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A Câmara do Sabugal vai requalificar um conjunto de estradas municipais, nomeadamente as que passam na Nave, Aldeia da Dona e Bismula, assim como na Rapoula, Ruvina , Batocas e Bendada.
A última Assembleia Municipal ratificou a decisão da Câmara Municipal de alterar o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2012, através da qual se afectaram verbas a a novos projectos, retirando-as de outros, que a Câmara deixou cair. A maior verba, de quase 700 mil euros, foi retirada da rúbrica «ligação da A23 à Fronteira», transferindo-a por inteiro para a requalificação das estradas municipais. Outra actividade que ficou sem verba foi a exposição etnográfica prevista para o Centro de Negócios do Soito, que tinha afectos 29 mil euros.
Uma das estradas que a câmara prevê reparar é o troço entre a Nave e a Bismula, que passa por Aldeia da Dona, prevendo-se que as obras cheguem até à ponte de Vilar Maior.
Outra estrada a ser beneficiada é a que vai do cruzamento da Parada ao limite do concelho.
Também a ligação da Rapoula do Côa à Nave, que passa pela Ruvina, merecerá melhoramentos, o mesmo acontecendo no acesso que liga o cruzamento da estrada nacional às Batocas.
As beneficiações chegarão ainda à via que liga Rebelhos à Bendada e ao troço que atravessa Aldeia Velha.
No total, a câmara afectou à reabilitação de estradas quase 900 mil euros.
As alterações ao orçamento foram aprovadas na Câmara Municipal graças à abstenção do vereador Joaquim Ricardo, que impôs que as reafectações de verbas incluam algumas das obras previstas no plano de eficiência no uso da água. Já os vereadores socialistas optaram por votar contra as alterações, alegando que o faziam não por discordarem das obras a executar, mas pelo facto da proposta não ter sido acompanhada pelo ponto da situação relativo à execução orçamental deste ano.
plb
Foi detido na Nave um homem de 64 anos de idade, comerciante, residente nessa localidade do concelho do Sabugal, por crime de posse ilegal de arma. Também em Maçainhas, concelho da Guarda, foram detidos quatro indivíduos quando assaltavam uma casa.
A detenção do homem da Nave, perpetrada por guardas do Posto do Soito, aconteceu na noite de domingo, dia 15 de Julho, no decurso de uma fiscalização realizada ao estabelecimento de diversão noturna, propriedade do mesmo, que culminou na apreensão de uma arma de caça de calibre 12 mm em situação ilegal e de um aerossol de defesa com gás pimenta, arma igualmente proibida. O detido foi presente ao Tribunal Judicial do Sabugal.
No dia 16 de Julho a GNR deteve também em Maçainhas, concelho da Guarda, quatro indivíduos – um homem de 34 anos de idade e três mulheres, de 16, 28 e 34 anos, respetivamente, estrangeiros e residentes em França, por crime de furto em residência. As detenções ocorreram após uma chamada telefónica para a GNR da Guarda, pela filha da proprietária que se encontrava na residência assaltada, a qual, ao ouvir barulhos e vozes no rés-do-chão, se refugiou no sótão.
Face ao pedido de ajuda a GNR acorreu imediatamente ao local, onde logrou deter os suspeitos em flagrante delito, ainda no interior da casa, onde já tinham furtado um relógio, artigos em ouro e dinheiro, que foram recuperados e entregues ao proprietário.
Foi ainda apreendido um veículo de alta cilindrada, usado pelos assaltantes, assim como ferramentas, designadamente, marretas e chaves de fendas, luvas e outro equipamento, utilizado para a consumação dos furtos. Também foram apreendidos 2 mil euros provenientes de outros furtos.
No dia 12 de Julho, a GNR descobriu e apreendeu 70 plantas de Cannabis Sativa, que se encontravam cultivadas num terreno anexo a uma residência, na localidade de Rapoula, concelho da Guarda. A investigação que decorria há algum tempo permitiu a detenção, em flagrante delito, de um indivíduo de 56 anos de idade, desempregado, residente naquela localidade.
plb
O mês de Agosto carrega sempre o secreto apelo do regresso às origens para os que estão longe. No concelho do Sabugal faz povoar as aldeias, abrir as persianas, lotar os bancos das igrejas e encher os lugares públicos com um estranho mas familiar linguajar mesclado aqui e ali de expressões e palavras de origem francesa. Mas, para muitos dos sabugalenses é o tempo da mãe de todas as touradas – a capeia arraiana – espectáculo único que andou escondido esotericamente nas praças das nossas aldeias e que, agora, de há uns anos para cá parece ter perdido a vergonha e tudo faz para se dar a conhecer ao mundo. A tradição manda que as touradas com forcão, precedidas de encerro, se iniciem na Lageosa no dia 6 de Agosto e terminem em Aldeia Velha no dia 25. E que se oiça bem alto o grito: «Agarráááio»
DIA | FREGUESIA | EVENTO |
3 e 4 | Soito | Garraiadas/Largadas |
6 | Lageosa da Raia | Encerro e Capeia Arraiana |
6 | Ruivós | Garraiada Nocturna com forcão |
7 | Soito | Encerro e Capeia Arraiana |
8 | Rebolosa | Encerro e Capeia Arraiana |
10 | Soito | Tourada à portuguesa nocturna |
12 | Aldeia da Ponte | Tourada à portuguesa |
13 | Aldeia do Bispo | Encerro e Capeia Arraiana |
13 | Seixo do Côa | Garraiada |
14 | Nave | Capeia Arraiana |
15 | Aldeia da Ponte | Encerro e Capeia Arraiana |
15 | Ozendo | Encerro e Capeia Arraiana |
16 | Vale de Espinho | Garraiada |
16 | Vale das Éguas | Garraiada nocturna com forcão |
17 | Alfaiates | Encerro e Capeia Arraiana |
17 | Fóios | Capeia Arraiana Nocturna |
18 | Soito | Festival «Ó Forcão Rapazes» |
20 | Forcalhos | Encerro e Capeia Arraiana |
21 | Fóios | Encerro e Capeia Arraiana |
25 | Aldeia Velha | Encerro e Capeia Arraiana |
Fonte: Rota das Capeias da Câmara Municipal do Sabugal |
«A Capeia Arraiana não é uma tauromaquia qualquer. Como uma espécie de religião em que se acredita, não basta assistir, é preciso participar, ir ao encerro, comer a bucha, beber uns goles da borratcha e voltar com os touros, subir para as calampeiras, ser mordomo, ser crítico tauromáquico, discutir a qualidade dos bitchos da lide ou, simplesmente, ser fotógrafo da corrida que não deixa ninguém indiferente, corre na massa do sangue, provoca um nervoso miudinho, levanta os pêlos do peito, atarracha a garganta e perturba o sono. É um desassossego colectivo que comove.» António Cabanas in «Forcão – Capeia Arraiana».
