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A crónica publicada por António Pissarra aqui no Capeia Arraiana com o título «Raia – o Algarve do Interior?» e com a qual, como já tive a oportunidade de dizer, estou de acordo, coloca um tema que me é particularmente querido: o da importância da localização do nosso Concelho no contexto nacional e ibérico.
Situemos então o concelho do Sabugal face à envolvente próxima, a qual pode ser analisada segundo o papel que o concelho poderá vir a desempenhar em contextos territoriais de níveis distintos:
– no âmbito regional – na sua relação com os concelhos vizinhos e, essencialmente com os núcleos urbanos principais, perspetivando a participação numa área diversificada de valências sócio-económicas, a qual deve ser valorizada positivamente e ser mesmo encarada numa ótica de aproximação ao núcleo principal, suportado pelo denominado Arco Urbano do Centro Interior (AUCI), constituído pelas cidades da Guarda, Covilhã, Fundão e Castelo Branco, numa lógica de integração do Concelho no núcleo líder do desenvolvimento da Beira Interior.

– na relação com Espanha – integrando um novo conceito de centralidade entre o litoral português e as regiões centrais de Espanha, na consideração de que o Arco Urbano do Centro Interior (AUCI) e o Eixo Urbano da Raia Central Espanhola (EURCE) constituem o «sistema nervoso» raiano e as espinhas dorsais dos dois sistemas urbanos fronteiriços, os quais devem desenvolver em termos estratégicos, um conjunto de iniciativas que contribuam de modo eficaz para o desenvolvimento de todo o sistema territorial, desenvolvendo relações de complementaridade e relações eficientes de dependência funcional entre os diferentes centros; funcionando estes nós como «as portas» de promoção e comunicação entre a Raia Central e o exterior, caminhando para o modelo territorial indicado no mapa.

ps. A resposta que os portugueses deram a este conjunto de garotos que pretende governar-nos não chega para mudar o rumo do País, mas lá que fez mossa fez!
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
rmlmatos@gmail.com
O Consulado de Portugal em Paris inaugura no próximo dia 14 de Setembro, às 18h30, uma exposição dedicada à tradição popular portuguesa Capeia Arraiana.
Trata-se de uma iniciativa que se segue ao registo da Capeia Arraiana como Património Cultural Imaterial no Inventário Nacional do Instituto dos Museus e da Conservação, classificado pelo seu valor enquanto manifestação popular e etnográfica.
A Capeia Arraiana, diz-se numa nota divulgada pelo Consulado de Portugal em Paris, é uma manifestação tauromáquica específica de algumas freguesias da orla raiana do concelho do Sabugal, que se singulariza pelo facto de a lide do touro bravo ser realizada com o auxílio do forcão, estrutura triangular em madeira suportada por um grupo de homens que assim enfrenta as investidas do touro.
A mostra, que está integrada na programação cultural do Consulado, pode ser visitada até 26 de Setembro, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas, no Espaço Nuno Júdice do Consulado Geral de Portugal – 6 Rue Georges Berger 75017 Paris.
A organização da exposição partiu da iniciativa da Associação RAIAR, de Aldeia do Bispo, e especialmente dos raianos Domingos Ricardo e Manuel Luís Gonçalves, contando com a colaboração do Consulado de Portugal em Paris.
plb
Estando em Manaus, na Amazónia, como contei na última crónica, fui com muita excitação ao passeio no rio, pensando: antes de morrer, poderei vangloriar-me de que já naveguei no Rio Amazonas!
O barco é parecido com aqueles cacilheiros antigos que faziam Lisboa/Cacilhas, antes de haver a Ponte. Na parte de cima havia um lanchinho com muita fruta, queijo e fiambre (presunto, no Brasil). Música, sempre muita música, como em todo o Brasil…
Havia o guia, um cara «légáu», todo cheio de simpatias com este gringo portuga – coisa rara de ser vêr por ali, disse ele. E um outro cara com uma filmadora (máquina de filmar) para gravar todo o passeio e vender as cassetes respectivas a cada um de nós, por 80 reais…
De facto, estar por cima do exacto lugar onde se juntam as águas, ver aquele remoinho de plantas, é visão impossível de esquecer…
O barco acostou numa espécie de grande barcaça ancorada perto da margem (mas que margem, se só via água e plantas?). De um lado uma grande Sala de Venda de Artesanato; do outro a Sala de Refeição onde me fartei de provar os inúmeros petiscos locais, penso que até havia cobra frita.
Depois da refeição fomos ao IGAPÓ, ou seja, parte da floresta inundada pela subida das águas do Rio. O recuo das águas do rio, deixando o leito lamacento à vista, é o IGARAPÉ. Fomos por uma ponte, espécie de jangada comprida, olhar e fotografar as Vitoria-Regiae, mais conhecidas por Nenúfares. Eu, que tenho 1,80m de altura, à vontade me deitava sobre uma e sobrava espaço, portanto uns dois metros de diâmetro. Lindas, verdes, com nervuras castanhas bem nítidas. Por baixo, escondem-se peixinhos… que são procurados pelas piranhas, os famosos peixes dentuços comedores de tudo o que mexe…
Num determinado momento viu-se um grande vulto a 100 metros de distância: era um enorme peixe-boi (mesmo grande como um boi) a devorar um nenúfar…
No regresso para o barco, o guia dá um grito – Ei, meu povo, párem todos!
Uma cobra comprida, totalmente verde, fina, esguia e venenosa viajava de ramo em ramo, passando sem medo mesmo a uns metros do grupo. Côr verde, aviso de veneno…
Houve ainda um passeio de pirogas pelo meio do igapó e outra surpresa nos prepararam – vários meninos vieram ter connosco em barquinhos pequenos trazendo toda a espécie de bichos da selva. Por um real, colocaram-me à volta do meu pescoço uma enorme anaconda, que só eu preferi em vez de uma preguiça ou um saguim (macaco do tamanho da palma da mão).
Olhando as pouco perceptíveis margens do Grande Rio, tão longe estavam, lembrei-me da imensa tarefa «faraónica» que os indígenas de antanho tiveram para tornar produtivas as terras do lado norte do Rio. Não querendo sair das margens por causa da abundância de peixe, transportaram do interior durante séculos grandes quantidades de terra de boa qualidade a fim de terem as suas hortas, regadas pela água ali mesmo à mão. Ainda hoje se descobrem tesouros arqueológicos debaixo dessas terras, entre os quais os conhecidos Vasos Antropormóficos que continham as cinzas dos seus defuntos, vasos esses que são património de elevada protecção pelo Ibama.
Navegando em direcção à foz pode-se visitar cidades fundadas por Portugueses, todas com mais de um milhão de habitantes: Santarém, Arraiolos, Alter do Chão…
Já no barco, de regresso, vejo quase no meio do rio, algo distante, vários barquinhos a motor que se deslocavam para uma barcaça grande presa a uns troncos de algo que parecia ser uma ilhota no meio do rio. Explicou-me o guia que era uma Escola Primária para a criançada. Lá vivia permanentemente uma professora e os pais levavam os filhos de manhã e traziam-nos de volta a casa à tarde, fazendo as refeições nessa ilhota.
Mas que maravilha de organização, pensei eu! Que amor pelas crianças!
Visitar a Amazónia e concretamente a cidade de Manaus foi o concretizar de um sonho da minha juventude. Durante as férias de Agosto passadas na minha Aldeia, um dos passatempos que tinha era a leitura. Foi assim que «vi» a primeira vez o «Pulmão do Mundo» lendo A Selva, de Virgílio Ferreira, e principalmente Os Velhos Marinheiros, obra fantástica de Jorge Amado, escritor brasileiro que deveria ter ganho o Prémio Nobel da Literatura e que influenciou decisavamente a minha personalidade. Nesse livro é impossível esquecer aquela imagem do capitão à força de um barco cujo verdadeiro Capitão morreu na viagem. Na chegada ao Porto de Manaus esse capitão substituto mandou prender o navio com todas as cordas, sendo motivo de chacota na cidade ver-se um navio todo amarrado! Só que nessa noite houve uma tão tremenda tempestade que todos os barcos foram ao fundo menos aquele!
(A aventura na Amazónia continua na próxima crónica…).

«Estórias de um filho de Vale de Lobo e da Moita»
mailto:jjorgepaxjulia4@hotmail.com
Estava eu bem espojado no areal fino da praia de Ponta Negra, em Natal (cidade de povo potiguar), gozando das belas visões de coisas semelhantes a passagens de modelos, ali passando «provocatoriamente» à minha frente, e bebendo o doce líquido quase gelado do quinto coco verde (líquido que médicos garantem ser equivalente a soro fisiológico), quando olhei para trás e vi um reclame de uma agência de viagens onde se podia ler de longe a palavra «Amazónia».
De repente lembrei-me que estava no país onde existe a famosa Amazónia! Pensei: por que não vou até lá? Fui à tal agência e ao fim de meia-hora tinha na mão um bilhete de ida e volta até Manaus e que me custou o equivalente a 500 euros, só a viagem.
É o meu hábito, quando viajo para algum lado a primeira vez, não marco nada, não reservo nada. Quando chego ao aeroporto, sento-me na primeira cadeira e então organizo mentalmente tudo. Onde dormir é sempre a primeira meta a resolver. O resto é por arrastamento dinâmico.
A viagem teve a durabilidade anunciada de 6 horas. Viajei num pequeno mas moderno avião da TAM, com uns 150 lugares que aterrava em cada cidade importante, para sairem uns e entrarem outros passageiros. Saindo de Natal, aterrou em Fortaleza; daqui até S.Luis; S. Luis – Belém; Belém-Santarém e desta cidade finalmente Manaus.
Curioso: em S.Luis (cidade de origem francesa mas com cheiro da arquitetura pombalina) uma pessoa entrou com uma gaiola que continha uns pássaros esquisitos e fez-me uma grande vénia – será que eu lhe pareci algum fiscal do Ibama (o nosso IPAR), que controla também as aves raras de todo o Brasil?
O que me fez lembrar esta viagem? Os comboios em Portugal! Às tantas tive a sensação de viajar na Linha de Comboio da Beira Baixa: sai de Lisboa passa por todas as Estações junto ao Rio Tejo até morrer em Castelo Branco. Portanto no Brasil viajar de avião entre cidades parece uma viagem vulgar de comboio em Portugal. É a força das distâncias naquela Potência Emergente, como agora se diz.
