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Porque já entrámos em pleno período pré-eleitoral…
Em junho de 2008 escrevi uma crónica que terminava da seguinte forma:
«E porque penso que as pessoas se devem definir e que quando se escreve num espaço público se deve aos seus leitores a clarificação das suas posições, não posso deixar de declarar que apoio de forma incondicional o anunciado candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal, o António Dionísio, isto é, o Toni.
Apoio-o por ser um sabugalense; apoio-o por ser um homem bom e um homem de bem; apoio-o por ser uma lufada de ar fresco na vida política do Concelho; apoio-o por acreditar nas suas capacidades para criar uma nova era de desenvolvimento do Concelho; apoio-o por fim, por ser o candidato do Partido Socialista.»
Os meses seguintes vieram dar-me razão, pois o Toni teve a capacidade de apresentar um programa eleitoral ambicioso e muito exigente, o qual, estou certo, permitiria criar um Concelho do Sabugal com futuro.
Mas teve também a capacidade de juntar à sua volta um conjunto de militantes socialistas e de independentes que tudo fizeram para que o Toni fosse eleito Presidente e, assim, pudesse concretizar as suas propostas.
Passados quatro anos, o Partido Socialista escolhe um candidato que, pelas suas próprias palavras, não se revia na estratégia do Partido Socialista em 2009, e que agora avança num processo de seleção para o qual uma parte significativa dos sabugalenses que se envolveram e continuaram envolvidos politicamente com as ideias da candidatura do Toni, não foi perdida nem achada.
Como o disse em 2008, há alturas em que devemos a quem nos lê, um esclarecimento das nossas posições, custe o que custar.
E por isso, não posso deixar de dizer que nada tenho a ver com a atual estratégia eleitoral do Partido Socialista, pelo que comuniquei já aos órgãos partidários competentes esta minha posição, lamentando que tudo o que foi construído em conjunto nos últimos quatro anos, seja deitado fora como se de lixo se tratasse, e lamentando ainda que tudo isto se pareça mais com uma vingança de quem não esteve com o PS em 2009, e se aproveite agora da ocasião para expurgar o Partido de qualquer memória do Toni e da sua equipa.
Este lamento e este desânimo que passa um pouco pela maioria dos sabugalenses que se mobilizaram em 2009, vinha-me sendo transmitido de várias formas, acompanhadas, quase sempre, de uma pergunta «mas não é possível construir uma alternativa?»
Ora da minha estadia no Sabugal no último fim de semana, fico com a sensação que há uma hipótese de se renovar a esperança que o Toni nos deu em 2009. Tomei conhecimento da existência de um grupo alargado de sabugalenses, independentes e militantes partidários, presidentes de junta e membros da assembleia municipal, que ainda hoje se reveem no programa apresentado pelo Toni e com vontade de criar uma plataforma que corporize essa alternativa para as próximas eleições autárquicas.
Acredito hoje que o amor à terra que nos viu nascer, e a crença que todos temos em que as propostas apresentadas continuam a ser as mais adequadas para inverter o ciclo de desertificação, envelhecimento e perda de competitividade regional do Concelho do Sabugal, levará, repito, acredito eu, a que muitos, incluindo o Toni, se mobilizem para apresentar uma alternativa de futuro!
Se assim for, e embora lamente que o Partido Socialista tenha tomado outras opções, lá estarei na linha da frente como há quatro anos!
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
rmlmatos@gmail.com
O vice-reitor da Universidade da Beira Interior, Victor Cavaleiro, pode vir a ser o candidato do CDS ao Município do Sabugal.
Victor Cavaleiro parece estar disponível para liderar uma candidatura do CDS à Câmara Municipal do Sabugal nas eleições autárquicas de Outubro de 2013.
Capeia Arraiana apurou que o professor universitário, já terá conversado com o presidente da Câmara, António Robalo, sondando-o acerca de uma eventual coligação PSD/CDS. Não há ainda resposta para essa eventualidade, mas se não houver acordo Victor Cavaleiro parece estar disposto a avançar pelo CDS.
Doutor em Engenharia Civil e mestre em Geologia Aplicada, Victor Manuel Pissarra Cavaleiro, de 58 anos, é natural de Pousafoles do Bispo, concelho do Sabugal. É o actual Vice-Reitor da UBI e director do Centro de Formação e Interacção daquela Universidade, sendo ainda docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura.
Nas eleições de 2009 o CDS apresentou a sufrágio Ana Isabel Charters, de Sortelha, obtendo apenas 212 votos, que corresponderam a 2,18% do total.
plb
O Capeia Arraiana está em condições de avançar esta sexta-feira, 2 de Novembro, que a Comissão Política do Partido Socialista do Sabugal aprovou o nome de António José Vaz para cabeça de lista nas eleições à Câmara Municipal que estão previstas para Outubro de 2013.
O Capeia Arraiana soube de fonte segura que a escolha de António José Vaz como cabeça de lista às eleições autárquicas de 2013 da estrutura concelhia do Partido Socialista (PS) aconteceu no sábado, 27 de Outubro, tendo sido já comunicada à distrital da Guarda, para ser ratificada pelos órgãos do partido.
António José Gonçalves dos Santos Vaz é actualmente director do Departamento Administrativo e Financeiro do Município de Tábua, onde exerce funções desde há alguns anos, depois de ter passado igualmente pelo Município do Sabugal, onde colaborou como técnico superior.
O eleito pela estrutura local do PS para candidato a presidente da Câmara Municipal do Sabugal foi deputado da Assembleia Municipal, entre 2005 e 2009, eleito nas listas socialistas na altura em que o candidato à Câmara foi José Freire, que perdeu para Manuel Rito, eleito pelo PSD.
António José Vaz, que tem 46 anos, nasceu no Sabugal, onde cresceu e frequentou os diferentes graus de ensino até ir estudar para Coimbra, em cuja Universidade se licenciou em Economia.
Nos termos do regulamente interno do PS para a escolha dos cabeças de lista candidatos às câmaras municipais, sendo aprovado e apresentado apenas um nome – o que terá sido, ainda de acordo com fonte segura, o caso no Sabugal – não necessita de ir a sufrágio dos militantes, pelo que o nome de António José Vaz já é dado como certo na candidatura socialista às próximas autárquicas.
Recordamos que nas eleições de 2009 o PS apresentou como candidato António Dionísio, que obteve 3.499 votos, correspondentes a 36% dos sufrágios. António Dionísio ficou a escassos 285 votos do candidato do PSD, António Robalo, que obteve a presidência do Município ainda que sem maioria absoluta.
Em declarações ao Capeia Arraiana o presidente da Concelhia do Sabugal, Nuno Teixeira, esclareceu que «o nome do candidato será confirmado depois da assembleia geral de militantes que ainda não tem data marcada».
jcl
Joaquim Ricardo, vereador independente da Câmara Municipal do Sabugal, eleito nas listas do MPT, é um homem satisfeito com o seu trabalho na autarquia. Não está arrependido de ter abandonado as funções de vereador em permanência e é contra a extinção de freguesias. Explica-nos porque viabilizou o orçamento municipal de 2012, manifesta uma enorme preocupação com a situação financeira do município e está vigilante quanto ao negócio das residências assistidas em Malcata. Sobre o presidente da Câmara Municipal, o vereador de Aldeia de Santo António diz que António Robalo navega sem rumo: falta-lhe «definir o que pretende para o concelho e o caminho que pretende trilhar para lá chegar». Quanto à possibilidade de um entendimento com os socialistas para as eleições autárquicas do próximo ano, responde com um enigmático: «O futuro a Deus pertence.»
– O que pensa da reforma autárquica preconizada pelo governo, no sentido da redução do número de freguesias?
– Este é e foi sempre um assunto «tabu», onde os políticos que não querem perder eleições sempre evitaram tocar. Contudo, a actual divisão administrativa do país, que data do século passado, está desajustada da realidade actual e algo tem que ser feito. Talvez esta seja a altura de o fazer, aproveitando o argumento de imposição da dita «Troika». Mas cada caso é um caso e o nosso concelho é também um caso e é especial porque é um território muito extenso – dos maiores do país, idêntico ao da Ilha da Madeira. Não podemos deixar as pessoas de um momento para o outro sem aquela estrutura administrativa mínima de proximidade que é a Junta de Freguesia. A reforma deverá ser feita tendo em conta as pessoas e não tendo em conta o mapa.
– Essa reforma é benéfica para o concelho do Sabugal?
– Toda a mudança imposta, sem ter em conta as pessoas, será prejudicial. Salvo melhor opinião, a autarquia, por iniciativa do presidente da Assembleia Municipal, que é o órgão efectivamente representativo de todos os eleitores do concelho já deveria ter tomado a iniciativa de um amplo debate a este respeito. A passividade com que se aguarda o desenrolar do processo, impressiona-me! Assim, ao nível das pessoas, esta reforma pode prejudicar e muito as populações do concelho, principalmente as que vivem mais afastadas da sua sede. Já ao nível financeiro para autarquia o seu impacto não será significativo.
– Concorda com a redução do número de vereadores e com a formação do executivo a partir da escolha do presidente eleito?
– Um executivo tem que ser homogéneo ideologicamente. Caso contrário, se não houver bom senso e capacidade negocial de quem ocupa a cadeira do poder, pode levar a paralisação da governação local. Julgo que o modelo que assente na formação do executivo a partir da escolha do presidente eleito e um reforço dos poderes da Assembleia Municipal será o mais adequado. A partir daqui, acho que o número de vereadores, e até dos membros da Assembleia Municipal (que deverão ser todos eleitos e não por inerência de cargos), também podem e devem ser reduzidos.
– Absteve-se na votação do Orçamento e das Grandes Opções do Plano para 2012, viabilizando os instrumentos de gestão da Câmara Municipal, embora tenha referido não concordar com o seu conteúdo. Como justifica esse posicionamento?
– Efectivamente assim foi e justifiquei a minha posição na declaração de voto que apresentei e também disse que apesar disso não ia baixar os braços. Que não bastava estar em desacordo. Que era necessário apresentar alternativas que melhorassem o documento sendo esse o caminho de uma oposição consciente e responsável. E apresentei uma proposta de melhoramento do documento, que constava de oito medidas a acrescentar ao documento original, entre as quais destaco duas: A elaboração do Plano Prospectivo e Estratégico para o concelho – Sabugal 2020, e a execução do Plano para o Uso Eficiente da Agua. E, recorde-se, estas medidas foram aprovadas por unanimidade e portanto passaram a fazer parte do documento original – as Grandes Opções do Plano para 2012. Julgo, por isso, estar justificada a minha posição. Isto é, viabilizei os documentos porque as propostas por mim apresentadas e aprovadas melhoraram o documento original.
– Preocupa-o a situação financeira do Município do Sabugal, com uma dívida que ultrapassa os 9 milhões de euros?
– Claro que me preocupa! A situação a que chegámos é fruto, a meu ver, de investimentos errados que a autarquia seguiu de há uns tempos para cá. Investimentos, que não trouxeram qualquer retorno financeiro, antes pelo contrário, geraram ainda mais despesas fixas que ficarão a cargo da autarquia “ad iternum”. Actualmente, o montante dos compromissos a médio e longo prazo supera os 7,6 milhões de euros e consomem já anualmente 130 mil euros com juros, sendo que o limite ao endividamento líquido é de 7,3 milhões de euros. Se contarmos toda a dívida de curto (incluindo Águas do Zêzere e Côa), médio e longo prazo o valor atinge quase 10 milhões de euros, ou seja, um valor idêntico ao total das receitas correntes da autarquia para um ano económico.
– O presidente da Câmara informou-o de quanto custou o patrocínio da etapa da Volta a Portugal em Bicicleta, que passou pelo Sabugal em Agosto de 2011?
– Sim. Estava eu no conselho de administração da Sabugal+, quando tive o primeiro e único contacto com os proponentes do projecto e, obviamente, o presidente Robalo. Desde a primeira hora fui seu apoiante. Achei que o projecto teria um impacto interessante na promoção do concelho e pelos vistos não me enganei! Quanto ao seu custo, o senhor presidente informou-nos em reunião de câmara ser um montante de 50 mil euros, pagos pela Sabugal+.
– O que pensa do negócio de terrenos subjacente ao projecto do empreendimento Ofélia Clube? Ou seja, concorda com a venda de terrenos a preço simbólico e a título definitivo ao promotor do projecto?
