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Depois de passados mais de 365 dias sobre a minha última intervenção no «Ideias Soltas», regresso com a consciência do dever cumprido – Dever cívico: serviço público prestado ao meu concelho.

Joaquim RicardoInevitável, neste recomeço, será contar para os mais distraídos, o que aconteceu durante este espaço de tempo, o que farei embora resumidamente.
Durante cerca de um ano construímos uma equipa e nas listas do MPT-Partido da Terra, e todos como independentes, concorremos à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e 14 Assembleias de Freguesia. O nosso ponto de partida estava muito longe do «Zero», comparativamente com as restantes forças políticas com estruturas bem definidas no concelho. Sabíamos do enorme trabalho que estava pela nossa frente!
Elaboramos um projecto autárquico pelo qual lutámos 24 horas por dia, divulgando-o por todo o concelho, junto dos eleitores. E estes, democraticamente, no acto eleitoral realizado no passado dia 11 de Outubro preferiram o projecto que foi apresentado por outras forças políticas concorrentes, no caso, o PSD-Partido Social Democrata.
Continuo a pensar que o nosso projecto era o que melhor servia ao desenvolvimento do concelho do Sabugal. Porém, num processo eleitoral democrático há sempre vencedores e vencidos e quem se apresenta a sufrágio só tem que aceitar os resultados que são a vontade soberana do povo.
Enviei, em meu nome pessoal, ao candidato vencedor, Eng.º António Robalo, uma mensagem, cuja recepção já foi confirmada, onde escrevi: «Parabéns! Desejo-lhe um óptimo mandato ao serviço do concelho do Sabugal. Conte comigo em tudo o que for de bom para a nossa Terra!»
Doravante, assim farei. Serei oposição responsável e o concelho pode contar com o meu trabalho.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

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A ideia de que os serviços públicos não necessitam de cuidar da sua imagem está errada. Os serviços públicos existem para servir a sociedade e os seus trabalhadores têm o dever de servir os seus utentes com urbanidade, com celeridade e sem burocracias desnecessárias ou inúteis, isto é: Os trabalhadores devem servir a organização e não servir-se dela.

Joaquim RicardoImagem é um conceito cada vez mais em voga. Mas a imagem que quero falar não é certamente a imagem física das pessoas. Trata-se da imagem das organizações. Tanto faz que essas organizações sejam privadas ou públicas. A imagem que transmitem para o exterior reflecte-se para o seu interior. Uma organização com uma boa imagem é aquela que consegue obter dentro e fora os objectivos a que se propõe e de uma forma estritamente agradável para quem procura os seus serviços. Os utentes dos serviços prestados por essa organização têm que estar perfeitamente convencidos que receberam os melhores serviços e ao melhor preço quando comparados com organizações que prestam serviços similares.
A ideia de que os serviços públicos não necessitam de cuidar da sua imagem está errada. Os serviços públicos existem para servir a sociedade e os seus trabalhadores têm o dever de servir os seus utentes com urbanidade, com celeridade e sem burocracias desnecessárias ou inúteis, isto é: Os trabalhadores devem servir a organização e não servir-se dela. Porém, não raras a vezes, quando nos deslocamos a determinados serviços públicos, enfrentamos do lado de lá do balcão funcionários autoritários, mal dispostos e prontos para encontrar motivos que obstem a obtenção do pretendido pelo cidadão comum. Esta imagem que, felizmente, vai constituindo nos tempos que correm a excepção, contribuem para o subdesenvolvimento da região onde se inserem e transmitem para o exterior da organização uma imagem negativa.
O capital mais importante das organizações não é mais a detenção de património material mas sim o capital (património) humano que é constituído pelo conjunto dos colaboradores que lhe prestam serviço. Com efeito, o melhor investimento que as organizações públicas e não só devem fazer é na formação dos seus colaboradores. É uma ideia que organizações modernas e de sucesso adoptaram e obtiveram excelentes resultados.
Os colaboradores das organizações Públicas locais que prestam serviço à população sem qualquer espécie de concorrência, têm o dever de servir bem os seus utentes pois essa é missão que lhes foi imposta aquando da sua posse no posto de trabalho, pelos representantes do povo, democraticamente eleitos.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

O candidato a líder da autarquia que se comprometa com os seus eleitores na criação de novos postos de trabalho, nos próximos dez anos, terá o meu voto e certamente também o de todos os sabugalenses.

Joaquim RicardoNo final do mês de Agosto, os partidos políticos habituaram-nos, desde há alguns anos a esta parte, a fazerem a sua reentrada na cena política nacional.
Todos os partidos, sem excepção, fazem questão em apresentar-se novamente aos portugueses, alertando-os para os desafios («combates») políticos do novo ano «político». Este ano, as próximas eleições autárquicas são tema obrigatório para todos.
A escolha dos futuros autarcas, para quem ainda não o fez, vai ser a sua principal preocupação. Todos, mas mesmo todos, esmeraram-se em escolher aquele que melhor irá representar a autarquia e claro defender o interesse do partido. Por isso, espera-se que o próximo Outono e Inverno sejam estações anormalmente quentes, politicamente falando. E o concelho do Sabugal não será excepção e os motores das máquinas partidárias concelhias já começaram a aquecer no que diz respeito aqueles que ainda não escolheram os seus candidatos à liderança da autarquia.
São vários os problemas que o concelho do Sabugal enfrenta mas o principal a resolver, na minha opinião, será o combate cerrado à desertificação da região e tentar inverter a tendência que grassa no concelho. É um problema de difícil resolução mas que valerá a pena colocá-lo como principal objectivo a atingir nos próximos tempos. Quem não levar este problema a sério e comprometer-se com ele não deverá ter a ousadia de deixar escrever o seu nome na lista dos candidatos por qualquer partido.
Com efeito, o maior desafio para o concelho nos próximos anos será a criação de postos de trabalho estáveis e a adopção de medidas que levem os jovens a fixar-se neste imenso e agradável território. Por isso, o candidato a líder da autarquia que se comprometa com os eleitores na criação de novos postos de trabalho, nos próximos dez anos, terá o meu voto e certamente também o de todos os sabugalenses.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Casteleiro: Lar de São Salvador. Para além do serviço social que presta, esta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), contribui para o desenvolvimento económico da freguesia já que é a principal entidade empregadora da localidade, com 20 postos de trabalho directos.

Joaquim RicardoA freguesia do Casteleiro (ou Castelejo, como também era conhecida), situa-se no extremo sul do concelho de Sabugal que confina com o de Belmonte, sendo atravessada pela estrada nacional Terreiro das Bruxas – Caria. É uma freguesia muito rica no que diz respeito à agricultura, já que desfruta de um clima ameno (em contraste com o que se verifica na maior parte do concelho do Sabugal) e por isso produz-se aqui bom azeite e vinho de qualidade.
Para quem se desloca em direcção a Caria, já de saída desta linda localidade, junto às antigas escolas primárias, na Rua das Escolas, situa-se o Lar Centro de Dia São Salvador. O seu mentor e fundador é o Senhor Hélder Soares da Cunha, de 72 anos, que desde 1988 está à frente dos seus destinos. Homem de grande dinamismo, ex-emigrante no Canadá, onde trabalhou arduamente durante 22 anos, esteve já também à frente dos destinos da freguesia, como presidente da Junta, durante alguns mandatos. Logo após o seu regresso a Portugal, meteu ombros à obra que muito o deve honrar e ergueu este equipamento social, primeiro como Centro de Dia e depois também com as valências de Lar e Apoio Domiciliário. Devido à forte procura dos seus serviços, não só pela população local mas também de terras vizinhas, foram construídas novas instalações onde o conforto e a qualidade dos seus serviços não foram esquecidos, donde os seus utentes sairão privilegiados. Actualmente presta serviço social a 57 idosos, distribuídos pelas valências de Lar (42 utentes), Apoio Domiciliário (10 utentes) e Centro de Dia (5 utentes).
Para além do serviço social que presta, esta IPSS contribui para o desenvolvimento económico da freguesia já que é a principal entidade empregadora da localidade, com 20 postos de trabalho directos e outros tantos indirectos, pois toda a batata produzida na aldeia é ali consumida, desta forma combatendo a desertificação que graça por toda esta região.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

A constituição de uma associação das IPSS do concelho e posteriormente a criação por esta, de uma central de compras traria a todas elas uma economia de custos significativa, para além da possibilidade de criação de mais alguns postos de trabalho e deste modo contribuir para a fixação de jovens.

Joaquim RicardoUm dos factores que devem preocupar (e preocupam) todas as instituições do concelho são os relacionados com a rentabilidade dos seus serviços. Todos sabemos que estas instituições exercem a sua actividade sem fins lucrativos e havendo lucros estes devem ser investidos em melhoramentos da sua actividade. O lucro, embora seja um termo bastante duro e «feio», quando aplicado a IPSS, o certo é que estas para poderem subsistir têm, tal como qualquer outra entidade particular (comercial ou industrial), que ter fluxos financeiros (dinheiro) para poderem pagar os seus compromissos assumidos para com os seus fornecedores de produtos e serviços que diariamente são consumidos – géneros alimentícios, água, electricidade, gás, ordenados, impostos, descontos para a segurança social relativamente ao pessoal ao seu serviço, etc.
Para fazer face aos elevados custos com estes factores de produção as instituições contratam com os seus fornecedores a aquisição de bens e serviços e negociam com eles o melhor preço para, deste modo, garantirem uma gestão equilibrada tendo em conta as suas receitas que, como todos sabemos são finitas. Ora, se fizermos um exercício mental sobre todas estas operações que individualmente cada uma efectua, concluiremos que os valores são avultados e quando multiplicados pelas cerca de trinta instituições existentes no concelho os números sobem trinta vezes mais.
Pelo exposto não restam dúvidas que a constituição de uma associação das IPSS do concelho e posteriormente a criação por esta de uma central de compras traria a todas uma economia de custos significativa para além da criação de alguns postos de trabalho, contribuindo assim para a fixação de jovens no concelho. É que o poder negocial que as trinta associações juntas teriam frente aos seus fornecedores era inegavelmente alta o que se traduziria em vantagens financeiras para todas as suas associadas. A título de exemplo veja-se: Individualmente cada instituição tem ao seu serviço um(a) médico(a) e um(a) enfermeira(o) a quem paga determinada quantia – a associação podia disponibilizar os serviços destes profissionais a um custo reduzido, contratando a tempo inteiro um ou dois destes profissionais; Todas as IPSS têm contabilidade organizada pagando a um profissional individualmente – a associação poderia ter um profissional a tempo inteiro e outros funcionários administrativos, especializados na contabilidade específica destas instituições com custos também significativamente mais reduzidos; E o que dizer com a compra de produtos de higiene e limpeza – se em conjunto obtivéssemos um desconto de 10 por cento, quanto é que isso significaria individualmente para cada uma? É só fazer as contas. E, já agora, porque não a contratação de um advogado para resolver os inúmeros casos de todas as IPSS? São só exemplos, haverá ainda outras oportunidades a explorar.
Enfim, é mais uma ideia ou, quiçá, um desafio que fica aqui no IDEIAS, que como alguém já disse, não serão SOLTAS.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Pelos números expostos e qualidade do serviço prestado pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), devem os naturais e residentes do concelho reflectir sobre esta realidade e os responsáveis autarcas locais muito em particular.

Joaquim RicardoO nosso concelho poderá não ombrear com as restantes regiões do País, no desenvolvimento económico e até em redes viárias (que desejaríamos?) ou até em problemas com excesso de população (que bem dispensamos?) e dos problemas que isso acarreta ou ainda dos enormes problemas causados com as filas intermináveis de automóveis (que não queremos?) que todas as manhãs se deslocam da periferia para as grandes cidades e da poluição que lhe está associada. O nosso concelho e pelo menos numa coisa é diferente: Tem para oferecer qualidade de vida, tranquilidade e bem-estar para quem precisa e a procura. E isso vale «ouro» da melhor qualidade e temos que a preservar.
No que diz respeito ao sector dos serviços, temos no nosso concelho e já o disse várias vezes nesta coluna, um segmento de actividade que mais nenhuma outra região do país possui: Equipamentos sociais de qualidade, de apoio à terceira idade, vulgo «Lares para idosos», «Centros de Dia» e «Apoio Domiciliário».
Estes equipamentos pertencentes a IPSS são cerca de três dezenas e constituem uma das áreas económicas que mais se destacam no nosso concelho se atendermos ao número de empregos que oferecem à população – cerca de meio milhar postos de trabalho directos e talvez outros tantos indirectos já que muitos outros sectores de actividade lhes fornecem serviços e produtos.
Por outro lado, o número de utentes que usufruem dos seus serviços, em todos as suas valências, ultrapassam já os 1 500 pelo que constituem um forte serviço prestado a este sector da sociedade concelhia que não pode ser esquecida. E por último e em termos financeiros, estas instituições, todas juntas, movimentam cerca de 10 milhões de euros anuais e também neste campo têm um peso significativo na actividade económica da região.
Pelos números expostos e qualidade do serviço prestado por estas instituições, devem os naturais e residentes do concelho reflectir sobre esta realidade e os responsáveis autarcas locais em particular, sobre este desenvolvimento económico e social que gente anónima deste sector e principalmente os seus directos responsáveis gratuitamente provocam sem nada auferirem financeiramente para si mas tão só para bem servir os outros e principalmente os mais desfavorecidos.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Face à escalada do custo dos combustíveis e à modernização da linha de caminhos-de-ferro da Beira Alta, esta via, bem poderá ser uma hipótese a considerar, devolvendo à Cerdeira o privilégio de ser a nossa Estação.

