxima é, todavia, Eljas, já carcerenha.
Mas o entreposto de Valverde domina como sucede ainda com Malcata.
Em toda aquela corda de povos, as relações vão muitas vezes para além da primeira linha, até para entrar em áreas de muito menor vigilância ou até já presunção de legalidade.
É o que sucede com Espeja, Puebla, Carpio, Pena Parda e Payo ou até Trevejo, San Martin, Vilamiel, Santo Estevao de Bejar.
O contrabando fazia-se por veredas e a corta-mato, mas mesmo à vista de Deus e do Mundo persistiram los caminos de herradura. E, como refere Clarinda de Azevedo Maia, in Os Falares Fronteiriços do Concelho do Sabugal e da Vizinha Região de Alamedilha e Xalma, o isolamento, o caracter montanhoso da região, aliados à pobreza do solo e à rudeza do clima, de nítida influência continental de Castela-Velha – inverno muitíssimo rigoroso, verão excessivamente seco e quente e grandes desvios de temperatura – ajudam a explicar toda uma vasta gama de entretecidas contratações…
«O concelho», história e etnografia das terras sabugalenses, por Manuel Leal Freire

O mês de Agosto carrega sempre o secreto apelo do regresso às origens para os que estão longe. No concelho do Sabugal faz povoar as aldeias, abrir as persianas, lotar os bancos das igrejas e encher os lugares públicos com um estranho mas familiar linguajar mesclado aqui e ali de expressões e palavras de origem francesa. Mas, para muitos dos sabugalenses é o tempo da mãe de todas as touradas – a capeia arraiana – espectáculo único que andou escondido esotericamente nas praças das nossas aldeias e que, agora, de há uns anos para cá parece ter perdido a vergonha e tudo faz para se dar a conhecer ao mundo. A tradição manda que as touradas com forcão, precedidas de encerro, se iniciem na Lageosa no dia 6 de Agosto e terminem em Aldeia Velha no dia 25. E que se oiça bem alto o grito: «Agarráááio»

DIA FREGUESIA EVENTO
3 e 4 Soito Garraiadas/Largadas
6 Lageosa da Raia Encerro e Capeia Arraiana
6 Ruivós Garraiada Nocturna com forcão
7 Soito Encerro e Capeia Arraiana
8 Rebolosa Encerro e Capeia Arraiana
10 Soito Tourada à portuguesa nocturna
12 Aldeia da Ponte Tourada à portuguesa
13 Aldeia do Bispo Encerro e Capeia Arraiana
13 Seixo do Côa Garraiada
14 Nave Capeia Arraiana
15 Aldeia da Ponte Encerro e Capeia Arraiana
15 Ozendo Encerro e Capeia Arraiana
16 Vale de Espinho Garraiada
16 Vale das Éguas Garraiada nocturna com forcão
17 Alfaiates Encerro e Capeia Arraiana
17 Fóios Capeia Arraiana Nocturna
18 Soito Festival «Ó Forcão Rapazes»
20 Forcalhos Encerro e Capeia Arraiana
21 Fóios Encerro e Capeia Arraiana
25 Aldeia Velha Encerro e Capeia Arraiana
Fonte: Rota das Capeias da Câmara Municipal do Sabugal

«A Capeia Arraiana não é uma tauromaquia qualquer. Como uma espécie de religião em que se acredita, não basta assistir, é preciso participar, ir ao encerro, comer a bucha, beber uns goles da borratcha e voltar com os touros, subir para as calampeiras, ser mordomo, ser crítico tauromáquico, discutir a qualidade dos bitchos da lide ou, simplesmente, ser fotógrafo da corrida que não deixa ninguém indiferente, corre na massa do sangue, provoca um nervoso miudinho, levanta os pêlos do peito, atarracha a garganta e perturba o sono. É um desassossego colectivo que comove.» António Cabanas in «Forcão – Capeia Arraiana».
jcl

As associações do concelho do Sabugal que celebraram protocolos com o Município para a manutenção de equipas de sapadores florestais, comprometeram-se a garantir o desempenho de funções por parte dessas equipas no quadro da gestão e da defesa da floresta.

