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O blogue Aventar organiza pela primeira vez um concurso de blogues com o objectivo de promover e divulgar o que de mais interessante se faz na blogosfera portuguesa e de língua portuguesa. É um concurso aberto a todos os que queiram participar. Na categoria «Blogues Regionais» a organização incluiu o Capeia Arraiana na primeira volta do concurso que decorre até ao dia 21 de Janeiro. Vamos todos votar no melhor blogue regional!

Os administradores do blogue «Aventar» entenderam organizar a eleição dos melhores blogues de 2011. Aqui ficam as explicações e esclarecimentos dos organizadores da eleição:
– Como é que foram nomeados os blogues que estão em concurso?
– Nenhum blogue foi nomeado. Elaborámos uma lista com base no blogometro apenas porque se tinha de começar por algum lado, lista essa um bocado aleatória (nem considerámos alguns géneros inicialmente), e que foi apenas um ponto de partida. Depois, e até 13 de Janeiro, essa lista esteve aberta a qualquer proposta de acrescentar mais blogues. Apenas foram recusadas alguns, muito poucos, sites que de forma alguma são blogues. Isso permitiu igualmente corrigir alguns erros da própria lista. Fomos aceitando sugestões de categorias que nunca nos tinham passado pela cabeça mas que afinal tinham muitos interessados.
– Porque é que esse prazo de inscrição foi tão curto?
– Porque não imaginávamos um sucesso tão grande, e também porque não calculámos bem o tempo que a «notícia» demoraria para se espalhar na rede. Surgiram propostas de categorias em áreas muito diferentes das do Aventar, e no mundo dos blogues há universos paralelos e pouco ligados, o que subestimámos claramente.
– Porque não aceitam mais inscrições?
Por um lado porque não se mudam as regras a meio do jogo. Por outro uma votação que já abrange mais de 500 blogues teria de ser tecnicamente organizada de outra forma, nunca numa única página como nos pareceu no início mais fácil para os concorrentes.
– Pode haver fraudes na votação?
– Sim, mas é complicado porque a votação pela Internet é um problema difícil de resolver devido à própria forma como a Internet está construída. Esta abertura traz-nos inúmeras vantagens, mas também algumas desvantagens. Para garantir que um votante anónimo não faz votações repetidas empregam-se várias técnicas. Podemos limitar a votação por cookies ou por endereço IP, ou então usando ambas as técnicas ao mesmo tempo. Um cookie não é mais do que uma pequena quantidade de informação que é guardada no computador do utilizador e que é lida pelo próprio servidor que a criou. Utilizam-se os cookies para muitos fins. Podem ser usados para identificar um utilizador por forma a que este não tenha de se autenticar de cada vez que acede a um site, servem para recolher informações sobre os hábitos de navegação (que sites visita, em que ordem, etc.), servem também para indicar se o utilizador já votou ou não numa determinada categoria de um concurso sobre os melhores blogues de 2011.
Infelizmente, como o cookie é qualquer coisa que mora no computador do próprio utilizador, pode ser facilmente apagado por este. Assim, se numa dada sondagem apenas marcamos os utilizadores que já votaram usando um cookie, um utilizador malicioso apenas tem de apagar os cookies referentes ao Aventar e pode imediatamente fazer uma nova votação. Se for um utilizador ligeiramente mais sofisticado pode simplesmente usar um modo de navegação incógnito para cada voto que quiser fazer.
É claro que há sempre pessoas que não sabem o que é fair play, não conseguindo ganhar com lisura tentam dar a volta ao sistema. Detectámos votos repetidos logo no inicio da votação, no Domingo de manhã. Para dificultar o trabalho a essas pessoas fazemos também uma verificação por endereço IP, isto é, cada vez que uma pessoa vota tomamos nota do endereço de onde está a fazer o voto. Se nos aparecer outro voto, com o mesmo endereço IP durante as seis horas seguintes, simplesmente ignoramos o voto.