jcl
Um grupo de amigos que gostam de pedalar pelos caminhos campestre e percorrer as aldeias da região, vêm realizando um passeio anual, que pelo segunda vez ligou a cidade da Guarda à vila raiana do Soito, passando pela aldeia histórica de Castelo Mendo.
O passeio aconteceu no dia 31 de Março (sábado) e o jantar do grupo foi no restaurante Zé Nabeiro, no Soito, tendo o percurso incluído outras terras do concelho do Sabugal, como Badamalos, Bismula e Nave.
Transcrevemos, com a devida vénia, do blogue «O caruncho btt», alguns excertos da «reportagem» de Carlos Gonçalves, que esteve entre os convivas que ligaram a Guarda e o Soito em bicicleta de todo o terreno, num percurso de cerca de 70 quilómetros. Um texto que é bem o sinal do espírito de amizade e de convívio que preside a estes passeios desportivos que também servem de descompressão e de retemperamento.
«Pelo segundo ano consecutivo estamos a fazer Guarda – Castelo Mendo – Soito.
Se no ano passado falhei a melhor parte (o jantar\convívio no “Nabeiro”), este ano fiz o percurso completo. (…)
Este ano não foi fácil. Volta com muitos furos (alguns até repetiram a dose), avarias e quedas, ainda que sem consequências de maior.
Mas toda a gente chegou a bom porto, o que revela bem o espírito de entreajuda e de verdadeira camaradagem que estava instalado no grupo.
Já passava das 9,30 Horas quando o grupo, sob orientação do Rui Melo, saiu da Guarda (Parque Industrial) em direcção a João Bragal (de Cima e de Baixo), de onde, por trilho trialeiro, progredimos até Casas da Ribeira, Ima (este ano não fomos ver o relógio de sol) e Jarmelo, onde se verificou uma pausa. Do Jarmelo, por trilho muito técnico rumámos até aos Gagos e Castanheira, onde se verificou uma “paragem técnica”
Da Castanheira seguimos em direcção a Rabaça de onde, por trilho muito técnico, descemos à ribeira das Cabras que transpusemos pela velha ponte romana em direcção a Amoreira, alto Leomil e Castelo Mendo, onde chegámos já passava das 13,00 horas e onde efectuámos uma muuuuuuito looonnnnga pausa para “comerete” e “beberete”. (…)
Os trilhos seleccionados pelo Rui Melo estiveram pelo melhor. Muito boa a calçada (romana?) que encontramos logo a seguir a Castelo Mendo, que nos levaria até bem perto da Mesquitela. Daqui progredimos até Monteperobolso (será?) de onde descemos até ao rio Noémi, que transpusemos por um pontão, embicando na velha estação da CP. Daqui, subindo por trilho muito degradado fomos em direcção a Porto de Ovelha, onde já nos esperava o amigo “Bisnaga”. Aqui mais uma pausa para “reposição de líquidos” na sede da Associação de melhoramentos.
A progressão até Badamalos foi feita pela margem esquerda do rio Coa. (…)
De Badamalos até à Bismula mais uns quantos furos.
Na Nave mais uma “paragem técnica” no “Piu Bar”. Aqui ainda houve tempo para relaxar nuns matraquilhos! (…)
Eram quase 20 horas quando chegámos ao Soito, onde tomámos um retemperado banho quente nos balneários do campo de futebol.
Seguiu-se o jantar, em família, no “Nabeiro”.
Que belo dia de BTT (para recordar).»
Veja aqui a «reportagem» completa.
plb
Manuel Rito Alves, ex-presidente da Câmara Municipal do Sabugal e actual deputado municipal, aceitou o convite da Associação de Freguesias da Raia Sabugalense para ser o seu delegado executivo. Transcrevemos um comunicado que nos chegou dessa Associação de Freguesias, que reúne Aldeia da Ponte, Aldeia do Bispo, Aldeia Velha, Alfaiates, Foios, Forcalhos, Malcata, Nave, Quadrazais e Vale de Espinho.
«A Direcção de AFRS (Associação de Freguesias da Raia Sabugalense) no uso das suas competências estatutárias convidou Manuel Rito Alves para seu Delegado Executivo.
Após algumas conversas sobre objectivos prioritários a prosseguir e meios mínimos necessários ao exercício do cargo alargadas aos Presidentes de todas as Freguesias envolvidas, houve acordo entre as partes.
Assim, desde o dia 1 de Fevereiro de 2012 o Sr. Manuel Rito Alves é o Delegado Executivo desta Associação, exercendo o cargo sem remuneração, com telemóvel da Associação, sendo ressarcido das despesas com deslocações e eventuais refeições e estadias que efectue no exercício do cargo, ou por causa dele, o que a Associação nesta fase de arranque muito agradece.
A Associação dispõe também, desde essa data, graças à colaboração da Sabugal+ E.M. e com o beneplácito da Câmara Municipal, de um balcão de atendimento no Centro de Negócios Transfronteiriços, no Soito, o que também agradece.»
plb
Partilhe esta nossa tradição!!!