Joaquim RicardoO nosso concelho tem um défice enorme em vias de comunicação que o ligue aos grandes centros urbanos nacionais mais desenvolvidos, como é o caso da Cova da Beira e da Covilhã em particular, mas também ao eixo Norte-Sul, ligando-nos ao litoral português e aos centros urbanos mais afastados e desenvolvidos. A ligação à Europa, rica e potenciadora do escoamento de produtos e mesmo de investimentos para a região seria também outra necessidade minimizada pela criação daquelas vias de comunicação.
A estação de caminho-de-ferro que oficialmente serve o concelho localiza-se já fora do seu perímetro e a cerca de 30 quilómetros – no Barracão, já próximo da Guarda. Ora, a linha de caminho-de-ferro roça, ainda que timidamente, território do concelho, na bonita aldeia de Cerdeira do Côa, que dista da cidade sede do concelho, cerca de 20 quilómetros e, portanto, seria natural que ali fosse construída a estação de caminho-de-ferro para o concelho, complementada com a construção de uma boa ligação por estrada desta aldeia à sede. Julgo até que, face à escalada do custo dos combustíveis e à modernização da linha de caminhos-de-ferro da Beira Alta, cuja electrificação está completa e se projectam outros importantes melhoramentos, bem poderá ser uma hipótese a considerar devolvendo à Cerdeira o privilégio de ser a nossa estação dos caminhos-de-ferro e apostar daí nos melhoramentos por estrada até à sede do concelho. É que enquanto do petróleo dependemos a 100% em termos de energia eléctrica a produção nacional embora deficitária, caminha a passos largos para uma auto-suficiência significativa mesmo só contando com a produção hídrica ou eólica e esquecendo o recurso à produção de energia nuclear, mais poluente e perigosa mas que nunca poderá ser posta definitivamente de lado, em minha opinião.
Estação da CerdeiraNão temos comunicações por mar, pois este fica longe e o rio Côa, nesta parte do seu percurso também não é navegável, por enquanto? E desta forma teremos que por de lado e definitivamente a via marítima. Restam-nos as comunicações por terra – Caminhos-de-Ferro/Rodovias ou somente rodovias.
As estradas nacionais são as únicas vias que servem todo o concelho. Nem um Itinerário Principal (IP), passa por perto do nosso imenso território – cerca de 827 quilómetros quadrados, mesmo com todos os defeitos que lhe atribuem pela grande quantidade de acidentes mortais ocorridos naquelas vias. A ligação à A23 – Auto-Estrada que liga Torres Novas à A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso e que está a ser levada a cabo pela autarquia, numa extensão de aproximadamente 19 quilómetros, poderá dar algum impulso à região pois o concelho ficará mais perto desta importante via de comunicação. Não obstante é discutível o traçado escolhido e o tipo de construção – tipo Itinerário Complementar (IC) pois a circulação não será tão rápida quanto o seria num Itinerário Principal (IP) ou mesmo por Auto-Estrada (AE). Enfim, poder-se-ia ir mais longe se o investimento necessário fosse disponibilizado pelo Governo Central o que não acontece, infelizmente.
Pelo exposto e não obstante sendo certo que as vias de comunicação não são tudo para que uma região se desenvolva, são de todos conhecidos bons exemplos de desenvolvimento de cidades do interior do nosso país, como é o caso da cidade de Viseu, com a construção do IP5 (agora transformado na A25), da Covilhã e toda a região da Cova da Beira, com a construção da A23 e que ilustram bem as vantagens de estar junto a vias de comunicação rápidas. Afinal quem já não se lembra do tempo em que era necessário para uma deslocação por estrada a Lisboa ou ao Porto – cerca de 5 horas e de comboio? Era um dia inteiro. Neste momento e para quem sai do Sabugal e apesar de não termos ligações rápidas aos principais itinerários nacionais (A23 e A25), chegam duas horas e meia e mesmo de comboio três horas na versão «comboio inter-cidades».
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Mais de dez mil milhões de euros (dois mil milhões de contos, na moeda antiga) é quanto custará a construção do novo aeroporto do Montijo e o comboio de alta velocidade (TGV). É muito dinheiro (mesmo muito dinheiro!) que dava para levar a cabo muitos projectos que transformariam, por exemplo, o Interior do país numa região desenvolvida e habitada.

Joaquim RicardoNos últimos tempos tem-se discutido muito sobre os efeitos milagrosos e salvadores da nossa economia provocados pela construção do novo aeroporto, no Montijo, e da construção da rede de alta velocidade (TGV), que irá ligar as cidades de Lisboa a Madrid e ao Porto e desta à Galiza, em Espanha. Os defensores do não ao investimento, (os do contra!) argumentam que o país tem outras prioridades, onde aplicar tão avultados investimentos e mais vantajosas para todos. Ao contrário, os que criaram e defendem aqueles projectos dizem que a sua construção irá colocar Portugal no pelotão da frente dos países desenvolvidos e por isso imprescindíveis ao desenvolvimento do país. Enfim, para o Governo o país precisa destes dois projectos para não se atrasar mais, ao passo que os do contra, o país tem outras prioridades para aplicar tão importantes recursos (mas não dizem quais!) e que a concretizarem-se deixarão as futuras gerações endividadas e não se sabe mesmo se daqui a vinte ou mais anos, o país terá recursos para continuar a pagar tão avultada dívida.
Aqueles dois projectos custarão mais de dez mil milhões de euros (dois mil milhões de contos, na moeda antiga). É muito dinheiro (mesmo muito dinheiro!) que dava para levar a cabo muitos projectos que transformariam, por exemplo, o interior do país numa região desenvolvida e habitada e, desta forma combater o maior problema com que se debate toda aquela parcela do território: a desertificação. E este sim, seria o melhor sinal de seriedade demonstrado pelas autoridades governativas para resolverem aquele problema e ao mesmo tempo e desta forma, impulsionar a distribuição mais equilibrada da população portuguesa ao longo do seu território.
Para além do exposto, julgo que os equipamentos objectos da presente análise terão uma rentabilidade menor do que aquela que nos querem fazer crer, senão vejamos: O comboio de alta velocidade (TGV) que irá ligar Lisboa ao Porto, somente ganhará, cerca de 15 minutos, em relação ao actual comboio de velocidade média – o Alpha pendular. Ora, pagar tantos milhares de milhões de euros por quinze míseros minutos é, francamente, uma barbaridade que só a quem não custa pagar interessa levar a cabo para ganhar mais alguns votos! E quanto às restantes ligações a rentabilidade será semelhante. Já quanto à construção do novo aeroporto, julgo que o actual (o da Portela), poderia suportar o tráfego aéreo por mais alguns anos, mesmo que com o recurso a alguns investimentos, até porque o tráfego aéreo tende a reduzir drasticamente face à escalada de preços do combustível a que estamos a assistir e que não se vislumbram outros cenários no futuro.
Por tudo quanto ficou dito, não poderei estar mais de acordo com o Senhor Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, ao propor ao plenário que dirige, uma reflexão aprofundada sobre os investimentos que estão projectados, já que serão as futuras gerações as responsáveis pelo seu pagamento e, por isso, terão que ser seria e rigorosamente bem justificadas antes da sua realização.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Vivemos num país de litoral, onde mais de 80 por cento da população vive junto ao mar, ocupando cerca de um terço do território e nos restantes dois terços vivem 20 por cento dos «outros» portugueses que pelo facto serem poucos (e renderem poucos votos!) são abandonados à sua sorte…

Joaquim RicardoQuem percorre o País verifica em termos de densidade populacional uma grande disparidade: Encontra um litoral a abarrotar de gente, com imensas dificuldades de trânsito citadino, apesar das modernas vias de comunicação abundarem (auto-estradas e não só!), onde existe imensa poluição atmosférica (quase irrespirável!), e de inúmeros bairros clandestinos e sociais, pobres e sujos que cercam as grandes urbes.
Ao contrário, no Interior, percorrerá quilómetros sem fim e não encontra nada parecido com a paisagem anterior: Encontra um país calmo e uma paisagem idílica, cheia de grandes arvoredos, apesar dos incêndios dos últimos anos, mas desertificada em termos humanos. Parece até que estamos num outro país imensamente diferente do anterior e onde se constata organização nas cidades, ainda que com alguns atropelos ao ambiente natural. E, apesar disso e incompreensivelmente as pessoas preferem o caos das grandes metrópoles à tranquilidade das cidades de província.
Vivemos num país de litoral, onde mais de 80 por cento da população vive junto ao mar, ocupando cerca de um terço do território e nos restantes dois terços vivem 20 por cento dos «outros» portugueses que pelo facto serem poucos (e renderem poucos votos!) são abandonados à sua sorte em termos de investimentos e tudo lhes é retirado para ser reposto ou concentrado no litoral privilegiado! E até os cuidados de saúde não são poupados, a avaliar pelos inúmeros postos de saúde e até alguns hospitais situados em sedes de distrito, e o mesmo acontecendo a inúmeros serviços públicos como finanças, tribunais, etc. E o mais curioso deste cenário é que a lógica da deslocação dos grandes investimentos e serviços públicos para o litoral está certa, se atendermos que eles se dirigem às pessoas e porque é lá que elas existem, então é também lá que esses investimentos ou serviços deverão estar, ou seja: Desprotege-se o interior nada se investindo de modo a privilegiar a fixação das pessoas, como sejam em bons cuidados de saúde, boa administração pública, vias de comunicação que o liguem a todo o litoral e a deslocação de grandes investimentos produtivos e potenciadores de criação de postos de trabalho, etc. Ou seja, tudo isto é dirigido para o litoral repleto de gente e nada se faz para que essa gente se desloque para o interior onde lhe fosse oferecido trabalho e qualidade de vida e assim se redistribuindo a população. Ou seja, se os grandes investimentos fossem dirigidos para o Interior as pessoas viriam atrás! Assim, continua-se a assistir a um crescimento desorganizado e desumanizado do litoral em prejuízo do Interior.
O novo aeroporto e o TGV (com investimentos absurdamente avultados?) são importantes para o País mas será que nesta fase do nosso crescimento são prioritários? Não haverá outras prioridades que passem por medidas que potenciem a colonização do interior, por exemplo? O Brasil, França, Espanha, Rússia, etc. construíram ou deslocaram (caso do Brasil) as suas capitais no interior (centro) do seu território. O nosso «melancolicamente» de vocação virada para o mar, continua de costas voltadas para o resto do país e só em anos de eleições aqui se deslocam (por enquanto? Enquanto houver eleitores!) os seus responsáveis mendigando votos para a sua eleição, mas só enquanto dura a festa (campanha) porque depois, não voltamos a ouvir falar deles, ou estarei errado? Ao longo das legislaturas quantos deputados eleitos pelo interior fizeram ouvir a sua voz na Assembleia da República, em defesa da região que os elegeu?
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Sem a definição de uma estratégia por parte da organização política e de um(a) candidato (a) com perfil adequado para a sua concretização tudo será feito ao acaso, ao sabor das circunstâncias do momento e nada mais!