Este comportamento, que à primeira vista parece perfeito para evitar a fraude, coloca um sério problema. Há muitas situações em que podemos ter votos perfeitamente legítimos provenientes do mesmo endereço IP que vão ser rejeitados. Isto acontece porque o número de endereços IP não só é limitado como está quase completamente exaurido. Assim para protelar o fim da disponibilidade de endereços IP utiliza-se uma técnica conhecida por NAT, que permite que vários utilizadores partilhem o mesmo endereço IP para aceder à Internet. Toda a gente que tem um router em casa que permita que dois ou mais computadores acedam à Internet (ou telefones espertos, ou tablets, ou qualquer aparelho que se ligue à rede), usa alguma forma de NAT, a maior parte dos escritórios usam esta técnica, etc.
Assim, se estiver num escritório, por exemplo, apenas a primeira pessoa que votar terá possibilidade de registar o respectivo voto. Infelizmente é absolutamente necessário usar esta medida, caso contrário a votação é completamente subvertida.
Há possibilidade de dar uma chapelada neste tipo de votação? Claro que há, a solução encontrada é um compromisso entre a facilidade de votar e a segurança da votação.
Que ganhe o melhor, sem batota!
Como aparece o Capeia Arraiana nesta eleição?
Na categoria «Blogues Regionais» foi incluído o nosso Capeia Arraiana.
Agora só falta o voto de todos os amigos do Capeia Arraiana que acreditam neste projecto que vive há mais de cinco anos sem qualquer subsídio e é o resultado da colaboração e do exercício de cidadania de muitos sabugalenses, de muitos raianos, de muitos beirões, enfim… de muitos cidadãos do mundo.
Para quem não sabe a escolha do Capeia Arraiana para esta eleição resulta de nos mantermos, diariamente, há mais de cinco anos no Top100 dos blogues de língua portuguesa. No dia 17 de Janeiro de 2011 o Capeia Arraiana posicionou-se em 84.º lugar entre os blogues de línguas portuguesa mais visitados nesse dia. O acesso para o Blogometro está disponível para consulta nos nossos links do frame esquerdo. Aqui.
VOTE! VOTE NO MELHOR BLOGUE REGIONAL! AQUI.
jcl
Fiz uma análise do número de entradas de cada terra no «Capeia Arraiana
Cito aqui as mais e as menos, para que se possa pensar que quando criticamos o País porque a comunicação social vive siderada com Lisboa (muito) e Porto (menos), isso afinal se repete por muitos lados e também aqui.
Vejam só que as entradas relativas ao Sabugal (freguesia e vila, sede do Concelho) são 1170. Ou seja: mais, muitas mais do que as outras freguesias todas juntas. Repito: todas juntas.
O Soito, com 199, e Sortelha, com 133, são das mais citadas – e com razão, cada uma por seu motivo específico: o Soito por ser a maior fora a vila; Sortelha por ser aldeia histórica, suponho.
Aldeia da Ponto e Aldeia do Bispo, com perto de 100, estão bem «cobertas» pelo «Capeia Arraiana».
Na linha média, com à volta das 50 referências, andam a Rebolosa e o Casteleiro.
No fim da tabela, uma situação a rever, está Martim Pega, com apenas uma notícia; e pouco melhor andam terras como Peroficós e Amiais com 3 e a Abitureira, com 5.
Assim é a vida: aqui e no resto do País.
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
Na internet nem tudo é verdade nem tudo é mentira. Ao início, a internet, era apenas, um sistema que permitia a pesquizadores de comunicarem entre eles e, lhes permitia um acesso à distância, aos computadores disponiveis para as pesquizas. Pouco a pouco tornou-se num conjunto mundial, de redes de computadores ligados entre eles, dando origem aquilo que conhecemos hoje.
Nestes passos de gigante, em poucos anos tornou-se (quase) indispensavel para cada um de nós, não podendo passar sem Internet. Entrou pela porta dentro, nas nossas casas e hoje até nos autocarros, nos aviões, nos comboios, em jardins, cafés, etc, por tudo quanto é canto, existe uma ligação à Internet e a possibilidade de estar online, em contacto com qualquer outro canto do mundo.
Segundo a ONU, num relatório recente, no final deste ano, a Internet vai ultrapassar os 2 mil milhões de utilizadores, seja cerca de 30 por cento da população mundial.