Mais um ano e mais uma grandiosa capeia arraiana de realizou na Nave… Como sempre no dia 14 de Agosto esta grandiosa tradição deixou a população em alvoroço que esperou afincadamente a chegada deste dia.
Contando a cem por cento com o apoio dos residentes e dos nossos visitantes que neste dia são a chave para que tudo possa correr como os conformes. Fazendo assim a festa dos touros alimentada pelos grandiosos aplausos e pela imensa alegria e orgulho pela tradição que faz com que seja única no mundo…
Sendo por isso que é necessário uma maior preservação desta que é nossa tradição, fazendo com que mais pessoas fiquem a conhecer e que se atrevam a vir ver e a participar. Pois por isso aqui fica um vídeo dos melhores momentos que se viveram mais um ano na Capeia Arraiana 2011 na Nave.
Para o ano esperamos encontra-lo novamente para viver esta tradição. Partilhe esta nossa tradição!
Edgar Fernandes
Agosto o mês das férias, o mês das festas, o mês das tradicionais capeias, o mês de ver muita gente por todo as aldeias…

E este ano não é excepção, este mês continua a ser sem dúvida o mês dos grandes acontecimentos nas nossas aldeias, em que quase tudo se passa em torno dos festejos.
Para todos é um mês de encontros, das desejadas férias, e das belas festas que por toda a parte se fazem e que não nos deixam descansar nem um minuto.
É também este mês essencialmente conhecido pelas nossas tradicionais Capeias Arraianas que é sem dúvida o principal ponto de festejos no concelho do Sabugal. Uma tradição que paralisa todos os arraianos que têm aficion por esta tradição.
Para tal são vários os eventos e capeias que se agendam para este mês, todo quer chamar à atenção e cativar as pessoas com as suas festividades…
Sendo assim o mês de Agosto encontra-se preenchido com inúmeros eventos tauromáquicos.
Iniciando na Legeosa da Raia com encerro e capeia e à noite em Ruivós com uma garraiada, o mês estende-se com muitas mais capeias como no dia 8 e 9 com garraiada, encerro e capeia no Soito, a 10 igualmente na Rebolosa, para dia 14 está agendada a capeia arraiana na Nave, a 15 encerro e capeia em Aldeia do Bispo e Aldeia da Ponte e garraiada no Seixo do Côa.
A 17 continuamos com encerros e capeias em Osendo e Alfaiates, para 18 a garraiada nocturna em Vale das Éguas, e para dia 20 o Festival «Ó Forcão Rapazes» vai ser o evento com mais atenções neste dia.
Reservado para o final do mês restam ainda os encerros e capeias nos Forcalhos a 22, nos Fóios a 23 e para terminar este mês cheio de festa o encerro e capeia em Aldeia Velha.
Para então poder planear uma ida a todas as capeias arraianas do concelho, disponibilizo o Calendário das Capeias Arraianas 2011 que irá servir para uma melhor gestão das suas férias por estas aldeias que não perdem esta nossa tradição…
Há e não se esqueça de nos visitar dias 13 e 14 nas Festas e Capeia na NAVE!
Ver calendário das Capeias. Aqui.
Edgar Fernandes (com o apoio do Piú Bar da Nave)
A necessidade de alertar as populações para o perigo de incêndio no verão que se aproxima levou a GNR, através do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) a executar um programa de prevenção que passa por diversas sessões de esclarecimento, que também passam pelo concelho do Sabugal.
A principal preocupação é com a necessidade de limpar os terrenos em redor de casas isoladas e de povoações envolvidas por floresta ou por mato.
O Comando Territorial da GNR da Guarda está já no terreno para esclarecer os principais factores ligados à prevenção de incêndios florestais e à defesa da floresta. As acções fazem-se no quadro do Plano Distrital de Prevenção relativo a aglomerados populacionais, edificações isoladas e perímetros florestais.
O SEPNA está a proceder ao levantamento das situações de maior risco, de modo a alertar para a necessidade de uma intervenção urgente. Ao mesmo tempo os homens da GNR estão já no terreno a exercer também a acção fiscalizadora, verificando as situações de flagrante incumprimento da legislação em vigor.
Entre Janeiro e Maio deste ano, o SEPNA levantou 29 autos a particulares que não procederam à limpeza dos terrenos, salientou o tenente-coronel Silva Lourenço à Lusa, acrescentando que houve ainda outros casos detectados que foram «relatados e enviados à entidade administrativa competente» para que sejam accionados os mecanismos legais que conduzam à eventual aplicação de coima.
«Há casos em todos os concelhos do distrito da Guarda», disse ainda o responsável da GNR.
Uma primeira acção foi efectuada em Aldeia de Santo António, concelho do Sabugal, no dia 19 de Maio, onde foram explicados procedimentos mais comuns, como em situações de incumprimento de limpeza de terrenos, investigação de incêndio, recolha de água para análise e fiscalização de pescadores na albufeira da barragem da Senhora da Graça, no Sabugal.
O SEPNA da Guarda dispõe de um total de 47 homens, que será em breve reforçado com mais dois elementos.
Na área de competência do SEPNA da Guarda incluem-se os Parques Naturais da Serra da Estrela e do Douro Internacional e a Reserva Natural da Serra da Malcata.
No concelho do Sabugal o SEPNA tem ainda agendadas outras acções de sensibilização durante as próximas semanas. As sessões ainda previstas acontecerão às 21h00, nas Juntas de Freguesias de Fóios (a 26 de Maio), Águas Belas (a 2 de Junho), Casteleiro (a 9 de Junho) e Nave (a 16 de Junho).
plb
Na sequência de preservar um lugar de muito valor que se encontrava em estado de degradação, o antigo lagar de vinho foi restaurado na freguesia da Nave.
Construído no ano 1949 aproximadamente, este lagar é símbolo da existência de uma actividade agrícola que em tempos assumiu particular importância na área das vindimas e fabricação do vinho.
Considerado como um dos poucos existentes lagares deste concelho, destaca-se entre os outros devidos à sua estrutura inicialmente pensada para melhorar e facilitar o processo derivado á produção do vinho.