Foi fascinante voar sobre a Amazónia na sua parte leste – ver lá de cima aquele imenso mar verde de árvores, aqui e ali o serpentear de rios ziguezagueando. Bem saliente e dominador, o grande e misterioso Rio Amazonas, bem castanho de suas águas.
Vêr a cidade de Manaus por cima foi para mim uma grande surpresa – estava a contar com uma cidadezinha do interior para ali esquecida, rodeada por florestas cheias de bichos, com 50 ou 60 mil pessoas, casas modestas, essas coisas bem simples dos interiores. Afinal o que vi foi uma cidade de grandes dimensões (nem sei quantas vezes maior que Lisboa), estendendo-se pelas margens do Grande Rio. Imensos arranha-céus, quase tocando no avião no momento da «aterrissagem». Muitos reclames luminosos piscantes de conhecidas multinacionais. Milhões de pessoas, 4, …5, …sei lá ao certo! Um verdadeiro espanto! Junto às margens do rio, imensas casas-palafitas, essas com pernas bem altas para aguentar a subida das águas, onde a toda a hora a criançada mergulha.
No Aeroporto de Manaus fui bem claro ao taxista – Por favor leve-me para uma Pousada boa, o mais perto possível do Rio.
Fiquei na «Sol e Mar» (descobri que tinha comissão combinada), onde por 60 reais diários (25euros) tive uma suite e café-da-manhã bem farto (o pequeno-almoço no Brasil). Instalei-me, tomei de imediato um banho, a humidade ali é alta pois comecei a suar logo após a chegada – qual sauna grátis!
Fui jantar a um restaurante ali perto – o Fiorentina. Tive ali a primeira surpresa. Servi-me duma travessa onde estava um grande peixe cozinhado, a empregada pôs no meu prato um naco bem grande, misturado com um arroz saboroso que ainda hoje não sei que tempero tinha.
Quando comecei a comer o peixe, deparo com uma enorme espinha lateral, uma costela… algumas maiores que o meu dedo indicador! E outras mais apareceram, que guardei e ainda as tenho comigo. Comecei a ver que naquela região era tudo em tamanho grande!
A empregada, com rosto de índia, que olhava atónita para mim, disse-me que foi a primeira vez que viu um Português em pessoa. Porventura um descendente de descobridores ou colonos, terá pensado. Joga-me esta pergunta:
– Posso tocar na mão do «Sior»? Eu nunca vi um Português na minha frente…
Atendeu-me especialmente e o preço também foi especial – uns 15 reais por um jantar farto (6 euros).
Antes de recolher ao quarto, ainda deu para ir descobrir o que seria aquele enorme e persistente barulho que se ouvia cá fora e irradiava uma grande luminosidade para o céu.
Era nem mais nem menos uma grande feira ou mercado ao ar livre e ocupava vários quarteirões, talvez o equivalente a duas ou três cidades de Beja. Ora, como feiras é comigo…fui logo até lá!
Percorri aquilo tudo e valeu-me a boa forma física que geralmente tenho. Tudo por lá se vendia: calçado, roupas, loiças, artesanato indígena, muitas ervas para chás, chás com efeitos iguais ao viagra, mas com garantia de eficácia, vidros, cobres… tudo! Também bicheza da Floresta, mas escondida!
Comprei artesanato e algo que só há naquela região. Existe no Rio Amazonas um peixe enorme e comprido, o pirarucu, que atinge os 200 quilos de peso. Por conseguinte tem escamas grandes. Os artesãos com essas escamas fazem máscaras, escudos de guerra, punhos de lanças. E em cada escama desenham casas, árvores, de pássaros… uma maravilha! Essa máscara que se vê em anexo é feita dessas escamas sobrepostas.
O quarto na Pousada tinha dois níveis. O inferior com a cama e, três degraus acima, estava a casa de banho (no Brasil diz-se banheiro), separados por um lancil de 5 centímetros de altura (coisa esquisita, pensei eu). Mais tarde notei a utilidade.
Antes de me deitar e para não ligar o ar condicionado, deixei a janela da casa de banho aberta, porque me garantiram que não havia mosquitos em Manaus (não acreditei, mas vi que é verdade, escreverei o motivo).
Bem… nessa noite caiu uma trovoada imensa com relâmpagos que iluminavam por completo o quarto! De meter medo ao mais corajoso. Impossível dormir com tanto barulho! Mais luminosidade que aquelas bombas ianques sobre Bagdade! Foi «uma guerra» quase toda a noite…
Não podendo dormir, levantei-me para ir verter águas à casa de banho…
Mal ponho o pé depois do tal lancil, senti água até precisamente 5 cms acima dos meus pés! Tinha entrado água no banheiro, as minhas sandálias boiavam, quais barquinhos….
De manhã, um sol quente, céu limpo e azul, como se nada tivesse acontecido!
Programei com o rapaz da recepção para a manhã seguinte às 9 horas um passeio pelo famoso Rio – a minha grande aventura: ver e navegar no maior rio do Mundo! Preço 70 reais (28 euros) incluindo lanchinho no barco e almoço durante o passeio, virem-me buscar e trazerem-me à Pousada numa Bésta (minibus).
É o chamado Passeio «Encontro das Águas» para os Turistas. Na verdade, em frente a Manaus correm dois rios: O Solimões, de águas barrentas e o Rio Negro, de águas negras. Águas negras, por quê? Porque transporta areias negras ácidas diluídas e o vapor emergente mata tudo o que é mosquito, ovos, larvas… daí não haver mosquitos em Manaus!
Os dois rios viajam paralelamente e 12 quilómetros após Manaus juntam-se, e acontece um momento ímpar na junção – as duas cores fundem-se numa só, num suave remoinho de folhagem… então verdadeiramente e só nesse momento se chama Rio Amazonas.
(A aventura na Amazónia continua na próxima crónica…).

«Estórias de um filho de Vale de Lobo e da Moita»
mailto:jjorgepaxjulia4@hotmail.com
A interdição de circulação de camiões nas principais estradas espanholas, no dia 9 de Abril, levou o Comando Territorial da Guarda da GNR a fazer um apelo às empresas de transporte de mercadorias e aos camionistas, que seguidamente transcrevemos.
À semelhança de anos anteriores, por motivos das celebrações da Semana Santa em Espanha, o Governo de Espanha decretou a interdição à circulação de veículos pesados de mercadorias, com o peso bruto superior a 7,5 toneladas, e aos conjuntos de veículos de qualquer massa máxima autorizada, na auto-estrada A-62, entre Fuentes de Onõro e Burgos, no dia 09 de Abril de 2012, no período compreendido entre as 09h00 e as 21h00 (hora portuguesa).
Ficam isentos desta proibição, os conjuntos de veículos de qualquer peso bruto autorizado, que transportem gado vivo ou leite, assim como aqueles que transportem produtos que favoreçam a manutenção das estradas, em período invernal.
Prevê-se que inúmeros veículos pesados de mercadorias que, naquele dia, tenham planeada viagem em direcção à fronteira de Vilar Formoso, com destino a Espanha e a outros países europeus, tenham que ficar retidos em Vilar Formoso até à hora final da interdição (21h00) e que, por insuficiência de lugares para estacionamento naquela localidade, muitos tenham que permanecer imobilizados noutros locais próximos das A25 e A23 ou mesmo nas bermas da A25.
Neste contexto, o Comando Territorial da Guarda irá levar a efeito uma operação de vigilância, controlo e regularização de trânsito com vista à segurança de pessoas e bens que venham a ficar imobilizados enquanto aguardam pela entrada em Espanha para circulação na A-62.
Recomenda-se, assim, a todas as empresas de mercadorias e aos respectivos condutores que planeiem a sua viagem de modo a só a iniciarem a horas permitam, sem paragens no percurso, cruzar aquela fronteira depois do terminus da interdição, para evitarem congestionamentos de trânsito em Vilar Formoso e nas A25 e EN16.
Tenente-Coronel António Manuel Lourenço Lopes, Comandante Territorial
Os concelhos do distrito da Guarda têm uma sala de visitas na Plaza Mayor de Salamanca. Edição da jornalista Sara Castro com imagem de Paula Pinto da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).

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Autoria: LocalVisãoTV posted with Galeria de Vídeos Capeia Arraiana
jcl
Tal como ao redor da lareira, a ouvir o crepitar de um lume vivo, assim nós nos encontrávamos todos satisfeitos, em volta de um Bucho Raiano, algures, no começo de uma longa noite, em Bruxelas, entre meados de Janeiro e o Carnaval.
Aqueles três homens e três mulheres estavam ali a festejar uma tradição que se transmitiu durante séculos e tenho a impressão de que só o olhar suave de um Bucho Raiano gorducho e redondinho, mas por demais astuto e vivaço, nos poderia fazer a contagem dos anos que o têm contemplado ao largo de tantas gerações.
Também não sabemos quantas lendas nos poderiam ter enfeitiçado para nos sentirmos como que endemoninhados perante um quase deus que ao mesmo tempo veneramos, nos encanta e alimenta. De que miragem fascinante andaríamos nós à procura?
Já cheirava a infância e a ternura, e repassavam pela nossa mente os gestos rituais das nossas mães e avós, quando o bucho nos activou as papilas gustativas, ao vê-lo todo rosado em cima da mesa. Parecia ter já bebido alguns copos de um clarete sorrateiro. Mesmo com as faces e as maçãs do rosto afogueadas, ainda não tinha perdido a sensatez ancestral de quem nos traz o sustento, a tradição, o encanto e a emoção de estarmos juntos.
Com o religioso silêncio, interrompido apenas pelo tilintar dos talheres e apressados para principiar um ritual iniciático, já estava preparado o ambiente para a evocação de lendas e tradições imemoriais ao redor de um Bucho Raiano. O anfitrião e confrade privar-se-ia de repetir os contos romanescos da sua infância e também nada diria sobre as múltiplas viagens ao interior de si próprio. Procuraria proporcionar uma atmosfera condigna, própria de um ritual legendário para favorecer o enlevo que brotaria espontaneamente das raízes e da memória.