Como em tantos outros temas ou asssuntos, no que toca à Internet as disparidades são também, mais que muitas. Segundo o mesmo relatório os países desenvolvidos apresentam indíces superiores a 70 por cento de cibernautas enquanto os países em desenvolvimento apresentam pouco mais de 20 por cento. A Africa, é o continente com menor percentagem de utilizadores apenas com 9,6 por cento enquanto 64 por cento da população europeia está online.
Falar (ou escrever) sobre Internet poderia ser, falar sobre tudo, como tudo aquilo que se pode encontrar na Internet, como tudo o que se pode fazer com a Internet, como tudo o que é bom ou mau na Internet.
Cada um dos utilizadores terá a sua própria opinião, cada um encontrará na Internet uma utilidade diferente. Consoante as nossas profissões, os nossos hobbies, a nossa vida pessoal, consoante a nossa situação, o nosso humor, cada um procura na Internet aquilo que mais lhe convem nom momento.
Há quem encontre na Internet uma resposta para tudo aquilo que procura, quem encontre na internet soluções para tudo. Há quem não faça confiança nenhuma à Internet, quem ache que a Internet se resume a «downloads ilegais», fotografias ou videos para maiores de 18 anos, ou coisas sem interesse e há os jovens, que não imaginam o que seria o mundo sem Internet.
Não se pode falar de Internet, sem se falar das redes sociais. Grupos de «amigos» virtuais de dimensão enorme, redes profissionais, grupos religiosos. Qualquer tema, qualquer hobby, qualquer ideia é boa para lançar na internet, para partilhar, etc. O facebook indicava no verão passado, ter atingido os 500 milhões de utilizadores activos na sua rede.
De bom: o intercâmbio e a troca de ideias, a troca de opiniões, os conhecimentos sobre novas culturas, tradições, costumes. Muitos são os pontos positivos e também aqui cade um encontrará a positividade que lhe convem.
Do outro lado, existe o mau e o perigoso, por exemplo nas informações pessoais ou outras, que se partilham nestas redes. Recentemente, em França, algumas pessoas, foram demitidas das suas empresas, por terem falado mal dos patrões ou das empresas publicamente. Outras empresas, estão a utilizar as informações recolhidas nas redes sociais para selecionar os diferentes candidatos aos postos de trabalho. Da mesma cada um encontrará outros pontos negativos, consoante a sua experiência e utilização.
A comunicação ganhou outras dimensões com a Internet. Não há jornal ou outro meio de comunicação que não tenha o seu site online. Podemos seguir diariamente aquilo que de bom ou de mau se passa nas aldeias ou vilas onde nascemos, nas cidades ou nos países que visitámos ou conhecemos. Se antes da Internet, apenas se conheciam os grandes canais de televisão ou rádio, apenas se conheciam as notícias dos grandes jornais nacionais ou internacionais, hoje com a internet, podemos segiur as emissões das radios ou televisões locais, dando a todos a possibilidade de ser mais activos na vida local das regiões de cada um. Cada um de nós ganhou um espaço para se pronunciar em blogues ou sites, temáticos ou de âmbito geral, privados ou públicos. A internet deu-nos a possibilidade de escrever (como o fazemos aqui neste blogue), sobre aquilo que gostamos, sobre aquilo que criticamos ou gostariamos que fosse diferente. A liberdade de expressão é outra com a Internet.
Como qualquer teia de aranha, a internet não têm limites. Cabe a cada um dos utilizadores encontrar e definir os seus próprios limites nesta teia imensa. Cabe a cada utilizador, fazer boa utilização e saber separar o trigo do joio. Na Internet nem tudo é verdade nem tudo é mentira. A Internet é aquilo que nós quisermos que seja.
«Um lagarteiro em Paris», crónica de Paulo Adão
paulo.adao@free.fr
Um dia destes, antes de me deslocar para o trabalho, folheei uma revista, revista essa muito lida e querida em Portugal. Nela estava uma página dedicada ao público, ou seja, onde qualquer leitor podia dar a sua opinião sobre o assunto que entendesse. Pobreza extrema de opiniões, opinavam sobre a selecção nacional de futebol e o «beautiful people».
Querido leitor(a), a opinião pública é a opinião dos grandes poderes mediáticos, políticos e económicos, são eles que fabricam e difundem as notícias, as opiniões e a ideologia que mais convêm aos seus interesses. Daí deriva o pensamento único, que é o pensamento do grande poder económico, incutido aos cidadãos pelos meios de comunicação de massas ao serviço desse mesmo capital.