A sua estrutura é formada por: 11 cubas de granito alinhadas e devidamente numeradas.
As 7 primeiras construídas em 1949, suportam á superfície diversas lagariças onde era pisada a uva e ali permanecia uns dias até a fase de transição para as cubas que seria mais fácil, devido ás suas torneiras situadas no topo de cada cuba onde o vinho mosto passava da lagariça directamente para as cubas, onde se dá o processo até á prova do vinho novo. Outro dos seus utensílios também situado no topo e dentro das lagariças é a prensa.
As outras três cubas construídas nos anos de 1955, situadas noutro ponto do lagar, mantém a mesma forma das primeiras fazendo com que o processo fosse o mesmo. A 11ª cuba construída em 1954 situa-se sozinha pois era utilizada para o armazenamento da aguardente.
Com o passar dos anos da não actividade, este lagar encontra-se em prefeitas condições e intacto, com as cubas limpas e sem qualquer musgo.
Depois de uma limpeza geral e de tentar repor todos os pequenos objectos encontrados nos seus respectivos lugares, também foram encontradas algumas garrafas de vinho provavelmente do último ano de colheita que se encontravam no baixo corredor posterior ás cubas, garrafas estas que o seu vinho depois de ser arejado é uma relíquia.
Estas e muitas outras razões fizeram com que o seu novo proprietário, Francisco Nibau, habitante da freguesia quis restaurar este lagar de vinho. A preservação desta antiguidade pouco existente neste concelho talvez tenha sido o seu maior motivo pela restauração este que é sem dúvida um monumento de prestígio da nossa aldeia.
Edgar Fernandes
No dia 14 de Agosto foi a vez da Nave mostrar a todos a sua grandiosa Capeia Arraiana, que contou sobretudo com a população habitante como todos os de fora, que se juntarão na praça para assistir à sua maior admiração pelos touros, num dia em que todas as estradas se encontravam nesta aldeia, pois mais nenhum evento se realizou.
Com cinco touros e uma bezerra da ganadaria Francisco Cairrão, e festa começou com o pedido da praça à imensa população da Nave, que ficou ainda mais viva. Todos os touros foram bem esperados na praça, estando sempre presente o famoso forcão repleto de gente da aldeia e amigos de fora.
Como em todas as Capeias há um momento de mais alegria, o momento da bezerra entrar na praça e bater com todo o entusiasmo no forcão este cheio de jovens da terra que se preparam para daqui a uns anos pegarem ao touro. No final da Capeia todos comentavam alegres o sucesso da mesma, onde tudo correu bem sem acidentes.
A noite começava a cair mas a festa só ainda estava no princípio pois o bailarico ainda se esperava, já perto da meia-noite uma das surpresas saiu com os seus pequenos cornos, batendo novamente no forcão, cheio de miúdos e graúdos, debaixo do alumiar das diversas luzes da discoteca móvel que animava a malta. E para finalizar a noite depois de uns trambolhões com a bezerra, é que está na hora da espuma vadiar na praça e apanhar os mais desprevenidos lá para dentro com alegria à mistura.
Toda a população da Nave agradece aos mordomos 2010: Frederico Silva, Nelson Tavares, Antony Pereira, Delphine Pereira, Charlotte Vicente, Vera Antunes e os pequenos mordomos da bezerra: Miguel Tavares, Henrique Barbosa, Tiago Alves e a todas as pessoas que ajudaram a organizar a Capeia 2010. Para o ano cá nos encontraremos novamente para viver esta nossa tradição.
Ver ou rever os melhores momentos da «Capeia Arraiana Nave 2010». Aqui.
Edgar Fernandes (Nave)
A região raiana é tradicionalmente original. A tradição raiana é originalmente intangível. Com marcas únicas a precisar de reforçar atitudes sem hábitos e onde o design tradicional é um factor diferenciador. Na estratégia da mensagem as características físicas do produto e respectivos atributos são argumentos que devem «agarrar» do princípio ao fim os participantes. Em resumo a tradição é o lado intangível das características físicas dos produtos. Os casamentos e as despedidas de solteiro… também.
Um estudo recente – onde foram comparados os territórios que sofrem com a desertificação e o envelhecimento das populações – chegou a uma conclusão interessante. O concelho do Sabugal é aquele que consegue cativar mais «segundas» e «terceiras» gerações a voltar em tempo de férias. Ou seja, os descendentes de emigrantes sabugalenses (filhos, netos e bisnetos) continuam a voltar todos os anos às suas origens.
No nosso vocabulário raiano há pormaiores deliciosos. Janeiro é Janeiro, Fevereiro é Fevereiro mas Agosto é «o mês de Agosto». Agosto sempre teve um estatuto especial nos sabugalenses. O imenso mês de Agosto foi, é, uma marca raiana que reúne experiências de valor vividas pelos seus protagonistas, ou seja, por todos nós. Tal como na pirâmide das marcas do conceito de branding o mês de Agosto no Sabugal é uma imagem sinalizadora, identificadora, catalisadora e personificadora da personalidade raiana.
Manda a tradição que as Capeias Arraianas, as festas religiosas, os convívios familiares e… os casamentos na Raia sejam, sempre que possível, no mês de Agosto.
Apenas tinham decorrido quatro dias do mês de Agosto quando um amigo (que por sinal é meu quinto) me pediu para o acompanhar a uma despedida de solteiro na Nave. No lameiro das borgas, junto aos assadores, lá estava o Sérgio Tomé (candidato a noivo) em animada cavaqueira com os seus familiares e amigos. Já perto da meia-noite o Sérgio foi surpreendido por uma surpresa preparada pelos primos. Uma imensa limusine branca de 11 metros conduzida por um motorista fardado a rigor estacionou à vista de todos. Depois de uma difícil manobra para voltar à estrada nacional a limusine arrancou com a lotação esgotada. No seu interior acomodaram-se 12 viajantes num longo sofá de cabedal preto que preenchia um dos lados da viatura. O outro lado estava equipado com um imenso bar iluminado onde não faltavam garrafas e copos. A primeira paragem foi em Alfaiates. A noite foi – ao que me contarem depois – longa. As despedidas de solteiro já não são o que eram mas mantém o lado intangível das características físicas dos produtos.
