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Os portugueses estão a sentir no dia-a-dia a cavalgada dos preços de uma economia doente e em crise. Mas… podemos estar todos descansados porque a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (conhecida e reconhecida como ASAE) já fez saber que está atenta. Vai estar atenta aos arraiais dos santos populares e às festas de Verão que se aproximam e inspeccionar as sardinhas e bifanas das tascas de acordo com critérios internos.
Foram tornados públicos preocupantes indicadores confirmando que a crise está a atingir gravemente a sociedade portuguesa.
O semanário Expresso, de 24 de Maio, publica números e dados que nos obrigam a todos a reflectir.
Pão – Preço das matérias-primas transformadas subiu 7 por cento. Entre Abril e Maio a venda de pão desceu 10 por cento.
Vestuário – Ritmo de crescimento mundial da Inditex (multinacional dona da Zara) é o mais lento dos últimos quatro anos.
Combustíveis – Aumento de 8 por cento da gasolina e de 12 por cento do gasóleo em Abril. Transitários rodoviários paralisam a frota a 30 de Maio por causa da inflação do combustível.
Cinema – Menos 43,1 por cento de espectadores do que em Abril de 2007. Menos 40,8 por cento de receita bruta de bilheteira.
Transportes – Aumento de 7 por cento de passageiros na Linha de Sintra e 3 por cento na de Cascais.
Turismo – Quebras de 40 a 50 por cento na procura de viagens para o Brasil levando ao cancelamento de voos «charters».
Automóveis – Renault, Opel e Peugeot sofrem quebras de 5,6 e 3,3 e 12,6 por cento.
Confiança – Em Abril o Índice de Confiança dos Consumidores foi de -42,8 por cento e as compras de bens não alimentares tiveram uma variação negativa de 0,7 por cento.
Dívidas – Até Abril a Deco recebeu 545 pedidos de ajuda de famílias com dificuldades no pagamento de créditos, mais 35 por cento do que em igual periodo de 2007.
Desemprego – A taxa de desemprego mantém-se mais ou menos constante à custa da emigração da população activa.
O jornalista Nicolau Santos divide em quatro as crises que vieram para ficar. «Acabou a comida barata, a energia barata, os combustíveis baratos ou a água barata» e por isso «as consequências também serão várias – e todas elas potencialmente explosivas –, porque a fome, a sede e a miséria não são boas conselheiras. A primeira é que a possibilidade de violentas convulsões sociais, com impactos fortíssimos a nível político e mesmo riscos para os sistemas democráticos é fortíssima. A segunda é que, à luz da História, situações destas acabam por resolver-se através de conflitos bélicos mundiais, que dizimam milhões de pessoas e reequilibram as condições de vida no planeta. Thomas Malthus volta a estar na moda 210 anos depois», é a reflexão de Nicolau Santos no Expresso.
Mas podemos todos ficar descansados porque a ASAE já garantiu que vai estar atenta aos caracóis, às sardinhas e às bifanas dos arraiais das festas dos santos populares e dos festejos que acontecem um pouco por todo o País nos meses de Verão. Isso é que importa para o crescimento da economia portuguesa. Porque, como afirmou o primeiro-ministro José Sócrates na Assembleia da República, «é uma injustiça que isto nos esteja a acontecer e perante as dificuldades o nosso dever é cerrar os dentes e melhorar as coisas». De facto, se cerrarmos os dentes já não precisamos de comer.
jcl
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desenvolveu um sistema de pastoreio com base nas novas tecnologias, fazendo com que o pastor do rebanho possa seja substituído por câmaras de vídeovigilância.
A freguesia de Paços, no concelho de Sabrosa, vai testar o projecto, recebendo câmaras de vigilância e sensores para monitorizar rebanhos e pastos. Os mentores da ideia, avaliarão assim no terreno a aplicabilidade do sistema, que esperam ver um dia ser efectivamente usado.
Desenvolvido por uma equipa de seis investigadores da UTAD, o sistema vai integrar os equipamentos na paisagem natural para que não sejam facilmente detectáveis nem intrusivos na vida natural onde crescem os pastos e os animais comem.