Ambiente estranho este de estar em frente, melhor dito, em redor de um bucho. Todas as crenças, contos, lendas e produtos capitosos de uma terra se entremisturam para dar lugar ao dialogo amistoso e criativo que nos avivava o prazer de estarmos juntos. As histórias que cada um de nós tinha vivido ao longo da vida cruzavam-se com o olhar atento de um bucho que sabia observar, ouvir e interpelar para que a comunicação não se esgotasse num simples acto de levar à boca e que iria ter lugar dali a instantes. Este genuíno raiano de bucho pretendia assumir-se como uma caixa de ressonância, a transmitir-nos os ecos que evocavam a nostalgia e a saudade.
Mas este não era qualquer bucho. Era o Bucho Raiano! E já estávamos a esquecer este predicado distintivo e alusivo a culturas destinadas por natureza à ameaça e à extinção, simplesmente por estarem na fronteira e no interior. Porém, entre os convivas alguém as teria considerado ainda mais fecundas por terem resistido corajosamente entre dois mundos. A tradição teve a oportunidade de se afirmar ao longo dos séculos, mas não deixou de estar à escuta e com a porta aberta a outras culturas que nos alargavam os horizontes. Pudemos comparar, pudemos provar outros gostos, mas nem o rodar do tempo, nem as constantes passagens de forasteiros pela fronteira conseguiram destruir a tradição que se enraizou na nossa memória réptil, deixando-nos ficar um sabor constante e indelével que faz parte da nossa tradição cultural e gastronómica.
Este instinto de ir ao encontro e de observar tivemos o privilégio de o experimentar do cimo das serranias da nossa Serra da Malcata e dos vários montes que a constituem e a circundam. Das suas alturas pudemos olhar para mais longe, para outros mundos e não ficámos limitados aos horizontes que nos rodeavam, nem tão pouco asfixiados com o que tínhamos e comíamos.
E, a propósito do Bucho Raiano, já estávamos longe demais. É quando acordámos do nosso enlevo, já o professor Carvalho Rodrigues nos tinha conduzido para bem mais longe. Tínhamos passado várias fronteiras e estávamos já no Egipto, em companhia do Santo Antão. Este sim era um valente raiano e amigo dos buchos, das chouriças, dos porcos, dos presuntos, dos salpicões, das farinheiras e das farinhatas e de todas as tentações que de dia e de noite o assediavam. Não admira pois que também os grandes pintores como Jerónimo Bosch se tenham lembrado dele para o imortalizar numa pintura denominada as Tentações de Santo Antão, cujo belíssimo quadro, antes de chegar a Lisboa teria passado certamente pela raia sabugalense, itinerário fronteiriço obrigatório para chegar à capital do Reino.
O saco do bucho é um verdadeiro ninho de tentações. É o topo da raia humana atiçado por todas as seduções que nos assolam. A umas resistimos, mas a outras abrimos as portas, saboreando-as gostosamente até à medula dos ossos, inebriados com o prazer exacerbado da gula pecaminosa.
Que mistura esta da natureza tórrida, da concupiscência endiabrada e da ascética salamanquina ou avilena que se entrelaçam em vésperas de um tempo quaresmal, de deserto e de privações como se o mundo aqui terminasse!
Todo o saber acumulado num bucho raiano não caberá certamente na Livraria Orfeu, do Joaquim Pinto da Silva, observador atento aos sabores literários escondidos na raia beirã e que não deixava de manifestar a sua admiração pelos saberes acumulados numa peça de arte e tradição que se ia consumindo em cima de uma mesa à volta da qual não arredávamos pé. A sua Foz do Douro estava por um momento esquecida!
Eram os preparativos de um terceiro capítulo que se aproximava a passos largos. Tínhamos feito naquela noite uma longa viagem em companhia do fiel e solidário amigo Bucho Raiano. Agora, familiarizados com a sua amizade, iríamos com mais confiança ao seu encontro, em romagem peregrina, à escuta de um bom momento de inspiração e abertura a uma cultura e gastronomia ancestrais.
Joaquim Tenreira Martins
O escritor sabugalense Manuel António Pina, Prémio Camões em 2011, está entre os 59 escritores portugueses que subscreveram um abaixo assinado em protesto contra a projectada decisão do Governo de encerrar a Livraria Camões no Rio de Janeiro, considerando tratar-se de um acto «deplorável».
«O encerramento da Livraria Camões, no Rio de Janeiro, ao cabo de 40 anos de uma atividade que se impôs pelos critérios culturais e adequação a um contexto peculiar, constituiria um ato deplorável do decisor político», adverte o manifesto a que agência Lusa teve acesso.
Para os subscritores, cujo primeiro nome é o de Manuel Alegre, «desconsiderando uma casa cujos méritos nunca deixaram de ser reconhecidos, designadamente na relação que promove entre os países dos dois lados do Atlântico, atinge-se o valor estratégico que é a difusão da língua e cultura portuguesas, bem como as dimensões simbólicas projetadas pelo poeta celebrado no nosso Dia Nacional, que sempre encontrou no Brasil alguns dos seus estudiosos e cultores maiores».
«Portugal não deve nem pode, a nosso ver, prescindir de uma das suas armas de afirmação fundamental, a língua de Camões e quanto nela se exprime, para além de juízos conjunturais e da muito duvidosa racionalidade que os incita», sustentam os subscritores do abaixo assinado, que inclui os nomes de Maria Teresa Horta e de José Manuel Mendes, Almeida Faria, Ana Luísa Amaral, Ana Marques Gastão, António Cândido Franco, António Carlos Cortez, António José Borges, António Osório, Armando Silva Carvalho, Baptista-Bastos, Cândido de Oliveira Martins, Casimiro de Brito, Clara Rocha, Fernando J.B. Martinho, Fernando Pinto do Amaral, Francisco Duarte Mangas, Gastão Cruz, Hélder Macedo, Helena de Vasconcelos, Hélia Correia, Inês Pedrosa e Isabel Pires de Lima, Isabel Ponce de Leão, Jacinto Lucas Pires, Jaime Rocha, João Barrento, João Luís Barreto Guimarães, João de Melo, João Rui de Sousa, José Carlos Seabra Pereira, José Jorge Letria, José Manuel da Costa Esteves, Julieta Monginho, Leonor Xavier, Lídia Jorge, Manuel Gusmão, Manuela Parreira da Silva, Margarida Vale de Gato, Maria Alzira Seixo, Maria Isabel Barreno, Maria João Cantinho, Maria João Reynaud, Maria Luisa Malato, Maria Teresa Dias Furtado, Mário de Carvalho, Mário Cláudio, Miguel Real, Nuno Júdice, Patricia Reis, Pedro Tamen, Teresa Salema, Tolentino Mendonça, Urbano Tavares Rodrigues, Valter Hugo Mãe, Vanda Anastácio e Yvette Centeno.
plb (com Lusa)
As linguagens da aldeia são muito diversas, variam de casa para casa, de rua para rua, mas têm substratos comuns. E respondem simplesmente à vida vivida, não a estereótipos científicos. Cada época acarreta para a fala os seus ícones também linguísticos. Hoje trago aqui só meia dúzia de exemplos dos anos 60 para apreciação de quem gostar destas elucubrações.
Há palavras e expressões que nos anos 60 têm um significado profundo e subliminar que hoje nem se imagina. Na maior parte dos casos, o regime e a Igreja fizeram bem o seu papel: sedimentaram em cima da ignorância do Povo o significado que quiseram para cada palavra.
Um exemplo.
A Maçonaria combatia o regime? Então, tudo o que é mação é mau. Passaram esta ideia de base para as pessoas, repetiram isso até à exaustão e… nem preciso de explicar mais nada. De cada vez que se queria dizer que Fulano ou Sicrano era mau, tinha mau íntimo etc., bastava dizer:
– Aquilo é um maçónico!
Estava tudo dito. Maçónico é mação, é pessoa sem princípios. Pessoa que fosse rotulada de «maçónica» estava marcada. «Voz do Povo, voz de Deus» – a coisa circulava nos bastidores da vida social da aldeia. A partir daí, «mais vale cair em graça do que ser engraçado»: tanto dava a pessoa ter princípios e quais eles fossem como não: era simplesmente «maçónico». E estava frito…
«Até é Doutor»
E agora um exemplo do contrário: palavras que qualificam pela positiva sem mais discussão também…
A palavra «Doutor» corresponde ao máximo na escala social. Se é «Doutor» é boa gente: «Até é Doutor». Alguns, acho que só estiveram em Coimbra de passagem, mas ficaram para sempre «Doutores». Duvido que o «Doutor de Santo Amaro» alguma vez tenha concluído algum curso; e duvido que o «Doutor Guerra», da «Quinta» tenha acabado uma qualquer licenciatura. Mas são «Doutores».
E isso é que conta, nos anos 50 e 60: a reverência manifesta-se por aí também: o respeitinho da população garantido em símbolos de linguagem…
Ser «Doutor» é o máximo. Há poucos. A palavra é um título honorífico, como, sei lá, ser «conde» ou «besconde» (visconde, que também ali havia um numa quinta próxima…).
Se é «doutor» é gente importante, de certeza. Reparem que hoje a coisa mais vulgar é haver vários licenciados na mesma casa. Naquele tempo havia um ou dois em cada aldeia, se tanto. Daí, a «valorização» do termo na época.
Chega o calão emigrante
A propósito de linguagem, vale a pena referir dois ou três vocábulos introduzidos pela mistura emigrante. Os primeiros regressados de férias (meados dos anos 60) falam sem cessar das folhas de «peia», dos batimãs, dos bidonviles, da SNCF, dos papiês… Aos filhos falam uma mistura incrível. Ficou célebre aquela mãe a gritar na rua três ou quatro vezes: «Michel, tu vas tomber» («Miguel, vais cair»). E como o filho não obedecia e caiu mesmo: «Ai, o f.p. do garoto, não é que caiu mesmo? Ah, malandro, eu bem dizia que partias os c****s!».
Explicando os termos trazidos de Paris e arredores (Seine-et-Oise, Champigny – ver a foto pequena à direita) para a aldeia: folha de peia («feuille de paie») é o impresso relativo ao salário; batimãs («bâtiments») são as obras de construção civil onde muitos trabalhavam e davam cabo do cabedal; bidonviles («bidonvilles») são os bairros clandestinos miseráveis dos arredores de Paris, onde a maioria morava; SNCF: era a Société Nationale des Chemins de Fer (Sociedade Nacional dos Caminhos de Ferro) onde alguns trabalharam anos e anos; os «papiês» («papiers») são, naturalmente, os almejados documentos de legalização como emigrantes. Mas há mais: os carros e as matrículas. Os «apartamentos» (departamentos, claro – mas que diferença faz?). Demos connosco a saber de cor que 75 era Paris, 92, 93 ou 94, dos arredores…
Agora uma adivinha para fechar: sabe o que é o «farruge»?