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)O concelho do Sabugal, está já em plena campanha eleitoral para as autárquicas que hão-de acontecer no ano de 2009, talvez no mês de Novembro. O PS já escolheu o seu candidato e fez questão de tornar público o seu nome – António Dionízio, chefe de finanças do mesmo concelho que aproveito, daqui, para o saudar e desejar-lhe sorte nesta sua nova missão. Os restantes partidos da praça – PSD, CDS, PCP e talvez outros (?) estão à procura de um (a) candidato (a) para encabeçar as suas listas à autarquia. Para ajudar a encontrar o (a) candidato (a) ideal, permitam-me, que a partir deste espaço de divulgação lançar um repto aos partidos que ainda não têm candidato (a) para que lancem um anúncio nos órgãos de comunicação social divulgando o perfil que pretendem para o seu (sua) candidato (a) a candidato (a). Assim propunha, a bem do futuro do concelho, o seguinte texto:

«PROCURA-SE candidato(a) a candidato (a) com o seguinte perfil: Homem ou mulher ambicioso (a) e empreendedor(a). O (A) candidato (a) a candidato (a) deverá definir clara e inequivocamente qual seria, em caso de vitória: A sua Missão ou seja o que pretende proporcionar aos seus munícipes; Os Valores pelos quais irá reger-se durante o exercício do seu mandato; Qual é a sua Visão ou seja, no final do seu mandato como deseja ver o concelho que governou e foi seu principal responsável e, por último, qual a sua Estratégia para realizar tudo aquilo a que se propõe, isto é, quais serão os principais projectos em que vai assentar o seu mandato para realizar os seus objectivos. Para completar deverá também entregar, conjuntamente com as propostas referidas atrás, um “Curriculum Vitae” detalhado sobre qual foi o percurso da sua vida profissional e académica e ainda juntar uma relação das obras por si idealizadas e realizadas.»

Os partidos destinatários das propostas apresentadas pelos candidatos (as) a candidatos (as), teriam assim oportunidade de organizar uma lista onde os (as) candidatos (as) seriam relacionados (as) de acordo com as propostas apresentadas e de acordo com aquilo que eles (partidos) desejam dos (das) candidatos (as) a candidatos (as) a quem irão deixar os destinos de tão importante concelho.
A definição do perfil é, em meu entender, mais importante que o (a) candidato (a) a nomear. As organizações responsáveis têm obrigação de definir qual a sua estratégia para a região que servem e depois procurar o perfil do homem ou mulher que lhes dará garantias da sua concretização. Sem a definição de uma estratégia por parte da organização politica e de um (uma) candidato (a) com perfil adequado para a sua concretização tudo será feito ao acaso, ao sabor das circunstâncias do momento e nada mais!
O processo de escolha de um (uma) candidato (a) não pode fundar-se em «vingançazinhas» caseiras, de interesses pessoais e mesquinhos, do resultado de conversas de café ou ainda do lugar que provisoriamente o «presidenciavel» ocupa e das «influências» que pode mover a seu favor. Os responsáveis pela escolha de um (uma) candidato (a) são os primeiros responsáveis pelo sucesso ou insucesso do futuro gestor (a) local e isso deverá ter consequências no lugar que ocupam na organização. Senão, todo o processo de nomeação é uma farsa, o povo nunca lhe perdoará e não tardará a julgá-lo impiedosamente a si e depois à própria organização que nele confiou os seus destinos.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

O nosso concelho precisa de homens e mulheres com ambição bastante, para inventar projectos ambiciosos para este imenso território e para as pessoas que o habitam.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Depois de perder o medo (o meu medo?) retorno as minhas habituais crónicas às quartas–feiras, aqui no Blogue. Espero que a minha última crónica não tenha chocado alguém, e muito menos os meus amigos? A intenção não era essa!
Hoje apetece-me, enquanto não retomo a viagem pelas nossas aldeias, falar de «ambição». Sim, leram bem, de AMBIÇÃO! É que, ser ambicioso por muito que alguns nos queiram impingir, não é pecado? Antes pelo contrário: ser ambicioso é uma característica de quem luta «ambiciosamente» por ideais enquanto ser humano insatisfeito, sempre insatisfeito, infinitamente insatisfeito!… ou ambiciosamente luta por um ideal ou projecto que gostaria ver concretizado na sua aldeia, na sua freguesia ou mesmo no seu concelho? Enfim, ter projectos ambiciosos, significa que dentro de si existe aquela coisa, infelizmente, pouco comum, de querer mais e sempre mais, e concretiza esses seus projectos «ambiciosos» e, quando isso acontece, enche-se de alegria e orgulho! Encheu mais uma página do livro da sua vida quando chega ao fim e, logo (logo) outras se iniciarão e chegarão também ao fim com o mesmo fervor e dinamismo que das vezes anteriores, até que o livro, um dia, estará completo e descansará tranquilo debaixo do solo que antes tantas vezes trilhara!…
Quem ainda não saboreou o finalizar de um projecto que foi seu desde o início? Acho que afinal todos nós já criámos algo, enfim todos nós já inventámos e concretizamos um projecto. Mesmo que aos olhos de estranhos pouca importância tivesse! Mas criámos e isso é que interessa. Porém, não é dessa criação que quero falar: O que eu que falar é de criar «ambiciosamente», ou seja, meter ombros a um projecto por si inventado, que só ele lhe imagina o fim, concretiza-o e depois deixa-o, logo que este atinja a idade adulta e já em plenas funções que lhe foram inventadas pelo seu criador.
O nosso concelho precisa de homens e mulheres com ambição bastante para inventar projectos ambiciosos para este imenso território e para as pessoas que o habitam. Projectos ambiciosos que permitam desenvolvimento sustentado e bem-estar social. Projectos capazes de dotar esta região de infra-estruturas adequadas ao seu desenvolvimento «ambicioso»; combater a desertificação e o envelhecimento da população e ao mesmo tempo preservando o ambiente como um património inalienável. Isto é, tornar o concelho num lugar atractivo para viver e trabalhar.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Quem se esconde por detrás dos seus medos, não merece a compaixão da sociedade. Ou quem se esconde no silêncio das suas ideias (?) não merece o reconhecimento de alguém e atrevo-me a chamar-lhe egoísta por não as compartilhar com os demais!

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Após um prolongado interregno, volto ao convívio dos «bloguistas» do Capeia. Não vou aqui, em delongas, dizer as razões deste meu silêncio. Acho, em última análise, que todos temos o direito ao silêncio, à meditação e porque não, até à tão indesejada preguiça?
Uma pausa no nosso quotidiano faz-nos bem: seja para simplesmente mudar de ares, ou para gozar umas pequenas férias, ou para olharmos a reacção de quem nos habituou com a sua companhia de leitor, ou daqueles que nos criticam sem nunca nos terem lido ou ouvido, ou até para meditarmos sobre o caminho percorrido e do caminho que faltou percorrer, ou dos atalhos que trilhamos e das pedras que se nos atravessaram à nossa frente, ou do «ambiente» que nos cerca e das razões da sua existência, ou daquilo que dissemos e daquilo que deixamos de dizer, ou do modo como agimos e dos resultados obtidos desse comportamento, ou da forma como somos tratados e de como gostaríamos de o ter sido, ou da forma como somos olhados e da maneira que gostaríamos de sê-lo. Enfim, uma pausa serve para muita coisa ou até para nada. Serve pelo menos para quebrar uma rotina e esta é inimiga da meditação profunda. O hábito torna as pessoas prisioneiras da rotina. O silêncio refina os hábitos passados e sobre os futuros exige-se outro trato até que de repente se regressa e voltará tudo a ser rotina.
A coragem de escrever e de expor as suas ideias, de dar conselhos, de inventar soluções, de projectar o futuro, de ter projectos, de ter ideias, de não ter medo da crítica, de não ter medo de ser falado, de não ter medo de perder pontos, de não ter medo de ser reconhecido no passeio, de não ter medo de ser visto seja com quem for, de não ter medo de expressar-se, de não ter medo de cometer erros de escrita, de não ter medo de perder oportunidades, de não ter medo de criar inimizades pela exposição da sua opinião, de não ter medo de ficar sozinho, de não ter medo que zombem de si, de não ter medo de ser comentado na praça pública, de não ter medo de ser visto na companhia dos seus amigos, de não ter medo de gostar das pessoas que o estimam, de não ter medo de visitar os amigos e da tradicional fotografia, de não ter medo de saborear um «pitéu» ou uma bela «cervejola» na companhia de quem se gosta, de não ter medo do medo de ser reconhecido como pertença de alguma ideologia, de não ter medo de expor as suas convicções políticas, de não ter medo do trabalho, de não ter medo de quem não nos ouve, de não ter medo dos nossos adversários, de não ter medo da crítica, enfim! Não ter medo do medo!
A nossa passagem, tem que ter um sentido, uma direcção e isso implica correr riscos. Não podemos querer agradar a gregos e a troianos. Somos aquilo que somos e é isso que devemos mostrar a toda a gente sem receios de uma eventual crítica. Quem se esconde por detrás dos seus medos, não merece a compaixão da sociedade. Ou quem se esconde no silêncio das suas ideias (?) não merece o reconhecimento de alguém e atrevo-me a chamar-lhe egoísta por não as compartilhar com os demais. Ou então será legítimo pensarmos que de ideias estará vazio? Podemos não agradar a todos mas só com a divulgação dos nossos ideais, dos nossos projectos, dos nossos sonhos, das nossas propostas poderemos ser julgados. E quem ousa não ser criticado?
Termino esta minha «Ideias soltas» com uma proposta: Arrisquem-se a divulgar as vossas ideias e os projectos por que lutam. Compartilhem-nas, sejam corajosos! Não tenham medo do medo!
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Este homem, se fosse tão bom treinador de futebol, como o é na arte política, teria um «caché» invejável e atrevia-me a classificá-lo de «number one» no «ranking» dos autarcas do nosso concelho e quiçá dos melhores do nosso País.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Se me for permitido usar a expressão «missionário» usá-la-ei para apelidar um homem, que dedicou uma grande parte da sua vida, servindo a causa autárquica e ao serviço do seu povo: Ajudando-o, colocando todo o seu saber e, por que não dizê-lo, influência pessoal e política para trazer para a sua terra tudo o que é possível trazer para desenvolver toda a actividade cultural, turística e económica da sua terra. Está na política activa, vai para três décadas e não espera (nem pensa) deixar tão cedo esta actividade. Exerce-a não porque dela precise para daí retirar qualquer proveito financeiro, disso tenho a certeza! Exerce-a como um sacerdote ou melhor como um «missionário» exerce a sua actividade ao serviço dos outros, sem qualquer interesse financeiro. Este homem, de que tenho vindo a referir-me é, como não podia deixar de ser, o Professor José Manuel.
É um político reivindicativo. Usa todos os argumentos ao seu dispor para conseguir travar o isolamento da aldeia. É que, diz-me: «Não haveria foz do Côa se não houvesse nascente, e esta temo-la nós?» E prossegue o professor: «Esta terra fica no calcanhar do mundo», ou mais correntemente «no cu de judas» – Ninguém vem aqui de passagem para uma grande cidade. Quem aqui vem, vem porque quer! Vem de propósito.
José Manuel Campos e Joaquim Ricardo nos FóiosCom o seu trabalho tem conseguido manter, há mais de três décadas, uma população de quatro centenas de habitantes, desafiando assim a lógica instalada no interior do nosso país, que luta desesperadamente contra a desertificação das suas aldeias. Ali, nos Fóios, sente-se muita actividade económica, cultural e turística.
Em termos turísticos mantém com os seus vizinhos espanhóis um relacionamento «irmão» com visitas ao lado de cá com muita frequência e possibilita aos três restaurantes ali instalados a confecção de centena e meia de refeições só aos Domingos que fazem inveja aos da cidade do Sabugal, sede do concelho.
Em termos culturais, mantém durante todo o ano um invejável cartaz de iniciativas, que vão desde palestras com escritores do concelho; serões com peças de teatro; cinema e outras que mantêm a aldeia viva. E, claro, no Verão são já célebres as «capeias» e as «largadas» de toiros ali realizadas.
A actividade ligada à terra é também muito intensa. Nos pastos do baldio, pastam cerca de 400 cabeças de vacas, cujos proprietários para ali as deixam à sua mercê! O número de cabeças de cabras é de mais de 200 e são responsáveis pela produção de um delicioso queijo que, a par da produção de 200 toneladas de castanha permitirá, para breve a criação de uma espécie de cooperativa local para regular e facilitar a sua comercialização – assegura-me o professor, como sendo este um dos seus próximos sonhos a realizar. Por outro lado, pretende construir uma pequena barragem, num afluente do rio Côa, para poder regular o seu caudal e assim acudir à produção de trutas, pois na estação do Verão por vezes a água no rio escasseia – prossegue.
Enfim, os projectos para a aldeia desenvolvem-se na cabeça deste autarca a um ritmo alucinante e ainda não tem terminado um, já outro tem início. Este homem, se fosse tão bom treinador de futebol, como o é na arte política, teria um «caché» invejável e atrevia-me a classificá-lo de «number one» no ranking dos autarcas do nosso concelho e quiçá dos melhores do nosso País.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