O grande objectivo da iniciativa é contribuir para que se encontre um sistema tecnológico que possa ajudar os pastores a monitorizarem qual é a melhor área de pasto numa determinada época do ano, sem terem de percorrer quilómetros com o gado para descobrir os melhores pastos.
Numa primeira fase o sistema vai servir para vigiar o crescimento da vegetação e prevê-se que numa fase posterior seja instalada numa zona de passagem uma balança integrada, através da qual os pastores podem saber o peso dos animais e se estes já podem ser abatidos.
A experiência avança dentro de dois meses em Paços, Sabrosa, tendo a autarquia local manifestado disponibilidade para colaborar, na perspectiva do concelho vir um dia a beneficiar do projecto para melhorar a criação pecuária.
Será esta a solução futura para a crescente falta de rebanhos, em parte devido à carência de mão-de-obra para os apascentar? E poderão um dia os nossos campos receber em massa as câmaras de vigilância, que tudo observam e monitorizam?
plb
No «Crónicas do Rochedo» do tanguero Carlos Barbosa de Oliveira foi aberta uma discussão sobre a reportagem televisiva do fenómeno «Tony Carreira». Há quem goste, há quem não goste mas… o mais importante é que ninguém consegue ficar indiferente.
O percurso do cantor Tony Carreira desde a sua aldeia na Beira Interior até ao Pavilhão Atlântico, passando pelo Olympia de Paris e pelos Coliseus de Lisboa e do Porto já não consegue deixar ninguém indiferente.
Com tudo o que isso significa não tenho qualquer prurido em considerá-lo no panorama português ao nível de Julio Eglesias em Espanha e no Mundo.
Há quem goste, há quem não goste mas já ninguém consegue ficar indiferente. Nem os homens que têm de conviver com as fotografias do cantor da guitarra que as suas mulheres espalham pelas molduras e paredes lá de casa.
Vem isto a propósito do artigo no «Crónicas do Rochedo» sobre a reportagem televisiva que passou esta quarta-feira, na RTP1, sobre o percurso profissional do cantor que nos autógrafos que dá aos fãs assina como Tony Carreira.
Até eu já meti a minha colherada…
Podem espreitar… aqui e aqui.
jcl
A Agência Espacial Europeia lançou uma campanha para selecção e recrutamento de quatro astronautas. Poderão candidatar-se os jovens que preencham as condições impostas e que pretendam participar em missões no espaço.
Esta campanha será feita sobretudo pela Internet e através de uma série de eventos promocionais nos 17 países membros da Agência.
Jean Coisne, do gabinete de comunicação do Centro Europeu de Astronautas, disse sobre este recrutamento o essencial: «Não procuramos super-homens, mas pessoas sãs e com um perfil psicológico muito determinado, com capacidade de adaptação, abertas e que gostem de trabalhar em equipa».
Os jovens portugueses poderão também candidatar-se a astronautas, podendo alimentar o sonho de vir um dia a participar em futuras missões, nomeadamente de ida à Estação Espacial Internacional.
Os quatro escolhidos neste processo irão juntar-se aos oito elementos que já integram o Corpo de Astronautas da Agência Espacial Europeia. Porém para entrarem nesta aventura, os candidatos terão de se submeter e superar um rigoroso processo de selecção que terá início em 19 de Maio.
A candidatura será feita pela Internet (www.esa.int/astronautselection) e terá de ser acompanhada de uma certificação médica idêntica à requerida aos pilotos da aviação comercial.
Dada a notícia fica a esperança que o Capeia Arraiana contribua para fazer chegar a mensagem a potenciais candidatos, e que daqui a uns meses tenhamos astronautas portugueses, e porque não arraianos, na Agência Espacial Europeia.
plb
Não resisto a partilhar nesta rubrica denominada «Escrever à medida» um episódio de que fui protagonista e que mete o quiosque do meu bairro, o «Expresso», o «Sol» e os dvd’s do «CSI:» do semanário da Impresa.