No actual momento histórico que atravessa a humanidade e, devido à revolução tecnológica, novas tecnologias, os partidos políticos usam-nas para difundirem as suas mensagens, principalmente a televisão. Isto originou também uma mudança nas mensagens, na medida em que há poucas diferenças políticas e ideológicas entre candidatos, tornando por isso o público mais homogéneo porque exclui toda a possibilidade de discussão acerca dos programas dos partidos e, muito menos, das ideologias.
É uma política espectáculo que cada vez mais a televisão nos mostra. Aliás, um político brasileiro foi peremptório ao dizer que preferia cinco minutos de televisão, a dez comícios com dez mil pessoas cada. Com cinco minutos de televisão falava para 60 milhões de pessoas, com dez comícios só falava para 100 mil.
Há também um caso em Portugal, passado há uns tempos atrás e que nos mostra a força da televisão (telepolítica). Quem não se lembra da televisão, nos seus telejornais, principalmente os da noite, os de maior audiência, nos meter pelos olhos, a diário, acções espectaculares de actuação de uma polícia económica, a ASAE ? Neste caso, além do espectáculo, tinha por finalidade criar medo nas pessoas relacionadas com actividades económicas. Era a mensagem política do governo. Não tinha o mesmo impacto se por exemplo o primeiro-ministro viesse à televisão dizer que os critérios e comportamentos brandos em relação à segurança alimentar poderiam causar problemas ao País em matéria de turismo e de exportações de alimentos, num Mundo Globalizado. O que interessa presentemente ao sistema é mandar mensagens, não comunicar, explicar o porquê das coisas.
Não há comunicação? Há. Essa, vem a maior parte das vezes nos blogues, não na comunicação social de massas, por isso chamo aos blogues meios de comunicação alternativos. São tribunas que saem muitas vezes em defesa dos cidadãos e, mostram as arbitrariedades e abusos cometidos pelo poder.
Ainda as podemos considerar tribunas minoritárias e marginais que não chegam ao grande público? Pessoalmente creio que já começam a ser uma alternativa bastante viável aos efeitos da técnica de manipulação e desinformação praticadas pelos «mass media». Quem no Mundo se impõe ao Império e às suas agressões? Quem se opõe ao império mediático de Berlusconi? Quem está do lado do martirizado Povo Palestino? A Internet com os seus blogues. Enquanto estiverem sem censura e, penso que nunca conseguirão censurá-los, os blogues contribuem para ampliar as possibilidades de participação real no espaço público, sem o aval dos senhores da comunicação social privada.
Os blogues são espaços democráticos, alguns bastante contundentes com o sistema imperante. Serão eles, os blogues que irão contribuir para uma melhor e mais perfeita Democracia?
Repito, se não houver censura e não se deixarem invadir e manipular por oportunistas e gente do sistema, irão consegui-lo.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
OS SABORES DA BEIRA INTERIOR – Esta semana, o blogue da Aldeia pensou em abrir-lhe o apetite ao divulgar os prazeres gastronómicos da região de Trancoso. Algumas destas iguarias vão estar ao seu alcance no duplo evento «Encontro de Bloggers / Lançamento do livro Aldeias Históricas de Portugal – Guia Turístico».

No dia 10 de Junho, terá ao seu dispor duas degustações de produtos regionais (às 11.15 e às 17.30 horas). Ora vejamos este fragmento do guia que nos faz um retrato dos deliciosos sabores trancosenses:
«(…) Trancoso não foge à regra no que diz respeito à sua gastronomia. Com receitas milenares ou conventuais, consegue enfeitiçar qualquer paladar mais caprichoso. Com a colher de pau na mão, vejamos o que esconde o nosso caldeirão: enguias à moda de S. Bartolomeu, fumeiro variado com morcela e chouriços, bola de carne e caldeirada de Cabrito. Que essência extraordinária! Três estalares de dedos, duas pitadas de perlimpimpim e a palavra mágica: Sobremesa! Eis que surgem na mesa as ilustres Sardinhas Doces (originárias do Convento Sta. Clara), uma Bola de Folhas, uma Bola de Ovos (folar), um Bolo de Castanhas e o Doce Lavagas de Sebadelhe da Serra. Será real ou alucinação? Só vai saber se der uma trinca! (…)», em Aldeias Históricas de Portugal – Guia Turístico, Olho de Turista, 2010, pág. 77.