É urgente que a zona urbana da cidade do Sabugal seja alargada para sul e compreenda naturalmente a freguesia de Aldeia de Santo António e até mesmo a freguesia de Quintas de São Bartolomeu.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Continuando a viagem pelas aldeias do concelho do Sabugal, cabe hoje analisar a freguesia que partilha com a sede do concelho uma fronteira comum e um limite natural como é o rio Côa – Aldeia de Santo António, ou a «Freguesia», como carinhosamente é ainda conhecida pelos vizinhos sabugalenses.
As actuais duas freguesias não se limitam somente a partilhar «o risco» no mapa dos limites legais das duas freguesias. Essa partilha é também de espaço que pertence ao território da «Freguesia», como são os casos do Santuário de Nossa Senhora da Graça, cuja administração e veneração é feita pela população dos vizinhos, sabugalenses; Do grande lago e reservatório de água – a Barragem da Senhora da Graça, que abastece o regadio da Cova da Beira e as populações situadas nas cidades vizinhas, através da empresa «Águas do Zêzere e Côa»; O rio Côa com vegetação verdejante dos dois lados das suas margens e por último e em termos políticos partilham também o eleitorado residente na «Freguesia», nos bairros da Ponte, Poldras, S. Pedro, etc., cujos votos são distribuídos para ambas as autarquias locais – freguesias de Sabugal e Aldeia de Santo António. Aliás para quem percorre a estrada nacional nos sentidos Guarda-Sabugal ou Castelo Branco-Sabugal, depara em território ainda pertencente à «Freguesia» com a indicação de que está entrando na cidade do Sabugal.
Pelo exposto, são muitos os pontos comuns e partilhados «amigável e silenciosamente» por ambas as populações residentes nos dois lados do rio. Entretanto, a Junta de Freguesia de Aldeia de Santo António «marcou» bem o seu território, ao construir no caminho de Nossa Senhora da Graça, instalações que abrem portas para as eleições locais e nacionais e onde se realizam, no seu amplo salão, grandes convívios frequentados tanto pelos habitantes de um, como do outro lado do rio – fronteira natural destas populações.
A cidade do Sabugal, tem dentro das suas fronteiras um território e um número de população irrisório, face à realidade nacional, que a torna, quiçá, a mais pequena, tanto em território como em número de habitantes. Por outro lado a cidade tem necessidade de se expandir e naturalmente o sentido dessa expansão é para o lado da «Freguesia», pois é neste território onde já existem pontos claros e naturais de partilha: O curso de água existente – o rio Côa, que carece de ser explorado com zonas de lazer e espaços verdes nos dois lados das suas margens, para promover a qualidade de vida e bem – estar da população local; A Barragem de Nossa Senhora da Graça, lugar que merece um equipamento turístico, que sirva de apoio às actividades de pesca, motonáutica, campismo e caravanismo, etc. Em termos políticos – a partilha de votos e em termos religiosos – a partilha do Santuário de Nossa Senhora da Graça.
Por tudo quanto ficou exposto resulta que é urgente que a zona urbana da cidade do Sabugal seja alargada e compreenda naturalmente a freguesia de Aldeia de Santo António e até mesmo a freguesia de Quintas de São Bartolomeu. Assim se criariam condições para desenvolver projectos mais abrangentes e de outro tamanho; Evitar-se-ia algum atrito injustificado que ainda persista entre as duas populações e naturalmente e dentro do espaço urbano sabugalense caibam todas as infraestruturas que criem desenvolvimento à cidade como, por exemplo, as novas zonas industriais, que se estão a projectar no lugar do alto do Espinhal, com a abertura da via que irá ligar à A23.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Fala-se abundantemente da falta de motivos importantes no Sabugal que motivem e tragam ao concelho pessoas de outras localidades, combatendo a desertificação da região. Ora, aqui está um bom motivo que, com outros existentes mas ainda por explorar, poderão contribuir para a vinda ao concelho de gentes de outras regiões.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Custa-me, sinceramente deixar um tema para trás sem ter a certeza que esgotei todo o seu conteúdo. Julgo portanto, não maçar os nossos leitores se voltar a escrever sobre a presença de povos que em tempos remotos passearam pela região de que sou natural e deixaram vestígios seus muito fortes, que teimam em permanecer, pese embora os responsáveis locais nada tenham feito para preservar o seu legado. E, mais grave ainda é o facto de apesar da sua obrigação em guardar a nossa história, ainda a destruíram! É preciso não ter qualquer sentimento ou amor à história a que estamos ligados. E foi o que fizeram os nossos responsáveis autárquicos!
Mas quer queiram, quer não, a aldeia dos Amiais, da freguesia de Aldeia de Santo António está e estará sempre ligada a povos remotos que a ocuparam e deixaram as suas marcas que atestam bem essa sua passagem.
Há duas semanas deixei aqui o meu testemunho de um possível povoado lusitano, situado no cume de um cabeço, povoado por carvalhos, cobertos de fungos brancos, de baixa altura, por causa, diz-se, «daquilo que se encontra lá por baixo!» ainda por estudar – «a moita – cabeça». Este monte, situa-se a Sul da dita povoação, da freguesia de Aldeia de Santo António e hoje, apresento algumas fotografias onde é possível verificar a forma circular do relevo ali existente.
Mas há outros sinais que testam a presença desses povos antigos e nossos conterrâneos: Primeiros os lusitanos, seguindo-se os romanos e agora nós. Próximo do lugar onde foi feita a exploração de água que ainda abastece parte da bonita cidade do Sabugal, muito próximo do pretenso «povoado lusitano», existia uma fonte romana, entretanto subterrada, sem dó nem piedade, pela autarquia do Sabugal aquando dos trabalhos de abastecimento de água. E também a calçada romana, foi entretanto coberta por cascalho e outros produtos para permitir a passagem de carros de bois único meio de transporte dos produtos agrícolas, outrora abundantes naquele local. No extremo norte à povoação, junto ao actual tanque público de lavagem de roupa e à actual fonte de mergulho (erradamente chamada de romana) também ali existiu, no final de uma regadeira, na esquina com uma edificação em pedra uma outra fonte, essa sim, romana que já foi «destapada» em tempos de muita seca para matar a sede à população pois a actual secara completamente, segundo me assegurou a D. Virgínia, uma jovem senhora com 83 anos de idade, segurando o seu cajado, fiel amigo de alguns tempos que a ajuda a manter um pouquinho mais direita.
AmiaisPor outro lado, existe um caminho que era muito procurado e utilizado pela população, pois era a aquele que permitia chegar mais depressa à sede da freguesia na altura, a bonita aldeia de Urgueira e que por isso tomou o seu nome: caminho da Urgueira. Tem o seu início na estrada nacional – Sabugal – Terreiro das Bruxas, passa junto à moita – cabeça e depois junto a outro achado arqueológico já próximo de Aldeia de Santo António – as sepulturas romanas. Este caminho actualmente não está transitável pois no seu seio cresceram carvalhos e são muitas as pedras que o tornam irreconhecível. Parte dele, encontra-se até tapado com uma cancela, para guarda do gado que por lá passava. Era urgente a limpeza deste trajecto, pois para além de ter grande utilidade, serviria para o acesso ao povoado lusitano e por isso um lugar de passagem obrigatória para quem se interessa pelo passado. As sepulturas romanas, as que restam, encontram-se em bom estado de conservação, conforme se pode observar pelas fotografias que aqui deixo. Estes monumentos romanos de que restam apenas três eram muitas mais. As restantes foram destruídas, na exploração da rocha onde se encontravam, para construção de casas em Aldeia de Santo António, como me foi dito pela Sra D. Virgínia, dos Amiais, que era a proprietária daquele lugar e o doou à Junta de Freguesia.
Por tudo quanto ficou aqui dito, é urgente que as autoridades locais, a Câmara e os seus serviços de arqueologia, reparem o mal que fizeram ao património arqueológico ali existente: Destruição ou ocultação de fontes e calçada romanas, Iniciar a exploração arqueológica do povoado previsivelmente existente no cume da moita-cabeça e reparar o caminho antigo da Urgueira para permitir a visita aos locais indicados como de interesse histórico. Assim reparar-se-ia a injustiça praticada a este povo – Amiais, quando lhe retiraram compulsivamente toda a sua abundante água ali existente para bem e comodidade exclusiva das pessoas que habitam a cidade.
Fala-se abundantemente da falta de motivos importantes no Sabugal que motivem e tragam ao concelho pessoas de outras localidades, combatendo a desertificação da região. Ora aqui está um bom motivo que, com outros existentes mas ainda por explorar, poderão contribuir para a vinda ao concelho de gentes de outras regiões. É urgente explorar todos os recursos existentes! Não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar oportunidades?
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Inicio esta crónica, com este legado histórico, escrito no local pelo nosso saudoso e grande escritor português, também amigo de Sortelha, gravada sobre uma folha de bronze e colocada no edifício da Escola desta bonita aldeia histórica.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)«Sortelha, 21 de Agosto de 1977 – O que mais me dói na pátria é não haver correspondência no espírito dos portugueses entre o seu passado e o seu presente. Cada monumento que o acaso preservou inteiro ou mutilado – castelo, pelourinho, igreja, solar ou simples fontanário – é para todos nós uma sobrevivência insólita, que teima em durar e em que ninguém se reconhece. Olhamos os testemunhos da nossa identidade como trastes velhos, sem préstimo, que apenas atravancam o quotidiano. Que memória individual ou colectiva se relembra nesta crónica ameada?» (Miguel Torga)