O meu primeiro trabalho a sério foi no semanário «O Jornal» conciliando a colaboração semanal com os turnos da Força Aérea onde, então, prestava o serviço militar obrigatório. Os muitos anos que tenho de redacções e produção de jornais criaram-me o vício de todos os dias olhar a banca dos jornais, as capas e as manchetes. Se não cumprir este ritual uma estranha sensação de carência faz questão de me acompanhar ao longo do dia.
Isto tudo para introduzir um episódio que me aconteceu muito recentemente. Após uma breve incursão pelo semanário «Sol» (nos primeiros números) voltei às leituras de fim-de-semana do «Expresso». Na guerra dos números e das tiragens, das sobras e das vendas, dos brindes e das promoções, as Direcções e os departamentos de marketing dos dois semanários inventam e reinventam formas de liderar.
A campanha mais recente do «Expresso» ao jeito de «leve esta semana o cartão e troque-o na próxima pelo dvd com episódios da série televisiva CSI:» tem o especial pormenor de acompanhar o jornal sem ser preciso pagar mais. É necessário, claro, comprar duas semanas seguidas para acrescentar mais um dvd à colecção.
No quiosque do meu bairro onde quase todos os dias dou a primeira olhadela às capas dos jornais e das revistas e há muitos anos reservo e compro as publicações que me interessam fui um destes sábados trocar o tal cartão pelo «Expresso» desse fim-de-semana.
Diz-me o dono do quiosque: «Olhe! O Expresso já esgotou! Mas ainda tenho o dvd!» Pedi-lhe, então, a gentileza de me trocar apenas o cartão que correspondia à edição desse dia. Resposta pronta: «Isso não posso fazer. Só se comprar o Sol que ainda tenho alguns.»
Depois disto não há campanha de marketing que resista…
jcl
A revolução cubana já vai de bicicleta. O presidente Raúl Castro autorizou que os cubanos tivessem acesso a produtos de consumo até aqui proibidos como telemóveis, computadores, alarmes de automóveis, bicicletas e panelas de pressão eléctricas, DVD’s, aparelhos de vídeo e microondas.
O Governo do presidente de Cuba, Raúl Castro, irmão de Fidel, autorizou a venda aos cubanos de vários artigos electrónicos como computadores, televisores de todas as dimensões, bicicletas e panelas de pressão eléctricas e alarmes para carros.
Até aqui os telemóveis apenas podiam ser utilizados por estrangeiros e entidades oficiais.
Raúl Castro tinha assumido provisoriamente o comando de Cuba a 31 de Julho de 2006 em consequência dos problemas de saúde do irmão e encabeçou a lista única de candidatos apresentada à Assembleia Nacional para designar o novo presidente.
Na tomada de posse, em Fevereiro passado, tinha prometido o início da eliminação de proibições «mais simples» e «uma estrutura estatal mais compacta e funcional com um menor número de organismos administrativos e uma melhor distribuição das funções para permitir uma maior eficiência gestão governativa».
Sente-se uma brisa de mudança na ilha de Castro.
jcl
Quem tem razão? A ministra ou os professores? O Governo elaborou um documento em formato pergunta/resposta para esclarecer muitas das dúvidas dos professores, dos pais dos alunos e da opinião pública. Mas, para já, a ministra da Educação foi chumbada pelos professores na maior manifestação de sempre da classe.
Portugal assistiu no sábado, 8 de Março, à maior manifestação de professores de sempre. Forças policiais e sindicatos coincidem nos números: cerca de 100 mil manifestantes vindos de todo o País desfilaram entre o Marquês de Pombal e a Praça do Comércio protestando contra o novo regime de avaliação do desempenho do pessoal docente. Os descontentamentos decorrem das alterações introduzidas no Estatuto da Carreira Docente publicadas em Janeiro de 2007.