– O que eu conheço do projecto do empreendimento Ofélia Clube, no que diz respeito a esse assunto (especificamente!), é um compromisso, não formalizado oficialmente – é um documento não timbrado, assinado entre o actual presidente António Robalo e a Existence SGPS, SA em que a Câmara cederá aquela empresa cerca de 38,82 hectares de terreno rústico ao preço de compra, para aí ser construído um projecto de desenvolvimento Médico/Social e Habitacional. E que, em caso de incumprimento, reverterão todos os imóveis a favor da Câmara Municipal sem qualquer indemnização a que título for, tendo ainda a Existence SGPS, SA de indemnizar o Município do Sabugal do valor correspondente ao dobro do preço de aquisição dos terrenos por parte da autarquia. Este compromisso ficou selado em acta de Câmara realizada em Setembro de 2008 (salvo o erro!). Isto é o que eu conheço e possuo provas documentais! Mas seja como for, nada poderá ser concretizado oficialmente sem passar pelo crivo do executivo camarário e assembleia municipal! E, assim, podem os sabugalenses estar descansados com a minha atenta vigilância sobre este assunto. Para finalizar a resposta, é importante referir que este projecto foi oficialmente anunciado com toda a pompa e circunstância, quando a campanha eleitoral para as últimas autárquicas estava no seu auge e serviu de principal bandeira eleitoral de quem ganhou as eleições! Eu, na altura, tive a oportunidade de me referir a ele como sendo um projecto que seria bom de mais para ser verdade a sua concretização. E, infelizmente, a minha opinião não mudou. Já lá vão dois anos e meio e o que temos é menos que igual a zero! E até ao final do seu mandato, o senhor presidente deverá dar contas das suas promessas? Os sabugalenses, seus eleitores, assim o exigirão!
– Concorda com o projecto privado, apadrinhando pelo presidente da Câmara, que visa implantar um parque de diversões em Roque Amador, em que se recria a construção de uma aldeia medieval?
– Esse projecto é da iniciativa particular, tanto quanto sei! O papel da Câmara é de entidade facilitadora do investimento. O investimento da autarquia, neste caso, é nulo. Quanto a concordar ou não com tal iniciativa, digo simplesmente que todo o investimento é bem-vindo, desde que seja para criar emprego e levar as pessoas a fixarem-se: É de pessoas que mais precisamos e portanto nunca poderia estar contra! Agora outra coisa é o envolvimento financeiro da autarquia que, obviamente, estou contra pois não é essa a sua função.
– Enquanto vereador em permanência coordenou a equipa que elaborou o Programa de Uso Eficiente da Água por parte do Município. Esse programa terá sido contudo metido na gaveta?
– Não é verdade. Como já disse, essa foi uma das oito medidas que apresentei e foram aprovadas aquando da apresentação das Grandes Opções do Plano para 2012. Na última reunião do executivo foi aprovado o lançamento do concurso público para as obras que permitirão a rega de todos os jardins públicos com a água da barragem, donde resultará uma poupança enorme de água da rede pública (que é paga pela Câmara às Aguas do Côa e Zêzere!) utilizada actualmente. Por outro lado, a facturação da água consumida e respectiva envelopagem e distribuição, está já a ser feita na autarquia o que permitirá poupar alguns milhares de euros. E, neste particular, está também encomendado o software que permitirá lançar brevemente a factura electrónica. Estes são exemplos claros de que o projecto não está na gaveta. Não basta propor! É preciso monitorizar a sua execução e eu estou atento!
– Arrependeu-se de ter abandonado as funções de vereador em permanência?
– Não. Quando me foi proposto o acordo aceitei-o porque entendi que seria uma boa oportunidade para levar a cabo o projecto que a nossa equipa elaborou para o desenvolvimento do nosso concelho, mas como disse Hebbard, «O maior erro que um homem pode cometer é viver com medo de cometer um erro». Um acordo só é bom se for bom para ambas as partes, já o disse. Rompi com o acordo porque entendi que não havia esse equilíbrio. E não me arrependo de o ter feito porque actualmente, como vereador independente, tenho maior liberdade nas decisões que tomo e consigo obter melhores resultados em prol do desenvolvimento do nosso projecto para o concelho.
– Tem votado muitas vezes ao lado do PS, nos últimos tempos, isso significa que há uma aproximação que o poderá levar a um entendimento com os socialistas para as eleições de 2013?
– O Vereador Joaquim Ricardo, o PS e o PSD, têm projectos autónomos mas, nuns casos convergentes e noutros divergentes. O Vereador Joaquim Ricardo é fiel ao programa que o elegeu (e de que há-de prestar contas no final!). Nestes termos, aliar-se-á à direita ou à esquerda, se para tal for necessário para ver aprovados e concretizados os projectos que defendeu em campanha eleitoral. A sua actuação independente nunca esteve em causa. Porém, dado o seu peso eleitoral, só conseguirá alcançar objectivos concretos se contar com alguma ou todas as restantes forças politicas. Sempre encarei a politica como uma oportunidade para prestar um serviço público aos cidadãos. Há um tempo para tudo e o tempo agora é (ainda é!) o de levar a bom porto o projecto que a nossa equipa propôs a todos os sabugalenses. Depois, o futuro a Deus pertence!
– O que pensa do desempenho de António Robalo enquanto presidente da Câmara?
– O senhor presidente não se pode queixar de falta de solidariedade no executivo para governar o concelho. Nos momentos cruciais para a sua governação, os interesses do concelho estiveram sempre acima dos interesses partidários. Mas o presidente Robalo tem um estilo próprio (muito próprio mesmo!) de governar a autarquia – Tem sido um navegar sem rumo. Falta-lhe, em minha opinião (sempre lhe faltou!), definir (claramente), o que pretende para o concelho e o caminho (o seu caminho!) que pretende trilhar para lá chegar. Para terminar, refiro que o nível de execução das Grandes Opções do Plano de Investimentos para o ano de 2010 foi de 47%, ou seja, não chegou a executar metade do que planeara para esse ano. Isso deve dizer tudo!
plb
A composição do executivo camarário que resultou das eleições Autárquicas de Outubro de 2009, foi de 3 (PSD), 3 (PS) e 1 (MPT) vereadores. Os eleitores optaram, assim, por não dar a nenhum partido concorrente, licença para governar sozinho a sua autarquia.
Perante este cenário, o senhor Presidente de Câmara, em reunião de câmara, solicitou autorização para nomear a tempo inteiro 2 vereadores (perfazendo 4), alegando que dois vereadores eram francamente poucos face ao trabalho a desenvolver. Posta a votação, esta proposta foi recusada pelos restantes vereadores (PS e MPT), sem prejuízo de voltar a ser analisada esta situação se viesse a verificar-se absolutamente necessário este aumento.
Posteriormente foi renovado o mesmo pedido e perante a justificação apresentada, foi aprovado por unanimidade o aumento de mais 2 vereadores a tempo inteiro.
E foi a partir desta decisão que o Senhor Presidente me contactou propondo-me o exercício a tempo inteiro como vereador.
Conversamos e acordamos as condições dessa minha aceitação, nomeadamente das funções que me seriam atribuídas e da minha contribuição como membro de uma equipa cujo objectivo era o desenvolvimento do Sabugal.
Pura ilusão! A equipa nunca existiu. As condições acertadas não foram cumpridas e não vislumbro sequer qualquer interesse do Sr. Presidente na definição de estratégias para a nossa terra.
Talvez alguns pensassem que «compravam» o meu voto em troca de um lugar. Não me conhecem. Represento muitas pessoas que depositaram em mim a sua confiança para fazer tudo o que é possível fazer pelo nosso concelho.
O projecto político iniciado há cerca de 3 anos e levado a cabo por uma equipa de pessoas independentes resultou num mandato legitimado por 1 781 eleitores – cerca de 20% do total dos eleitores do concelho.
Elaboramos um Programa Politico e estabelecemos um compromisso com todos os sabugalenses. Estabelecemos um Rumo!
Sem estratégia, sem condições, sem equipa… enfim, sem rumo, não me restava outra alternativa senão apresentar a minha demissão. O povo do Sabugal compreenderá a minha posição.
Mas não ficarei de braços cruzados. Como vereador do MPT continuarei a propor e a defender as políticas e os projectos que promovam o desenvolvimento do nosso concelho.
Viva o Sabugal!
Joaquim Ricardo
A última sessão ordinária de 2010 da Assembleia Municipal teve lugar no Auditório do Sabugal na noite de 28 de Dezembro. Os trabalhos (e as intervenções) foram dominados pela ligação à A23, as votações das Grandes Opções do Plano e do Orçamento para 2011 e os ataques ao vereador Joaquim Ricardo pelo pecado de ter chegado a um acordo com a presidência social-democrata permitindo uma maioria e a governação estável e empreendedora do executivo sabugalense.

A Assembleia Municipal do Sabugal é constituída, de acordo com a lei, pelos presidentes das 40 Juntas de Freguesia do concelho do Sabugal e pelos 41 deputados eleitos por sufrágio universal nas autárquicas.
Durante o ano de 2010 foram realizadas cinco assembleias municipais ordinárias e foi marcada uma extraordinária (29 de Outubro) que não chegou a efectivar-se por falta de quórum. A última reunião, marcada para 28 de Dezembro era aguardada com bastante interesse até porque a ordem de trabalhos registava assuntos relevantes como, por exemplo, a votação do Orçamento para 2011 e as Grandes Opções do Plano.
A sessão com início às 20.15 horas ocupou praticamente todo o período «antes da ordem do dia» com a suspensão das obras de ligação à A23. O assunto sintetiza-se em poucas palavras. O executivo defende, estrategicamente, que a ligação é fundamental para o desenvolvimento do concelho mas deve ser suportada financeiramente com os dinheiros do Ministério das Obras Públicas. A decisão é correcta e só peca por tardia porque a fórmula imaginada pelo anterior presidente, Manuel Rito, com recurso aos militares do Regimento de Engenharia e com a execução de pequenos troços que no final ficavam ligados entre si apenas era compreendida pelo seu autor. Tal como escrevi no Capeia Arraiana no dia 27 de Junho de 2010 (Aqui.) era tempo de parar com um processo que apenas serviu para delapidar a tesouraria do município sabugalense. Na memória dos presentes ficam as defesas de honra de quem se sentia ultrajado sem ninguém o ter atacado na sua dignidade mas apenas e tão somente nas suas decisões políticas.
A Ordem do Dia «obrigou» a votações importantíssimas. O «Orçamento para 2011» foi aprovado por maioria com 17 votos contra e seis abstenções. As «Grandes Opções do Plano» foram aprovadas por maioria com 18 votos contra e cinco abstenções. O «Regulamento para Cargos de Direcção Intermédia de 3.º e 4.º grau» foi aprovado por maioria com a abstenção de Ramiro Matos (presidente da Assembleia Municipal), Manuel Rito (ex-presidente da Câmara) e António Moreno (presidente da Junta de Freguesia da Moita).
Das duas, uma, ou das duas, três
A actividade na «sessão ordinária» ficou marcada pelos constantes ataques de alguns deputados ao vereador Joaquim Ricardo considerando-o como «o grande responsável pela estabilidade governativa do actual executivo camarário».
Das duas, uma, ou das duas, três. Um: em democracia governa quem ganha e apenas o povo está mandatado para fazer «o ajuste de contas» nas eleições seguintes. Dois: em democracia a legitimidade política não se esgota nos dois principais partidos, PSD e PS. Três: em democracia as maiorias absolutas são, na minha opinião, o seu maior defeito. Porquê? Porque, por vezes, criam autoritarismos e despotismos prejudiciais à causa comum. Há países na Europa como, por exemplo, a Alemanha ou a Itália, governados, quase sempre, por governos de coligação.
Há, contudo, importantes reflexões que se impõem a todos os sabugalenses. A quem beneficia ter no Sabugal um executivo minoritário (três vereadores contra quatro) com evidentes dificuldades de governação? A quem beneficia ter no Sabugal um partido com a força nacional do PSD incapaz de colocar em prática o programa eleitoral com que se apresentou nas autárquicas e que mereceu os votos favoráveis dos cidadãos? A quem beneficia no Sabugal colocar em causa o acordo democrático entre o presidente eleito e o vereador eleito pelo MPT? O pecado do vereador Joaquim Ricardo foi ter chegado a acordo com o presidente António Robalo e ter permitido uma governação estável do município. Algo vai mal na democracia do meu Sabugal. Algo vai mal nos conceitos de democracia de alguns sabugalenses que confundem o combate político com interesses pessoais. É feio e fica mal.