No sábado seguinte (quatro dias depois) foi tempo de casório. E mais uma vez os noivos inovaram mantendo um design tradicional «movido a gasolina». O transporte, entre a igreja e o copo-de-água, foi feito numa carrinha de caixa aberta decorada pelo Manuel Leitão com elementos da tradição raiana como o cântaro de barro, cabaças, alfaias agrícolas, chocalhos, garrafões e o cadeirão com uma manta de linho onde se sentavam os noivos. E que bonita ia a noiva…
Votos de felicidades para a Paula Madeira e para o Sérgio Tomé.
«A Cidade e as Terras», crónica de José Carlos Lages
jcglages@gmail.com
Foi constituída, no dia 28 de Julho de 2010, a Associação de Freguesias da Raia Sabugalense (AFRS), que inclui Aldeia da Ponte, Aldeia do Bispo, Aldeia Velha, Alfaiates, Foios, Forcalhos, Malcata, Nave, Quadrazais e Vale de Espinho.
Há já algum tempo que os Presidentes de Junta iam promovendo encontros com vista à criação da AFRS. A uma determinada altura os presidentes entenderam por bem contactar com o advogado Victor Coelho para que ele, na qualidade de jurista, pudesse dar os passos necessários e convenientes tendentes à constituição da associação.
o acto aconteceu num ambiente onde se respirava um ar de felicidade visto que, ao fim de bastantes reuniões, com avanços e recuos, se pôde sentir que afinal valeu a pena.
Após conclusão da escritura os presidentes das respectivas Juntas marcaram uma reunião, para as 21 horas do dia seis de Agosto, na freguesia de Alfaiates, onde a AFRS vai ter a sua sede.
Nesse dia serão debatidos todos os aspectos formais e logísticos e no mês de Setembro associação estará em condições de poder fazer a apresentação, às mais diversas entidades, aprovar o regimento e elaborar o plano de actividades.
O ditado diz que uma caminhada começa num simples passo e nós, presidentes de junta das freguesias acima mencionadas, temos plena consciência de que já iniciámos a caminhada. O caminho é longo e sinuoso mas a vontade de podermos inverter a tendência da desertificação é enorme.
Todos temos plena consciência de que nas nossas freguesias todos anos morrem, em média, dezena e meia de pessoas e a maioria dos jovens partem para outras paragens visto que por cá os empregos são muito raros.
Sabemos que também teremos que ser unidos, acutilantes e ambiciosos. Todos temos consciência de que nada cai do céu. Entrámos em campo pelo que é necessário correr, sofrer e lutar até suar a camisola. A tudo isso estamos dispostos. Este é o ânimo do momento e queremos que prevaleça.
Também nos anima o facto de sabermos que temos uma Câmara e um Governo Civil dispostos a colaborar connosco, nos aspectos mais gerais. Não temos qualquer dúvida de que o Município do Sabugal, na pessoa do seu Presidente, Eng.º António Robalo, e o Governo Civil, na pessoa do Sr. Governador, Dr. Santinho Pacheco, são os nossos principais parceiros e aliados. É absolutamente necessário e conveniente que técnicos e políticos estejam dispostos a trabalhar connosco.
Também não nos deveremos esquecer de que as nossas freguesias são membros de pleno direito do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial – AECT Duero / Douro. Apenas Vale de Espinho não havia aderido mas o actual executivo está na disposição de também poder vir a integrar o AECT.
Com determinação e perseverança havemos de fazer um bom trabalho em prol das freguesias que representamos.
Para terminar pretendo reconhecer e agradecer a boa vontade, compreensão e empenho das seguintes pessoas: Dr.ª Paula Lemos, notária, sua ajudante Anabela, Dr. Victor Coelho e Ismael, Presidente de Junta dos Forcalhos.
O lema é: «Alma até Almeida». Todos ao forcão!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
A Portaria n.º 412/2010, de 28 de Junho, renovou a zona de caça municipal da Serra do Homem da Pedra e a Portaria n.º 451/2010, de 29 de Junho, renovou a zona de caça municipal do Médio Côa, situadas no município do Sabugal.
Em 2004 foram criadas pelas Portarias nos. 142/2004, e 144/2004, de 12 de Fevereiro, as zonas de caça municipais da Serra do Homem da Pedra (2236 ha) e do Médio Côa (6116 ha), situadas no município do Sabugal. As concessões eram válidas por seis anos e a sua gestão foi transferida para o município do Sabugal que requereu as suas renovações.
O Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural o Secretário de Estado do Ambiente cumpridos os preceitos legais e no uso das competências delegadas pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pelo Despacho n.º 78/2010, de 5 de Janeiro, e delegadas pela Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território pelo Despacho n.º 932/2010, de 14 de Janeiro, publicaram em Diário da República as Portaria 412/2010, de 28 de Junho e 451/2010, de 29 de Junho, renovando as transferências das zonas de caça municipais da Serra do Homem da Pedra e do Médio Côa.
Zona de Caça Municipal da Serra do Homem da Pedra (2236 ha) – Terrenos cinegéticos sitos nas freguesias de Aldeia Velha, Alfaiates, Nave, Quadrazais, Soito e Vale de Espinho, todas no município do Sabugal.
Zona de Caça Municipal do Médio Côa (6116 ha) – Terrenos cinegéticos sitos nas freguesias de Aldeia da Ribeira, Badamalos, Bismula, Nave, Quadrazais, Rapoula do Côa, Rebolosa, Rendo, Ruivós, Ruvina, Sabugal, Soito, Vale das Éguas, Valongo do Côa, Vila Boa e Vilar Maior, todas no município do Sabugal.
Portaria n.º 412/2010, de 29 de Junho. Aqui.