Não, pois não?
Eu ajudo: era o «feu rouge», o semáforo vermelho que a todos eles surpreendeu nas cidades francesas (cá nunca tinham visto – o mais que tinham visto era um sinaleiro na Covilhã e outro na Guarda ou em Castelo Branco…).
Mas devo acrescentar que não é raro um ou outro emigrante na França ser depreciativamente apelidado de «tchampigny».
Enfim: fluxos e refluxos da linguagem popular.
Aliás, acho que toda a vivência emigrante no Casteleiro poderá merecer uma crónica específica. Um dia se verá isso.
…E assim se construiu um linguajar diferente e mais colorido naquela época meio triste e apagada. Foi um linguajar transitório. Hoje já ninguém diz «farruge». Os pais e avós falam português e arranham o francês mas os filhos e netos já só falam francês – e muito correctamente, os que lá fizeram a escola. A emigração levou saúde mas trouxe dinheiro, conforto e novos vocábulos obtidos por uma engraçada corruptela popular e folclórica.
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
No âmbito da geminação Foios – Eljas realizou-se, no passado sábado, dia 29, mais um magusto, castañada como dizem nuestros hermanos, na típica povoação vizinha de Eljas.
Tal como constava no programa às 15,30 horas as autoridades autárquicas deslocaram-se até à estátua do contrabandista onde foi depositada uma coroa de flores em homenagem aos nossos queridos antepassados visto que foi por eles que foi feita a geminação.
Às 16 horas o grupo de jovens de Eljas, designado por sevilhanas, exibiu-se ao mais alto nível.
Enquanto o grupo actuava os sapadores de Foios e os empregados del Ayuntamiento espalhavam as castanhas que, por sua vez, iam sendo cobertas pela respectiva caruma.
Após a actuação do grupo de sevilhanas os alcaldes deram ordem para que se pudesse pegar o lume à caruma.
Foi um espectáculo de alto nível o elevar das chamas que afastava algumas pessoas e aproximava outras visto que a tarde estava algo fresquinha.
Passado meia hora as castanhas estavam prontas tendo todas as pessoas cercado essa grande circunferência e recolhido em pratos, em sacos ou de qualquer outra forma, castanhas que eram comidas em grupo e mergulhadas no mel que cada pessoa havia colocado no seu prato.
Por outro lado viam-se também grupos de amigos junto das mesas onde havia os tradicionais pinchos que eram acompanhados pelo típico vinho de Eljas ou pela saborosa jeropiga que os fojeiros haviam levado.
Por volta das 20 horas estava tudo arrumado e a festa continuou pelos bares e discotecas das Eljas.
Para o ano haverá, certamente, mais apesar da crise.
Carlos
O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero–Douro, tem em curso a realização de Sessões Informativas sobre o Projecto Self-Prevention em diversas localidades.
A bolsa de emprego para trabalhar no projecto Self Prevention continua aberta, esperando o AECT pelo recebimento das respectivas candidaturas, que poderão ser apresentadas no portal http://www.self-prevention.com, na secção «bolsa de emprego». Ou, em alternativa, os interessados podem contactar as respectivas Juntas de Freguesia, que lhes facultarão os contactos da equipa técnica do AECT Duero-Douro.
Ainda durante o presente mês do Outubro, em articulação com o centro de formação profissional da Guarda e o centro de formação profissional de Bragança, o Self-Prevention vai iniciar a formação especializada para os futuros trabalhadores.
Segundo o Director Geral do AECT Duero-Douro, Jose Luis Pascual Criado, «de entre todos os perfis profissionais necessários para a implementação do projecto, os primeiros a ser incorporados na fase inicial serão os de funcionários de explorações de caprinos e Funcionários de Empresa Láctea/ Queijarias».
O Self-Prevention é um projecto transfronteiriço da AECT que conta com o apoio dos governos português e espanhol e que aposta na utilização de cabras para prevenção de incêndios florestais em territórios transfronteiriços. O AECT Duero-Douro agrupa 63 localidades fronteiriças portuguesas e espanholas num total de 187 entidades.
plb
Os resultados das eleições autárquicas que tiveram lugar no passado mês de Maio, em toda a Espanha, ditaram que o amigo Celso Ramos, da vizinha povoação de Navasfrias, continuasse à frente do respectivo Ayuntamiento.
Como é do conhecimento geral e atendendo ao facto de no país vizinho haver regionalização tudo se passa de maneira diferente.
A Diputacion de Salamanca tem um determinado número de deputados que são eleitos ou escolhidos de entre os alcaldes do PSOE ou do PP, neste caso, consoante os votos de cada um. Nesta legislatura o PSOE vai ter dez deputados, entre os quais o Celso, e o PP quinze.
Os vizinhos e amigos portugueses ficámos, naturalmente, satisfeitos com a eleição do amigo Celso porque ele conhece perfeitamente bem os problemas da raia e por ter plena consciência de que o progresso e o desenvolvimento de toda esta zona raiana passa pelo turismo. E nem só.
Para além do turismo outros projectos poderão ser elaborados e candidatados aos respectivos programas comunitários.
O amigo Celso vai estar mais próximo dos centros de decisão e julgamos que a zona muito terá a ganhar com isso.
Dado a que a Lei o permite o Celso vai poder acumular os dois cargos. Será deputado provincial e Alcalde de Navasfrias.
Desejamos-lhe muitas felicidades nestes dois cargos com a certeza de que tudo fará para os dignificar.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
A convite do Maire de Salaunes, localidade francesa, próxima de Bordeaux, uma delegação de Foios deslocou-se a França com o intuito de um dia poder ser feita a geminação Foios – Salaunes. O referido Maire, de nome Jean Mairie Castagneau, já se havia deslocado aos Foios, em 2009, acompanhado da adjointe (Josiane) e ficaram muito bem impressionados com os Foios e com toda a região.
A pequena delegação de Foios foi constituída pelos representantes das diversas instituições: José Manuel Campos (Presidente da Junta de Freguesia), José Tavares (Presidente do Grupo Cultural e Desportivo e Presidente da Assembleia de Freguesia), José Leal (Presidente da Associação de Caça e Pesca), António Sanches (em representação da Comissão de Melhoramentos que gere o Lar da 3.ª Idade).
O grupo fojeiro foi recebido pelo Maire e pelos restantes membros do Conseille (14) bem como pelo casal François Dias, esposa Maria e filhos David e Frederic que são de Foios e muito bem relacionados com os autarcas de Salaunes.
Foi, aliás, o François, que há cerca de três ou quatro anos, teve a iniciativa da hipotética geminação.
Podemos afirmar, sem qualquer dúvida, que foi um fim-de-semana muito enriquecedor a exceder, largamente, as expectativas. A zona de Bordeaux é muito plana e muito verde. Há uma imensa floresta e variadíssimos campos hortícolas.
De Foios levámos alguns produtos que também agradaram aos anfitriões. Para além dos bons enchidos e dos saborosos queijos surpreendemos os franceses com um saco de meruge que deu para comer em todas as refeições.
Tanto o jantar de sábado como o do domingo (dias 7 e 8) houve animação musical tendo proporcionado uns bailes bastante animados. Mais animados porque também participaram outros amigos e familiares fojeiros que também residem na região. Cabe aqui referir o Artur Leal (entre nós Artur Pêra) que com a esposa, filho, nora e netos muito contribuíram para que o ambiente se tornasse ainda mais fojeiro.
O Monsieur le Maire também nos quis brindar com excelente almoço na sua residência que é uma casa de campo com muita floresta e bonitos jardins.
Para melhor compreensão dos Senhores leitores anexamos uma série de fotografias visto que, tal como diz o provérbio, uma imagem vale mais que mil palavras.
Merci, Monsieur le Maire e Merci ami François, esposa e filhos.
Finalmente uma palavra de agradecimento e de reconhecimento para o condutor António Sanches (entre nós Tó Naque) que nos conduziu com toda a segurança e confiança.
Gostámos e havemos de repetir.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Este é o 100º «Nascente no Côa» de José Manuel Campos, no Capeia Arraiana. Apraz-nos assinalar a bonita soma atingida por estas crónicas regulares que demonstram a forte dinâmica deste autarca raiano, cujo exemplo de constante labuta em favor da sua terra bem poderia ser seguido por outros edis. José Manuel Campos há muito assumiu o compromisso com uma causa (os Fóios), e essa peleja pela divulgação e valorização da sua terra irá certamente manter-se.
plb e jcl
No dia 18 de Maio, pelas 15 horas, a Casa de Portugal em São Paulo, recebe os naturais de Vila do Touro, para o lançamento de um livro escrito por um conterrâneo radicado naquela cidade brasileira.
«Memórias de um Garoto de Vila do Touro em Terras Brasileiras», é o sugestivo título do livro de António Maria das Neves, um natural da antiga vila e sede de concelho, agora freguesia do concelho do Sabugal. O livro, editado há dois anos no Brasil, relata as vivências de uma criança no seio da aldeia onde nasceu, revelando a prodigiosa memória do autor, que foi para o Brasil com a família ainda muito novo.
António Maria das Neves tem 17 irmãos, todos eles radicados em São Paulo, assim como outros naturais da sua aldeia beiroa, que no dia 18 de Abril estarão na Casa de Portugal, para assistirem e participarem na apresentação do livro. Após a apresentação da obra terá lugar uma reflexão e um debate acerca da importância do livro para uma comunidade que emigrou para terras longínquas e teima em manter vivo o sentimento da saudade e da portugalidade, nunca deixando de ter as terras de origem na memória.
Para além do autor do livro, também usará da palavra o dr. Carlos Manuel Luís, ex-deputado à Assembleia da República e actual secretário-geral da Fundação INATEL, que aí se reunirá aos seus conterrâneos emigrantes no Brasil. Carlos Luís fará uma comunicação intitulada «O imaginário colectivo na identidade de um povo».
plb
Comer Bucho Raiano fora do tempo, fora de Portugal, e com colegas e amigos fora da região onde o bucho nasceu, poderá ser uma ousadia gastronómica um tanto ou quanto aventureira.