Conforme o Capeia Arraiana já noticiou, a Câmara Municipal do Sabugal celebrou protocolos para a manutenção de equipas de sapadores florestais com as seguintes associações: Coopcôa, Acrisabugal, Assembleia de Compartes da Freguesia de Malcata, Conselho Directivo do Baldio dos Fóios, Comissão de Compartes da Freguesia de Aldeia Velha e Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários do Sabugal e do Soito.
As equipas de sapadores florestais terão de cumprir as suas tarefas dentro das exigências inerentes às suas funções específicas.
De acordo com a lei o sapador florestal é um trabalhador especializado, com perfil e formação específica para defender a floresta. Cabe-lhe, entre outras funções específicas, a limpeza da floresta, a gestão dos combustíveis decorrentes dessa limpeza, o acompanhamento da realização de fogos controlados e a realização de queimadas.
O sapador deve ainda exercer funções de sensibilização do público para as condutas que deve ter em matéria de prevenção, nomeadamente acerca do uso do fogo na floresta. Também tem funções de vigilância, neste caso em colaboração com a Guarda Nacional Republicana. Cabe-lhe fazer a primeira intervenção em caso de incêndio, assim como garantir as acções de rescaldo após a extinção dos fogos.
plb

A Câmara vai celebrar protocolos com cinco associações do concelho, renovando assim o apoio do Município às suas actividades de defesa do ambiente, que incluem a manutenção de equipas de sapadores florestais.

Sapadores FlorestaisAs associações que vão assinar os acordos com a Câmara são a Coopcôa, Acrisabugal, Assembleia de Compartes da Freguesia de Malcata, Conselho Directivo do Baldio dos Fóios e a Comissão de Compartes da Freguesia de Aldeia Velha.
Estas entidades associativas têm mantido ao longo dos últimos anos um esforço permanente, desenvolvendo actividades em prol da defesa e da valorização da floresta e do ambiente. O trabalho extremamente positivo que mantêm na sua actuação esteve na base da assinatura dos protocolos, que vigorarão por todo o ano de 2012 e na base dos quais se comprometem a manter essas mesmas actividades. Em contrapartida a Câmara concede apoio financeiro, na forma de subsídios, o que permitirá às associações a dar continuidade às actividades dos sapadores florestais, que de entre outras se inclui a limpeza da floresta e prevenção dos incêndios.
Os protocolos e o apoio concedido pelo Município têm por base o Regulamente de Apoio ao Associativismo Concelhio, que está em vigor deste meados de Outubro de 2011. O Regulamente prevê o apoio através de protocolos ou de contratos-programa, desde que se verifique o interesse local, a reciprocidade, a complementaridade de objectivos e a vontade das partes envolvidas.
A acção das associações em apreço enquadra-se na defesa da floresta e da valorização do ambiente.
plb

Manuel Rito Alves, ex-presidente da Câmara Municipal do Sabugal e actual deputado municipal, aceitou o convite da Associação de Freguesias da Raia Sabugalense para ser o seu delegado executivo. Transcrevemos um comunicado que nos chegou dessa Associação de Freguesias, que reúne Aldeia da Ponte, Aldeia do Bispo, Aldeia Velha, Alfaiates, Foios, Forcalhos, Malcata, Nave, Quadrazais e Vale de Espinho.

«A Direcção de AFRS (Associação de Freguesias da Raia Sabugalense) no uso das suas competências estatutárias convidou Manuel Rito Alves para seu Delegado Executivo.

Após algumas conversas sobre objectivos prioritários a prosseguir e meios mínimos necessários ao exercício do cargo alargadas aos Presidentes de todas as Freguesias envolvidas, houve acordo entre as partes.

Assim, desde o dia 1 de Fevereiro de 2012 o Sr. Manuel Rito Alves é o Delegado Executivo desta Associação, exercendo o cargo sem remuneração, com telemóvel da Associação, sendo ressarcido das despesas com deslocações e eventuais refeições e estadias que efectue no exercício do cargo, ou por causa dele, o que a Associação nesta fase de arranque muito agradece.