Subscrevo as palavras do presidente António Robalo em plena Assembleia Municipal que fez a defesa, aqui sim, da honra de Joaquim Ricardo em resposta aos constantes ataques de que foi alvo o vereador que assumiu entre Julho e o início de Dezembro a presidência da empresa municipal Sabugal+. Os factos dizem (e contra factos não há argumentos) que desde o dia da votação e nomeação para o cargo na Sabugal+, Joaquim Ricardo, deixou a sua manutenção no cargo dependente dos pareceres que foram na altura solicitados às entidades competentes. No dia em que estes foram conhecidos e apontavam para uma ilegalidade processual por dúvidas na votação em causa própria Joaquim Ricardo demitiu-se imediatamente do cargo. Percebe-se que para a oposição, ou melhor, para os seus opositores seria sempre um caso de «preso por ter cão e preso por não ter». Infelizmente para casos idênticos virtudes diferentes.
Os deputados (ou membros) eleitos nas listas do MPT, António Gata e Francisco Bárrios, decidiram constituir um grupo independente demarcando-se dos restantes eleitos pelo Partido da Terra. Em bom rigor todos os candidatos nas listas do MPT eram independentes porque suponho que nenhum era filiado no partido. O MPT serviu, no concelho do Sabugal, para agilizar um processo democrático que privilegia os partidos constituídos que se apresentem a eleições mas sempre vi este movimento encabeçado por Joaquim Ricardo como um grupo de cidadãos que, por diversos motivos (insatisfação com as principais forças políticas, insatisfação com os políticos locais ou reconhecimento das capacidades do candidato) se juntaram para concorrerem às eleições autárquicas. Considero, contudo, que a lei eleitoral tem pormenores «perigosos». Se em todos os grupos políticos das assembleias municipais mais de metade dos seus eleitos entendessem passar a independentes estes passariam a «governar» a assembleia municipal e as grandes decisões do executivo camarário. Interessante mas perverso.
Aqui chegados gostaria de dissecar aquilo que considero uma «ilegalidade» democrática. Vamos por exemplos concretos. Nos sufrágios universais (com voto secreto) os candidatos podem votar em si mesmos seja para presidente da República seja para qualquer outro cargo. Numa autarquia onde as forças partidárias no executivo se dividam em quatro contra três (num total de sete eleitos) mesmo que a força partidária vencedora entenda colocar o presidente, vice-presidente, e um dos vereadores no conselho de administração de uma empresa municipal esse acto poderá ser, sempre, inviabilizado pela oposição minoritária porque os três elementos indicados não podem votar. E para concluir podemos sempre acrescentar que a votação e respectiva eleição para a Sabugal+, com ausência do voto do vereador Joaquim Ricardo já seria possível num cenário de três contra três e voto de qualidade do presidente. Pormaiores que reduzem a nada quem clama pormenores esquecendo que o papel dos políticos é apresentar caminhos e soluções deixando os enredos guionistas para os produtores de ficção.
Pessoalmente assumo e defendo que as empresas municipais são fundamentais nos serviços sociais que prestam e agilizam muitos dos processos que são burocratizáveis nas Câmaras Municipais. As administrações das empresas municipais devem ser constituídas por gestores especializados e pragmáticos que estejam sempre disponíveis para dar o seu melhor inovando em cada época, em cada temporada, em cada mês, em cada dia, trabalhando com muita cumplicidade com todos os funcionários. Mas, acima de tudo, uma empresa municipal tem de ser vista como mais uma divisão da estrutura da própria Câmara Municipal liderada pelo presidente do partido mais votado nas eleições.
Memórias que marcam a História
A cada momento da História está tudo por fazer. Alguns – os aprendizes e os saudosistas – perdem-se nos ataques personalizados e nas lamentações caliméricas pelo regresso de outros tempos sem apresentarem soluções práticas. Outros – pragmáticos e empreendedores – arregaçam as mangas e empenham-se com competência profissional na gratificante tarefa de realizar obras que transformem realmente o futuro do concelho. É destes que fica a memória. É destes que fica a marca.
Adaptando Almada Negreiros não resisto a afirmar que o Sabugal é um concelho que reúne alguns defeitos e muitas qualidades.
Todos temos direito à nossa cidadania. Sempre entendi dar ao meu concelho, dos meus pais e dos meus antepassados, o meu melhor pela sua promoção e valorização. E o meu melhor sempre se apoiou nas minhas competências profissionais. E o meu melhor sempre se apoiou nas minhas convicções pessoais e políticas. Assim continuarei!
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages
jcglages@gmail.com
A «fácil governação» da maioria absoluta do PSD na Câmara Municipal do Sabugal, nos últimos 12 anos, ficou comprometida após as eleições autárquicas de Outubro de 2009 quando António Robalo venceu em número de votos mas apenas alcançou três vereadores tantos como o Partido Socialista de António Dionísio. O MPT elegeu um vereador, Joaquim Ricardo, alterou as regras do jogo e assumiu-se, desde logo, como fiel da balança deixando perceber aos mais atentos que, afinal, um vereador podia valer tanto como três.
Começo por deixar claro duas certezas pessoais: sou democrata e gosto de viver em democracia mas considero que o pior da democracia são as maiorias ditas absolutas. Como já escrevi uma vez só em Portugal é que há maiorias relativas (uma definição inventada por Salgado Zenha) porque nos países democráticos de incidência parlamentar o normal é governar (ou tentar governar) em coligação. As maiorias absolutas são perniciosas. Criam nos dirigentes um sorriso cínico do género – diz o que te apetecer porque no fim a minha decisão é que vale – e alimentam personalidades arrogantes e totalitárias como a protagonizada por José Sócrates na anterior legislatura. Claro que a quem governa dá imenso jeito ter uma maioria absoluta. Nem é preciso explicar porquê…
No Sabugal foram tomadas muitas decisões políticas legitimadas pelas chamadas maiorias absolutas. Especialmente no último mandato encabeçado pelo Presidente Manuel Rito Alves foram lançadas (ou aprovadas em projecto) grandes obras cuja factura será paga nos próximos cinco, dez ou mais anos. Estou a falar do Centro de Negócios Transfronteiriço, do Parque de Campismo, das Termas do Cró e da famigerada ligação à A23. Mesmo em «maioria absoluta» estas decisões políticas são uma pesada herança para o actual Presidente António Robalo. Era voz corrente ouvir dizer-se que «quem quer que ganhasse as eleições estaria limitado a pagar e concluir os projectos aprovados no mandato de Manuel Rito». Mas vamos analisar os quatro grandes projectos…
Centro de Negócios Transfronteiriços do Soito – Estamos no final de Junho de 2010 e seria interessante saber quantas empresas já estão a funcionar no espaço que foi bandeira de uma solução para um problema de saúde pública. O contrato de aquisição assinado com o anterior proprietário (de acordo com as actas públicas da Câmara Municipal do Sabugal) teve incorporados trabalhos de remodelação previstos num projecto arquitectónico aprovado pela autarquia sabugalense. O preço de aquisição rondou os 2 milhões de euros, com uma parte (cerca de 25 mil euros) entregues na data da assinatura do contrato, outra tranche (de cerca de 350 mil euros) a pagar após conclusão dos «toscos e cobertura», uma terceira prestação (igual à segunda) a pagar na data de entrega da obra e o montante restante (perto de um milhão e 250 mil euros) a entregar em 10 prestações anuais. E porque é um assunto que de todo não me agrada vou deixar por aqui a minha análise à antiga fábrica da Cristalina com mais ou menos trapalhadas de cortes de contadores pela Direcção-Geral de Energia e de contadores de obra que ainda estão a alimentar empresas.
Conclusão: cerca de 1 milhão e 250 mil euros a pagar nos próximos 10 anos.
Parque de Campismo do Sabugal – É um processo de aprovação absoluta, com terreno incluído – aliás o Sabugal tem sido sinónimo nos últimos anos de grandes certezas absolutas – envolto em grandes decisões e que tivemos a oportunidade de visitar com o então presidente Manuel Rito há cerca de um ano. Está situado na estrada da Senhora da Graça a meio-caminho entre a loja dos móveis Robinil e a barragem do Sabugal. O terreno que vai da estrada até ao rio Côa quase integralmente à sombra de árvores foi adquirido no ano 2001 pelo executivo liderado pelo então presidente António Morgado. A Comissão de Análise da Sabugal+ (presidida por Norberto Manso) escolheu o consórcio constituído pelas empresas Imoestrela-Sociedade de Investimentos da Serra da Estrela, Arser-Areias da Serra da Estrela, Equipav-Gestão de Equipamentos e Manuel Rodrigues Gouveia, SA. Na sequência da aprovação ficou decidido que seria constituída uma empresa para gerir a construção e a exploração ficando a Sabugal+ com 49 por cento e o consórcio com os restantes 51 por cento do capital. O investimento de 9 milhões e cem mil euros – um parque de campismo que já tem árvores e terreno adquirido vai custar ainda mais 9 milhões de euros – será pago ao consórcio pela autarquia sabugalense, durante um período de 25 anos e, depois, passará a pertencer na totalidade ao Município. O projecto está num impasse porque o actual executivo entendeu candidatar-se a um financiamento da Turismo Serra da Estrela que, a concretizar-se, irá permitir classificar o Parque em classe superior e integrá-lo na rede da Região da Serra da Estrela.
Conclusão: 9 milhões de euros a pagar durante os próximos 25 anos.
Termas do Cró – O complexo termal é conhecido pelas suas propriedades únicas para o tratamento de doenças reumáticas músculo-esqueléticas e respiratórias. Falta muita informação sobre as propostas e o rumo para este grande investimento que se pode tornar na alavanca e na bandeira do concelho do Sabugal e de toda uma região. Assim haja capacidade para tanto. As recentes discordâncias na Assembleia Municipal de 25 de Junho sobre o futuro do projecto ficam mal a quem já não tem responsabilidades executivas sobre o mesmo e a quem nunca foi, sequer, militante do PSD. Estas picardias fazem lembrar tristes cenas dejá vu nas anteriores Assembleias Municipais entre Presidente e anterior Presidente.
Conclusão: Infelizmente, no Sabugal, andamos sempre a olhar para o passado com certezas absolutas.
Ligação à A23 – Numa recente viagem a Trancoso por ocasião do «Encontro de Blogues na Beira» tivemos oportunidade de ver as grandes obras de ligação entre a A25 e o município presidido pelo social-democrata Júlio Sarmento que, recentemente e curiosamente, condecorou o primeiro-ministro José Sócrates por essa decisão. Na volta passei por algumas das Aldeias Histórias de Portugal (paisagens belíssimas do Douro vinhateiro onde não se avistam eólicas), por Vila Nova de Foz Côa que vai receber igualmente uma ligação à A25 por auto-estrada, pelo Museu do Côa em fase de conclusão, por Almendra (de que falaremos em futura crónica) e Almeida. Mas vamos ao que interessa. A ligação à A23 é mais um projecto pessoal e intransmíssivel concebido por Manuel Rito. O não cumprimento das promessas ao longo de anos de ministros (PSD e PS) de diferentes Governos levaram à alteração de estratégias. A solução foi lançar pequenos troços que evitavam pareceres do Tribunal de Contas e de Impacto Ambiental. No final os troços ficam todos unidos e a estrada de ligação à A23 – obrigação do Governo da República Portuguesa – está concluída à custa do orçamento da Câmara Municipal do Sabugal. As vozes mais críticas dizem que ainda falta negociar cerca de três quilómetros de ligação à A23 em território da Câmara de Belmonte e que os militares não reparam peças nas máquinas limitando-se a substituí-las por outras novinhas em folha. Falta saber qual o custo actual do quilómetro de estrada terraplanada já concluído, quanto falta concluir, qual o prazo de conclusão (sem guerras do Líbano no meio) e qual o custo das ligações que se vão percebendo entre o Sabugal e o Soito.
Conclusão: talvez seja tempo de alguém assumir que este projecto que leva o Sabugal à terra de ninguém foi (é) um erro.