Nas comemorações do dia de Camões, iremos apresentar todo o esplendor da gastronomia da Beira Interior. Além do referido almoço-convívio com um menu tradicional confeccionado pelo restaurante «Quinta da Cerca», terá ainda a oportunidade de usufruir de vários produtos típicos.
Da parte da manhã, poderá apreciar a apetitosa «Sardinha Doce» da loja Avenida Regional (de Trancoso) e os doces e compotas dos «Sabores da Geninha» (de Figueira de Castelo Rodrigo). De tarde, poderá saborear os enchidos, os fumeiros, os patés e as compotas da «Casa da Prisca» (de Trancoso).
No dia de Portugal, seja então testemunha de um acontecimento histórico, cultural e gastronómico!
Helena Teixeira
O Capeia Arraiana foi convidado pela organização e vai estar presente no Encontro de Bloggers em Trancoso no próximo dia 10 de Junho. No Encontro vamos fazer uma apresentação para todos os participantes do nosso percurso na blogosfera desde 6 de Dezembro de 2006 e numa altura em que estamos quase, quase a registar o 1.º milhão de visitas únicas. O nosso reconhecido bem-haja à organização pelo convite.
jcl
CONVENTO DOS FRADES FRANCISCANOS E OS MISTÉRIOS DE TRANCOSO – Esta semana, como não podia deixar de ser, apresentamos-lhe o espaço do duplo evento de 10 de Junho: O Convento dos Frades Franciscanos. Todavia, a cidade de Trancoso é um local repleto de curiosidades e enigmas. Achamos que seria engraçado revelarmos alguns aqui. Acompanhe-nos nesta descoberta dos mistérios trancosenses…
Igreja – Convento dos Frades Franciscanos (séc. XVI, Av. Campo da Feira): Fundado em 1569, era um pequeno convento de seis celas, onde os frades levavam uma vida simples, mas com normas rigorosas, difíceis de compreender aos olhos da comunidade civil e do clero secular. Tal chegou a ser motivo de desentendimentos, levando os freis a abandonarem em definitivo o local. Da sua arquitectura, destaca-se o portal de entrada, de influência renascentista, com colunas toscanas apoiadas por bases de um só toro. Ao lado, observa-se um calvário com três das 14 Cruzes distribuídas pela cidade (Via Sacra). Do convento, ainda resta a torre original e um anexo do séc. XVIII. Foi recentemente requalificado como Auditório Municipal, onde se efectuam as sessões da Assembleia Municipal, entre outras actividades culturais (como o evento Encontro de Bloggers/Lançamento do livro «Aldeias Históricas de Portugal – Guia Turístico»).
Sabia que…
… se pesquisar, existem à volta de 15 localidades com o nome de Trancoso, espalhadas pelo Mundo: Galiza, Brasil e até no México;
… no Canto VI d´Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões narrou o episódio dos 12 de Inglaterra. É uma história verídica sobre honra e cavalheirismo, protagonizada por Álvaro Vasques Coutinho, alcunhado «O Magriço» e filho do alcaide de Trancoso;
… depois da grande Batalha de Trancoso (Batalha de S. Marcos), os prisioneiros de guerra foram alimentados a «pão e laranjas». Para reviver este momento histórico, a 29 de Maio é tradição distribuir esses alimentos às crianças, no próprio planalto onde tudo aconteceu;
… Trancoso possui uma feira que anualmente atrai multidões? É a Feira Franca de São Bartolomeu, uma das primeiras do País, cuja carta de feira serviu para instituir outros certames como os de Coimbra, Porto ou Viseu. Na Igreja de São Bartolomeu (hoje capela) decorreram as cerimónias das bodas reais entre D. Dinis e D. Isabel de Aragão;
… nesta cidade, nasceu Gonçalo Anes Bandarra (1500-56): Sapateiro de profissão, era sobretudo conhecido pelas suas profecias. Condenado em vida pela Santa Sé, a concretização das suas profecias, tais como o Sebastianismo e a Restauração da Independência, valeu-lhe o reconhecimento da Casa Real, após a sua morte. Naturais de Trancoso, são também: Gonçalo Fernandes Trancoso (?-1596), o primeiro grande contista português e Fernando Isaac Cardoso (1615-1683), famoso médico judeu-converso, filósofo, cientista e escritor.