«O dia de Miguel Torga» – 12 de Agosto, lembrança do Professor José Cymbron, pretende celebrar, em várias partes do País, a data do seu nascimento, que este ano comemora 100 anos. E, no ano da inauguração deste evento caberá a esta jóia da beira organizar e receber todos os amigos do poeta.
A conversa, com o meu grande amigo de infância Luís Paulo na sua loja dedicada a produtos regionais, artesanato e velharias esteve animada e foi ocasião para reviver os anos de juventude onde recordamos os bailaricos ao som do acordeão manuseado habilmente pelo Sr. César, também ele natural de Sortelha ou pelo Sr. Agostinho, da Azenha. Mas, sem demora, o assunto da conversa alterou-se naturalmente e claro, como Presidente da Junta de Freguesia e grande dinamizador do turismo desta aldeia foi pouco a pouco (porque por aqui o tempo corre devagar) enumerando os principais projectos que tem em mente e dos problemas que assolam a sua freguesia.
A sede do extinguido concelho em 1855 – o de Sortelha – tem no turismo a sua principal actividade. Com efeito, a antiga vila fervilha de actividades ligadas ao turismo, sendo o artesanato, a restauração e o turismo de habitação as que mais se destacam. Aos fins-de-semana, em especial, os restaurantes e as lojas ligadas ao artesanato enchem-se de visitantes e a aldeia transforma-se em grande azáfama. Porém e como fez questão em destacar, é urgente a instalação de um posto de «Multibanco» pois por vezes não se faz negócio por falta de dinheiro vivo e o abastecimento deste precioso bem, fica a mais de 12 quilómetros, na sede do actual concelho, na cidade do Sabugal. Fizeram-se já algumas diligências junto de entidades financeiras instaladas na sede do concelho, mas até agora resultaram infrutíferas.
A conversa estava animada mas de repente, com uma alegria contagiante estampada no brilho dos seus olhos saltou do «mocho» onde se encontrava sentado para me dizer que no próximo dia 5 de Julho irá realizar-se naquela vila e no percurso que a liga à Estrada Nacional, Sabugal-Caria, uma corrida de carros da marca «Porsche» e em Setembro haverá uma concentração nacional também daquela prestigiada marca automóvel.
Por outro lado e como é do conhecimento geral, Sortelha faz parte das doze aldeias históricas de Portugal, única escolhida no concelho de que faz parte, posicionando-se num honroso segundo lugar do conjunto destas aldeias, em número de visitantes, contando-se no ano transacto com mais de 80 000. Este conjunto de aldeias constituíram-se em associação, tendo sede móvel, cabendo a Castelo Rodrigo a inauguração dessa rotatividade.
Aldeia Histórica de SortelhaApesar da aldeia ser líder na actividade turística sofre como as demais do concelho do problema da falta de ligação aos principais eixos rodoviários. A ligação à A23, em via rápida, ao território do concelho, num traçado que teria início em Caria e daí em direcção à fronteira de Vilar Formoso, passando junto às localidades de Casteleiro, Santo Estêvão e sede do concelho iria potenciar o desenvolvimento destas aldeias e o turismo de Sortelha. A ligação que se encontra projectada pouco irá beneficiar a maior parte do concelho e a sua concretização será difícil já que envolve outra entidade (Câmara de Belmonte), que suportarão custos no seu território e nada irão beneficiar com esse traçado. Por outro lado (pasme-se!) para quem vem na A23, não tem qualquer placa indicativa da aldeia histórica mais visitada de Portugal? Têm-se feito algumas diligências para colocar sinalização adequada mas esbarra-se na teia burocrática das entidades competentes. Mas a luta vai continuar?
As já célebres «Águas Radium» e os seus cerca de 30 hectares de terras circundantes, em ruínas desde que abandonadas pelos antigos proprietários ingleses que as deixaram vender em leilão, por «tota-e-meia» continuam à espera de investidor abastado para ali fazer algo que traga à região os tão desejados postos de trabalho. Fala-se agora de um grupo de chineses que estará interessado naquele local para ali instalar um grande negócio – não se sabe ainda qual?
Por último falou-se da desertificação já que esta Aldeia não foge ao problema geral que afecta todo o concelho e também a região. É um problema cuja resolução, passará por um esforço nacional na tomada de politicas que visem minorar o problema e não agravá-lo. Concordámos ambos que muitos dos seus habitantes que deixaram estas terras em busca de melhores condições de vida, rumo à Europa, principalmente França e Alemanha ou rumo ao litoral português, principalmente Lisboa, agora reformados, facilmente regressariam às suas origens se o sector da saúde fosse eficiente, pois o que principalmente prende ainda aos locais de acolhimento é o sistema de saúde. Se nas suas terras de origem tivessem disponíveis os mesmos serviços regressariam certamente e então povoariam novamente as nossas aldeias e o comércio e a indústria regressariam também em força. Temos assistido ultimamente ao desmantelamento das poucas e precárias unidades de saúde existentes e em troca o governo oferece às empresas que aqui se instalam, benefícios fiscais que se traduzem na redução da taxa de IRC, isto é. Tiram-nos o pouco de bom que tínhamos e para nos calarem adoçam-nos a boca com benefícios fiscais? Política errada! Ao invés se criassem condições óptimas nos cuidados de saúde, muitos dos seus habitantes regressariam às suas terras de origem e as empresas instalar-se-iam na mesma pois os benefícios fiscais concedidos não resultaram pois não são determinantes! Afinal onde se instalaram recentemente grandes empresas multinacionais, como é o caso da IKEA e outras?
Por tudo quanto foi dito, conclui-se que Sortelha está viva e recomenda-se a sua visita. É a rainha do turismo concelhio e das aldeias históricas portuguesas merecendo, portanto, toda a atenção dos responsáveis autárquicos que deverão investir os adequados recursos financeiros para melhorar a qualidade do serviço prestado pelo sector comercial local, através da promoção de cursos de formação e o desbloqueamento de algumas burocracias conducentes à instalação de adequados meios de pagamento, como é o caso do Multibanco. Por outro lado, as grandes vias rodoviárias, passam-lhe longe e no local mais próximo que é Caria, nem sequer existe sinalização adequada indicando a sua direcção, pelo que não será difícil a autarquia conseguir-lhe também esta benesse, ajudando a desbloquear os obstáculos burocráticos? Por último e globalmente, a autarquia deverá sensibilizar o governo central para garantir a qualidade nos cuidados de saúde no concelho, tendo em vista o regresso de antigos residentes e combater, assim, o fenómeno da desertificação.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

As funcionárias vestidas a rigor com o novo equipamento, não esqueceram o sorriso, a disponibilidade e a simpatia para com todos os presentes e que, felizmente para a instituição, já se vai tornando habitual e até uma «marca»!

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)No passado dia 21 de Março, a Liga dos Amigos de Aldeia de Santo António apresentou aos seus mais directos colaboradores as novas instalações a funcionar desde então na Rua dos Amigos, em Aldeia de Santo António – Direcção, Assembleia Geral, Conselho Fiscal, trabalhadores e utentes da valência de Apoio Domiciliário. Foi um dia de festa onde, para além de se fazer um ponto de situação da construção, se lembrou a todos, quanto tem sido enorme a dedicação e o esforço para se chegar a este ponto. As funcionárias vestidas a rigor com o novo equipamento, não esqueceram o sorriso, a disponibilidade e a simpatia para com todos os presentes e que, felizmente para a instituição, já se vai tornando habitual e até uma «marca»! Os utentes ficaram maravilhados com o que viram e a sua alegria encheu de orgulho os membros da direcção e recompensados pelo esforço dispendido.
Pela tarde e já no seu bem apetrechado auditório, foram lembrados os custos actuais do empreendimento, que se aproximam já do milhão de euros e destes só cerca de metade estão cobertos pelo financiamento contraído junto da Caixa Geral de Depósitos, os restantes foram já pagos. Depois, foi exibido um filme sobre a «Vida e morte de Jesus Cristo» – comemorando o dia de Sexta-Feira Santa, que foi um êxito.
Durante o mês de Maio abre o Lar Residencial, com 14 quartos, sendo sete duplos e outros tantos individuais, para 21 utentes. Neste momento já se encontram a decorrer as inscrições e são já muitos os pretendentes que deram já o seu nome. Os preços a praticar no Lar e a cargo do utente serão calculados de acordo com o montante dos seus rendimentos e estão de acordo com os praticados na maioria dos lares da região.
Para além do Lar Residencial, a Liga está também a receber inscrições para o Centro de Dia, com capacidade para 15 utentes com transporte diário a casa e serviço de lavagem e tratamento de roupa.
A valência de Apoio Domiciliário foi objecto de um grande investimento, cerca de cinco mil euros, com a aquisição de termos modernos para transporte e conservação da alimentação. Agora, nesta valência o serviço será ainda de maior qualidade, para conforto e prazer de todos os seus utentes.
Dentro em breve abre uma nova frente, nas actividades da LIGA: as já célebres caminhadas com almoço-convívio no final e cuja participação estará aberta a todos os que queiram passar um dia diferente!
É com muito gosto que aqui deixo o meu testemunho. Afinal, no Sabugal, está a nascer uma unidade que, estou certo, será uma referência na prestação de cuidados à população sénior desta região e que deita por terra, mais uma vez, a tese de que no concelho se tem uma das mais baixas taxas de qualidade de vida do país! Convido a quem tiver dúvidas, que visite esta unidade.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

As suas características assemelham-se a «castros» habitados por povos lusitanos, da idade do Bronze, cerca de 1000 anos a.C. Com efeito, estes antigos povoados eram estrategicamente implantados a grandes altitudes, privilegiando as boas condições naturais de defesa, próximos de linhas de água e os seus habitantes dedicavam-se à agricultura e pastorícia.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Moita – cabeço é o lugar onde, segundo a lenda, existe um «tear de ouro» enterrado e de onde nas noites de lua cheia, descem os seus habitantes para lavarem o linho, junto à fonte romana, entretanto subterrada aquando da exploração da água que abastece a cidade do Sabugal.
Moita – cabeço situa-se bem no cume de um monte, onde abunda o carvalho rasteiro – moitas, típicas daquele lugar. Aquelas terras pertencem a gentes da pequena aldeia de Ameais, povoação que pertence à freguesia de Aldeia de Santo António, concelho do Sabugal. Esta aldeia fora noutros tempos muito populosa e os seus habitantes possuíam muitas terras.
Segundo se diz na aldeia, a sua vizinha aldeia de Alagoas, situada mais a Sul, bem no pico de um monte, a cerca de 1700 metros de altitude, virada a norte, do outro lado da «moita-cabeça», também da freguesia de Aldeia de Santo António foi fundada por gentes, muitas delas antigos serviçais, oriundas da sua vizinha e irmã aldeia, fruto da aquisição de terras pertencentes aos abastados senhores. Quem percorre os prados situados junto à aldeia de Ameais, facilmente se apercebe das excelentes qualidades dos seus terrenos, óptimos para a prática da agricultura – terrenos planos, com água abundante e de fácil utilização pois ela escorre facilmente ao longo deles.
Para quem não conhece o local objecto do presente tema, aqui deixo um possível trajecto: Quem sai do Sabugal e atravessa a ponte construída pelo Rei Lavrador, que também construiu o Castelo, (tudo numa noite e não fazendo mais porque não quis?), entra-se logo em terras da «Freguesia», nome dado pelos habitantes do burgo às gentes do outro lado do rio – Aldeia de Santo António.
Seguindo, já em terras da «Aldeia», vira-se logo à esquerda em direcção a Castelo Branco e decorridos cerca de 250 metros e numa curva bem apertada, à direita, toma-se a direcção da sede da freguesia, Aldeia de Santo António que dista a pouco mais de 4 quilómetros. Entra-se na aldeia, virando à esquerda na primeira placa que se encontra com aquele nome. Segue-se em direcção ao centro e procure-se a placa indicativa de Ameais. Encontrará, logo à saída da aldeia, à direita, uma fonte com água corrente, e do mesmo lado avistará a sede social da Liga dos Amigos. Depois e continuando em direcção a aldeia de Ameiais, encontrará uma placa com a indicação de «Sepulturas Romanas», local de visita obrigatória, em caminho de terra batida – este é o antigo caminho da Urgueira (antiga sede de Freguesia – contemporânea do concelho de Sortelha), que vai dar lá bem no alto, à actual estrada nacional, Sabugal – Castelo Branco. Não muito longe – cerca de 500 metros, estaremos frente ao local onde, bem no seu cume, se situa (julga-se? Pois não conheço nenhuma prova ou pesquisa arqueológica) um «Castro», em forma circular, que se crê remontar ao tempo dos lusitanos.
Visitei o local e constatei, no cume do cabeço, uma grande elevação de terreno, em forma de círculo, com um raio de cerca de 60 metros. Não fiz qualquer pesquisa no terreno porque não possuo quaisquer conhecimentos de arqueologia. Mas pesquisando sobre o tema, constata-se que as suas características se assemelham a castros habitados por povos lusitanos, na idade do Bronze, cerca de 1000 anos a.C. Com efeito, estes antigos povoados eram estrategicamente implantados a grandes altitudes, privilegiando as boas condições naturais de defesa, próximos de linhas de água e os seus habitantes dedicavam-se à agricultura e pastorícia. Ora, o local visitado – a «Moita–Cabeço» –, possui todas estas características: Está estrategicamente situado no cume de um monte de elevada altitude, sendo o maior daquele local, e no supé encontramos água abundante e terrenos férteis. Por tudo isto, entendo que o local merece ser visitado e analisado cuidadosamente por especialistas do ramo da arqueologia.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