A análise desta pesada herança do Presidente António Robalo levou-o a tentar gerir durante sete meses uma minoria que obrigava a difíceis consensos numa estratégia política que merece, agora, o reconhecimento de surpresa e admiração de apoiantes e opositores. As análises convergem. A gestão do «governo de minoria» transformada em «maioria negocial prática» foi concretizada com timings pensados por António Robalo num verdadeiro estudo de caso da ciência política. Transformou a minoria saída das urnas numa quase impossível maioria no executivo e permitiu ao vereador do MPT, Joaquim Ricardo, um espaço de actuação na Sabugal+ para provar as suas capacidades. Com esta «negociação» anulou o Partido Socialista e apressou a saída definitiva da cena política de António Dionísio, homem que gera grande simpatia pessoal mas que mostrou inabilidade política como líder da oposição e cabeça-de-lista socialista.
Para alguns seria impensável chegar a este consenso político entre PSD e MPT, ou seja, entre António Robalo e Joaquim Ricardo, menorizando dramaticamente a importância dos três vereadores socialistas. É interessante que as vozes mais críticas a este acordo soam de dentro do PSD e de alguns apoiantes do movimento sabugalense do Partido da Terra. Possivelmente se algumas destas vozes críticas fossem protagonistas com responsabilidades executivas há muito teriam deitado a toalha ao chão argumentando que assim era impossível governar e melhor seria novas eleições.
Mas… porque estamos em tempo de Mundial de Futebol no comentário depois do jogo fica a certeza de uma grande capacidade de análise e estratégia política de António Robalo que transformou um 3-4 num, desculpem-me o exagero, 7-0.
O Sabugal tem direito ao futuro. Haja capacidade e coragem para negociar estratégias e conceber objectivos colectivos.
«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages
jcglages@gmail.com
O presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, negociou com o vereador eleito pelo MPT, Joaquim Ricardo, um acordo político que garantirá a governabilidade do Município, fazendo face à posição minoritária do PSD no executivo. Desse entendimento resultou o exercício de funções em permanência pelo dito vereador e a sua eleição para presidente da empresa municipal Sabugal+, factos que merecem uma análise.
Antes de mais há a lamentar a delonga de sete meses na adopção de uma solução para o executivo. Igual acordo poderia ter sido alcançado poucas semanas após a tomada de posse dos eleitos, tivesse o presidente concluído o que desde logo era óbvio: tinha de negociar com a oposição uma solução politica, que significava ceder lugares ganhando como contrapartida a garantia da aprovação das medidas preconizadas no seu programa eleitoral.
O entendimento com o vereador do MPT era por demais natural face à composição do executivo: três vereadores do PSD (contando com o presidente), três do PS e um do MPT. Alguns dirão que é uma solução contra-natura, tendo por referência a génese da candidatura de Joaquim Ricardo e o conteúdo da sua campanha eleitoral, de ataque frontal ao PSD, apelando à mudança e retirando-lhe, nas urnas, a maioria que detinha no executivo anterior. Porém em política, passadas as campanhas e as votações, há que ter sentido de responsabilidade. E neste caso cabia ao presidente tomar desde logo a iniciativa de negociar um acordo com o partido que lhe garantiria a maioria e a estabilidade. Embora tardia, a solução encontrada tem o jus de revelar um presidente paciente e perspicaz, que dominou o jogo político e garantiu um acordo cujos contornos, em especial a cedência da presidência da Sabugal+, lhe asseguram a estabilidade necessária à implementação do seu programa político.
Ao Partido Socialista cabe-lhe fazer oposição, estando agora em plenas condições para exercer essa função. Há porém duas atitudes dos socialistas que não se compreendem, ou que, aceitando-as como actos de responsabilidade em nome da busca de soluções, não deixam de ser politicamente desadequadas. A primeira foi a da votação favorável à chamada de mais dois vereadores para exercerem funções em permanência, sendo que um deles teria que ir da oposição. Esse voto favorável, e afinal desnecessário, porque o presidente negociara com o vereador do MPT, deixa no ar a ideia de que o PS esperava pelo lugar.
O segundo erro dos socialistas foi terem enveredado por uma negociação paralela com o presidente. Se bem que os seus termos não sejam plenamente conhecidos, sabe-se que não se procurava uma solução global (essa negociava-a secretamente António Robalo com o vereador do MPT), mas apenas a garantia da funcionalidade da empresa Sabugal+, onde o PS detinha um vereador no Conselho de Administração. Em política tudo tem que ser pensado e a possibilidade latente de um acordo geral com o MPT deveria ser suficiente para que o PS não procurasse outra coisa do que fazer oposição.
Uma referência final à forma desadequada como António Robalo se demitiu de presidente da Sabugal+, em plena reunião do executivo, arrastando consigo todo o Conselho de Administração em funções, incluindo o vereador do PS que o compunha, sem que tenha antes informado esse membro da espectacular decisão de se demitir «em directo», fazendo eleger imediatamente a seguir Joaquim Ricardo para presidente da empresa. A boa conduta e a respeitabilidade também devem fazer parte da política e este caso é disso exemplo.
«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
leitaobatista@gmail.com
O presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, escolheu o vereador Joaquim Ricardo, eleito pelo Movimento do Partido da Terra (MPT), para desempenhar funções em permanência no Município. Joaquim Ricardo vai acumular a vereação com o cargo de presidente do conselho de administração da empresa municipal Sabugal+.
Joaquim Ricardo, natural de Aldeia de Santo António, vai juntar-se a Delfina Leal e Ernesto Cunha no exercício de funções de vereador em permanência, por decisão do presidente da Câmara, comunicada hoje, 16 de Junho, na reunião semanal do executivo municipal.
Entretanto António Robalo demitiu-se hoje de presidente do conselho de administração da Sabugal+, tendo sido eleita uma nova administração, que será presidida por Joaquim Ricardo, tendo como vogais Vítor Proença e Fernanda, actual secretária do vereador Ernesto Cunha.
Este é o desenlace da autorização concedida pelo executivo ao presidente, na reunião de 19 de Maio, para que convidasse mais dois vereadores para exercerem funções em permanência. O primeiro a ser chamado foi Ernesto Cunha, eleito pelo PSD, que passou a exercer as novas funções em 1 de Junho, sendo agora a vez de Joaquim Ricardo, do MPT, assim se completando, sete meses após a tomada de posse do executivo, o elenco de vereadores que acompanhará o presidente no exercício de funções executivas em permanência.
Capeia Arraiana apurou que esta solução estava já em preparação desde há algum tempo, tendo acontecido conversas confidenciais entre o presidente António Robalo e Joaquim Ricardo com vista a atingir um entendimento.
Tudo indica que desta forma fica em definitivo ultrapassado o problema da falta de maioria do PSD no executivo, estando agora garantida a governabilidade política da Câmara, com esta coligação entre o PSD e o MPT. O acordo não é porém extensível à Assembleia Municipal, onde os deputados eleitos pelo MPT manterão autonomia de decisão nas votações.
A oposição ao executivo será agora assumida pelos três vereadores do Partido Socialista, António Dionísio, Luís Sanches e Sandra Fortuna.
Administração do Capeia Arraiana
Com a tomada de posse dos órgãos autárquicos (Câmara e Assembleia Municipal) inicia-se o novo ciclo político resultante da vontade popular expressa em 11 de Outubro. É tempo de fazer acordos, sejam eles de que natureza for, essencialmente em executivos minoritários, como é o caso do executivo municipal do Sabugal.
Tendo em consideração o resultado da 1.ª Assembleia Municipal e a aliança PS/MPT para a eleição da Mesa, penso não restarem grandes alternativas ao PSD do Eng.º António Robalo, senão alargar o entendimento de gestão a todas as forças com representação na Câmara e atribuir pelouros, também, ao PS e ao MPT responsabilizando estes partidos igualmente pela governação. Não acredito, porque revelaria uma total irresponsabilidade política, mas essencialmente uma falta de respeito pela vontade dos eleitores Sabugalenses que o PS e o MPT efectuem uma «aliança» entre si para inviabilizar a gestão do município. Já agora, saberia o PSD da possibilidade de perder a Mesa da Assembleia ao não apresentar o seu cabeça de lista a presidente da mesa e poupá-lo assim, como ex-presidente da câmara, a uma derrota? Ou preferirá Manuel Rito ter uma intervenção mais activa no plenário, coisa que a presidência da mesa não lhe permitiria? Fico expectante para ver como todos se vão comportar. Exige-se transparência e responsabilidade.
Mas, se este é o tempo dos acordos é igualmente o tempo de transformar os programas eleitorais em programas de trabalho para os quatro anos seguintes. É tempo de elaborar Orçamentos e Grandes Opções do Plano (plano dos investimentos a 4 anos e actividades municipais mais relevantes).
A CDU (candidatura que eu liderei) apresentou no seu programa a necessidade, de o Sabugal ter de um projecto autárquico e passo a citar «alicerçado numa Gestão Pública Participada – gestão dos bens públicos de forma pública e participação dos cidadãos em todos os momentos cruciais da vida autárquica, nomeadamente na elaboração das Grandes Opções do Plano». Mesmo derrotado (não tinha qualquer ilusão sobre outro resultado) continuo a considerar que mais que nunca este alicerce da gestão é essencial e urgente para o desenvolvimento do nosso concelho.
É importante envolver as pessoas e ouvi-las.
A elaboração deste documento é o primeiro momento para que este executivo possa mudar o paradigma na forma de fazer política na nossa terra.
Os investimentos municipais e as actividades imateriais a desenvolver, seja na cultura e desporto, na acção social ou noutras áreas de competência municipal, afectam todos, ou deveriam afectar, os habitantes do Sabugal. Mas, igualmente têm a elas associadas recursos financeiros que não são mais que dinheiros públicos, e como tal, não é indiferente construir um centro comercial em qualquer freguesia do nosso concelho ou construir um centro de apoio à terceira idade. Pela importância que este documento assume, considero que a sua elaboração não pode ficar restringida aos eleitos que constituem o executivo municipal (7 cidadãos) mas, deve ser alargada a todos os cidadãos que nela queiram participar. A metodologia é simples, basta que o Sr. Presidente e restantes Vereadores saiam dos seus gabinetes, reúnam com as populações, tragam as suas propostas e as discutam com os presentes e aceitem as eventuais alternativas que os populares possam apresentar. É fazer o que alguns municípios portugueses já fazem, e com resultados muito positivos, no processo do «Orçamento Participativo».
Esta metodologia aplicada à elaboração deste documento permite uma maior eficácia e eficiência na gestão autárquica, também já comprovada. Este modelo iniciou-se em Porto Alegre (Brasil), quando o PT ganhou pela 1.ª vez as eleições em 1989). Para quem desejar saber mais sobre esta temática, Boaventura dos Santos tem uma obra publicada – «Democracia e Participação – o caso do orçamento participativo de Porto Alegre» que aborda esta experiência.
No fundo, o que hoje os cidadãos reclamam, face à insatisfação e à falta de soluções apresentadas, tanto a nível nacional como local, é a necessidade de transparência das decisões políticas e do seu envolvimento no processo de decisão, ou seja uma mudança do modo de governação até agora praticado, para o que hoje se designa por «Governança», conjunto de normas, processos e condutas através dos quais se articulam interesses, se gerem recursos e se exerce o poder.
No fundo «Governança» não é mais que a capacidade do poder político, seja nacional ou local, servir os cidadãos.
A esta problemática voltarei quando for apresentado o Orçamento 2010 e as Grandes opções do Plano 2010/2013, pela Câmara Municipal.
«Largo de Alcanizes», opinião de José Manuel Monteiro
jose.m.monteiro@netcabo.pt
A minha participação cívica enquanto deputado municipal eleito para a Assembleia Municipal reger-se-á pelos princípios que venho defendendo há muitos anos de defesa intransigente do Concelho do Sabugal.
Neste momento de início dos trabalhos de mandato vêm-me à memória os primeiros versos de um dos mais belos poemas de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa:
«O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.»
Copiando o poeta, permito-me dizer que haverá cidades, vilas e aldeias mais belas que a cidade, a vila e as aldeias do nosso Concelho. Mas nenhuma é mais bela que aquela onde nasci, onde cresci, onde estão as minhas raízes.