A Associação dispõe também, desde essa data, graças à colaboração da Sabugal+ E.M. e com o beneplácito da Câmara Municipal, de um balcão de atendimento no Centro de Negócios Transfronteiriços, no Soito, o que também agradece.»
plb

Há poucos dias um amigo, a residir em França, dizia-me que o mês de Agosto se esvai como o fumo. Mal se dá por conta dele.

José Manuel Campos - Presidente Junta Freguesia Fóios - Capeia ArraianaDizia que a capeia da Lageosa foi no dia 6 e quando se apercebeu, já estávamos na capeia de Aldeia Velha que é última e sempre no dia 25.
Para o tranquilizar e animar eu lá lhe fui dizendo que para o ano também haverá mês de Agosto. Retorquiu ele de imediato: Entretanto ainda cá venho no tempo das castanhas e, provavelmente, na Primavera para ajudar a cortar o forcão.
É de facto assim para muitos dos nossos amigos que ganham o pão no estrangeiro, sobretudo, em França que eu apelo de «MÃE DO MUNDO».
A grande maioria dos nossos queridos conterrâneos passam onze meses à espera do mês de Agosto. É, na verdade, pena que não haja mais meses de Agosto porque esses nossos amigos trazem vida e alegria às nossas terras.
Durante o mês de Agosto fui algumas vezes ao Sabugal e havia gente e viaturas por todos os lados. Cheguei a pensar como seria se tivéssemos que coabitar todo o ano. Seria, naturalmente possível, mas teriam que ser criadas muitas novas infra-estruturas.
Nos Foios, tal como acontece na maioria das freguesias, a população também duplica ou triplica. Esgotam-se os cabritos, os borregos e os queijos. O Abel Duarte fazedor de forcões também me disse que se lhe esgotou esse tipo de artesanato.
Os proprietários dos restaurantes, bares, padarias e minimercados trabalham muito mas acabam por sentir que é compensador.
Acontece, por aqui, aquilo que vai acontecendo no litoral ou, mais concretamente, na zona das praias. Trabalham um ou dois meses no Verão para depois se irem mantendo ao longo do Outono e do Inverno.
Para todos aqueles que trabalham, quer no estrangeiro quer espalhados pelo País, desejo um bom retorno ao trabalho e que nunca se esqueçam da santa terrinha.
Se a Vocês lhes parece curto o mês de Agosto eu também posso afirmar que mal dou conta dele. Vivemos e convivemos com tanta intensidade e com tanta alegria que o referido mês se transforma num instante.
Há que animar. Pró ano há mais!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos

(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com

No livro «Forcão – Capeia Arraiana» as poderosas imagens de Joaquim Tomé (Tutatux) investem ao longo das páginas nas galhas da escrita magistral de António Cabanas e vão servir para acrescentar história à História das terras de Riba-Côa. António Cabanas, natural de Meimoa, é também um homem da Malcata e da Raia e é agora, definitivamente, um verdadeiro raiano. Reportagem da jornalista Paula Pinto com imagem de Miguel Almeida da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).

Local Visão Tv - Guarda
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jcl

O PSD alcançou um resultado histórico no distrito da Guarda elegendo três dos quatro deputados e alterando o tradição equilíbrio (2 e 2) entre os PSD e o PS. O PSD venceu em todos os concelhos do distrito da Guarda tendo alcançado no concelho do Sabugal 3472 votos (48,20%) contra 2004 (27,82%) do PS.