Não é que eu tenha algum receio de servir bucho a qualquer altura do ano. Não. É mais por respeito pelo Senhor Bucho, pois nunca se sabe como é que este poderá reagir. Não pensem que não dá conta que, de um momento para o outro, não se encontra no seu meio natural. Ele é deveras inteligente! Mesmo que não se observem as suas reações, percebe bem as reações dos seus comensais. Observa mesmo quem o aprecia ou não. Claro que quem não o conhece, olha para aquela peça enorme, arredondada, fumegante e de cor acastanhada com muita curiosidade e apreensão. E quando o confrade o começa a esventrar, meu deus, que cheiro se espalha pelos ares! Os olhos dos convivas centram-se no Senhor Bucho. Mas, todo vaidoso, não lhe apetece dizer nada. Observa e regala-se todo, ao sentir que é o centro de todas as atenções. Ele é o Senhor Bucho! E, quando já esventrado, começa a pingar de untuosidade, então começa a olhar mais compenetradamente para os seus comensais. Constata que as narinas já estão repletas do delicioso cheiro bem característico que exala do seu corpo, e que os lábios não param de mexer de ansiedade, e que a saliva não tem mais paciência para se privar do famoso dito cujo, não cessando de engolir em seco.
Claro que o anfitrião e confrade, quando pega no bucho para o começar a cortar, não perde a oportunidade para dar algumas informações acerca do Senhor Bucho, sobretudo de o situar no contexto da tradição do calendário litúrgico e aldeão das nossas terras raianas beirãs; de dizer como era fabricado; em que altura se comia; o que normalmente contem, sem se privar de fazer uma pequena aula de anatomia porcina que acaba sempre, sem se dar por isso, por ferir as susceptibilidades das pessoas mais sensíveis
– Já chega de comentários, já chega de observações e de discursos sobre a especialidade raiana, meu caro anfitrião. Deixe-se de vaidosices. É o Senhor Bucho que nos vai convencer e não o senhor do bucho.
As minhas mãos caíram de pasmo. O garfo não entrou logo à primeira, e notei que a faca não encontrava o melhor sítio para começar a dividir o bucho, ou talvez este mesmo tenha hesitado, por um momento, em se dar a comer. Tive de me concentrar, não fosse o bucho apresentar um protesto por ter perdido a necessária atenção que lhe é devida. Olhei para ele mais uma vez. Não, não tinha vontade de protestar. Sentia um feliz ambiente, sereno, com vontade de se entregar, rendido à curiosidade de ser provado pela primeira vez.
O bucho deixou de se ouvir e ficou silencioso. Já estava nos pratos, ao lado das batatas belgas e dos grelos italianos, e olhava em contre-plongée para a cara de cada um dos comensais. Iam-no levando à boca, mastigavam-no e saboreavam-no com espanto e admiração, quase religiosamente. Mas, curioso, este mesmo bucho quis logo interromper o silencio e não resistiu à pergunta:
– E então? Que tal? Gostam, meus citadinos europeus?
E começaram logo todos a desembuchar.
– Que excelente iguaria! Que delicioso sabor!
E a curiosidade levou-os a escarafunchar com o garfo e a faca, à procura de descobertas anatomias do porco. Ouvem-se comentários: há focinho, há ossinhos, há pimentão e colorau, há poucos coiros e poucas gorduras.
E o bucho ouvia com satisfação, sobretudo o comentário daquelas senhoras que se preocupam em manter a linha.
– Afinal não é tão gordo como a gente pensava!
Também o bucho estava satisfeito. Depois de lhe terem extirpado a barriga já não podia colocar a mão em cima da mesma, para a acariciar e a rodear, em sinal de satisfação. Agora começava uma outra viagem na barriga dos outros. Sentia-os repletos e alegres com o delicioso manjar de bucho que pouco a pouco ia desaparecendo.
Todos estavam satisfeitos: o bucho, o anfitrião e os convivas.
Mas não sei se o Chanceler da Confraria teria ficaria satisfeito ao ver um confrade apenas com as insígnias e sem a farda apropriada numa cerimónia fora de muros e com um certo alcance mediático.
Promovido a confrade neste recente segundo capitulo, o autor destas linhas, ao organizar um jantar em sua casa, neste fim de mês de Abril, com os seus colegas da Embaixada, constatou que o Senhor Bucho, primeiro discreto e observador, depois satisfeito e efusivo, convenceu e não deixou de ouvir constantes elogios às suas qualidades: bom paladar, excelente cheiro, iguaria com sabor impar!
No dia seguinte, todos partilhavam de um momento inédito e ninguém se queixou de efeitos secundários. Apenas o anfitrião, se apresentou com as suas olheiras um pouco mais salientes que o habitual, mas desta vez com o motivo de ter passado a noite a lavar a louça, porque com o Senhor Bucho é sempre uma festa, antes, no próprio momento e depois de ser servido.
Joaquim Tenreira Martins
A «Casa da Prisca», do concelho de Trancoso, é a única empresa portuguesa representada no Salon de Gourmets que decorre, entre 11 a 14 de Abril, na Feira de Madrid organizada pelo Grupo Gourmets. No stand beirão estão disponíveis produtos tradicionais e regionais – azeite, vinho, vinagre, presunto, enchidos, mel, doçaria, queijos, aguardentes, licores e bolos regionais – e em destaque os artigos «kosher» e as «sardinhas de Trancoso».

Em Freches – terra que parece um presépio – existe uma casa que foi pertença do cônsul Ribeiro de Melo a que chamam «do Prisca», não se sabendo ao certo a razão de tal apelido. Com os primeiros dinheiros juntos, Agostinho dos Santos e a esposa conseguiram adquirir a casa que «enobrece a freguesia» e dela tornar «referência para a marca comercial». Às Portas d’El Rey, em Trancoso, existia uma taberna ou casa de petiscos, conhecida por «Casa Regional», situada logo à entrada do centro histórico e perímetro amuralhado que foi, também, adquirida pela família Santos. Aproveitando fundos do PROCOM (Programa de Modernização do
Comércio) ao antigo dístico do velho estabelecimento «Os melhores vinhos da região, do copo ao garrafão» deu lugar a um azulejo pintado, de qualidade, representando a Casa da Prisca, de Freches, que serve de marca e logótipo aos vários produtos.
«Com a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia CEE, no início dos anos 90, surgiram novas exigências de venda no mercado, mais leis que exigiam cada vez melhores condições não podendo os enchidos ser feitos em casa como antigamente. A lei exigia que tal acontecesse numa zona industrial», recorda Agostinho dos Santos. Daí resultou a ideia de construir-se uma salsicharia, que viria ter o nome de Salsicharia Trancosense, mantendo as ancestrais técnicas de laboração e transformação da carne e seus derivados. Hoje é mais conhecida por Casa da Prisca. A evolução da empresa, hoje já com cerca de quatro dezenas de trabalhadores levou à confecção de doçaria também de características tradicionais, utilizando receitas antigas como base ao aproveitamento daquilo que a terra e o trabalho dão.
É a quarta vez que a Casa da Prisca está presente neste importante certame internacional que reúne na capital espanhola importantes empresas do sector que aproveitam o evento para estabelecer contactos comerciais e promover os produtos respectivos onde prima a qualidade. Azeite, vinho, vinagre, presunto, enchidos, mel, compotas, doçaria, queijos, aguardentes, licores e marmelada são alguns dos produtos de excelência tradicionais e regionais que a Casa da Prisca apresentou no Salon de Gourmets de Madrid.
A família Santos entende que um dos objectivos da participação da Casa da Prisca na feira de Madrid visa a continuação da penetração no mercado espanhol e estabelecer contactos para desenvolvimento e expansão exterior. A Espanha, pela sua proximidade com Portugal, afigura-se como «um mercado com grandes potencialidades, aliado à qualidade dos produtos da Casa da Prisca e ainda à centralidade que Trancoso possui relativamente a Espanha, pois a distância a Lisboa e a Madrid é idêntica.
A Casa da Prisca possui uma delegação comercial em Madrid há cerca de três anos.
jcl (com Gabinete Comunicação da C. M. Trancoso)
As cerimónias oficiais da evocação da Batalha do Sabugal no sítio do Gravato tiveram início no dia 2 de Abril de 2011 no Auditório Municipal do Sabugal. O professor Adérito Tavares abriu «as hostilidades» explicando (como só ele é capaz) o «expansionismo napoleónico na Península Ibérica: o princípio e o fim». Já no dia anterior, sexta-feira, no mesmo local, uma plateia repleta de alunos das Escolas do Sabugal tiveram oportunidade de aprender com o ilustre historiador natural de Aldeia do Bispo. Seguiu-se o lançamento dos livros «A Batalha do Gravato – Narrativas do famigerado combate do Sabugal» da autoria de Manuel Morgado e Marcos Osório e de «Sabugal e as Invasões Francesas» de Manuel Francisco Veiga Gouveia Mourão, Joaquim Tenreira Martins e Paulo Leitão Batista. O prefácio e a apresentação do livro escrito a «três mãos» esteve a cargo do filósofo e pensador sabugalense mestre Jesué Pinharanda Gomes.

Na sexta-feira, 1 de Abril, os alunos do Agrupamento de Escolas do Sabugal encheram o Auditório Municipal do Sabugal para escutar e aprender com o historiador Adérito Tavares muitos pormenores pouco falados das chamadas batalhas napoleónicas entre franceses e ingleses (ajudados pelos portugueses).
No sábado, 2 de Abril, o Auditório voltou a encher-se de sabugalenses (e muitos militares fardados) para assistirem ao lançamento dos livros «A Batalha do Gravato – Narrativas do famigerado combate do Sabugal» da autoria de Manuel Morgado e Marcos Osório e de «Sabugal e as Invasões Francesas» de Manuel Francisco Veiga Gouveia Mourão, Joaquim Tenreira Martins e Paulo Leitão Batista.
O Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, destacou no seu discurso de abertura: «Celebramos um percurso histórico que nos orgulha!» e quase a finalizar enfatizou que «tendo a História como única juíza das nossas acções, acreditamos profundamente ser este o caminho certo que melhor defende e promove o bem comum da comunidade que pretendemos servir e tendo no sorriso de quem servimos o único medidor de satisfação, acreditamos profundamente na força do nosso concelho e da nossa gente».