E estou certo que todos os deputados municipais, seja qual for o Partido porque foram eleitos, comungam do mesmo amor por estas terras do nosso Concelho, a todos unindo o desejo legítimo e profundo de tudo fazerem para, como diziam António Dionísio e o Partido Socialista no seu Programa Eleitoral:
– Transformar o Concelho do Sabugal num território competitivo e atractivo para nascer, crescer, viver, trabalhar, investir, envelhecer e visitar, promovendo de forma sustentada a qualidade de vida dos sabugalenses.
Para mim, enquanto deputado Municipal do Partido Socialista, a Assembleia Municipal não deve transformar-se num mero órgão de oposição política ao Executivo Municipal.
Mas não me peçam nunca para aprovar propostas que vão no sentido contrário das ideias que o Toni e o Partido Socialista apresentaram de construção de um Concelho do Sabugal desenvolvido e com futuro.
Continuo e continuarei a pensar que se perdeu uma oportunidade única para conseguirmos inverter um ciclo negro da história do Concelho, criando novas dinâmicas de intervenção e mobilizando um conjunto crescente de cidadãos e investidores para o combate da modernidade e qualificação.
Continuo e continuarei a pensar que a manutenção de um Executivo Municipal do PSD constitui um sério revês para o Concelho, pois iremos ter quatro anos de «mais do mesmo» e não sabemos se o Concelho aguentará mais quatro anos assim…
Continuo e continuarei a pensar que se vai agravar a situação de desertificação e de envelhecimento da população pois vai continuar a faltar ao Concelho do Sabugal uma cultura de progresso, criando condições e envolvendo todos – entidades públicas, associativas e privadas, individuais e colectivas -, num projecto de desenvolvimento do Concelho.
Mas, estou certo que o trabalho do Toni, do Luís Sanches e da Sandra Fortuna, enquanto vereadores da Câmara Municipal, e dos Deputados Municipais do Partido Socialista demonstrará aos sabugalenses que somos nós os portadores da esperança num futuro melhor para o Concelho do Sabugal.
E porque acredito que é possível, termino como comecei, citando Alberto Caeiro:
«Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo…
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura…»
ps. Já estava esta crónica escrita, quando, em Sessão Extraordinária realizada no dia 30 de Outubro, fui eleito Presidente da Assembleia Municipal do Sabugal. Após pesar os prós e os contras decidi, no entanto, manter este texto, pois não deixei de ser deputado municipal, nem deixei de pensar como penso. No entanto, esta nova situação obrigar-me-á a voltar ao tema na próxima semana.
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
rmlmatos@gmail.com
Ramiro Matos venceu as eleições para a Presidência da Mesa da Assembleia Municipal do Sabugal. A contagem final registou 39 votos contra 38 com três em branco e um nulo. A reunião foi, também, aproveitada para dar posse ao novo executivo camarário saído das últimas eleições autárquicas.

Apresentaram-se duas listas na eleição para a presidência da Mesa da Assembleia Municipal do Concelho do Sabugal. Ramiro Matos venceu por 39 contra 38 votos com três em branco e um nulo. Os 40 presidentes de Junta de Freguesia e os 41 eleitos na eleições autárquicas assistiram ainda à tomada de posse dos sete vereadores eleitos nas últimas eleições autárquicas tiveram lugar esta sexta-feira, 30 de Outubro.
A lista encabeçada por Ramiro Matos, número um socialista à Assembleia Municipal nas últimas eleições autárquicas, apresentava em segundo lugar Vítor Coelho, mandatário da campanha de Joaquim Ricardo, e em terceiro o autarca socialista Manuel Nabais. A lista derrota era composta por António Serra, Domingos Romão e Fernanda Nabais da Cruz.
A primeira reunião da Assembleia Municipal do Sabugal foi, ainda, aproveitada para a tomada de posse do novo presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo e dos vereadores Delfina Leal e Ernesto Cunha (pelo Partido Social Democrata), dos vereadores Luís Sanches e Sandra Fortuna (Partido Socialista) e do vereador Joaquim Ricardo (MPT). Os candidatos socialistas que se apresentaram na lista à Câmara Municipal em segundo e quarto lugares, Fernanda Esteves e Manuel Barros optaram por ocupar, respectivamente, os cargos de presidente das Juntas de Freguesias de Sortelha e da Rebolosa.
O vereador António Dionísio, ausente por motivos de ordem pessoal, tem previsto tomar posse na primeira reunião do executivo.
Ramiro Matos substitui na presidência da Assembleia Municipal o anterior presidente António Morgado detentor do cargo durante os últimos quatro anos.
jcl
Esperei algum tempo até decidir analisar os resultados das últimas eleições para os órgãos autárquicos no Sabugal, pretendendo assim fazê-lo mais «a frio» e porventura com dados suplementares aos que eram conhecidos no momento em que os resultados se anunciaram.
Não tenho pejo em afirmar que faço parte dos perdedores destas eleições. Quem me conhece sabe que há muito sou crítico do desnorte em que o concelho anda e que alimentava a esperança de uma mudança de política.
Defendo pois que se perdeu uma oportunidade, porque desta vez mais de 60 por cento dos eleitores quiseram apear os que criaram musgo na câmara, dividindo-se porém entre duas alternativas, o que levou a que o candidato da inércia conseguisse chegar à cadeira de presidente. O mesmo, embevecido com a vitória, mas despejado de um mínimo de humildade democrática, apressou-se a afirmar a um órgão de comunicação que ficara surpreendido por não ter obtido a maioria absoluta, pois esperava eleger quatro vereadores. Talvez falasse para dentro do partido, assim confortando o quarto candidato, que ficou relegado do lugar, mas há que saber reagir com modéstia ao voto popular, a que todos têm de se submeter por maiores que sejam as suas ambições.
O presidente eleito está absolutamente legitimado pelo voto popular, porém também considero que só existirá um bom governo autárquico se tivermos uma oposição forte. É aliás isso mesmo que esperam todos os que votaram contra a letargia. Neste sentido, preocupam-me prestações de vassalagem como a de Joaquim Ricardo: «Conte comigo em tudo o que for de bom para a nossa terra». Isto fez-me lembrar o debate na rádio Altitude, em que os candidatos se trataram por «colegas», em vez de se afirmarem como «adversários».
Estou convicto que só se fará algo de bom para a nossa terra se desde já se avisar o presidente eleito que tem de mudar o rumo, evitando que o concelho se afunde nas decisões erradas que foram tomadas ao longo destes 12 anos e, muito em especial nestes últimos quatro, em que a loucura e a irresponsabilidade tomaram conta de tudo.
Quanto à análise dos números da votação, revejo-me totalmente nas conclusões que aqui já explanou João Duarte, que lhes fez uma interpretação muito pertinente. De qualquer forma, quero salientar que para além dos votos que o PS deixou escapar para a candidatura de Joaquim Ricardo (que fez uma campanha fulgurante e bem organizada), também houve perdas de difícil justificação. Desde logo a tremenda «tareia» que os socialistas continuam a levar nas freguesias pequenas, nomeadamente nas sete cujas Juntas são eleitas em plenário e que, somadas, formam uma grande fatia do eleitorado. Também acho estranha a hecatombe na Bendada, cuja boa parte dos votos socialistas foi captada pelo MPT e pelo PSD. Porém o que menos se explica é o facto da terra mais socialista do concelho – os Fóios – votar massivamente no PSD, aparentemente apenas porque o presidente da Junta, aponta esse partido (ao qual nem pertence) como a melhor opção.
Quanto à votação no Soito, em que o PSD ganhou por larguíssima vantagem, tenho que a contenda de fim de campanha, a que alguns chamaram «peixeirada», entre Manuel Rito e António Morgado terá motivado uma orientação de voto para o PSD, em resguardo do seu conterrâneo. Contudo, ainda que pense assim, há um facto que fica por explicar: como é que António Robalo (candidato à Câmara) colhe ali mais votos que Manuel Rito (candidato à Assembleia Municipal)?
«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
leitaobatista@gmail.com
Depois de passados mais de 365 dias sobre a minha última intervenção no «Ideias Soltas», regresso com a consciência do dever cumprido – Dever cívico: serviço público prestado ao meu concelho.
Inevitável, neste recomeço, será contar para os mais distraídos, o que aconteceu durante este espaço de tempo, o que farei embora resumidamente.
Durante cerca de um ano construímos uma equipa e nas listas do MPT-Partido da Terra, e todos como independentes, concorremos à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e 14 Assembleias de Freguesia. O nosso ponto de partida estava muito longe do «Zero», comparativamente com as restantes forças políticas com estruturas bem definidas no concelho. Sabíamos do enorme trabalho que estava pela nossa frente!
Elaboramos um projecto autárquico pelo qual lutámos 24 horas por dia, divulgando-o por todo o concelho, junto dos eleitores. E estes, democraticamente, no acto eleitoral realizado no passado dia 11 de Outubro preferiram o projecto que foi apresentado por outras forças políticas concorrentes, no caso, o PSD-Partido Social Democrata.
Continuo a pensar que o nosso projecto era o que melhor servia ao desenvolvimento do concelho do Sabugal. Porém, num processo eleitoral democrático há sempre vencedores e vencidos e quem se apresenta a sufrágio só tem que aceitar os resultados que são a vontade soberana do povo.
Enviei, em meu nome pessoal, ao candidato vencedor, Eng.º António Robalo, uma mensagem, cuja recepção já foi confirmada, onde escrevi: «Parabéns! Desejo-lhe um óptimo mandato ao serviço do concelho do Sabugal. Conte comigo em tudo o que for de bom para a nossa Terra!»
Doravante, assim farei. Serei oposição responsável e o concelho pode contar com o meu trabalho.
«Ideias Soltas», opinião de Joaquim Ricardo
dr_jfricardo@hotmail.com
Realizaram-se este domingo, 18 de Outubro, plenários em sete freguesias do concelho do Sabugal para eleger as equipas que vão dirigir as respectivas juntas nos próximos quatro anos. Foram eleitos os seguintes presidentes: Joaquim José (Badamalos), Ismael Carlos (Forcalhos), Domingos Barroso Romão (Lomba), Manuel Vaz Leitão (Ruivós), Armindo de Jesus Neves (Ruvina), Fernando Rasteiro Proença (Vale das Éguas) e Alberto PIres Monteiro (Valongo do Côa).
FREGUESIA | ELEIÇÃO | PARTIDO | PRESIDENTE |
Águas Belas | Autárquica | PS | Carlos Alberto C. Capelo |
Aldeia do Bispo | Autárquica | PSD | João Grancho do Inácio |
Aldeia da Ponte | Autárquica | I | José Francisco M. Nabais |
Aldeia da Ribeira | Autárquica | PSD | António M. Fernandes |
Aldeia Santo António | Autárquica | MPT | Nuno Miguel Silva Mota |
Aldeia Velha | Autárquica | AAV | Manuel Rodrigues Gomes |
Alfaiates | Autárquica | I | Francisco N. R. Baltazar |
Badamalos | Plenário | – | Joaquim José |
Baraçal | Autárquica | PSD | Luís Carlos Carreto Lages |
Bendada | Autárquica | PSD | Jorge Manuel Dias |
Bismula | Autárquica | PS | José Augusto Vaz |
Casteleiro | Autárquica | PS | António José G. Marques |
Cerdeira | Autárquica | PSD | Joaquim Manuel C. Matos |
Fóios | Autárquica | I | José Manuel N. Campos |
Forcalhos | Plenário | – | Ismael Carlos |
Lageosa da Raia | Autárquica | I | Francisco J. S. Pires |
Lomba | Plenário | – | Domingos B. Romão |
Malcata | Autárquica | PSD | Vítor Manuel Fernandes |
Moita | Autárquica | PS | António J. N. Moreno |
Nave | Autárquica | I | José Damas Manso |
Penalobo | Autárquica | PSD | Daniel Alves |
Pousafoles do Bispo | Autárquica | ADP | Alberto Lopes Santos |
Quadrazais | Autárquica | PS | Silvina Martins V. Silva |
Quintas S. Bartolomeu | Autárquica | PSD | Joaquim A. F. Corte |
Rapoula do Côa | Autárquica | PSD | Álvaro Manuel P. Santos |
Rebolosa | Autárquica | PS | Manuel Rei E. Barros |
Rendo | Autárquica | PSD | José Miguel P. M. Robalo |
Ruivós | Plenário | – | Manuel Vaz Leitão |
Ruvina | Plenário | – | Armindo Jesus Neves |
Sabugal | Autárquica | PS | Manuel Joaquim Rasteiro |
Santo Estêvão | Autárquica | I | Joaquim G. E. Valentim |
Seixo do Côa | Autárquica | PSD | Manuel Reduto |
Sortelha | Autárquica | PS | Fernanda M. M. Esteves |
Soito | Autárquica | PSD | Alberto José L. Barata |
Vale das Éguas | Plenário | – | Fernando R. Proença |
Vale de Espinho | Autárquica | PS | José Manuel L. Mendes |
Valongo do Côa | Plenário | – | Alberto Pires Monteiro |
Vila Boa | Autárquica | PSD | Alfredo M. A. Monteiro |
Vila do Touro | Autárquica | PSD | Manuel F. T. Simões |
Vilar Maior | Autárquica | PSD | António B. Cunha |
A todos os eleitos os nossos votos de boa gestão autárquica ao serviço dos seus conterrâneos.
jcl
Durante cerca de dois meses interrompi este espaço por considerar que, eticamente, não devia manter a minha colaboração ocupando o primeiro lugar na lista do Partido Socialista candidata à Assembleia Municipal. Terminado o período eleitoral retomo esta minha ligação semanal, a qual reflectirá, como sempre, a minha opinião sobre a realidade do nosso Concelho.