No círculo eleitoral da Guarda o Partido Social Democrata elegeu três deputados – Manuel Meirinho, Carlos Peixoto e Ângela Guerra – e o Partido Socialista apenas um deputado – Paulo Campos – ficando de fora, como grande derrotado da noite, José Albano que se posicionava em segundo lugar. O distrito da Guarda elege quatro deputados e tradicionalmente têm sido divididos entre os sociais-democratas e os socialistas.
Manuel Meirinho em declarações à agência Lusa considerou que a candidatura do PSD alcançou «um resultado histórico». O Partido Social Democrata, liderado pelo politólogo independente, alcançou 46,32 por cento dos votos, elegendo três deputados. Já o PS conseguiu 28,31 por cento dos votos e elegeu apenas um deputado, o que já não ocorria desde 1995, altura em que os dois partidos passaram a eleger dois deputados cada.
«É um resultado histórico para o distrito, que expressa o esforço feito numa campanha de proximidade junto das pessoas, séria e serena, muito transparente e muito sóbria», afirmou à Lusa Manuel Meirinho, eleito deputado pelo distrito da Guarda, tal como Carlos Peixoto e Ângela Guerra. Segundo Manuel Meirinho, os eleitores do distrito «preferiram a seriedade a uma campanha feita de forma agressiva e com algum vazio do ponto de vista das ideias» e garantiu que o partido trabalhou para obter «uma grande vitória».
Quanto ao facto de a lista distrital ter sido liderada por um independente, disse que a «mistura» de militantes e de independentes «mostra aos eleitores que os partidos são estruturas abertas».

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS  –  5-6-2011
DISTRITO DA GUARDA

CONCELHO DO SABUGAL  –  FREGUESIA A FREGUESIA
Águas Belas Aldeia da Ponte Aldeia da Ribeira Aldeia S.António Aldeia do Bispo
Aldeia Velha Alfaiates Badamalos Baraçal Bendada
Bismula Casteleiro Cerdeira Fóios Forcalhos
Lageosa da Raia Lomba Malcata Moita Nave
Penalobo Pousafoles Quadrazais Quintas S. B. Rapoula do Côa
Rebolosa Rendo Ruivós Ruvina Sabugal
Santo Estêvão Seixo do Côa Sortelha Soito Vale das Éguas
Vale de Espinho Valongo do Côa Vila Boa Vila do Touro Vilar Maior

(Clique nas imagens para ampliar.)

jcl

O piloto português Tiago Monteiro foi o escolhido para dar voz à personagem Lewis Hamilton na dobragem do filme Cars 2 que estreia em Portugal a 7 de Julho.

Tiago Monteiro - Diana Pereira

A experiência na dobragem do filme Cars 2 foi também partilhada com a mulher, Diana Pereira (com raízes na freguesia de Aldeia Velha, no concelho do Sabugal) que deu voz a um computador: «Foi uma experiência muito divertida sobretudo porque todos lá em casa gostam bastante do Cars. Estou com uma enorme expectativa para ver a reacção dos nossos filhos, sobrinhos e primos mais novos quando virem o filme», disse Tiago Monteiro.
Num período entre duas corridas, Tiago Monteiro participou na dobragem do filme Cars 2 e esteve em França com a família a convite da Disney Portugal para a apresentação dos novos temas da Euro Disney para este ano e num grande evento da Monroe, assim como em alguns eventos promocionais da SEAT, marca com que disputa o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo.
Tiago e Diana participaram ainda no programa da RTP, «Quem Tramou Peter Pan» apresentado por Catarina Furtado e que vai para o ar no próximo dia 30 de Abril: «Foi muito engraçado responder às perguntas feitas pelas crianças mas sobretudo ouvir a opinião deles a nosso respeito. São sempre muito genuínas e sinceras. Gostámos bastante», considerou o piloto.
Tiago Monteiro centra agora atenções na próxima corrida do WTCC que tem lugar no próximo fim-de-semana em Zolder na Bélgica.
jcl (com Gabinete de Comunicação e Imagem)

Um homem de 92 anos de idade, que reside no Baraçal, concelho do Sabugal, está desaparecido desde a tarde de 3 de Fevereiro, quinta-feira, mantendo-se as buscas para a sua localização. Um homem de 63 anos foi ontem, dia 7, esfaqueado em Aldeia Velha, em resultado de uma altercação com um outro homem no interior de um bar.