A vice-presidente da autarquia, Delfina Leal, ocupou-se da moderação encontro temático «Sabugal e as Invasões Francesas» onde marcaram presença Pinharanda Gomes, Adérito Tavares e os autores dos dois livros.
Mestre Pinharanda Gomes, com aquela humildade que todos lhe conhecemos, começou por dizer que «se sentia duplamente intruso na cerimónia». Em primeiro lugar «é mentira que tenha escrito um prefácio para o livro porque é um pós-fácio escrito depois da obra terminada mas como assim está instituído vamos então chamar-lhe prefácio» e o segundo acto de intrusão está relacionado com «a gentileza do convite dos autores que não necessitavam necessariamente da minha apresentação». «Agradeço a honra e a gentileza que me deram de estar aqui presente e vou dar o meu contributo pessoal apenas como leitor desta obra que foi editada pela livraria portuguesa e galega Orpheu. Sobre a temática do tenente-coronel Gouveia Mourão não me vou pronunciar porque não tenho competência para tanto. Fiquei livre da tropa e penso mesmo que nunca dei um tiro na minha vida». «Sobre o doutor Joaquim Tenreira Martins, natural de Vale de Espinho, o que posso dizer de alguém que é licenciado em Ciências Políticas na Universidade de Lovaine – um exclusivo que só apareceu em Portugal na Universidade Católica – e mestre pela universidade de Lille?». «O meu amigo doutor Paulo Leitão Batista aplica as palavras num modo estilístico. O prosador não tem de saber colocar o sujeito, o predicado, o complemento. A palavra para ser palato tem de sair do palato. A palavra sai do céu da boca para o papel. No caso do Sabugal temos depois de Manuel Leal Freire o Paulo Leitão Batista. Se lerem o livro «Terra Batida» temos as três memórias.»
Após a apresentação dos três autores mestre Pinharanda Gomes «explicou» a obra «dividida em três obras». «No primeiro texto tive que aprender a interpretar o ensaio político, táctico e militar acompanhado das dificuldades do terreno. Quando um autor é capaz de sonhar o sítio e descrevê-lo historicamente é uma arte. O texto beneficia desta virtude. Nas terceiras invasões francesas nem todos morreram no campo de batalha.» «O segundo livro é um estudo entre o sociológico e o militar nos séculos XVII, XVIII e XIX. Algumas passagens fazem lembrar o Hans Christian Andersen. A sua narrativa termina com o desastre de Napoleão.» «Finalmente o terceiro livro obedece ao canône histórico com pesquisa feita em fontes avulsas e chama ao palco as principais personagens da guerra – o Maneta era um general terrível, era um homem de cortar à faca – e termina, também, com a derrota de Napoleão que passou à condição de reformado em Liège com apenas 45 anos.
Para Jesué Pinharanda Gomes o livro «é um resumo das invasões francesas e uma separata do que se passou no Côa mostrando que o Wellington não quis envolver-se muito nas batalhas da fronteira porque talvez pensasse que era mais importante a defesa de Lisboa apesar de Napoleão a partir de certo momento idealizar não uma União Europeia mas uma Europa Imperial». A concluir recordou que «ainda hoje no retábulo da Sé da Guarda estão os sinais dos disparos das tropas francesas» não sabendo contudo se «alguma vez se fez algum inquérito aos males que os franceses fizeram aqui na Raia». «Felicito vivamente os autores, o editor e sugiro que comprem a obra», rematou Pinharanda Gomes.
jcl
Depois de alguns avanços e recuos eis que nuestros hermanos se decidiram pela construção de «La Carretera Navasfrias – Foios».
Pela parte que me diz respeito não posso deixar de manifestar uma profunda alegria e um profundo agradecimento às pessoas que mais se aplicaram para que a carretera possa vir a ser uma realidade a curto prazo.
Agradeço, muito especialmente, aos meus queridos amigos de La Diputación de Salamanca com particular destaque para a Senhora Presidente Isabel Jimenéz e a todos aqueles que estão mais próximo dela.
Na altura devida não deixarei de também prestar uma justa e sincera homenagem a todos aqueles que, do lado português, também muito trabalharam para que este projecto venha a ser realidade.
Ficou ontem combinado que quando os trabalhos tiverem início o Ayuntamiento de Navasfrias pagará o cordero e quando os mesmos terminarem a Junta de Freguesia de Foios pagará o borrego.
Com este melhoramento a economia local e regional melhorará significativamente.
Grácias queridos hermanos!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Cerca de 30 jovens de Portugal e Espanha realizaram nas últimas semanas uma catalogação de bens materiais e imateriais de várias localidades fronteiriças da região do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Douro-Duero. O projecto, denominado «Observatório para a Promoção Cultural do Eixo Duero-Douro», pretende segundo os promotores ajudar a preservar o património cultural e social da região para as novas gerações.
Jose Luis Pascual, alcaide de Trabanca e presidente do Agrupamento, explicou que se quer «resgatar do esquecimento» uma parte «muito rica do património, numa das fronteiras mais antigas da Europa». Permitirá ainda contribuir para a formação como agentes culturais dos jovens espanhóis e portugueses participantes, explicou. O projecto vai permitir a recompilação da informação relativa a festas, costumes, património arquitectónico, gastronomia, personagens, jogos, mapas ou construções de uma dezena de municípios dos dois lados da fronteira.
A documentação foi depois digitalizada em várias páginas web, uma por cada município, permitindo que a informação «esteja disponível para todos e se possa conhecer em qualquer parte do mundo», explicou Pascual.
Em concreto o projecto abrangeu as localidades portuguesas de Sortelha, Vila do Touro, Malcata, Miranda do Douro, Vila Nova de Foz Côa, Numão e Freixo de Espada à Cinta e do lado espanhol Almaraz de Duero, Cabeza de Caballo, Espeja, Trabanca e Villaseco de los Reyes.
aps (com agência Lusa)
A «Commune» de São Gil, em Bruxelas, organiza, nesta sexta-feira, dia 28 de Janeiro, um Percurso de Poesia à volta da praça mais central, aquela onde está o belíssimo edifício da Câmara. A poesia portuguesa também marcará presença.
Será um non-stop de acontecimentos poéticos, saltitando entre instituições, edifícios públicos e estabelecimentos comerciais, em que se farão leituras e cantos de poemas do mundo.
A Orfeu, livraria portuguesa e galega, há 25 anos em Bruxelas, foi convidada para se ocupar da poesia portuguesa. Tratamos de seleccionar textos de poetas que passaram, que foram lidos ou que foram editados ou vão ser por nós (por vezes em 3 línguas: além da nossa o neerlandês e o francês) e estamos na finalização concreta do que se vai ler e cantar (sim, porque vamos ter dois guitarristas/cantores) e a respectiva «dramatização».
Como o trabalho de selecção foi largo, resolvemos acompanhar esta sessão de uma edição em livro de essa larga escolha. Nela figura, João Valente Martins, homem do Sabugal e das terras do Côa, com dois poemas (como todos os outros), retirados do livro Raiz, a ser editado por nós também e a ser apresentado no Sabugal, em Agosto deste ano.
Podem ver, sobre o Percurso de Poesia: aqui. Sobre a Orfeu: aqui.
Joaquim Pinto da Silva
Capeia Arraiana saúda o seu colaborador João Valente pela sua inclusão, enquanto poeta, na colectânea que vai ser editada em Bruxelas.
plb
A estrada entre Navasfrias e Fóios vai ser realidade.
O Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, recebeu no passado sábado, dia 8 de Janeiro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a Presidente da Diputación de Salamanca, Isabel Jiménez Garcia, que se fez acompanhar por dois assessores, os meus queridos amigos Carlos Cortes e o deputado Pepe.
Esta jornada de trabalho veio na sequência da I Feria «Ecoraya» e teve como pano de fundo o fortalecimento das relações transfronteiriças entre os nossos territórios.
O troço de la carretera Navasfrias – Foios, de apenas dois quilómetros e meio, foi analisado e ficou decidido que os trabalhos deverão ter início muito brevemente. Parabéns, Presidente António Robalo. A diplomacia e a abertura dão, de facto, bons resultados.
Na qualidade de Presidente de Junta da Freguesia de Foios não posso deixar de me congratular com estes bons resultados visto que também não me tenho poupado a esforços para que estas ligações sejam, na verdade, efectivas.
Desde que foi asfaltado o troço Navasfrias – Aldeia do Bispo tem-se notado, francamente, um enorme fluxo de pessoas bens dos dois lados da fronteira e tenho verificado que o desenvolvimento sócio-económico tem sido uma realidade.
Está provado que sem boas vias de acesso não há progresso e desenvolvimento.
Tenho plena consciência que o sucesso do «assador gigante» de castanhas, que levámos desde Foios à feira de Salamanca «Ecoraya», também foi pretexto para que se tivesse falado mais nas relações transfronteiriças e que o referido troço Navasfrias – Foios tivesse sido discutido e avivado.
Vamos continuar a trabalhar de frente porque temos, na verdade, muito para fazer.
Olhos nos olhos. De espaldas jamás!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
«Imagem da Semana» do Capeia Arraiana. Envie-nos a sua escolha para a caixa de correio electrónico: capeiaarraiana@gmail.com
Data: 9 de Janeiro de 2011.
Local: Fuentes de Oñoro, Espanha.
Autoria: Capeia Arraiana.
Legenda: As Galerias Gildo, em Fuentes de Oñoro, passaram a fornecer combustíveis da portuguesíssima GALP. Este domingo, com IVA a 18%, o preço da gasolina sem chumbo 95 estava a ser vendido (sem talões nem descontões) a 1.244 euros por litro. No Sabugal o mesmo litro da mesma gasolina marcava 1.513 euros.
jcl
O Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, recebe este sábado, 8 de Janeiro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho a Presidente da Diputación de Salamanca, Isabel Jiménez Garcia, os Presidentes dos Municípios que integram a BIN-SAL e o Douro Internacional. O encontro de trabalho transfronteiriço surge na sequência da I Feria Eco-Raia e pretende fortalecer as relações transfronteiriças entre os territórios de Portugal e Espanha.
António Robalo considerou a propósito da jornada de trabalho dos autarcas ibéricos que esta se insere numa estratégia comum porque «vamos ter vários desafios pela frente ao longo dos anos, desafios esses que devem ter paralelamente um desenvolvimento da actividade produtiva nos nossos territórios».