As eleições de 11 de Outubro tiveram como resultado a vitória do PSD e do seu candidato António Robalo e, consequentemente, a derrota do PS e do António Dionísio e a de Joaquim Ricardo e do MPT, para não falar do CDS e da CDU.
Em democracia o voto é soberano e se os eleitores sabugalenses deram a vitória a um determinado Partido, é porque cada cidadão que votou considerou que, face às alternativas que lhe eram apresentadas, esta era a que melhor serviam os seus interesses.
Tenho, no entanto, o direito de, democraticamente, pensar que se perdeu uma oportunidade de ouro para alterar o estado a que chegou o nosso Concelho.
Entre um voto na continuidade e um voto na mudança, a parte maioritária do eleitorado optou pela continuidade.
Pela minha parte manterei a posição de criticar o que considero mau e de colocar à discussão pública as minhas ideias, postura que norteará as minhas posições na Assembleia Municipal.
Estou certo que esta será também a posição do Toni, da Fernanda e do Luís enquanto vereadores eleitos do Partido Socialista.
Disse e repeti até à exaustão que um voto nas listas lideradas pelo Joaquim Ricardo podia ser um voto no escuro, pois não se sabia se, após as eleições, iriam colocar-se do lado da continuidade ou do lado da mudança.
A atitude do vereador eleito pelo MPT (Joaquim Ricardo?), nos mostrará o que na realidade pretendia esta candidatura.
Em democracia a vitória e a derrota são sempre o fruto do jogo democrático e são sempre prova da vitalidade do regime.
O PSD e o seu Presidente têm quatro anos para demonstrar que tinham razão e para transformar o Concelho do Sabugal num Concelho com futuro.
O Partido Socialista e os seus representantes na Câmara e na Assembleia Municipal têm quatro anos para mostrar que a razão estava do seu lado e que a derrota de 2009 foi, sobretudo, uma derrota do Concelho…
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
rmlmatos@gmail.com
Li o que escreveu Joaquim Portas («Cinco Quinas») a propósito dos resultados eleitorais. Foi uma análise amarga e com sabor a ajuste de contas com o engenheiro Morgado, que só desabona a quem a fez.
Veio Joaquim Portas das brumas do passado para nos dizer que «no concelho do Sabugal, mais do que o Partido Socialista […], o grande derrotado na noite do dia 11 de Outubro, chama-se, António Morgado.»
E referindo-se depois a este, diz que «ao trair os seus eleitores e sobretudo aqueles que o ajudaram […] deixou cair a máscara e revelou o lado mais sinistro da sua personalidade.»
Para abrir o jogo confessando que «sempre pensou que António Morgado era um balão que qualquer alfinete podia esvaziar» e que com esta derrota eleitoral «o balão encheu tanto que rebentou. O seu problema não é político nem de política, o seu problema é de carácter.»
E numa estocada à falsa fé, conclui que quem conhece o percurso do engenheiro Morgado «sabe que a sua carreira política foi sempre baseada em pequenas ou grandes traições» E enterrando a espada até ao punho pergunta se «alguém duvida que ele foi o Presidente da Câmara Municipal do Sabugal que mais se serviu do concelho e da Autarquia para satisfazer os seus caprichos e interesses pessoais e familiares».
Este artigo, que nem me atrevo a comentar pela sua cobardia, fez-me lembrar uma fábula de Esopo que me obrigaram a ler em latim na juventude para ajudar a moldar o carácter e que rezava mais ou menos assim:
De velho e enfermo jazia moribundo um leão que, em moço, havia sido o terror das brenhas.
Apareceu um javali, e, para vingar-se da antiga injúria, deu-lhe com o focinho, e foi-se; após o javali veio um touro; seguiram-se outros animais e cada qual se desforrava a seu modo. O leão sofria calado.
Veio por fim um burro, e deu-lhe um coice; o leão não pode conter-se:
– Até aqui sofri resignado – disse – e a quantos insultos recebia opunha a lembrança do que tinha sido outrora, quando até do meu rugido todos esses tremiam; mas agora tu também, tu miserável burro!… Isto é morrer duas vezes!
A Moralidade é a seguinte: Quando a desgraça acomete um homem, não falta quem venha com ele ajustar contas: o homem nobre e infeliz tudo sofre resignado; há porém burro tão burro e tão vil, que torna impossível a resignação.
«Arroz com Todos», opinião de João Valente
joaovalenteadvogado@gmail.com
Já encontrei o António Robalo e lhe dei os parabéns por esta vitória. Agora, permitam-me que faça uma leitura política dos resultados das eleições autárquicas no concelho do Sabugal, onde houve, como sempre acontece em eleições, vencedores e vencidos.
O principal derrotado foi o Eng. Morgado. A sua estratégia de colagem ao PS, sempre me pareceu que não acrescentaria nada à candidatura do Toni. Tenha-se em conta que, como eu sempre escrevi, o Eng. Morgado não era um eleitor qualquer. Foi presidente da Câmara durante dois mandatos, eleito pelo PSD, e é, ainda, o Presidente da Assembleia Municipal. A parte final da sua estratégia, com o facto de querer os louros dos anos à frente da Câmara só para si, não resultou. Afinal, quer ele queira quer não, fazia parte de uma equipa.
Não considero o Toni um derrotado. Fez a campanha possível, aguentou-se bem e conseguiu uma menor diferença de votos do que o que aconteceu nas últimas eleições para a Câmara (há quatro anos). Ganhou, por margem folgadíssima, no Sabugal. Fez o possível e o impossível para ganhar, mas tinha contra si o facto de haver um eleitorado fiel ao PSD, no concelho, que é muito difícil mudar (só não vê quem não quer ver – apesar de todo o mérito que não se pode tirar ao António Robalo e à sua equipa, que fez uma melhor campanha).
Outro dos derrotados nestas eleições foi o Chico Bárrios. Pela primeira vez perdeu a eleição para presidente da Junta de Freguesia de Aldeia do Bispo, o que garantia ser impossível. Um dos autarcas mais antigos do concelho, com mais «tarimba» não viu o seu esforço reconhecido. Resta-lhe a consolação de ter sido eleito para a Assembleia Municipal, onde poderá continuar a explanar a sua visão para o concelho.
Ainda nos derrotados temos que incluir o ex-candidato da CDU à Câmara Municipal do Sabugal (Geraldo Mendes) que, apesar de «zitaseabrar» e se passar para as hostes do PSD (como candidato à Junta de Freguesia de Sortelha) perdeu para o PS. De nada adiantou, portanto esta sua mudança de «camisola».
O Dr. Joaquim Ricardo não é um derrotado. Apesar de ter conseguido eleger, apenas, um vereador, a sua lista conseguiu o feito de ter retirado a maioria absoluta ao PSD e, passará a ser, portanto, o fiel da balança. Sempre julguei impossível que o MPT conquistasse a Câmara Municipal.
Uma curiosidade nestas eleições aconteceu em Vila Boa, onde a lista do PSD (única concorrente) conseguiu ter menos votos expressos do que a soma dos nulos e brancos (teve 91 votos e a soma dos brancos e nulos foi de 102 votos). Nunca tal tinha acontecido no concelho.
Outra curiosidade é que passou a haver mais Assembleias de Freguesia com maioria relativa de um partido. Até agora só existia a do Soito. À do Soito (que continua com maioria relativa do PSD) juntam-se Seixo do Côa, Pousafoles, Aldeia da Ribeira e Águas Belas.
O PS ter conquistado a presidência da Junta de Freguesia de Vale de Espinho também é um feito histórico.
A CDU conseguiu para a Câmara Municipal o resultado possível num contexto de forte bipolarização entre PS e PSD e com o MPT a baralhar os dados.
A CDU manteve os dois mandatos na Assembleia Municipal, o que já não é mau. Perdeu, no entanto a presidência da Junta de Freguesia da Moita, por 8 votos. Esta foi a maior derrota da CDU, no concelho, nestas eleições.
O CDS ultrapassou a votação da CDU para a Câmara Municipal, mas foi ultrapassada pela Coligação PCP/PEV nos votos para as Assembleia de Freguesia (onde teve menos mandatos que a CDU) e para a Assembleia Municipal (onde só teve um mandato, contra dois da CDU).
João Aristides Duarte
O candidato do PSD, António Robalo, é o novo presidente da Câmara Municipal do Sabugal. (22:10)
O social-democrata António dos Santos Robalo alcançou 3784 votos (38,9%) e é o novo presidente da Câmara Municipal do Sabugal. O candidato socialista, António Dionísio ficou-se pelos 3499 votantes (35,97%) e Joaquim Ricardo (MPT-Partido da Terra) recolheu 1781 votos (18,31%). Na quinta posição ficou Ana Charters do CDS-PP com 212 (2,18%) e, por fim, José Manuel Monteiro do PCP-PEV com 96 votos (0,99%).
Votaram 9728 eleitores dos 16322 que estavam inscritos nos cadernos eleitorais e foram contabilizados 166 votos (1,71%) em branco e 109 nulos (1,95%).
O PSD venceu as eleições mas perdeu a maioria de lugares no executivo camarário sabugalense. Os sete lugares foram distribuídos pelo PSD (3), PS (3) e MPT (1).
Os sociais-democratas António Robalo (presidente), Maria Delfina Leal e Ernesto Cunha, os socialistas António Dionísio, Fernanda Esteves e Luís Sanches e pelo MPT, Joaquim Ricardo são os novos vereadores da Câmara Municipal do Sabugal.
Para a Assembleia Municipal do Sabugal – além dos 40 lugares atribuídos aos presidentes de Juntas de Freguesia – o PSD alcançou 16 representantes, o PS menos um (15), o MPT elegeu sete, a CDU dois e o CDS-PP encerra a lista com um eleito.
Para as Juntas de Freguesia foram eleitos representantes pelo PSD (86), pelo PS (61), pelo MPT (27), por grupos de cidadãos independentes (40), pelo PCP-PEV (14) e pelo CDS-PP (7).
jcl
Nas eleições deste domingo os portugueses são chamados a votar nas lideranças dos 308 municípios, bem como nos autarcas que irão governar 4.260 Juntas de Freguesia. Nas primeiras quatro horas das eleições autárquicas em Portugal tinham votado 21,23% dos eleitores inscritos, segundo a estimativa de afluência às 12.00 horas divulgada pela Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI).
ELEIÇÕES PARA AS AUTARQUIAS LOCAIS – 11-10-2009 |
AFLUÊNCIA DOS ELEITORES ÀS URNAS | |
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jcl
No domingo, dia 11 de Outubro, os eleitores farão as suas escolhas para os órgãos de gestão e de representação das autarquias locais. Perante as dúvidas quanto ao exercício do direito de voto, informamos os meios através dos quais se poderão obter esclarecimentos.