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Promover a fixação de novos residentes de molde a travar o fenómeno da desertificação, através da criação de postos de trabalho, deverá ser o principal objectivo estratégico dos responsáveis autárquicos.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Nos termos da Constituição da República Portuguesa, versão de 2005, art. 235º, n.º 2, «As autarquias locais são pessoas colectivas territoriais dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas».
Como já tivemos ocasião de deixar escrito as entidades com maior interesse e poder de influência sobre os destinos da região são a própria autarquia e o governo, pois são eles que determinam e controlam as medidas a adoptar para o seu desenvolvimento e têm os recursos financeiros necessários. Numa segunda linha, surgem a população local, as instituições e os comerciantes, estes com um elevado interesse mas com pouco poder.
Por outro lado, conclui-se da análise «SWOT», como elementos claramente potenciadores de oportunidades e inibidores de ameaças, as actividades relacionadas com a agro-pecuária, a floresta, a construção civil e os serviços de apoio à terceira idade. Ao invés, a desertificação, a falta de vias de comunicação e a inexistência de recursos naturais no subsolo, são os pontos fracos que mais potenciam as ameaças e mais inibem o aproveitamento das oportunidades.
Pelo exposto, o objectivo estratégico principal para o concelho, passará por aproveitar as potencialidades ligadas às actividades supra referidas e providenciar a abertura de vias de comunicação, ligando a região aos principais eixos rodoviários nacionais e europeus tendo em vista encurtar as distâncias que a separam dos grandes centros urbanos dos dois lados da fronteira.
Para a satisfação dos novos habitantes é fundamentalmente necessário criar atractivos que satisfaçam os seus legítimos interesses financeiros e de bem-estar social. Por outro lado os potenciais novos investidores vão querer respostas céleres e isentas de burocracias para instalarem as suas unidades industriais no território. Neste particular, caberá aos responsáveis autárquicos fazerem os adequados investimentos na aquisição ou construção de instalações prontas a serem ocupadas por essas unidades, em zona industrial devidamente infra-estruturada, fazendo-se substituir perante a instituição financiadora, logo que o investidor se instale. Para a população em geral é necessário criar condições que potenciem o seu bem-estar. Seria louvável que os responsáveis autárquicos, por exemplo, criassem zonas pedonais e circuitos para bicicleta, em todo o concelho, e muito especialmente junto aos cursos de água mas não só, para que a população as possa utilizar para melhorar a sua condição física e de saúde.
Pelo exposto conclui-se que, promover a fixação de novos residentes de molde a travar o fenómeno da desertificação, através da criação de postos de trabalho deverá ser o principal objectivo estratégico e estar sempre na primeira linha de orientação dos responsáveis autárquicos. É que ninguém muda de residência de ânimo leve! Para trás deixam-se familiares e amigos, costumes e tradições. Por isso só haverá fixação de novos residentes se obtiverem condições melhores que as que detinham anteriormente. Condições essas, que não se limitam à existência de um trabalho mas também às condições relacionadas com a habitação, aos equipamentos sociais públicos, rede viária e ainda pela obtenção de outros incentivos como sejam os ligados à natalidade, protecção da infância (creches) e à terceira idade e ainda os relacionados com o pagamento de impostos, etc.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Será neste cenário de forças, interesses e poderes; De pontos fracos e fortes ou de oportunidades e ameaças que se irá desenhar a formulação de uma estratégia de desenvolvimento para o concelho do Sabugal.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Para evidenciar os nossos «clientes», detentores de interesse e poder na nossa região, elaborámos o mapa de análise de stakeholders que conduziu à matriz infra (ver quadro).
Da aplicação dos critérios adoptados, resulta que a autarquia e o governo são quem tem maior interesse e poder de influência sobre a região, na medida em que determinam e controlam as medidas a adoptar para o seu desenvolvimento e têm os recursos financeiros necessários.

Joaquim Ricardo
Os serviços públicos, por seu lado, têm muito poder e pouco interesse no desenvolvimento da região. Têm poder porque no exercício da sua actividade podem ou não ser colaborantes com as forças locais. A título de exemplo pense-se no registo da propriedade: Se estes forem demasiado demorados e os executores não ajudarem a ultrapassar determinadas dificuldades burocráticas inibem os interessados em executar este tipo de registos ou deslocar-se-ão a outros serviços alternativos ou são obrigados a várias deslocações perdendo tempo e até “paciência”, resultando daí uma má imagem para a autarquia. Por outro lado, do desenvolvimento da região não usufruem directamente dos seus resultados.
As regiões vizinhas e os visitantes, são quem têm menor poder de intervenção e também quem menos beneficia com o desenvolvimento da região.
Por último e por estranho que pareça, quem mais interesse tem no desenvolvimento da região são a sua população local, as instituições e os comerciantes e industriais. E, na prática, estas forças pouco podem fazer para que o poder político leve a cabo medidas que lhes tragam bem-estar e conforto pessoal.
Será neste cenário de forças, interesses e poderes; De pontos fracos e fortes ou de oportunidades e ameaças que se irá desenhar a formulação de uma estratégia de desenvolvimento para o concelho do Sabugal.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

O desenvolvimento do concelho tem vários destinatários e interessados e dentro destes, o maior e mais importante é seguramente a sua população local.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)O desenvolvimento ou não de todo o território do concelho interage junto da população residente e das regiões vizinhas – nacionais e transnacionais e de diversas entidades de que se destacam:
– A população residente será sem dúvida a mais afectada pelo sucesso ou não de qualquer plano de desenvolvimento da região e será ela o motor que o levará a bom porto. Serão as forças vivas da região que determinarão a marcha dos projectos e será com elas que dialogarão os responsáveis locais e governamentais;
– Governantes do poder central, negociando a instalação de serviços e equipamentos que sejam alternativas ao êxodo para o litoral da população da região;
– As regiões vizinhas serão também chamadas a contribuir para a execução do plano traçado mas só o farão se beneficiarem directamente dos seus resultados. Por isso, torna-se imperioso e desde logo encetar contactos ao mais alto nível para poder envolvê-los no projecto, tornando-os parte interessada;
– Os responsáveis locais pelos serviços públicos – autarquia local, ensino, finanças, tribunal, conservadores civis e predial, notário e segurança social, não esquecendo as forças de segurança (GNR), e protecção civil (Bombeiros Voluntários), deverão ser chamados a intervir cada um na sua área por forma a evitar procedimentos burocráticos desnecessários e por outro a garantir o cumprimento da lei e segurança das pessoas e bens;
– Aos visitantes, proporcionando-lhes bem-estar e apetência para repetirem a visita e deste modo desenvolver a indústria da restauração e serviços a ela ligados;
– Aos comerciantes e industriais locais, incentivando-os a prestarem serviços de qualidade e a prestigiar a cordialidade própria da região e, deste modo, desenvolver as relações comerciais com o exterior;
– As instituições de solidariedade social, para que criem serviços que se pautem pela qualidade e conforto dos seus utentes, potenciando a vinda de população sénior de outras regiões.

Joaquim Ricardo
Pelo exposto, conclui-se que o desenvolvimento do concelho tem vários destinatários e interessados e dentro destes, o maior e mais importante é seguramente a sua população local.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Ninguém dá nada a ninguém e, sentados, aguardando a vinda do «Messias» que nos irá salvar da penúria não vai resultar! Importa dar o primeiro passo para que as coisas aconteçam. E como diz o velho ditado: «Não dês o peixe ao pescador, antes ensina-o a pescar.»

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Não obstante as ameaças mencionadas devemos centrar a nossa atenção nas oportunidades que temos ao nosso dispor, aproveitando-as racionalmente de molde a transformarmo-nos pró activos e não reactivos.
A política governamental para interior tem sido bastante positiva mas tímida e até paternalista, sendo insuficiente para provocar desenvolvimento sustentado. É que, se por um lado se anunciam medidas de incentivos fiscais, nomeadamente de redução de impostos para as empresas se fixarem no interior por outro, deslocam serviços públicos para o litoral como é o caso do anunciado encerramento de direcções regionais de finanças e até de serviços locais do mesmo ministério e não só, pois na agricultura, na justiça e noutros ministérios a política é semelhante. E não se vê um movimento inverso, ou seja, de deslocação de serviços ou equipamentos do litoral para o interior: Isto é, os grandes investimentos são feitos nas grandes metrópoles, Lisboa e Porto. Existe neste contexto um grande desafio (oportunidade) para os nossos governantes locais que é o de convencer o poder político central em desviar investimento significativo para o interior, descongestionando o litoral e, no nosso caso, lutar para que o Sabugal seja a região eleita.
A economia nacional, queremos crer, vai crescer mais que a média comunitária e é de prever que, por arrastamento, localmente siga a mesma trajectória. Por outro lado, os nossos vizinhos espanhóis não param de nos surpreender com o seu crescimento económico que é o maior ao nível comunitário. Há que estabelecer protocolos de cooperação com as autoridades locais raianas para que conjuntamente possamos trazer para a região investimentos ibéricos de molde a provocar desenvolvimento para ambos os lados.
Para além do exposto, temos a última oportunidade de nos podermos aproximar das restantes regiões, através do último Quadro de Referência Estratégico Nacional – QREN, que constitui um importante instrumento de aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal no período de 2007-2013. Há muito onde aplicar este dinheiro mas devemos afastarmo-nos de projectos de curta duração e de resultados duvidosos. É que não basta gastarmos o dinheiro, importa investi-lo bem e isso faz-se aplicando-o em acções cujos resultados perdurem por muito tempo.
Como vimos, temos ao nosso dispor algumas oportunidades que importa aproveitar e lutar por elas. Ninguém dá nada a ninguém e, sentados, aguardando a vinda do «Messias» que nos irá salvar da penúria não vai resultar! Importa dar o primeiro passo para que as coisas aconteçam. E como diz o velho ditado: «Não dês o peixe ao pescador, antes ensina-o a pescar.»

ANÁLISE SWOT
PONTOS FORTES
Agro-pecuária
Floresta
Construção
Serviços de apoio à 3.ª Idade
PONTOS FRACOS
Desertificação
Vias de comunicação
Recursos Naturais (subsolo)
AMEAÇAS
Alterações climatéricas
Crise energética
OPORTUNIDADES
Conjuntura económica nacional
Política governamental para o Interior
Quadro Comunitário Ajudas (QREN)

Da análise efectuada, os pontos fortes que mais potenciam as oportunidades e inibem as ameaças, são as actividades agro-pecuárias, desenvolvimento florestal e os serviços de apoio à 3.ª idade, enquanto o ponto fraco que mais potencia as ameaças e inibe as oportunidades, são as vias de comunicação.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Poderemos fazer algo para evitar que o fogo destrua a nossa floresta mas pouco poderemos fazer se a chuva escassear.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Nos pontos anteriores, analisamos os pontos fracos e os pontos fortes que condicionam ou potenciam o desenvolvimento do concelho. Porém, uma análise séria e prudente ficaria incompleta se não tivermos ainda em conta mais dois vectores: As ameaças e as oportunidades. O primeiro será responsável pelas forças que actuarão em sentido contrário aos pontos fortes – aspectos positivos e potenciadores de desenvolvimento já mencionados; e o segundo tem a ver com a maneira como os responsáveis autarcas aproveitam os recursos que são ou poderão ser colocados ao seu dispor para levar por diante os seus projectos.
Poderão constituir entraves ao desenvolvimento do concelho, muitos e variados factores. Destes, alguns são perfeitamente identificáveis e poderemos por isso fazer algo para eliminar ou minorar os seus efeitos. Mas haverá outros que estão fora do nosso controlo e por isso nada poderemos fazer.
As alterações climatéricas afectarão abundantemente o desenvolvimento da produção florestal e a agro-pecuária. Esta ameaça torna neutra a intervenção humana para a evitar. Com efeito, poderemos fazer algo para evitar que o fogo destrua a nossa floresta mas pouco poderemos fazer se a chuva escassear. O mesmo para as pastagens do gado: se não houver chuva…. Poderá estar comprometida a sua manutenção.
Uma eventual crise no sector dos petróleos e gás natural, energias não renováveis, influenciarão negativamente a evolução das economias nacional e europeia e quanto a este aspecto os responsáveis locais pouco ou nada poderão fazer. A não ser que se invista desde em energias renováveis, tanto quanto o seja possível fazer e assim evitar que uma crise naquele sector produza efeitos mais profundos.
Enfim, das ameaças ao projecto aqui desenvolvido, as referidas atrás serão determinantes para o seu êxito ou não. Convém desde já referir que a acontecerem tais «desgraças», afectarão todo o território nacional e, embora isso não nos console ou resolva o problema, contaremos com a solidariedade de toda a sociedade nacional, europeia e até mundial.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