Isabel Jiménez, que ocupa desde 2003 a presidência da Diputación de Salamanca, vai estar presente no Sabugal acompanhada de dois assessores. «Partilhamos dois territórios muito importante – a Beira Interior e a província de Salamanca – nesta zona territorial ibérica a relação entre os municípios portugueses e a Diputación de Salamanca é crescente e consistente com o objectivo de dinamizar os dois territórios», declarou a presidente espanhola durante a Eco-Raia que decorreu no Recintos das Feiras de Salamanca nos passados dias 11 e 12 de Dezembro.
Recorde-se que a organização da I Feira Eco-Raia pertenceu à Comunidade de Trabalho BIN-SAL (Beira Interior Norte – Salamanca) constituída pelos Municípios do Sabugal, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel e Trancoso e à Diputación de Salamanca. O certame vai ter continuidade em Trancoso (2011), Salamanca (2012) e Pinhel (2013).
Programa do Encontro
11h30 – Recepção às personalidades convidadas no Salão Nobre dos Paços do Concelho do Município do Sabugal com discurso de boas-vindas pelo Presidente António Robalo;
12h00 – Visita cultural à cidade do Sabugal com passagem pelo Castelo e Museu Municipal;
13h00 – Porto de Honra na Junta de Freguesia do Soito e visita ao CNT-Centro de Negócios Transfronteiriços onde estão sedeadas e a laborar várias empresas incluindo uma espanhola;
13h30 – Almoço num restaurante do Soito.
Após o almoço terá lugar uma jornada de trabalho onde serão discutidas a cooperação transfronteiriça na produção e comercialização de produtos do mundo rural, as questões ambientais e energéticas, a protecção civil e as acessibilidades dos dois lados da Raia.
Outras actividades para sábado
10h30 – Quintas do Espinhal – Entrega de dois cachorros da Raça Serra da Estrela ao abrigo do protocolo celebrado entre o Município do Sabugal e a APCSE-Associação Portuguesa do Cão da Serra da Estrela que prevê a entrega em cada ninhada de exemplares certificados da raça Serra da Estrela aos pastores com rebanhos no concelho do Sabugal que viram aprovada a sua candidatura. A iniciativa conta com a presença do vereador Ernesto Cunha.
17h00 – Auditório Municipal – Concerto de Reis pelo Coro Mozart, Infantil e Juvenil.
jcl (com C.M.S.)
No passado sábado, dia 18 do corrente mês de Dezembro, os sócios do AECT reuniram, em Assembleia Geral, no auditório municipal de Mogadouro. Confesso que não esperava que tivessem marcado presença cento e quarenta associados.
Depois da maioria dos técnicos do AECT terem identificado e distribuído a documentação a todos os associados, que se dignaram comparecer, pediram para que entrassem e ocupassem lugar no auditório.
O Presidente da mesa da assembleia depois de ter verificado que havia condições para que os trabalhos se pudessem iniciar abriu a sessão.
A ordem de trabalhos era bastante extensa mas mesmo assim, com a boa vontade e com o bom senso de todos, fez-se um esforço para que todos os pontos, da ordem de trabalhos, pudessem ser analisados e discutidos antes do almoço.
Foi bom que assim tivesse acontecido visto que tempo em Mogadouro estava algo complicado, com bastante nevoeiro e algum gelo nas estradas da região. Assim, depois de degustada a riquíssima posta mirandesa, regada com um bom tinto a condizer, fizemo-nos à estrada de modo a que todas as pessoas pudessem estar nos seus lares à hora do jantar, tal como de facto aconteceu.
O quinto ponto da ordem de trabalhos estava relacionado com o projecto Self-Prevention ou projecto das cabras como algumas pessoas o vão designado.
Depois do Director José Luis Pascual ter proferido algumas palavras alusivas ao tema chamou ao palco os técnicos que têm estado mais envolvidos e mais comprometidos com este projecto. Os veterinários, economistas, engenheiros florestais e outros expuseram e desenvolveram os temas com tanta clareza que deixaram todos os membros da assembleia convencidos de que o projecto tem pernas para andar e que vai ser mesmo realidade.
Depois das referidas exposições abriu-se um curto período para debate. Alguns associados usaram da palavra para pedidos de esclarecimentos e achegas para logo, de seguida, ter sido posto à votação. O projecto das cabras acabara de ser aprovado por unanimidade e com uma salva de palmas.
O Director, visivelmente satisfeito, agradeceu a confiança manifestada e disse que no princípio do ano de 2011 já os técnicos sairão para o terreno fazer trabalho de campo junto das populações.
Sendo eu um homem de fé e de esperança nunca tive dúvidas de que o projecto Self-Prevention se converteria em realidade e que poderia aportar progresso e desenvolvimento para a zona do AECT visto todos sabermos que é considerada uma das manchas mais negra e mais atrasada de toda a Europa comunitária.
Se uma caminhada começa, de facto, num passo hoje, não tenho dúvidas em afirmar que se deu um passo gigante. Até os mais cépticos ficaram convencidos de que o Sef-Prevencion vai ser mesmo realidade.
Também não me restam dúvidas de que o caminho tem sido e continua a ser muito espinhoso. Mas hoje, posso afirmar, garantidamente, que estamos no bom caminho e que os objectivos hão-de ser certamente alcançados.
Um dos últimos pontos da ordem de trabalhos teve a ver com desistências e novas adesões. Também este ponto me deixou deveras satisfeito por ter verificado que saíram alguns e entraram outros. Como costuma dizer o Director Zé Luis: «O AECT é como o galinheiro. Umas saem e outras entram. Sempre assim foi.»
Registei também com muito agrado a presença do nosso Presidente António Robalo que, sentado numa cadeira da primeira fila, ouviu todos os intervenientes com muita atenção tendo tirado imensas notas.
Também já me tinha surpreendido a Vice-Presidente, Delfina Leal, aquando da vinda do Director ao Salão Nobre do nosso Município, para reunir com dezoito Presidentes de Junta. A reunião demorou três horas e a Vice-Presidente não arredou pé. Por isso me apraz afirmar que o nosso Município aderiu ao AECT depois de terem estudado bem a lição e tirado todas as dúvidas que pudessem subsistir.
A reunião da Assembleia acabou com todos os membros a discutir o pagamento das quotas. Há Ayuntamientos e Juntas de Freguesia que têm as quotas em atraso e outros que ainda não pagaram. A Direcção do AECT vai entrar em contacto com esses associados e dizer-lhes que ou regularizam a situação ou terão mesmo que sair do AECT por uma questão de justiça em relação àqueles que são cumpridores têm as quotas em dia.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
As campanhas de Natal das grandes empresas são campanhas de solidariedade ou de publicidade? No final a nossa adesão a estas campanha de caridade apenas serve para ajudar as grandes empresas na fuga aos impostos e ajudá-las no aumento de lucros.

Há dias, chegou-me uma mensagem de movimento contra as campanhas de caridade organizadas pelas grandes marcas de hipermercados, canais de televisão e outras grandes empresas, o que me leva a escrever esta crónica, pois há muito tempo que critico e rejeito todas essas falsidades.
Nesta época do ano, é suficiente acender a televisão, abrir um jornal ou lançar alguns sites da Internet, para ser «bombardeado» com estas campanhas de solidariedade, organizadas pelos grandes centros comerciais, com apoio dos canais televisivos, apresentadores de televisão e outras «fracas» personalidades. Na compra de este ou aquele produto, uma parte da receita será dirigida para uma instituição social. Algumas das mascotes destas campanhas tornam-se mesmo marcas criando parcerias com outras empresas nos mais diversos ramos de actividade, são livros, telemóveis, CDs, etc. Os investimentos em marketing e publicidade nestas campanhas são enormes.
Mas será que estas empresas, são mesmo tão solidárias e estão realmente preocupadas com a pobreza em Portugal, fazendo todos estes investimentos em prole da solidariedade? Ou haverá outros interesses por detrás dessas campanhas?
E no final, quem é que é solidário? São apenas os grandes hipermercados e canais televisivos, ou somos todos nós? Afinal, se não houvesse compradores essas campanhas não tinham razão de ser e não existiriam. Mas vejamos bem: aderimos a uma dessas campanhas e compramos algo (que nem precisamos) por dois euros. Desses dois euros, um vai para uma instiuição. E o outro €uro, vai para onde?
Se calhar para pagar prémios e ordenados a quem ganha 15 ou 20 mil €uros por mês, como apresentadores de televisão ou outros, para pagar campanhas publicitárias e marketing, a «grandes empresas» que todos os dias nos levam os pequenos ordenados nas compras que fazemos.
E continuando. Quando uma empresa ou individuo dá algo para uma instituição ou associação sem fins lucrativos, uma parte desses dons são dedutíveis das respectivas declarações de impostos. Este é mesmo um dos slogans das associações para tentarem obter maiores dons e ofertas. Agora nestas campanhas, são angariados alguns milhões de euros. A parte que essas empresas oferecem a esta ou aquela entidade, transforma-se automaticamente em dedução de impostos. Ou seja, com os donativos que damos nessas campanhas, ajudamos as empresas organizadoras na fuga aos impostos. No final, a nossa adesão à estas campanha, é uma participação fraca (porque apenas uma pequena parte vai realmente para instituições sociais) em actos de caridade, é também ajudar as grandes empresas na fuga aos impostos e ajudá-las no aumento de lucros.
A solidariedade é sem dúvida, necessária e por mais pequena que ela seja, é sempre positiva, mas isto não justifica que todos os meios sejam utilizados. Podemos e devemos ser solidários, ajudar e oferecer do pouco que temos é sempre bom para quem recebe. Para quem não têm nada, o pouco que receba é sempre muito.
Pessoalmente não apoio estas campanhas e não participo nelas, mas isso não faz de mim menos solidário. Mas vejo nestas campanhas, apenas interesses publicitários e marketing, entre outros. Se realmente os hipermercados se preocupassem com a pobreza ou com a solidariedade, baixavam os preços e as margens de lucro nos produtos que vendem, pagavam mais aos produtores que lhes fornecem os produtos e seriam assim mais solidários com maior número de pessoas.
Não deixem de ser solidários e, se realmente querem participar nessas campanhas, exijam um recibo pelos donativos que fazem. Damos a quem precisa, não quem já apresenta muitos milhões de benifícios.