Portaria n.º 451/2010, de 29 de Junho. Aqui.
jcl
«Discoteca O Poço – 30 anos». Quem passa na estrada Nave-Vila Boa avista junto às pedreiras um placard com fundo negro onde se pode ler que «O Poço» está a comemorar três décadas de existência. Numa destas quentes tardes do mês de Agosto estivemos à conversa com o seu fundador e gerente de sempre: o soitense Carlos Carvalho também conhecido como o Carlos das Cestas (a alcunha do pai) ou mais popularmente como o Carlos do Poço.
(Clique nas imagens para ampliar.)
A primeira foi o «Teclado». Imaginada pelo visionário António Fernandes (Tó Chuco) nasceu no Verão de 1979 e gerou, desde logo, opiniões extremadas nas conversas aldeãs. Por um lado a «boîte» era acusada de ser um antro de perdição e por outro um local de desejo (quase proibido) para os jovens de gerações culturalmente revolucionárias nascidas com o 25 de Abril.
«Com 11 ou 12 anos iniciei-me a levar pessoal para atravessar a fronteira» recorda o Carlos do Poço. «Então foi passador…», acrescentamos. «Não. Ainda era muito novo e não tinha capacidade para isso. Trabalhava para um passador. Cheguei a atravessar a Espanha até à fronteira com França». Optou por uma vida com menos riscos e fez-se estafeta dos CTT. Antigamente, no Sabugal, o correio chegava no «Beira Baixa» à estação da CP do Barracão e era recolhido e entregue pela «Viúva Monteiro» nos comércios das aldeias por onde passava a «carreira». Depois os estafetas locais, a pé ou de bicicleta, encarregavam-se de levar o saco protegido com um cadeado até às aldeias vizinhas.
O jovem Carlos Carvalho foi mobilizado para Angola e colocado durante dois anos em Gago Coutinho. No regresso ao Soito comprou um camião e começou a trabalhar no ramo dos materiais de construção. No sítio do Prado Telhal, junto ao cruzamento do Soito, iniciou a construção de uma casa de habitação aproveitando os terrenos que já serviam para estaleiro dos materiais de construção.
E foi nessa altura que «influenciados pelo sucesso do Teclado a funcionar há cerca de um ano surgiu o desafio de dois rapazes da Nave para abrir uma discoteca». «Mesmo sem licença abrimos O Poço no dia 20 de Dezembro de 1979 para fazer o Natal e a passagem de ano», desvenda o empresário.
– Nunca tinha pensado em ser «empresário da noite»?
– Não. A região não tinha tradição deste tipo de negócio. Um ano antes um emigrante que voltou de França (Tó Chuco) abriu o «Teclado» mas eu nunca me tinha imaginado neste ramo. Passando algum tempo os meus sócios saíram mas eu mantive a porta aberta até hoje.
– Como eram os clientes dos primeiros tempos? Ainda se sentia a revolução no ar?
– Nesse tempo havia muita malta nova nas aldeias. A música que passávamos no início era muito à base do slow, das espanholadas, do rumba, do pasodoble e da música de baile. Era o tempo das calças à boca de sino mas ainda não tinha sido inventada a música pimba. Os discos eram todos em vinil e implicavam um grande investimento porque tínhamos que renovar mensalmente. Actualmente com os formatos digitais os custos são mínimos e estamos sempre actualizados.
– Como foram as reacções?
– No princípio os mais velhos nem sequer vinham. Depois, pouco a pouco, tornou-se normal ir à discoteca. Mas com uma diferença. Actualmente na nossa zona ir à discoteca é como ir ao café. Antigamente convidava-se a miúda mais jeitosa e vestia-se o melhor fato. Nesse tempo trabalhávamos nas noites de sexta-feira e sábado e ao domingo com matinée e soirée. O horário de fecho era à uma hora da manhã. Agora abrimos às três e fechamos às seis.
– Ao longo destes anos houve poucas modificações no «Poço»?
– Na altura abrimos sem licença porque precisavamos saber o que a fiscalização nos exigia para depois fazer. Foi um pouco ao contrário porque não havia legislação própria. O «Poço» foi legalizado em 1980 apesar de ter pouco pé-direito. O que acontece agora é que não podemos fazer obras de fundo que obriguem a uma fiscalização porque depois não nos aprovam.
– Mas as coisas nem sempre corriam bem…
– O pessoal estava habituado ao bailarico no largo da aldeia e quando vinham para a discoteca sentiam-se acanhados para dançar. Depois com as luzes, a música alta e o álcool aconteciam pequenas escaramuças e confusões. As discussões e as bofetadas não levavam a nada. Era aquele momento e acabou. Normalmente saiam para fora e depois havia sempre um ou outro que os agarrava e terminavam todos no bar a beber mais um copo. Aliás, deixei de ter porteiro há oito anos. Na nossa zona é difícil um porteiro dizer a um cliente habitual que não pode entrar. Actualmente a porta está encostada com uma mola e aberta a todos.
– Recordo-me que nesse tempo se escolhia a discoteca que tivesse mais carros no parque…
– É verdade. As pessoas juntavam-se onde havia mais carros. Não tinha a ver com a música, com as mulheres ou com o espaço. Passavam na estrada e onde havia mais carros paravam e entravam. Antigamente cinco carros já faziam um bom ambiente no «Poço». Chegavam a vir oito e dez no mesmo carro. Agora são precisos 50 carros porque vêm apenas uma ou duas pessoas em cada. Havia uma equipa de doze rapazes da Rapoula que chegavam todas as noites num carrito. (sorrisos).
– Em tempos houve a moda das petisqueiras associadas às discotecas?
– Foi uma exigência dos clientes para não passarem a noite só a beber. O «Teclado» foi, mais uma vez, pioneiro com uma cozinha e sala interior junto à pista de dança. Nesse tempo ainda não havia micro-ondas e o cheiro trouxe alguns problemas. Aqui, no «Poço», a primeira petisqueira foi ao ar livre. Mas como as noites na nossa zona são frias tivemos que melhorar o espaço com paredes, lareira e ecrã gigante.