Guarda Nacional RepublicanaO desaparecimento do idoso do Baraçal aconteceu após se ter deslocado sozinho a uma sua propriedade, no campo, não regressando a casa, o que levou a dar o alarme. A Guarda Nacional Republicana, mobilizou homens e meios para o local, nomeadamente cães especializados neste tipo de serviço, que seguiram algumas pistas, mas sem resultados visíveis.
Ainda que haja pouca esperança de em encontrar o idoso com vida, dadas as noite gélidas desta época, a GNR manterá o dispositivo no terreno, pelo menos até ao final do dia de hoje.
Entretanto ontem, dia 6 de Fevereiro, pelas 15 horas, em Aldeia Velha, um homem de 63 anos foi esfaqueado no abdómen, na sequência de uma zaragata. O agressor, de 73 anos, tinha desavenças antigas com a vítima, que originaram a discussão e a agressão, que aconteceu num bar da aldeia. A vítima foi transportada ao Hospital da Guarda, onde foi sujeita a uma intervenção cirúrgica, encontrando-se livre de perigo.
O agressor foi detido por militares da GNR, do Núcleo de Investigação Criminal de Vilar Formoso, que recolheram a arma do crime e analisaram os vestígios. O mesmo foi hoje presente no Tribunal do Sabugal. Entretanto o caso passou para a alçada da Polícia Judiciária, uma vez que se tratou de crime de homicídio na forma tentada, cuja investigação é da competência desta polícia.
O Núcleo de Investigação Criminal de Gouveia, deteve no dia 5 de Fevereiro, em flagrante delito, dois indivíduos de 24 e 27 anos de idade, residentes em Paranhos da Beira (Seia), por crime de posse e tráfico de estupefacientes. Os suspeitos tinham na sua posse 100 doses de haxixe. Presentes em tribunal, ambos ficaram a aguardar o resultado do inquérito com Termo de Identidade e Residência.
Durante um patrulhamento, na noite do dia 1 de Fevereiro, militares da Investigação Criminal do Destacamento Territorial de Pinhel, detiveram um indivíduo de 51 anos de idade, comerciante, residente em Póvoa D’El Rei (Pinhel), por crime de posse ilegal de arma de fogo.
O suspeito tinha na sua posse um revolver da marca Taurus de calibre 22 Magnum, com 8 munições, que lhe foi apreendido por não estar licenciado para a sua posse nem se encontrar documentado. Presente ao tribunal, ficou com Termo de Identidade e Residência a aguardar a leitura da sentença.
plb

A primeira Capeia Arraiana de 2011 teve lugar numa das praças míticas do concelho do Sabugal – Aldeia Velha. Depois da noite de passagem de ano e apesar do frio os aficionados rumaram até à aldeia da Raia no dia 1 de Janeiro para mirarem os primeiros touros deste ano.

GALERIA DE IMAGENS  –   CAPEIA ARRAIANA   –   ALDEIA VELHA   –   1-1-2011
Fotos Capeia Arraiana –  Clique nas imagens para ampliar

jcl

Aos 16 anos Maria Antunes foi de Aldeia Velha para França, seguindo os passos da emigração. Em 2001, rumou a Lisboa para gerir o famoso café «Cacau da Ribeira», que se mantém em plena actividade recebendo pela madrugada adentro os noctívagos que ali aportam para beberem o célebre chocolate quente.