Portal do Eleitor
Centrado nos cidadãos foi activado o Portal de Eleitor que, numa perspectiva de cidadania, reúne todas as informações necessárias para que cada cidadão possa conhecer o que são, para que servem e como funcionam os actos eleitorais em Portugal (com indicações úteis sobre o exercício do direito de voto) e preparar, participar e seguir o apuramento de resultados. Esta plataforma está construída de modo a ser alimentada para todo o tipo de actos eleitorais futuros. O portal está aberto a todos e disponível permanentemente na Internet, no endereço http://www.portaldoeleitor.pt. Apresenta em cada momento as informações mais relevantes: antes de eleições (de preparação), durante as eleições (como votar), após as eleições (resultados) e entre eleições (informação sobre os diferentes actos eleitorais e o seu contexto).
O desenvolvimento do Portal de Eleitor insere-se nas iniciativas lançadas pela Direcção Geral da Administração Interna (DGAI), nomeadamente no âmbito da campanha «Saiba onde votar», para facilitar o acesso dos eleitores à informação que necessitam para poder votar.
Linha de Informação nº. 808 206 206
A DGAI criou também a Linha de Informação Eleitoral, com o n.º 808 206 206 (custo de uma chamada local), que tem como objectivo promover, pela primeira vez no nosso país, o contacto directo com os eleitores, através de um centro de contacto e atendimento que esclareça dúvidas sobre o processo eleitoral e de recenseamento eleitoral e dá informação sobre a freguesia de recenseamento e local de voto, e o serviço de SMS 3838 para conhecer onde o eleitor vota e qual o seu número de eleitor.
plb
Recebemos e publicamos, de seguida, o direito de resposta solicitado por António Esteves Morgado à «Carta aberta de Manuel Rito Alves».
«Resposta à carta Aberta de Manuel Rito Alves
Caras(os) Amigas(os) Sabugalenses
Dirijo-me a todos vós sem qualquer discriminação para os esclarecimentos seguintes:
– Sobre o meu passado de Presidente da Câmara os munícipes conhecem a responsabilidade e honra que tive de zelar pelos interesses do Concelho;
– Dos projectos mencionados todos se lembram de que mandatos provêm;
– Das equipas que formei também todos se recordam;
– Do meu comportamento pessoal e institucional também todos sabem a grande diferença que nos separa;
– Do mandato actual (2005/2009) vê-se bem a preocupação de nestes últimos meses dar a entender que muita coisa foi feita e que sobre os mesmos investimentos o questionei na última Assembleia Municipal.
Manuel Rito Alves deve dar-vos a conhecer:
– Que projectos novos tem para anunciar?
– Quantos e quais os projectos de saneamento básico e abastecimento de água lançados no meu último mandato, que no seu foram anulados?
– Porque deixou um aberto?
– Porque lançou outro, este novo, no último ano?
– Quem pretendeu beneficiar com essa discriminação?
– Quem defendeu a sua candidatura a Presidente de Câmara?
– Quem o anunciou e defendeu perante todos?
Acerca do Sr. Manuel Rito Alves devo dizer que:
– Não deve iludir as gentes do Concelho, pois que dos oito anos em que fui Presidente de Câmara o julgamento já foi feito e por conseguinte não tem moral para falar desses dois mandatos.
– O julgamento do actual Executivo deve referir-se a estes quatro anos, que agora terminam, e não aos doze constantemente mencionados.
– Deveria ter seriedade política e não confundir os eleitores.
– Ao referir que em 2005 fui cabeça de lista à Assembleia Municipal, se bem se lembra, só aceitei por muita insistência da sua parte. Claro está que lhe convinha, toda a gente sabe disso.
– Sobre o que eu disse nas localidades por onde acompanhei o bom e forte candidato que é o António Dionísio (Toni) disse e afirmo que o Senhor Manuel Rito Alves só foi candidato porque eu tive a coragem de o defender perante o Coordenador Nacional do PSD, pois ninguém mais o defendia. Pelos vistos esqueceu-se desse pormenor.
– Quanto à campanha que fiz defendendo-o perante todo o Concelho também todos estão recordados. De tal facto também já se esqueceu. Tem memória curta!
– Quando ganhei, sublinho ganhei, o conhecimento da sua pessoa era limitado a duas ou três Freguesias, nas restantes não passava de um mero desconhecido. Que credibilidade tinha perante o Concelho? É de referir que nem o próprio acreditava na vitória, chegando a dizer que o Soito já tinha ganho, pois ficava com dois Vereadores. Quão ânimo me deu ao dizer tal atoarda! Fiquei a saber qual a dimensão e qual o entusiasmo que tinha relativo ao que eu acreditava. Razão por que muitas pessoas consideraram ser uma vitória pessoal. Reconheço que tal vitória se deveu também ao empenho e dedicação de muita gente pertencente a outros quadrantes partidários.
– Deveria sentir vergonha de aproveitar correspondência do Município (envio do recibo da água) para se auto promover, tendo em conta que é candidato à Assembleia Municipal.
– Deveria também sentir vergonha de fazer convites para uma inauguração, de uma obra inacabada.
– Deveria justificar-se por escrito aos munícipes que tiveram e têm problemas de falta de água.
– Deveria lembrar-se que nunca estive preocupado em fazer inaugurações de obras totalmente concluídas e pagas. Cito o exemplo do complexo das Piscinas / Gimnodesportivo.
– Poderá ainda proceder à inauguração do mesmo, pois eu não me importo. A minha pessoa em nada ficará afectada.
– Também poderá mudar o nome, como fez em relação ao Pólo Empresarial do Soito.
Para concluir reafirmo que estou completamente arrependido da defesa que fiz da sua pessoa. Também disse que no meu tempo foi um bom Vice-Presidente. Todavia, para ser bom Presidente é necessário possuir determinadas características comportamentais perante os cidadãos em geral, funcionários e Presidentes de Junta de Freguesia que demonstrou não ter.
Quanto à interrogação que coloca “Que segundas intenções esconderá?”, claramente lhe respondo. Poderá colocar na sua cabeça e descansar o seu cérebro, uma vez que nunca andei, nem pretendo andar na política por motivações negociais. Possivelmente julga os outros por aquilo que deseja e pretende para ele.
Eu estou sereno, tranquilo e consciente do dever cumprido e também do apoio que estou a dar ao candidato António Dionísio. Sou um cidadão livre num PAÍS DEMOCRÁTICO.
9 de Outubro de 2009
António Esteves Morgado»
O Capeia Arraiana encerra o espaço eleitoral (notícias e comentários) sobre as autárquicas 2009 às 24 horas desta sexta-feira. Voltaremos ao tema no domingo à noite para dar notícia dos nomes dos próximos autarcas sabugalenses na Câmara, na Assembleia Municipal e nas Juntas de Freguesia.
jcl
Publicamos, de seguida, um pedido de resposta de Manuel Rito Alves a um artigo publicado on-line no Capeia Arraiana. (actualização.)
«Carta Aberta aos Eleitores do Concelho do Sabugal
Deram-me hoje uma cópia impressa de um artigo que o Sr. Paulo Leitão Baptista publicou, onde afirma que na campanha do P.S. o Eng.º António Morgado terá afirmado que pedia desculpa aos sabugalenses por ter apoiado a equipa que constitui o executivo actual, afirmando ter-se enganado redondamente ao acreditar que a mesma estava à altura das exigências. E acrescenta: “mostraram-se incapazes, e nada digno de registo fizeram nestes quatro anos, pelo que não merecem ser eleitos para um novo mandato”.
Assumindo como certo que o Sr. Paulo Leitão Baptista não está a mentir e que, portanto, é verdade que o Eng.º Morgado disse o que se afirma acima, e porque como diz o povo, “quem não se sente não é filho de boa gente”, e isso eu sou de certeza, tenho a dizer:
Em 1997 era candidato a Presidente da Câmara Municipal, nas listas do P.S.D. o Eng.º António Morgado e, quer eu Manuel Rito, quer o Eng.º António Robalo integrávamos a lista que apresentou um plano de acção onde, entre outras propostas, aparecia a promoção e desenvolvimento das Termas do Cró, a ligação IP2 – Fronteira (IP2 é a actual A23), criar um Parque Industrial para o Soito, etc.
Em 2001 torna a ser candidato à Câmara Municipal o Eng.º Morgado, fazendo parte da lista eu, Manuel Rito, o Eng.º Robalo, o Eng.º Ernesto Cunha, Victor Proença, e no respectivo plano de acção propusemo-nos entre muitas outras coisas:
o A construção do parque de Campismo e lazer do Sabugal, a ligação IP2 – Fronteira, a criação das Reservas de Caça Municipais em conjunto com as Associações de Caça e Pesca, a cooperação com Espanha no domínio das acessibilidades, a revitalização das termas do Cró, a construção de um Parque Industrial no Soito, etc. etc.
Em 2005, sendo o Eng.º Morgado candidato em primeiro lugar, nas listas do PSD, à Assembleia Municipal e apoiante de primeira linha na candidatura à Câmara Municipal do Sabugal encabeçada por mim, e de que faziam parte o Eng. António Robalo e o Eng.º Ernesto Cunha, constava do programa eleitoral:
o Ligação A23 – Fronteira;
o A transformação do Cró numa estância termal moderna;
o A construção do Parque de Campismo e Lazer da Sr.ª da Graça;
o A entrada em funcionamento do Pólo Empresarial do Soito /Centro de Negócios Transfronteiriço;
o A aposta no repovoamento cinegético e na vigilância das Reservas de Caça (municipais e associativas);
o A continuação da cooperação com Salamanca para a conclusão das estradas de fronteira, etc. etc.
Durante estes quatro anos trabalhámos para implementar estes e outros projectos, e hoje, como toda a gente sabe, todos os que referi estão concluídos ou em execução, honrando assim compromissos que vêm desde há 12 anos e que continuamos convencidos que são estratégicos para a modernização e melhoria da qualidade de vida do concelho do Sabugal.
Como é pois possível que o Eng.º Morgado que os defendia há tanto tempo, agora que os vê implementados ou em implementação diga de quem trabalhou para isso que se “mostraram incapazes e nada digno de registo fizeram nestes quatro anos”?
Que segundas intenções esconderá?
Manuel Rito Alves
Nota: Os planos de acção e o programa eleitoral referidos, foram públicos e tenho-os na minha posse para os exibir a quem tiver qualquer dúvida.»
Confirmamos e «assumindo como certo que o Sr. Paulo Leitão Baptista não está a mentir» sobre o discurso de António Morgado proferido na aldeia da Torre.
jcl
(actualização.)
Após a publicação do pedido de resposta do Presidente da Assembleia Municipal do Sabugal, António Esteves Morgado, o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, Manuel Rito Alves, pediu a publicação mais uma resposta à resposta.
Resposta à Resposta
«Ao Engº Morgado (com Conhecimento a todos os potenciais interessados)
Obviamente que o Sr é um cidadão livre, num País democrático e que vota em quem quer como qualquer outro cidadão eleitor.
Isto não está em causa, nem me incomoda, o que está em causa é a sua participação em campanha com ataques pessoais a uma equipa que consigo partilhou um projecto para o Concelho e que após a sua saída mais não fez que honrar esse projecto em circunstâncias diferentes das dos dois mandatos em que o Sr foi Presidente de Câmara. Recordo-lhe que o 3º Quadro Comunitário de Apoio estava esgotado e o 4º ainda não entrou efectivamente em vigor.
Nunca fiz, e não é agora que vou começar a fazer política com base em ataques pessoais. Sempre defendi um projecto para o Concelho (que até pensei que era o “nosso projecto”) e continuo a fazê-lo.
Acreditei até há muito pouco tempo que o Sr também assim pensava. Enganei-me. Paciência…
Para mim o assunto morre aqui.
Manuel Rito Alves.»
O Capeia Arraiana é um projecto de comunicação (não comercial) cuja edição e o horário de colocação on-line das notícias não está, nem nunca estará, dependente de ordens, mandatos ou ameaças. Somos um espaço de actualização diária mas o tempo de publicação dos artigos é da exclusiva responsabilidade (e disponibilidade temporal) dos seus dois administradores e não está nem nunca estará subjugado por ordens de terceiros.
A Lei de Imprensa (2/99, de 13 de Janeiro) diz claramente no seu artigo 26.º (Publicação da resposta ou da rectificação), número 2: «A resposta ou a rectificação devem ser publicadas:
a) Dentro de dois dias a contar da recepção, se a publicação for diária.»
José Carlos Lages e Paulo Leitão Batista
Administradores do blogue Capeia Arraiana
O candidato da Coligação Democrática Unitária (CDU) à presidência da Câmara do Sabugal, José Manuel Monteiro, veio ontem para a rua em campanha, acompanhado por outros candidatos da coligação.