O sector da prestação de serviços à população sénior, atingiu já níveis de empregabilidade importantes mas tem ainda um grande espaço para se desenvolver, nomeadamente apostando na qualidade dos serviços prestados e deste modo ser motivo para que utentes de outras regiões nos procurem.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)No sector terciário, o concelho do Sabugal tem como pontos fortes a desenvolver o turismo – histórico (aldeias históricas) e desportivo (caça e pesca) e os serviços relacionados com o apoio à terceira idade e ainda a organização de eventos.
O concelho possui um património histórico muito valioso e encontra-se em razoável estado de conservação, fruto da intervenção autárquica nos últimos anos. A rota das aldeias históricas e não só, poderiam constituir um motivo para trazer à região gente de todo o país. Porém, carece de medidas tendentes ao seu desenvolvimento, nomeadamente ao nível da divulgação e, neste particular a intervenção municipal tem um papel muito importante. Esta intervenção seria importante ao nível da organização de eventos de cariz histórico e teria como objectivo o de sensibilizar a vinda ao concelho de gentes de todos os pontos do país e muito particularmente da população sénior, que dispõe de tempo e dinheiro para este tipo de actividades.
O sector relacionado com a pesca e a caça desportiva deverá ser desenvolvido e apoiado, nomeadamente e também ao nível da divulgação e organização de eventos O rio côa e a barragem da Senhora da Graça seriam objecto de intervenção ao nível da preservação da qualidade da sua água de modo a que os seus habitantes – os peixes, se desenvolvam livres de quaisquer contaminação. O rio, habitat natural da tão divulgada truta do côa, seria objecto de intervenção da suas margens e abundantemente fiscalizadas para evitar que ali cheguem águas sem qualquer tratamento.
A barragem da Senhora da Graça para além do potencial para a pesca desportiva, seria também aproveitada para o desenvolvimento de desporto aquático e nas suas margens criar-se-ia um parque de campismo. Assim, retirar-se-ia algum aproveitamento daquele equipamento, construído na sua totalidade em território do concelho mas cujos beneficiários directos não são os seus habitantes – Rega e abastecimento de água.
As margens do rio côa, na zona urbana da cidade, seriam objecto de intervenção profunda com a finalidade de serem ali criados percursos pedestres e para velocípedes – cada vez mais aconselhadas para preservação da nossa saúde –, praias fluviais e outros motivos de diversão.
Os serviços relacionados com o apoio à população sénior são já importantes no concelho pelo elevado número de postos de trabalho directos e ainda pelo bem-estar proporcionado aos seus utentes. Este sector tem ainda grande espaço para se desenvolver, nomeadamente apostando na qualidade dos serviços prestados e deste modo ser motivo para que utentes de outras regiões nos procurem.
Pelo exposto, este sector de actividade não deverá ser negligenciado. É já uma das principais actividades do concelho e tem ainda grande espaço para se desenvolver e contribuir assim para o desenvolvimento e bem-estar do concelho. Por isso, apostar em iniciativas para o seu desenvolvimento serão bem-vindas.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Os granitos da nossa região são famosos e abundantes. A sua exploração e comercialização teriam um custo primário relativamente baixo e por isso competitivo nos mercados nacionais e internacionais.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)O concelho não tem nem nunca teve uma forte tradição neste sector de actividade económica. Apesar disso, é de salientar a existência de algumas unidades com alguma relevância económica e que tem contribuído positivamente para a fixação da população activa do concelho. E, sem querer desprezar outras pequenas industrias, destaco a têxtil com forte implantação na vila do Soito, que em muito tem contribuído para o seu desenvolvimento. Na própria cidade do Sabugal, assistiu-se recentemente ao nascer de algumas pequenas unidades ligadas a este ramo. Porém este sector tem uma forte componente de mão-de-obra e como tal foi fortemente prejudicada com a liberalização do comércio internacional e a consequente entrada de produtos oriundos de países cujo preço do «braço humano» é quase gratuito, quando comparado com os praticados em países desenvolvidos.
O fabrico de móveis deverá contar como fonte de alimentação em matérias-primas a madeira, oriunda da exploração da floresta raiana, cujas espécies – o freixo, o carvalho e a cerejeira, é imperativo incrementar.
O território do concelho tem fronteiras naturais com a Espanha. Este país tem uma taxa de crescimento da sua economia muito acima da média dos países que constituem a União Europeia e, sendo assim, deveremos aproveitar esse factor positivo desenvolvendo com as suas regiões, nossas vizinhas, parcerias que potenciem bem-estar para as suas populações irmãs, cujos problemas são comuns. Porém, opino que não deveremos apostar em sectores sensíveis à possível deslocação para países que apostam no seu desenvolvimento através da atribuição de baixos salários e até na exploração de mão-de-obra infantil, combatendo, desta forma, os resultados nefastos do fenómeno conhecido por globalização.
No rol dos sectores contemplados não constam indústrias poluentes ou inimigas do ambiente e por isso preservam a boa qualidade do nosso ar que, se fosse possível exportar, constituiria a maior fonte de receita do concelho.
A par do desenvolvimento de parcerias com regiões vizinhas do outro lado da fronteira, outros sectores regionais deverão ser apoiados e até incentivados porque são potenciadores de desenvolvimento. Refiro-me aos sectores ligados à transformação da madeira – fabrico de móveis e à exploração de granitos da região. O fabrico de móveis deverá contar como fonte de alimentação em matérias-primas a madeira, oriunda da exploração da floresta raiana, cujas espécies – o freixo, o carvalho e a cerejeira, é imperativo incrementar, como já foi aqui referido. Os granitos da nossa região são famosos e abundantes. A sua exploração e comercialização teriam um custo primário relativamente baixo e por isso competitivo nos mercados nacionais e internacionais.
Pelo exposto e sem entrar em pormenores, que só um estudo especializado poderia proporcionar, aqui expressei o meu pensamento sobre um possível contributo de desenvolvimento para a nossa região no que diz respeito ao sector industrial. Como se viu, no rol dos sectores contemplados não constam indústrias poluentes ou inimigas do ambiente e por isso preservam a boa qualidade do nosso ar que, se fosse possível exportar, constituiria a maior fonte de receita do concelho.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

O sector primário poderá ser a base para que o concelho assuma, de uma vez por todas, protagonismo nesta área e a médio ou longo prazo seja, sustentadamente, um factor de progresso.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Nas minhas últimas três intervenções, enumerei os três pontos que em minha opinião considero fracos e serão os principais responsáveis pelo atraso do desenvolvimento do concelho – Recursos naturais, vias de comunicação e desertificação. Hoje, inicio o desenvolvimento dos factores «fortes» que serão o motor que transportará o concelho para o pelotão da frente onde se situam os concelhos desenvolvidos social e economicamente.
O Sabugal não está condenado a permanecer na cauda do desenvolvimento económico nem a assistir ao despovoamento do seu território. Tem potencialidades naturais e não só, que podem e devem ser desenvolvidas para bem das suas populações. Entre outras e desde já, enumerarei as seguintes: Sector primário – A floresta, a cinegética e a agro-pecuária; Sector industrial – a construção civil; e Sector terciário – o turismo e serviços relacionados com o apoio à terceira idade.
A agricultura, no sector primário, devido ao clima agreste do concelho, não terá grandes hipóteses de desenvolvimento sendo que a existente será sempre de subsistência, de consumo familiar e portanto sem excedentes para comercializar. Resta-nos nesta área os sectores: cinegético, agro-pecuária e a exploração florestal.
A actividade cinegética desenvolve-se naturalmente no território do concelho porque este possui características propícias à criação de espécies como o coelho bravo, a perdiz e mesmo a lebre. É necessário apoiar activamente as inúmeras associações de caça associativa existentes no concelho potenciando a vinda dos inúmeros adeptos desta «arte» oriundos de outros pontos do país.
A agro-pecuária, principalmente a criação de gado vacum para carne, tem já uma importância relevante no concelho, sendo visíveis grandes manadas destes animais que vagueiam por montes e cabeços espalhados pelo concelho. Não obstante a constatação enumerada atrás, julgo que grande parte do concelho é mais propício à pastorícia (ovelhas e gado caprino) e a industrialização dos seus produtos: leite e seus derivados e ainda a engorda e comercialização dos já célebres cabritos e cordeiros criados nos pastos de crescimento natural, tão apreciados pelos naturais e por quem nos visita, transformando naturalmente estes produtos numa imagem de marca para a região.
Por último e ainda dentro do sector primário, assume importância relevante a exploração florestal. Aproveitando as condições naturais existentes e de alcance imediato: O quadro de ajudas do Governo central e a comparticipação comunitária deverá ser desenvolvido sem demora. Existem já estudos suficientes e publicados que servirão de suporte a respectiva implantação no terreno. Os Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF), estão definidos pela Lei n.º 33/96, de 17 de Agosto, aprovou as Bases da Política Florestal Nacional e objecto de regulamentação pelo Decreto-Lei n.º 204/99, de 9 de Junho e onde consta o Plano regional de ordenamento florestal da Beira Interior Norte. E ainda a Resolução do Conselho de Ministros n.º 178/2003, de 31 de Outubro, que sobre o Plano Florestal Nacional, aprovou as grandes linhas orientadoras da reforma estrutural do sector das florestas. A política florestal deverá ser desenvolvida com o recurso a povoamentos de espécies autóctones de crescimento natural e de difícil combustão, de preferência de folha caduca como o carvalho negrão, o castanheiro e a cerejeira. Estes produtos e subprodutos deverão ser objecto de aproveitamento para aquecimento, recorrendo a técnicas modernas de transformação e compactação de molde a facilitar o seu uso e transporte (em granulado) e ainda, como é óbvio, alimentando a indústria ligada às madeiras – serrações, carpintarias e fábricas de móveis.
Por último e a par da exploração propriamente da floresta, deveremos potenciar o desenvolvimento de outros produtos ligados à floresta como a criação de cogumelos silvestres que, como é sabido e sem qualquer espécie de tratamento científico assume já importância destacada na economia doméstica dos sabugalenses.
Conforme ficou amplamente desenvolvido o sector primário poderá ser a base para que o concelho assuma, de uma vez por todas, protagonismo nesta área e a médio ou longo prazo seja, sustentadamente um factor de progresso. Mas estes projectos não se concretizam de um dia para outro. Necessitam de amplo tempo de maturação, debate de ideias e além de tudo de uma fonte de financiamento que assegure a sua concretização.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

As estações do ano, outrora bem definidas, actualmente resumem-se a duas: o Inverno, com baixas temperaturas e chuva escassa e o Verão excessivamente quente e longo. Parafraseando uma velha frase conhecida na região podemos mesmo dizer que, as actuais estações do ano se resumem a duas: «a do Inverno e a do inferno.»