Maria Antunes possuía e administrava em Paris um restaurante de comida portuguesa, pelo que encarou a mudança para Lisboa, para trabalhar no mesmo ramo, com naturalidade. Com o marido, natural de Lisboa, adquiriu o mítico Cacau da Ribeira, e dedicou-se de alma e coração ao novo espaço comercial, que é uma das grandes referências da cidade.
Inserido no edifício do Mercado da Ribeira, com porta para a Avenida 24 de Julho e vista para a estação ferroviária do Cais do Sodré e para o rio Tejo, é ali que os noctâmbulos vão beber o cacau quente ao romper do dia após as longas noitadas de diversão.
Maria Antunes depressa se habituou ao horário e aos clientes do seu novo espaço comercial. O café tem de resto um horário peculiar: abre diariamente às 23 horas e encerra às 16. Por vezes há uma natural dificuldade em «aturar» os que ali entram a altas horas da noite, «tomados pelos copos», mas a calma e o bom senso de Maria Antunes e das suas empregadas tudo resolve, mantendo o espaço atractivo.
Dentre os clientes que ali comparecem a beber o chocolate quente mais famoso de Lisboa, há algumas figuras públicas, como o actor Fernando Mendes, «um grande amigo da casa», destaca Maria Antunes. Fátima Lopes, Tony Carreira e Teresa Guilherme são outros nomes de celebridades que acorrem ocasionalmente ao café da empresária sabugalense. Conta que, noutro tempo, a fadista Amália Rodrigues era presença assídua por ser grande apreciadora do cacau da casa.
A hospitalidade é uma das razões do sucesso desta casa e Maria Antunes esforça-se por a manter. E aponta um quadro preto onde está escrito: «Obrigado, Volte Sempre». «Todos os dias reescrevo com giz aquela frase, porque aqui todos são bem-vindos e acolhidos de igual maneira», salienta a proprietária.
Embora os afazeres da profissão a obriguem a estar sempre presente e a par do negócio, Maria Antunes, nunca deixou de ir a Aldeia Velha. «Gosto especialmente de ali ir no tempo dos tartulhos, no Outono. É um grande prazer ir pelo campo à cata de tartulhos nas tapadas e de míscaros e setas nos pinhais». Gosta especialmente dos tartulhos assados na brasa: «são o melhor petisco do mundo», afiança com toda a convicção.
Conhecemos Maria Antunes do decurso do Festival das confrarias Gastronómicas, onde estivemos em representação da Confraria do Bucho Raiano. A empresária da raia que foi para Paris e depois se fixou em Lisboa, confessou-nos ter ficado surpreendida pela presença do bucho do Sabugal nesse certame da gastronomia portuguesa. O cacau quente continuará a ser o chamariz do seu famoso café, mas garantiu-nos que passará a falar do bucho aos seus clientes para que alguns se decidam a visitar as terras raianas onde o poderão degustar.
plb

O executivo municipal do Sabugal rejeitou uma proposta da vereadora socialista Sandra Fortuna para dar um subsídio às freguesias que realizam capeias arraianas, mas de seguida aprovou a proposta do presidente para a criação de um prémio municipal para trabalhos de investigação sobre a tourada com forcão.

A proposta da vereadora do Casteleiro, apresentada na reunião de 1 de Setembro em nome dos demais elementos do seu partido no executivo, seguiu-se à aprovação de um subsídio de 1.500 euros para a comissão organizadora da capeia de Aldeia Velha. Face a uma carta da mordomia informando que a construção das bancadas para o espectáculo importara em 49.500 euros, surgiram na mesa duas proposta de apoio: a do presidente António Robalo, no valor de 1.500 euros e a do vereador socialista Luís Sanches de 2.500 euros. Colocadas a votação saiu vencedora a proposta do presidente, com os votos favoráveis dos eleitos do PSD e do vereador do MPT, Joaquim Ricardo.
Nesta sequência a vereadora socialista Sandra Fortuna propôs que todas as freguesias que realizam capeia fossem devidamente apoiadas como forma de incentivo à manutenção desta tradição raiana, o que porém seria rejeitado pelos eleitos do PSD e do MPT.
O executivo aprovou porém de seguida, e por unanimidade, uma proposta do presidente António Robalo para a criação do «prémio municipal para trabalhos de investigação sobre a capeia arraiana», no valor de mil euros, com o objectivo de estimular o estudo sobre a tradição tauromáquica do concelho.
O regulamento, também aprovado na reunião, prevê que apenas se possam candidatar alunos universitários que apresentem trabalhos sobre o tema até 30 de Maio de 2011, devendo contudo fazer junto da câmara um pré-registo de candidatura até ao final do corrente ano. Os trabalhos concorrentes serão avaliados por um júri nomeado pela câmara municipal.
Ficou decidido que a candidatura da Capeia Arraiana a património da humanidade será coordenada pelo antropólogo Norberto Manso, ex-presidente da empresa municipal Sabugal+ e agora assessor do presidente.
plb

Concerto dos UHF nas festas de São João Baptista em Aldeia Velha.