– Agora a afluência às discotecas é menor…
– O «Poço» chegou a abrir todos os dias das férias escolares e todos os dias do mês do Agosto. Mas há nove, dez anos que tudo está diferente. Chegaram a estar abertas cerca de uma dezena de discotecas no nosso concelho. Com as novas leis do código da estrada houve grandes alterações nos hábitos dos sabugalenses mas haverá sempre espaço para uma discoteca na zona e o «Poço» só irá fecha se ninguém quiser continuar quando eu me reformar.
– Quem está por detrás do balcão houve muitas «estórias»…
– Ao fim de 30 anos nesta vida devo conhecer pelo nome cerca de um terço da população do Sabugal. Os que cá estão e os emigrados. O pessoal do concelho do Sabugal queixa-se que ainda nada foi feito para parar a desertificação. É uma desgraça para nós e para o País. A nossa qualidade de vida é muito superior até à cidade da Guarda no entanto o Sabugal está a transformar-se numa colónia de férias. Mas deixo um pedido a todos: visitem-nos porque o concelho do Sabugal vale a pena.
O «Teclado», o «Poço», o «Upita» e o «Templo» marcaram gerações de sabugalenses. Era o tempo das Famel Zundapp e dos carros onde cabia sempre mais um à boleia. Na raia as tardes e noites dos sábados e domingos do mês de Agosto eram nas discotecas e apenas tinham um ligeiro intervalo para ir jantar ao Pelicano de Alfaiates. Foram Agostos memoráveis.
A discoteca «Teclado» após alguns anos de agonia fechou em 2009 e poderá reabrir com outro «ramo». A discoteca «O Poço», do Carlos, comemora 30 anos de existência no próximo dia 20 de Dezembro.
jcl
Inauguração do Aeródromo da Dragoa, no concelho do Sabugal.
Reportagem: LocalVisãoTv.
«Tem autorização para aterrar na pista 1-2», informa pelo walkie-talkie com voz firme o controlador aéreo António Fernandes, de pé, na placa junto aos hangares. Ao longe um pássaro metálico esbranquiçado confundia-se com o casario da encosta da cidade da Guarda e fazia a aproximação à pista de terra batida. O Aeródromo da Dragoa, situado junto à estrada municipal que liga as freguesias sabugalenses da Ruvina e da Nave é uma realidade e concretiza os sonhos de dois empresários visionários: António Fernandes e Joaquim Brázia.
Os empresários sabugalenses António Fernandes e Joaquim Brázia descobriram um dia que os seus sonhos se entrelaçavam no imaginário do inconsciente.
«Nos meus sonhos os maus vêm atrás de mim e, invariavelmente, aparece um precipício. Então… olho para trás… eles estão cada vez mais perto… estico os braços que se cobrem de penas e lanço-me sobre o espaço vazio batendo com força as asas e afasto-me para longe», disse o Joaquim Brázia numa roda de amigos no Mira-Côa. «Sonhas com pássaros? Eu também!», interrompeu o António Fernandes.
O resultado já todos sabemos. Compraram dois girocópteros e seleccionaram num planalto entre as freguesias da Ruvina e da Nave o terreno ideal para aplainar entre giestas e barrocos o aeródromo da Dragoa, a pista que dá vida aos seus sonhos.
A festa de inauguração do Aeródromo da Dragoa decorreu entre os dias 13 e 15 de Agosto e foi local de romaria para centenas de curiosos visitantes.
Na placa estiveram estacionados 12 aeronaves (dez francesas e duas portuguesas) de diversos modelos. Entre eles destacava-se um bimotor com lotação para oito passageiros e dois tripulantes que realizou dezenas de voos com cerca de 20 minutos sobre a região e proporcionou baptismos de vôo a pessoas de todas as idades. Utilizava a pista toda para levantar voo na direcção oeste-leste mas para aterrar apenas necessitava de metade do seu cumprimento. A potência dos motores provocava uma enorme nuvem de poeira obrigando os surpreendidos mirones espalhados pela placa e pelos hangares a protegerem-se.
Os mais aventureiros colocavam o capacete e sentiam o ar bater na cara enquanto levantavam voo no lugar do pendura dos girocópteros de dois lugares. «O calor é prejudicial para a sustentabilidade de vôo nestes aparelhos. O vento até 60 kms/hora não causa qualquer problema», diz-nos o piloto de serviço no girocóptero amarelo.
Na placa um dos ultraleves motorizados estacionados chama-nos à atenção. É um «Sky Ranger», vermelho e branco, equipado com motores Rotax. O famoso modelo de dois lugares foi criado em 1990 pelo francês Philippe Prevot (Toulouse) e é usado na maioria das escolas de voo.
«O Sky Ranger é um avião campeão do mundo em performance», começou por nos dizer o piloto Jean-Pierre residente na região parisiense e que viajou até Portugal acompanhado do também francês Mattieu. «Tem uma autonomia até quatro horas mas, por segurança, faço planos de vôo entre aeródromos de apenas três horas com 60 litros de combustível. Voamos à velocidade máxima de 150 kms/hora com um consumo médio de 15 litros por hora», explicou Jean-Pierre que aproveitou para deixar algumas palavras de agradecimento e incentivo ao «ami Antóniô» pela excelente iniciativa. Esteve na Dragoa entre quinta-feira e domingo e prometeu voltar sempre que possível.
Entre dois voos, Joaquim Brázia, responsável pelo check-in dos passageiros para o bimotor e ultra-leves, projectou os próximos melhoramentos. «Agora as grandes prioridades passam por alcatroar a pista, ter água e electricidade e um rádio portátil com frequências para os pilotos», disse-nos o pássaro, perdão, empresário voador.
O aeródromo da Dragoa é um projecto com grandes potencialidades que merece ser reconhecido como prioridade das estratégias de desenvolvimento regional e transfronteiriço no âmbito das parcerias público-privadas. Um verdadeiro ninho incubador de amplas potencialidades de investimento turístico.