Por último, a curiosidade mais engraçada: o Padre Costa de Trancoso teve 299 filhos de 53 mulheres. D. João II perdoou a pesada pena a qual tinha sido condenado.
Helena Teixeira
O blogue «Aldeia da Minha Vida» festeja o primeiro aniversário de blogagem colectiva e organiza no dia 10 de Junho, dia de Portugal, em Trancoso o «1.º Encontro (Beirão) de Bloggers» e o lançamento do livro «Aldeias Históricas de Portugal – Guia Turístico». O Capeia Arraiana associa-se, apoia e participa na iniciativa que vai decorrer no Convento dos Frades na «Aldeia Histórica de Trancoso».
Caros amigos bloguistas, este mês a Aldeia decidiu juntar-se à Blogagem de Maio com um texto sobre um local de culto, situado numa das 12 famosas aldeias históricas de Portugal. Dessa forma, pretende homenagear não só o dia de Nossa Senhora de Fátima, como também dar-vos um cheirinho do que poderão descobrir no evento do dia 10 de Junho, intitulado «Encontro de Bloggers – Lançamento do livro Aldeias Históricas de Portugal – Guia Turístico». O local de culto trata-se da Igreja de Nossa Senhora da Fresta, em Trancoso.
Perto do Castelo de Trancoso, mais propriamente da Porta do «Olhinho do Sol», entrevê-se uma paisagem lindíssima. A cerca de 800 metros, vislumbra o cemitério da cidade e ao seu lado a bela Igreja de Nossa Senhora da Fresta. Reconstruída em 1953, podemos apreciar a sua arquitectura (séc. XII) de estilo românico ogival/gótico, patente nas portas laterais, no arco do transepto e nas frestas. Na porta norte, uma cruz patriarcal (generalizada no séc. XII pelos Cavaleiros do Santo Sepulcro) chama a atenção. A frontaria, a torre sineira e o coro são outras três componentes de relevo (acrescentados a quando da reconstrução no séc. XVIII). As cachorradas também são originais, sem falar da impressionante capela-mor com o seu sublime altar. Esta ermida possui uma bonita história…
A Lenda da Ermitoa Iberusa Leoa
Decorria o ano de 711, os árabes conquistavam a Península pela primeira vez. Em Trancoso, a vida seguia o seu rumo… Os habitantes eram há alguns anos devotos da Senhora do Sepulcro. Entretanto, em 985, os mouros invadem esta bela aldeia histórica. Assustado, o povo esconde a imagem da santa numa fresta da sua igreja, camuflando-a bem com tijolo. Ao entrar no templo, os invasores não desconfiam de nada.
Em 1033, sob o domínio de Fernando Magno, os trancosenses respiram de alívio e libertam Nossa Senhora do seu esconderijo. A partir daquele instante, apelidaram-na de Nossa Senhora da Fresta e o culto aumentou. Naquela altura, uma donzela chamada Iberusa Leoa venerava fervorosamente a padroeira, dedicando-lhe todo o seu tempo. Mas o emir de Badajoz estava à espreita. Após conquistar Leiria, captura a bela moça. A jovem reza, prometeu total devoção à Santa para proteger a sua virgindade e honra.
Em 1131, D. Afonso Henriques retoma Trancoso. Ao assistir a uma missa na Igreja da Senhora da Fresta, fica boquiaberta ao ver à sua frente: Iberusa Leoa, sã e salva pela Virgem. Junto dela, estavam os soldados do soberano árabe, amarrados e atónitos com o sucedido.
O Capeia Arraiana associa-se, apoia e participa com uma intervenção no Convento dos Frades, em Trancoso, na iniciativa de Susana Falhas (e C.ª), autora do livro e administradora do blogue «Aldeia da Minha Vida».
jcl (com Susana Falhas)
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