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jcl

O mês de Agosto é especial no concelho do Sabugal. No mês de Agosto as Capeias Arraianas são especiais. Únicas. Tudo começa no dia 6 com o encerro na Lageosa da Raia e tudo termina no dia 25 em Aldeia Velha. Agora só nos resta contar os dias que faltam para o dia 6 de Agosto de 2011. Reportagem das jornalistas Paula Pinto e Andreia Marques da LocalVisãoTv (Guarda).

Local Visão Tv - Guarda
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jcl

SABUGAL – CAPITAL MUNDIAL DO FORCÃO E DA CAPEIA ARRAIANA – O XXV Festival «Ó Forcão Rapazes», edição 2010, decorreu na Praça Municipal no Soito. As bancadas repletas de aficionados deram brilho às actuações das nove aldeias participantes. A organização do festival pertenceu às Juntas de Freguesia de Aldeia da Ponte e de Alfaiates. Os poderosos toiros tinham o ferro da Ganadaria Zé Nói. Viva o Forcão! Viva a Capeia Arraiana! Viva a Raia! Viva o Concelho do Sabugal! Reportagem da jornalista Andreia Marques com imagem de Sérgio Caetano da redacção da LocalVisãoTv (Guarda).

Local Visão Tv - Guarda
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jcl

SABUGAL – CAPITAL MUNDIAL DO FORCÃO E DA CAPEIA ARRAIANA – O XXV Festival «Ó Forcão Rapazes», edição 2010, decorreu na Praça Municipal no Soito. As bancadas repletas de aficionados deram brilho às actuações das nove aldeias participantes. A organização do festival pertenceu às Juntas de Freguesia de Aldeia da Ponte e de Alfaiates. Os poderosos toiros tinham o ferro da Ganadaria Zé Nói. Viva o Forcão! Viva a Capeia Arraiana! Viva a Raia! Viva o Concelho do Sabugal!

GALERIA DE IMAGENS  –   Ó FORCÃO RAPAZES  –   21-8-2010
Fotos Capeia Arraiana – Clique nas imagens para ampliar

jcl

SABUGAL – CAPITAL MUNDIAL DO FORCÃO E DA CAPEIA ARRAIANA – O XXV Festival «Ó Forcão Rapazes», edição 2010, decorreu na Praça Municipal no Soito. As bancadas repletas de aficionados deram brilho às actuações das nove aldeias participantes. A organização do festival pertenceu às Juntas de Freguesia de Aldeia da Ponte e de Alfaiates. Os poderosos toiros tinham o ferro da Ganadaria Zé Nói. Viva o Forcão! Viva a Capeia Arraiana! Viva a Raia! Viva o Concelho do Sabugal!

GALERIA DE IMAGENS  –   Ó FORCÃO RAPAZES  –   21-8-2010
Fotos Capeia Arraiana – Clique nas imagens para ampliar

jcl

SABUGAL – CAPITAL MUNDIAL DO FORCÃO E DA CAPEIA ARRAIANA – O XXV Festival «Ó Forcão Rapazes», edição 2010, decorreu na Praça Municipal no Soito. As bancadas repletas de aficionados deram brilho às actuações das nove aldeias participantes. A organização do festival pertenceu às Juntas de Freguesia de Aldeia da Ponte e de Alfaiates. Os poderosos toiros tinham o ferro da Ganadaria Zé Nói. Viva o Forcão! Viva a Capeia Arraiana! Viva a Raia! Viva o Concelho do Sabugal!