«Um lagarteiro em Paris», crónica de Paulo Adão
paulo.adao@free.fr
Tal como havia sido previamente combinado, entre a Junta de Freguesia de Foios, técnicos e políticos da Diputación de Salamanca, a Junta de Freguesia de Foios transportou o enorme assador de castanhas até à Salamanca.

A Câmara Municipal de Sabugal disponibilizou o transporte que levou, até ao local da feira, o grelhador, trezentos quilos de castanhas, dez garrafões de jeropiga, duas mesas, alguns feixes de caruma e carqueja e os seis homens que estavam incumbidos de fazer o magusto. Tudo correu conforme o combinado.
Às 10.30 horas carregou-se na camioneta da Câmara tudo quanto já atrás foi referido. Às 12.30 aconteceu o almoço em Casillas de Flores e, após este, reiniciou-se a viagem até Salamanca, local da feira, onde chegámos por volta das 15 horas.
Depois de termos estacionado a viatura, autorizados pelas respectivas autoridades locais, o grupo das seis pessoas visitámos os bonitos stands da feira, com artigos e produtos portugueses e espanhóis, até que o Técnico da Diputación, Carlos Cortes, veio ao nosso encontro para nos dizer onde deveríamos descarregar os artigos e os produtos destinados ao magusto.
Colocaram-nos na parte nobre do edifício onde todas as pessoas eram obrigadas a passar. Ficou tudo instalado por volta das 16.30 horas portuguesas.
A Sr.ª Presidenta de la Diputación, Isabel Jimenéz, acompanhada por Alcaldes e Presidentes de Câmaras da Beira Interior Norte aproximaram-se do típico assador de castanhas tendo sido dada a honra de pegar fogo às carquejas à Exm.ª Sr.ª Presidente de la Diputación de Salamanca.
No assador encontravam-se cerca de 50 quilos de castanhas que ficaram assadas ao fim de dez minutos. Os rapazes responsáveis, responsáveis pelo magusto, num ápice puseram toda a gente a comer castanhas e a beber a saborosa jeropiga que foi muito apreciada por nuestros hermanos.
O entusiasmos e a concorrência eram de tal ordem que houve necessidade de se proceder a nova tarefa. Ao fim de dez minutos estavam assados mais 50 quilos de castanhas que tiveram o mesmo destino que as primeiras.
Visto que era para isso que lá estávamos tomámos a decisão de assar castanhas para que todas as pessoas ficassem satisfeitas. Assim aconteceu. Repetimos a acção mais quatro vezes e satisfizemos toda a gente.
Enquanto procedíamos ao assado das castanhas exibia-se no palco, improvisado, o grupo de música tradicional portuguesa «Trovas da Beira», de Pinhel, e uma jovem fadista, Cláudia Madur, que para além de lindíssimos fados cantou duas vezes a «Maria la Portuguesa», de Carlos Cano que, tanto portugueses como espanhóis muito apreciaram.
Confesso que para nós foi uma honra termos participado na I.ª feira, designada por «ECORAYA» pelo que muito agradecemos a nuestros amigos Carlos Cortes, técnico superior de la Diputación de Salamanca, Agustin Caballero e Deputado Pepe visto que foi com eles que, há cerca de um mês, combinámos toda a estratégia para que as castanhas de Foios pudessem ter sido assadas e degustadas em Salamanca.
Finalmente os nossos parabéns e sinceros agradecimentos à Senhora Presidenta de la Diputación de Salamanca – Isabel Jiminéz – e Presidentes das Câmaras da Beira Interior Norte e Duero Superior visto que, numa conjugada acção de esforços, levaram a efeito este evento.
«Nascente do Côa», crónica de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Tal como havia sido previamente combinado, entre a Junta de Freguesia de Foios, técnicos e políticos da Diputación de Salamanca, a Junta de Freguesia de Foios transportou o enorme assador de castanhas até à Salamanca.
GALERIA DE IMAGENS – ECO-RAIA – SALAMANCA – 11 E 12-2010 |
Fotos de José Manuel Campos – Clique nas imagens para ampliar |
jmc
Na internet nem tudo é verdade nem tudo é mentira. Ao início, a internet, era apenas, um sistema que permitia a pesquizadores de comunicarem entre eles e, lhes permitia um acesso à distância, aos computadores disponiveis para as pesquizas. Pouco a pouco tornou-se num conjunto mundial, de redes de computadores ligados entre eles, dando origem aquilo que conhecemos hoje.
Nestes passos de gigante, em poucos anos tornou-se (quase) indispensavel para cada um de nós, não podendo passar sem Internet. Entrou pela porta dentro, nas nossas casas e hoje até nos autocarros, nos aviões, nos comboios, em jardins, cafés, etc, por tudo quanto é canto, existe uma ligação à Internet e a possibilidade de estar online, em contacto com qualquer outro canto do mundo.
Segundo a ONU, num relatório recente, no final deste ano, a Internet vai ultrapassar os 2 mil milhões de utilizadores, seja cerca de 30 por cento da população mundial.
Como em tantos outros temas ou asssuntos, no que toca à Internet as disparidades são também, mais que muitas. Segundo o mesmo relatório os países desenvolvidos apresentam indíces superiores a 70 por cento de cibernautas enquanto os países em desenvolvimento apresentam pouco mais de 20 por cento. A Africa, é o continente com menor percentagem de utilizadores apenas com 9,6 por cento enquanto 64 por cento da população europeia está online.
Falar (ou escrever) sobre Internet poderia ser, falar sobre tudo, como tudo aquilo que se pode encontrar na Internet, como tudo o que se pode fazer com a Internet, como tudo o que é bom ou mau na Internet.
Cada um dos utilizadores terá a sua própria opinião, cada um encontrará na Internet uma utilidade diferente. Consoante as nossas profissões, os nossos hobbies, a nossa vida pessoal, consoante a nossa situação, o nosso humor, cada um procura na Internet aquilo que mais lhe convem nom momento.
Há quem encontre na Internet uma resposta para tudo aquilo que procura, quem encontre na internet soluções para tudo. Há quem não faça confiança nenhuma à Internet, quem ache que a Internet se resume a «downloads ilegais», fotografias ou videos para maiores de 18 anos, ou coisas sem interesse e há os jovens, que não imaginam o que seria o mundo sem Internet.
Não se pode falar de Internet, sem se falar das redes sociais. Grupos de «amigos» virtuais de dimensão enorme, redes profissionais, grupos religiosos. Qualquer tema, qualquer hobby, qualquer ideia é boa para lançar na internet, para partilhar, etc. O facebook indicava no verão passado, ter atingido os 500 milhões de utilizadores activos na sua rede.
De bom: o intercâmbio e a troca de ideias, a troca de opiniões, os conhecimentos sobre novas culturas, tradições, costumes. Muitos são os pontos positivos e também aqui cade um encontrará a positividade que lhe convem.
Do outro lado, existe o mau e o perigoso, por exemplo nas informações pessoais ou outras, que se partilham nestas redes. Recentemente, em França, algumas pessoas, foram demitidas das suas empresas, por terem falado mal dos patrões ou das empresas publicamente. Outras empresas, estão a utilizar as informações recolhidas nas redes sociais para selecionar os diferentes candidatos aos postos de trabalho. Da mesma cada um encontrará outros pontos negativos, consoante a sua experiência e utilização.
A comunicação ganhou outras dimensões com a Internet. Não há jornal ou outro meio de comunicação que não tenha o seu site online. Podemos seguir diariamente aquilo que de bom ou de mau se passa nas aldeias ou vilas onde nascemos, nas cidades ou nos países que visitámos ou conhecemos. Se antes da Internet, apenas se conheciam os grandes canais de televisão ou rádio, apenas se conheciam as notícias dos grandes jornais nacionais ou internacionais, hoje com a internet, podemos segiur as emissões das radios ou televisões locais, dando a todos a possibilidade de ser mais activos na vida local das regiões de cada um. Cada um de nós ganhou um espaço para se pronunciar em blogues ou sites, temáticos ou de âmbito geral, privados ou públicos. A internet deu-nos a possibilidade de escrever (como o fazemos aqui neste blogue), sobre aquilo que gostamos, sobre aquilo que criticamos ou gostariamos que fosse diferente. A liberdade de expressão é outra com a Internet.
Como qualquer teia de aranha, a internet não têm limites. Cabe a cada um dos utilizadores encontrar e definir os seus próprios limites nesta teia imensa. Cabe a cada utilizador, fazer boa utilização e saber separar o trigo do joio. Na Internet nem tudo é verdade nem tudo é mentira. A Internet é aquilo que nós quisermos que seja.
«Um lagarteiro em Paris», crónica de Paulo Adão
paulo.adao@free.fr
O assador gigante de castanhas, que a Junta de Freguesia dos Fóios encomendou a um serralheiro de Aldeia Velha, vai até Salamanca, à feira Ecoraia, onde servirá para assar um magusto à portuguesa, que certamente maravilhará os visitantes do certame.
O presidente da Junta de Freguesia dos Fóios, José Manuel Campos, revelou que o assador foi solicitado por «alguns técnicos e políticos da Diputación de Salamanca que, há cerca de quinze dias, jantaram nos Fóios». A Junta aceitou prontamente o desafio e o assador, que já serviu com sucesso para assar as castanhas no magusto anual entre Fóios e Eljas, viajará até Espanha. E José Manuel Campos, não se ficará apenas pela cedência do novo equipamento: «Fóios associa-se ao evento levando trezentos quilos de castanhas, o respectivo assador gigante, dez garrafões de jeropiga, a caruma e a carqueja».
O magusto a servir aos visitantes da feira de Salamanca será portanto inteiramente do concelho do sabugal, mais propriamente dos Fóios, que é uma das freguesias que produzem mais castanha.
O magusto português acontecerá no primeiro dia da feira, no sábado, dia 11 de Dezembro, com o início marcado para as 15h30, hora portuguesa.
A Câmara Municipal do Sabugal vai participar nesta primeira Feira Transfronteiriça, que terá lugar nos dias 11 e 12 do corrente mês de Dezembro, através de alguns produtores do concelho do Sabugal que aí exporão os seus produtos, nomeadamente os enchidos da Rebolosa, os produtos da Colónia Agrícola de Martim Rei e os queijos da Lactibar.
plb
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