No dia seguinte à manifestação o primeiro-ministro, José Sócrates, disse manter a confiança na ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e na política em curso para o sector. José Sócrates admitiu, porém, que o sistema de avaliação dos professores poderá ser melhorado. «Nós estamos muito disponíveis para ouvir boas sugestões para que os métodos de avaliação melhorem. É este trabalho, aliás, que a ministra está a fazer com as escolas, com os conselhos directivos», afirmou.
Analise o tira-teimas ao jeito de pergunta-resposta elaborado pelo Governo com data de 6 de Março (dois dias antes da manifestação) sobre a avaliação dos professores. Documento
jcl
Adiós Camacho! Ao fim de seis meses, Jose Antonio Camacho, demitiu-se de treinador do Benfica após o empate (2-2) no Estádio da Luz com o União de Leiria em jogo a contar para 22.ª jornada da Bwin Liga.
São neste momento 21.30 horas e o Capeia Arraiana confirma a demissão do treinador do Benfica, o espanhol Jose Antonio Camacho após o empate caseiro (2-2) com o União de Leiria, último classificado no principal campeonato português de futebol.
O anúncio do abandono do barco aconteceu durante a conferência de Imprensa que decorreu mais de uma hora depois do final do encontro com Camacho a afirmar que «não consegue fazer mais com a equipa porque a motivação que encontra nos jogadores não é normal.
O presidente encarnado Luís Filipe Vieira já confirmou a demissão e adiantou que o até aqui treinador-adjunto, Fernando Chalana, irá orientar a equipa no jogo da próxima quarta-feira, em Espanha, frente ao Gatefe.
Na sua última conferência de Imprensa ao serviço do clube encarnado Jose Antonio Camacho confessou que com esta equipa não podia fazer mais e alertou para a falta de motivação dos jogadores do plantel. Estes recados têm como destinatário Luís Filipe Vieira e a sua política (?!?) falhada de contratações e denunciam o apoio (ou falta dele) que o treinador espanhol sentiu no clube da águia. As opiniões podem dividir-se mas os benfiquistas têm, no entanto, uma certeza «dolorosa» que não conseguem explicar: à semelhança de outros se Camacho for treinar o F.C. Porto arrisca-se a ser campeão nacional. Pois…
O plantel que o treinador espanhol não escolheu, a falta de forma e as lesões inexplicáveis de alguns jogadores, são possíveis explicações para o descalabro desta equipa do Benfica aliado a uma decisão que influenciou definitiva e negativamente o futebol benfiquista: a venda de Simão.
jcl
Inauguramos hoje um novo espaço. Aquilo a que chamamos nos blogues do wordpress «adicionar uma nova categoria». Esta rúbrica passa a ser conhecida por… «Escrever à medida» e não está condicionada pelo calendário semanal. Irá aparecer sempre que a actualidade ou os acontecimentos o justificar.
A realidade social que nos rodeia, matéria-prima da actividade jornalística, está em constante mudança. Mas assistimos na actual comunicação social a um facilitismo próprio dos estágios não orientados que abre caminho às maiores enormidades. O problema é que antigamente ainda podíamos reclamar porque pagávamos mas, agora, com a moda dos gratuitos e da Internet já nem isso é possível. Mas que custa, custa. Para todos os que fazem o favor de nos visitar aqui fica o primeiro «Escrever à medida» sobre uma notícia que apareceu esta quarta-feira nos periódicos:
Segurança do Centro Colombo suicida-se com 3 facadas no peito
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi alertado cerca das 13h25 e cinco minutos depois chegou ao local, onde se encontrava o segurança em paragem cardio-respiratória e com uma «hemorragia abundante», alegadamente resultante de três facadas que sofreu no peito, como explicou à Lusa o porta-voz do INEM, Pedro Coelho dos Santos. A morte foi confirmada e o corpo transportado para o Instituto de Medicina Legal para autópsia. A PSP não afasta hipótese de suicídio do segurança.
Posto isto, como o infeliz segurança do Colombo tentou uma, duas e três vezes até consumar o suicídio e o INEM foi chamado «cerca das 13h25» não será necessário tentar saber quem é que o «suicidou».
Bom fim-de-semana.
jcl
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