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Nas minhas duas últimas intervenções, percorri o meu olhar sobre o concelho do Sabugal analisando dois pontos que considero fracos: a falta de vias de comunicação que o ligue a outras regiões do país mais desenvolvidas (litoral) e à Europa, e sobre o abandono da população jovem e o envelhecimento da população. Hoje, continuo a aprofundar o mesmo tema – pontos francos: As suas riquezas (fraquezas) naturais.
Mas antes de entrar no tema, devo esclarecer o seguinte: O leitor deverá já ter pensado que o autor é um pessimista nato e só escreve coisas más sobre o concelho. Que nem tudo é assim tão mau!… E tem razão. Efectivamente a nossa terra tem coisas muito boas e é detentora de grandes recursos com potencialidades para se desenvolver e criar bem-estar social aos seus habitantes. Porém, é preciso analisar todos os pontos em confronto – fracos e fortes, para que a formação de uma proposta esteja completa e se possa então partir para o desenvolvimento do respectivo projecto, colocando em confronto o «bom e o mau» e fazer com que o «bom» vença o «mau», isto é, que os pontos fortes consigam influenciar ou ajudar a minimizar ou até eliminar os efeitos nocivos dos pontos fracos. Com este tema terminarei a análise dos três grandes pontos que, repito, em minha opinião e entre outros, constituem os pontos fracos da região. Nos próximos ensaios irei debruçar-me sobre os pontos fortes do concelho que, também em minha opinião, poderão ser os alicerces do desenvolvimento do concelho. Dito isto, vou falar sobre o tema de hoje.
A análise dos recursos naturais vai ser feita, tendo em atenção a riqueza ou não, do solo e subsolo e ainda da influência de um outro factor, não menos importe: O clima.
Infelizmente para todos nós e a menos que eu desconheça alguma recente descoberta, o nosso subsolo é pobre. Não possui minerais em quantidade que justifiquem uma exploração rentável. Seria bom que esta minha tese estivessem errada, isto é, que fosse descoberto um qualquer jazigo de ouro, diamantes ou mesmo petróleo ou gás e não estaríamos aqui todos preocupados com o desenvolvimento da região pois ele seria uma realidade e sem grandes esforços. Também nos situamos no interior do país e por isso não podemos contar com o natural recurso do mar e das suas praias! Enfim, naturalmente todas estas coisas nos passam ao lado. As estações do ano, outrora bem definidas, actualmente resumem-se a duas: O Inverno, com baixas temperaturas e chuva escassa e o Verão excessivamente quente e longo. Parafraseando uma velha frase conhecida na região podemos mesmo dizer que, as actuais estações do ano se resumem a duas: «a do Inverno e a do inferno»?
A agricultura e a pecuária também não poderão ter um grande desenvolvimento, devido aos factores relacionados com o clima que são essenciais para estas duas actividades. E a floresta existente não terá grande desenvolvimento a não ser que seja reconvertida para melhor adaptação à nova realidade climática, caso contrário estaremos a produzir combustível para ser devorado facilmente pelo fogo! A acrescentar a tudo isto, é preciso referir um outro aspecto não menos importante e que constitui também mais um entrave: A pequena dimensão das propriedades rurais e a resistência dos seus proprietários a alterar esta realidade.
Por tudo quanto ficou exposto, não será com os nossos recursos naturais que se consegue impulsionar o tão desejado desenvolvimento deste concelho. Porém, relativamente à floresta e à pecuária algo de muito importante se poderá fazer se conseguirmos ultrapassar alguns obstáculos burocráticos e o recurso a uma campanha informativa junto dos proprietários para redimensionar as propriedades rurais, tornando-as produtivas.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Para fazer face à falta de população, os países ricos recorrem à «importação» desta de países onde ela abunda ou seja, permitem a emigração de cidadãos de regiões menos desenvolvidas e esta medida resolve o problema da falta de naturais para executar as tarefas necessárias ao seu desenvolvimento e, ao mesmo tempo, os novos residentes contribuem para as tornar ainda mais ricas e prósperas.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)Não é necessário gastar dinheiro com estudos para afirmar que a população de Portugal tem estado a envelhecer e irá continuar nessa direcção por muitos e bons anos. Este fenómeno, em si, não é mau pois ele resulta da melhor assistência médica que se faz sentir nos países desenvolvidos, provocando uma maior longevidade dos indivíduos, a que tecnicamente se dá o nome de aumento da esperança de vida. Por outro lado e no mesmo sentido, a mortalidade infantil tem também vindo a diminuir drasticamente no nosso país, também fruto da boa assistência aos novos compatriotas, tanto no momento do seu nascimento como nos primeiros anos de vida. Os dois fenómenos – aumento da esperança de vida e diminuição da mortalidade infantil – seriam os responsáveis, em teoria, pelo aumento da população de um qualquer país ou região, não fosse o facto de, para a análise referida estar completa, ser inevitável acrescentarmos mais um outro dado: A natalidade ou mais concretamente o seu aumento deficiente. Com efeito, a taxa de natalidade em Portugal é de 1,7 aproximadamente. Ou seja, cada casal não chega a repor o número de indivíduos necessários para o repovoamento.
O espaço ocupado pelo concelho de Sabugal, tem vindo ao longo dos últimos anos a sofrer das maleitas provocadas pelos fenómenos expostos atrás, aos quais acrescentaremos a não fixação de residência dos poucos habitantes aqui nascidos e criados. Com efeito, os naturais, chegados à idade da sua entrada no ensino superior migram para outras regiões do país, normalmente para o litoral, para aí frequentarem o ensino universitário ou politécnico e, normalmente, por lá ficarem depois de adquirirem as necessárias competências profissionais, contribuindo com o seu trabalho e saber para o seu próprio bem estar e potenciando o desenvolvimento da região onde se fixam. E assim, a região que os viu nascer não beneficia da sua formação e do seu labor! Por cá, ficarão os seus progenitores que em breve se tornarão idosos, engrossando ainda mais este número, já de si muito elevado.
O desenvolvimento e a riqueza de um país ou região não é proporcional ao volume da sua população mas sim ao seu nível cultural e intelectual. Se assim fosse, a China e a Índia, por exemplo, seriam os que apresentavam melhores índices de bem-estar e desenvolvimento. E, em contrapartida, os países com menor população, como é o caso do Luxemburgo, da Suíça, da Bélgica, etc. seriam os mais pobres do planeta. Mas não é assim e até constata-se exactamente o contrário, como também todos nós sabemos. A este propósito, lembra-me um ditado popular que diz: «Quem não tem cão, caça com gato!» Com efeito para fazer face à falta de população, os países ricos recorrem à importação desta de países onde ela abunda ou seja, permitem a emigração de cidadãos de regiões menos desenvolvidas e esta medida resolve o problema da falta de naturais para executar as tarefas necessárias ao seu desenvolvimento e, ao mesmo tempo, os novos residentes contribuem para as tornar ainda mais ricas e prósperas.
Pelo exposto, constata-se que o concelho de Sabugal, tem como um dos seus pontos fracos, o envelhecimento da sua população e ao mesmo tempo assiste ao êxodo da, também sua, população jovem. Estes factos, aliados a outros, são responsáveis pelo atraso no seu desenvolvimento e sendo um problema, ele deverá ser transformado em desafio para os actuais e futuros responsáveis locais pondo cobro a este fenómeno adoptando medidas que contrariem esta tendência. Caso contrário, teremos dentro de algumas dezenas de anos, um concelho transformado num imenso lar de idosos, sem gente para tomar conta deles.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Os responsáveis pela governação local não souberam enganar o destino, provocando o desvio de pelo menos uma daquelas importantes vias rodoviárias que o ligassem ao mundo desenvolvido e assim ter a seu favor um elemento atractivo para os investidores.

Joaquim Ricardo («Ideias Soltas»)O concelho de Sabugal, está condenado a ser o concelho mais atrasado do país, porque tudo lhe passa ao lado. É uma afirmação muito dura mas que infelizmente corresponde exactamente à verdade, senão vejamos.
Em termos de vias de comunicação, ficou esquecido para sempre. As duas grandes vias de comunicação e que ligam o país à Europa desenvolvida, passam-lhe sorrateiramente uma a Norte e a outra a Sul, empurrando o concelho ainda mais para a raia subdesenvolvida: O Itinerário Principal Cinco (IP5), antecessora da A25, que liga o litoral ao centro da Europa e mais recentemente a A23, que liga o Sul, com entrada na A1 que vai para o Norte, em Torres Novas e termina quando encontra a A25 e a A24, esta última seguindo depois para Trás-os-Montes. Antes da construção destas importantes infra-estruturas e para quem se dirigia para sul vindo da Europa, tinha passagem obrigatória pelo Sabugal. Primeiro pelo centro da vila e depois pela sua marginal, onde e não só o transporte de mercadorias efectuado pelos grandes camiões (TIR’s) mas também os viajantes transportados em carros ligeiros, como era o caso dos emigrantes e cidadãos estrangeiros, por exemplo, atravessavam o concelho e consequentemente a vila, aqui fazendo abundantes pausas para uma bem merecida refeição e até pernoitando para de manhã seguirem viagem. Com efeito, é com alguma nostalgia que recordo o intenso movimento circulatório e as visitas dos respectivos viajantes, principalmente nos meses de Julho, Agosto e Setembro em que a estrada e a vila se enchia de veículos de matrícula estrangeira cujos ocupantes, uns emigrantes outros turistas, se demandavam para esse Portugal profundo em busca de umas bem merecidas férias.
A23 - Saida para o SabugalOs responsáveis pela governação local não souberam enganar o destino, provocando o desvio de pelo menos uma daquelas importantes vias rodoviárias que o ligassem ao mundo desenvolvido e assim ter a seu favor um elemento atractivo para os investidores. Outros souberam aproveitar aquela oportunidade. Que o digam os naturais da cidade de Viriato, a próspera Viseu, cujo desenvolvimento dos últimos anos foi inquestionavelmente provocado pela sua ligação as regiões mais desenvolvidas do país e do estrangeiro, como é o caso do litoral português e da Europa. Todo o seu poder reivindicativo assentou nas vias de comunicação existentes e estas terão sido as responsáveis pelo seu desenvolvimento.
Para promover o seu desenvolvimento, qualquer região precisa, a par de outros saberes, de boas vias de comunicação e o concelho, se não se quiser atrasar ainda mais face ao resto do país, terá que repensar na sua ligação às regiões prósperas do resto do país e do mundo, deixando de ser notícia sempre pela negativa como é o caso da sua modesta posição número 264 nos índices de qualidade de vida dos seus munícipes, descendo 27 posições relativamente a anteriores estudos, em conformidade com os dados recentes publicados pelo INE.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Neste «país à beira-mar plantado» nunca tão poucos ganharam tanto e muitos ganharam tão pouco!

Joaquim Ricardo – Ideias SoltasPortugal está dividido: Não entre o norte e o sul, nem entre os adeptos dos respectivos clubes de futebol, como seria de esperar, mas sim entre os poderosos senhores, uma minoria em número mas representativos da posse da maioria da riqueza produzida pelo país – verdadeiros patriotas e aos olhos dos nossos compatriotas europeus os verdadeiros portugueses de primeira –, sedosos de engordar ainda mais os seus já avultados ordenados e os «Zés», pensionistas, que representam mais de 10% da população portuguesa, obrigados a viver com uns míseros euros durante todo o mês e cujo «aumento», anual ou melhor ainda, o seu pagamento, está a constituir um verdadeiro problema nacional! É verdade!… E com esta discussão, pasme-se, relega-se para segundo plano o verdadeiro problema, dos ditos «caçadores» de altos cargos cujos «míseros» proventos mensais não constituem qualquer problema para o país – o «seu país»!… Ninguém saberá o “quantum” do seu ordenado, certamente para não incomodarem e porque não «humilharem» ainda mais o restante povo trabalhador, com ordenados há muito tempo congelados e claro: os «Zés» pensionistas que esses sim estão a incomodar muita gente no (des) governo deste país que acaba de deixar a presidência de um dos maiores clubes de ricos do mundo! Mas infelizmente de ricos, só os nossos compatriotas de “primeira” terão direito a esse adjectivo porque os restantes, em vez da tão clamada convergência de rendimentos com os restantes parceiros europeus, cada vez se afastam mais! Um verdadeiro fosso é já o que acontece actualmente – compare-se, a título de exemplo, o nosso salário mínimo (426 €) e o auferido por um Luxemburguês (1 500 €). Neste «país à beira-mar plantado» nunca tão poucos ganharam tanto e muitos ganharam tão pouco!
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Começo a escrever estas linhas exactamente no primeiro dia de trabalho deste ano de 2008. É já noite e em fase adiantada.

Joaquim Ricardo – Ideias SoltasAs notícias que durante o dia todo nos foram oferecidas pelos os meios de comunicação social são de tal maneira preocupantes que davam já para escrever um romance – o que não irá acontecer, descanse o leitor! Não as vou relatar todas, certamente, mas não resisto a comentar uma: A que se relaciona com o que aconteceu nas estradas portuguesas. São, «apenas» as mortes e os feridos (ligeiros e graves) que ocorreram nestas festas de natal e fim de ano e as inevitáveis estatísticas e comparações? Afinal, ficamos a saber todos que a tragédia deste ano até não foi tão «má» como a dos anos anteriores! É sempre assim? Os números e a sua retórica, depois de bem confeccionados por um bom «cozinheiro» dão-nos resultados fascinantes! Ao jeito do que desejamos! Apetece-me perguntar: mas afinal quando é que os responsáveis nos dizem a verdade e declaram publicamente que afinal são uns incompetentes e que mereciam ser demitidos pois os resultados alcançados pelo organismo que custa «couro e cabelo» aos contribuintes não conseguiu os objectivos prometidos? Mas pronto, a partir de amanhã tudo volta ao normal e tudo se esquece.
Brigada de Trânsito da GNRAfinal, tudo isto só veio à «baila» porque durante as festividades se mobilizaram dois mil e tal homens e não sei quantas viaturas e não sei quantos litros de combustível e não seis quantas horas extras e ajudas de custo e já agora, não sei quantas horas, em horário nobre, dos quatro ou cinco (pelos menos) canais de televisão e não sei quantas páginas, em destaque de primeira página, na nossa imprensa! Teremos agora pela frente, mais trezentos e sessenta e cinco dias em que não se falará jamais no que aconteceu no final de 2007 nas estradas portuguesas e os responsáveis descansarão à sombra da sua incompetência e da sua falta de ideias para por cobro a esta tragédia nas nossas estradas que, por sinal até estão melhores que nunca? E os automóveis até são bons, quase todos novos ou com a revisão feita!
Afinal qual é a desculpa para não baixar os «números» que todos os anos teimam em aumentar e só o engenho e a arte dos responsáveis conseguem esconder?
Até breve!
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo

dr_jfricardo@hotmail.com

Joaquim Fernando Ricardo nasceu na Aldeia de Santo António, concelho do Sabugal. É funcionário superior da Administração Fiscal, tendo feito carreira no Porto, onde foi Chefe de Finanças, passando depois pela Covilhã. Durante cerca de dois anos exerceu um cargo dirigente na Direcção-Geral de Contribuições e Impostos, em Lisboa, de onde regressou recentemente à Covilhã, reassumindo as funções de Chefe de Finanças. É autor do livro «Direito Tributário – Colectânea de Legislação», obra de grande sucesso editorial. Sempre dedicado à sua terra, fundou e preside à Liga dos Amigos de Aldeia de Santo António.
Aceitou o repto do Capeia Arraiana e aqui o temos como colaborador convidado, assinando às quartas-feiras a coluna «Ideias Soltas».

JOAQUIM SAPINHO

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