Parabéns António Fernandes e Joaquim Brázia.
jcl
Com o mês de Agosto chega a época grande das Capeias Arraianas nas terras junto à Raia no concelho do Sabugal. Cumprindo a tradição, as touradas com recurso ao forcão, precedidas do também tradicional encerro, trarão alegria e emoção às nossas aldeias.
DIA | FREGUESIA | EVENTO |
19-07 | Aldeia da Ponte | Cartel de Variedades |
06-08 | Lageosa da Raia | Capeia Arraiana |
07-08 | Soito | Capeia Arraiana (nocturna) |
08-08 | Ruivós | Capeia Arraiana (nocturna) |
09-08 | Soito | Exibição de recortes |
09-08 | Aldeia da Ponte | Tourada à Portuguesa |
10-08 | Aldeia do Bispo | Capeia Arraiana |
10-08 | Seixo do Côa | Garraiada |
11-08 | Soito | Capeia Arraiana |
12-08 | Ozendo Rebolosa |
Capeia Arraiana |
14-08 | Nave | Capeia Arraiana |
15-08 | Aldeia da Ponte | Capeia Arraiana |
17-08 | Alfaiates Forcalhos Vale de Espinho |
Capeia Arraiana |
18-08 | Fóios | Capeia Arraiana |
20-08 | Vale das Éguas | Capeia Arraiana (nocturna) |
22-08 | Aldeia da Ponte | Festival «Ó Forcão Rapazes» |
25-08 | Aldeia Velha | Capeia Arraiana |
Para os interessados, divulgamos desde já o calendário das Touradas de 2009.
Comecemos pelas Capeias (touradas com forcão) que, como é costume, abrem na Lageosa e encerram em Aldeia Velha:
Lageosa da Raia, dia 6.
Ruivós, dia 8 (nocturna).
Aldeia da Ponte, dia 9.
Aldeia do Bispo, dia 10.
Soito, dia 11.
Ozendo e Rebolosa, dia 12.
Nave, dia 14.
Aldeia da Ponte, dia 15.
Alfaiates, Forcalhos e Vale de Espinho, dia 17.
Fóios, dia 18.
Vale das Éguas, dia 20 (nocturna).
Aldeia Velha, dia 25.
No Seixo do Côa, a 10 de Agosto, realiza-se uma também tradicional garraiada, mais propriamente chamada «tourada à vara larga»:
A Praça de Touros de Aldeia da Ponte recebe também alguns espectáculos tauromáquicos.
Ainda em Julho, no dia 19, haverá Variedades Taurinas com cavaleiros praticantes e amadores, assim como novilheiros e forcados.
A 9 de Agosto a mesma praça de touros recebe a sempre muito aguardada Tourada à Portuguesa, com cavaleiros profissionais, organizada pela Associação «Amigos de Aldeia da Ponte».
Momento muito aguardado todos os anos é o Festival «Ó Forcão Rapazes», que na tarde do dia 22 de Agosto se realiza também na Praça de Aldeia da Ponte, onde 9 equipas representativas das aldeias raianas (Alfaiates, Aldeia do Bispo, Aldeia da Ponte, Aldeia velha, Fóios, Forcalhos, Lageosa da Raia, Ozendo e Soito) exibirão a melhor arte de pegar ao forcão.
plb
Vaca fotografada perto da Nave numa coberta de nevoeiro.
«A Objectiva de…», galeria fotográfica de Pedro Afonso
pmiguelafonso@gmail.com
Faleceu José Portas, o conhecido capador do Toito, freguesia de Ribeira dos Carinhos, concelho da Guarda, que tinha também família no concelho do Sabugal.
José Portas, de 85 anos, faleceu no dia 13 de Janeiro, indo a enterrar no dia seguinte na sua terra natal. Figura típica da Beira, era o último dos capadores, que em tempos idos percorriam as terras de bisturi no estojo, frasco de desinfectante e uma característica gaita de beiços a cujo som o povo acudia para lhes solicitar o serviço.
Américo Rodrigues escreveu um caderno da colecção «O Fio da Memória», publicada pela Câmara da Guarda, dedicado ao capador José Portas, que entrevistou no Toito. É um texto fascinante acerca de uma profissão muito peculiar, e que noutros tempos tinha grande importância.
Em memória do capador do Toito, recortamos desse precioso livrinho alguns trechos:
«Meu bisavô ensinou o meu avô e o meu avô ensinou o meu pai e o meu pai ensinou-nos a nós, a mim e ao meu irmão. Só éramos dois rapazes. O meu irmão casou-se na Nave e por lá ficou.»
«Na primeira volta que fiz fui daqui para a Malhada, Sacaparte, que faziam lá uma feira, e depois fomos a dormir a Alfaiates, pois o meu pai tinha amigos em todas as terras.»
«Os dois irmãos Portas fartavam-se de pedalar por esses caminhos fora. O vento levava-os de terra em terra, de curral em curral, de quinta em quinta.»
O irmão de José Portas, o Manuel, fixou-se pois na Nave, freguesia do concelho do Sabugal, onde casou e constituiu família. O Manuel Portas morreu novo, mas deixou uma prole de gente boa e honrada, que agora viu desaparecer o tio e com ele a antiga tradição da castração de animais.
plb
A discoteca Teclado, da Nave, gerida por Domingos Brigas Leitão, organizou no dia 5, terça-feira, uma concentração «motard» que percorreu muitas das aldeias do concelho do Sabugal.
A partida das 35 motos e moto-quatro participantes foi dada, às 10 horas da manhã, no parque de estacionamento da discoteca. O almoço decorreu na praia fluvial de Vale das Éguas, o descanso do final de tarde na estação de serviço do Vicente no cruzamento da Nave e a sardinhada final nas instalações da discoteca «Teclado». A iniciativa decorreu sem percalços e Domingos Brigas Leitão aproveitou para convidar os participantes (e todos os motards interessados) a estar presentes na edição do próximo ano que contará com o apoio da Associação dos Amigos de Ruivós.
jcl
GALERIA DE IMAGENS – 5-8-2008 |
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