GALERIA DE IMAGENS  –   Ó FORCÃO RAPAZES  –   21-8-2010
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SABUGAL – CAPITAL MUNDIAL DO FORCÃO E DA CAPEIA ARRAIANA – O XXV Festival «Ó Forcão Rapazes», edição 2010, decorreu na Praça Municipal no Soito. As bancadas repletas de aficionados deram brilho às actuações das nove aldeias participantes. A organização do festival pertenceu às Juntas de Freguesia de Aldeia da Ponte e de Alfaiates. Os poderosos toiros tinham o ferro da Ganadaria Zé Nói. Viva o Forcão! Viva a Capeia Arraiana! Viva a Raia! Viva o Concelho do Sabugal!

GALERIA DE IMAGENS  –   Ó FORCÃO RAPAZES  –   21-8-2010
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jcl

Seis anos depois, Aldeia Velha voltou a receber de braços abertos os UHF. Efectivamente, os UHF já tinham actuado no mesmo local no dia 23 de Agosto de 2004. Se o concerto de 2004 foi bom, o de 2010 (realizado no passado dia 21 de Agosto) foi fantástico.

Clique nas imagens para ampliar

João Aristides Duarte - «Música, Músicas...»Muito público jovem esteve presente, mas também bastantes pessoas de outras faixas etárias, para quem os UHF são ainda uma referência que permanece desde a sua adolescência.
Totalmente recuperado, após o seu internamento hospitalar em finais de Julho (que levou ao cancelamento do concerto de Peniche), o líder dos UHF, António Manuel Ribeiro, provou (mais uma vez) em Aldeia Velha, porque é um dos mais carismáticos músicos do Rock português.
A banda continua com a formação habitual, que já tem mais de 10 anos: António Côrte-Real (guitarras), Ivan Cristiano (bateria), Fernando Rodrigues (baixo e teclas); António Manuel Ribeiro (guitarras e vozes). Para além destes músicos participou no concerto, como convidado, Nuno Oliveira (teclas, baixo e cavaquinho).
O concerto iniciou-se com «Quando (Dentro de Ti)» e prosseguiu com um tema do novo álbum (que sairá em finais de Setembro e se intitulará «Porquê?»).
O concerto prosseguiu com temas como «Matas-me Com o Teu Olhar», «Sarajevo», «Modelo Fotográfico» ou «Foge Comigo Maria».
O público, que enchia completamente o recinto, não arredava pé e cantava, constantemente, os refrães dos temas emblemáticos dos UHF.
No tema «Canção de Roubar o Amor», Nuno Oliveira tocou cavaquinho, numa feliz mistura entre o Rock e a música popular portuguesa.
O concerto teve o seu clímax no tema «Esta Dança Não Me Interessa», quando António Manuel Ribeiro, na parte final, solicitou ao público que batesse palmas ao ritmo da canção, enquanto ia declamando um poema, ao mesmo tempo que referia estar muito feliz por regressar a Aldeia Velha, elogiando os presentes e transformando a noite de 21 de Agosto numa imensa comunhão entre a audiência e a banda.
O tema «O Vento Mudou», uma versão da canção que ganhou o Festival RTP da Canção, nos anos 60, foi dedicado ao autor desta crónica por António Manuel Ribeiro, seu amigo pessoal.
O concerto chegou ao fim com «Menino (Canção da Beira-Baixa)», mas o público pediu mais. A banda voltou ao palco para cantar a versão acústica de «Matas-me Com o Teu Olhar», com o público em coro a entoar o refrão, após o que se retirou.
A pedido do público a banda regressaria, ainda, para mais dois temas emblemáticos: «Cavalos de Corrida» (António Manuel Ribeiro referiu que estava há 32 anos ligado à corrente e tinha começado por ser, ele próprio, um cavalo de corrida) e, na apoteose final, com o público presente no recinto a dançar ao som de «Menina Estás à Janela».
Resumindo: um concerto memorável.
António Manuel Ribeiro confidenciou ao autor desta crónica que o novo álbum dos UHF se incluirá naquilo a que se poderá chamar «Rock de Intervenção», com palavras duras e de protesto contra um certo apodrecimento da situação vivida em Portugal.
«Música, Músicas…», crónica de João Aristides Duarte

(Membro da Assembleia Municipal do Sabugal)
akapunkrural@gmail.com

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