A CDU iniciou a campanha de rua no Soito. O candidato e a sua comitiva falaram com as pessoas e distribuíram material de campanha junto ao Jardim do Lameiro. Esse material passa basicamente por um folheto informativo que contém o programa eleitoral da CDU e os nomes dos candidatos da coligação aos vários órgão autárquicos.
Definitivamente no terreno, os comunistas têm agendadas outras acções de rua para estes dias. Quinta-feira, 8 de Setembro, de manhã, os candidatos estarão no Mercado de Alfaiates em contacto com a população e distribuindo propaganda eleitoral. No dia seguinte, ao final da tarde, realizam uma sessão de esclarecimento na Moita, freguesia onde a coligação aposta na reeleição do seu candidato, Honório Santos, para a presidência da Junta de Freguesia.
Para o derradeiro dia de campanha, dia 9, os candidatos estarão no Sabugal, onde está agendada uma acção de contactos com a população e distribuição de propaganda.
Hoje o candidato participa na mesa redonda organizada pela Localvisão TV e pelo blogue Capeia Arraiana.
plb
Ao sétimo dia de campanha o ex presidente da Câmara e actual presidente da Assembleia Municipal, António Morgado, juntou-se à comitiva socialista e tomou a palavra para defender o voto em António Dionísio.
António Morgado acompanhou no dia 5 de Outubro, a campanha do Partido Socialista, tomando mesmo a palavra nos comícios realizados nos Fóios, em Vale de Espinho, Quadrazais e na Torre. O actual presidente da Assembleia Municipal, eleito nas listas do PSD, que desta vez não é candidato, explicou as razões porque decidiu apoiar a candidatura de António Dionísio e teceu duras criticas à maioria que governa o Município.
«Nestas eleições não há motivos para votar a pensar nos partidos. Devemos pensar antes nas pessoas, e a pessoa que melhor pode representar o concelho e fazer um mandato válido é o António Dionísio. Por isso lhe dou o meu apoio», justificou o ex-presidente da Câmara, que decidiu envolver-se directamente na campanha autárquica sabugalense.
António Morgado, pediu mesmo desculpa aos sabugalenses por ter apoiado a equipa que constitui o executivo actual, afirmando ter-se enganado redondamente ao acreditar que a mesma estava à altura das exigências: «mostraram-se incapazes, e nada digno de registo fizeram durante estes quatro anos, pelo que não merecem ser eleitos para um novo mandato».
Na Torre, a sua terra natal, António Morgado fez o discurso mais eloquente, pedindo aos seus conterrâneos que votem na mudança.
António Morgado já tinha dado sinais de apoio à candidatura do PS, nomeadamente quando em Agosto apareceu ao lado de António Dionísio no Festival «Ao Forcão Rapazes» e quando marcou presença na apresentação das listas de candidatos do PS no dia 20 de Setembro. Porém esta aparição na campanha socialista ultrapassou as expectativas.
plb
A campanha eleitoral no Sabugal está ao rubro. Num território com 40 freguesias e mais de 100 localidades é enorme o esforço exigido «à máquina de campanha», aos candidatos e aos seus apoiantes. Este domingo as caravanas automóveis de António Dionísio (PS), António Robalo (PSD) e Joaquim Ricardo (MPT) alteraram ruidosamente a pacatez das aldeias e estenderam-se a perder de vista nas estradas do concelho do Sabugal. Nas inevitáveis contagens dos aderentes todos clamam vitória. Há, contudo, uma certeza: todos ultrapassaram a centena de viaturas.
Os candidatos desdobram-se em iniciativas para convencer o eleitorado que o seu programa e as soluções que apresentam são os melhores para o futuro do concelho.
Contactos de porta em porta, distribuição de folhetos em mercados, discursos em comícios, palavras de ordem nos carros de som, é assim o quotidiano das candidaturas, especialmente nas dos três partidos acima referidos. Os restantes – CDU e CDS – optam por campanhas mais discretas e menos onerosas.
A candidata do CDS, Ana Charters, tem saído à rua. Esteve em alguns mercados e percorreu as ruas de algumas povoações, mantendo contactos directos com as populações. Prefere as conversas pessoais e parece desvalorizar os discursos em apresentações de listas e em comícios, assim como os debates. Também não aposta na Internet, sendo a única candidatura que não tem um blogue.
José Manuel Monteiro, candidato da CDU, ainda não foi ao terreno, mas esta semana estará já em campanha, optando por algumas sessões de esclarecimento, distribuição de folhetos e contactos pessoais com os eleitores. Desde há muito que tem um blogue na Internet, onde divulgou o seu programa eleitoral, e participou no debate promovido pela Rádio Altitude.
As caravanas das três principais candidaturas marcaram o dia 4 de Outubro. As filas de automóveis estenderam-se pelas estradas, passando pelas terras em grande burburinho, ferindo a pacatez de domingo. Para os participantes foi um dia extenuante, com cerca de 12 horas em movimento, parando apenas para comer e fazer as necessidades, incluindo o almoço.
Todos saíram do Sabugal, onde os apoiantes se concentraram, seguindo depois em diferentes direcções. Os do MPT e do PS almoçaram no Soito, os primeiros na Lameira e os segundos na Praça de Touros, enquanto que o PSD optou pelo Sabugal, no Largo da Fonte. No final do dia, já com a noite cerrada, o PSD acabou no Soito e o PS e o MPT terminaram no Sabugal. Os conta-quilómetros de cada participante nas caravanas marcavam ao final do dia mais 300 quilómetros, que correspondiam ao consumo de algumas dezenas de litros de combustível. Ficou o sentimento do dever cumprido e cada candidatura com a ideia de que tinha ganho às outras, juntando mais automóveis e mais gente na sua comitiva.
Os comícios de encerramento da campanha eleitoral estão marcados para a noite de sexta-feira com António Robalo (21.30 horas) no Auditório Municipal, Joaquim Ricardo (21.00) no Salão da Junta de Freguesia do Sabugal e António Dionísio (21.00) no Salão das Escolas do Sabugal.
GALERIA DE IMAGENS – CAMPANHA ELEITORAL – ANTÓNIO DIONÍSIO |
GALERIA DE IMAGENS – CAMPANHA ELEITORAL – ANTÓNIO ROBALO |
GALERIA DE IMAGENS – CAMPANHA ELEITORAL – JOAQUIM RICARDO |
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jcl e plb
Combater a desertificação humana do concelho do Sabugal é o objectivo comum aos programas eleitorais das várias candidaturas à Câmara Municipal do Sabugal. Capeia Arraiana «esmiuçou» os vários planos de acção para os próximos quatro anos e dá conta daquilo que em cada um é mais expressivo.
ANA ISABEL CHARTERS, candidata do CDS-PP, aceitou ser candidata por ter sentido o «chamamento» das origens e propõe-se fazer o melhor que sabe.
No seu programa de acção começa por se comprometer a obter junto dos organismos responsáveis as condições técnicas necessárias para o acesso eficaz ao telemóvel e à Internet em toda a área do concelho.
Tal como os demais candidatos, elege a desertificação humana como a principal preocupação: «Sem uma luta sem tréguas neste domínio de nada valerão os restantes esforços camarários.»
Bater-se-á pelo apoio da Câmara às associações e aos privados que queiram concretizar projectos económicos na área dos desportos a desenvolver na barragem do Sabugal, na área da pesca desportiva, na área das bicicletas de montanha, na construção de parques de campismo, de campos de férias e de unidades de juventude.
Ana Charters vai acarinhar o rio Côa, evitando a sua poluição e promovendo a limpeza das margens. Fomentará os Encontros Ambientais do Sabugal, para que os jovens possam, durante as férias e em campos próprios, trocar experiências e aprender com especialistas desta área como conseguir um equilíbrio ecológico sustentável.
Para Ana Charters, «ser velho não é uma doença: chegar a velho é uma virtude», pelo que se propõe fomentar a animação recreativa e cultural, de confraternização social, de ocupação de tempo ao ar livre e de exercício físico para os idosos.
Também se propõe intermediar entre os agricultores e o Ministério da Agricultura, criando um posto de atendimento permanente na Câmara destinado aos agricultores.
ANTÓNIO DIONÍSIO, candidato do Partido Socialista, apresenta um programa assente na ideia de mudança para a criação de «um concelho do Sabugal com futuro». No fundo, pretende um concelho «atractivo para nascer, crescer, viver, trabalhar, investir, envelhecer e visitar».
Propõem-se afirmar o Sabugal no contexto regional, lançando mão de um conjunto de medidas para obter o desenvolvimento sustentado, apostando no turismo, reforçando a coesão social e fomentando a cultura e o associativismo. Por outro lado António Dionísio pretende promover a qualidade de vida, melhorar as acessibilidades e melhorar a «governação local». Dentro das medidas propostas surge o compromisso de «apoiar o reconhecimento da Capeia Arraiana enquanto património cultural único», e a introdução do ensino da língua espanhola nas escolas.
O programa aponta um conjunto de medidas, que se propõe realizar já em 2010. Dentre elas está a criação do gabinete de imagem do concelho e a instituição da figura do provedor do munícipe. Também pretende criar conselhos municipais: dos anteriores autarcas, da cultura, desporto e lazer e do turismo. Também fala na loja do cidadão móvel e na loja do munícipe, prometendo ainda levar as reuniões do executivo municipal às freguesias.
O candidato socialista enumera ainda um conjunto de programas, a implementar a breve trecho, como: o «Novo Sabugalense», de apoio à gravidez e à maternidade; «O Meu Livro Escolar» para distribuição de manuais aos alunos; o «Férias de Verão» para ocupação dos tempos livres; o «Noivos Felizes» de apoio aos jovens casais; o «Na Minha Casa», para melhorar o apoio domiciliário aos idosos; o «Sou Idoso, Estou Isento» para livrar os idosos de impostos e taxas municipais; o «Sabugal Terra da Castanha» para incentivo à plantação de castanheiros; o «Sabugal, Terra Doce» para apoio à apicultura; o «A Minha Aldeia é Linda» para requalificação das aldeias; e o «Sabugal Alternativo», para apostar nas energias renováveis.
ANTÓNIO ROBALO, candidato do PSD, tem como maiores apostas o combate ao despovoamento e a obtenção de mais coesão social e mais competitividade para o concelho. Atrair investimento, melhorar as infra-estruturas e os serviços públicos, promover a protecção do ambiente, o desporto e o lazer, são também metas essenciais.
O candidato aposta na inovação e na promoção do emprego qualificado, bem como na dinamização das actividades económicas. Numa palavra: «manter o concelho no rumo certo».
O programa aponta para grandes objectivos: um concelho empreendedor, um concelho atractivo, um concelho preocupado com as pessoas, um concelho com ensino qualificado, um concelho equilibrado, um concelho jovem e inovador.
Enumeramos algumas medidas concretas que constam do plano de acção nas áreas do empreendorismo e da acção social: constituir a «SabugalInvest» para a captação de investimento, incluir pavilhões multiuso no espaço do mercado municipal, requalificar o espaço entre as pontes do sabugal do rio Côa, criar um centro de micologia, apoiar a efectivação do projecto Ofélia Club (1027 camas e 342 empregos em Malcata), criar condições de conforto e segurança nas capeias arraianas, fundar uma universidade sénior e defender a implementação de uma rede de cuidados continuados.
Na área da educação, a candidatura também aponta medidas: construir os centros previstos na carta educativa, dar mais meios informáticos às escolas e instalar o Centro de Estudos Pinharanda Gomes.
Para se atingir um concelho equilibrado, fala-se na conclusão da ligação A23-Fronteira, na requalificação das estradas e numa melhor parceria entre a protecção civil municipal e os bombeiros.
Também se defendem medidas para os jovens: criar um Fórum Jovem voltado para debates temáticos, criar espaços informais de desporto e de convívio.
O programa eleitoral acaba com a revelação de um sonho do candidato: «A instalação de um parque temático com atractividade internacional».
JOAQUIM RICARDO, candidato do MTP – Partido da Terra, expõe no seu programa dois objectivos estratégicos: gerir na autarquia a pensar nas pessoas e promover a sustentabilidade económica e social.
Para gerir melhor a autarquia propõe um conjunto de «medidas estratégicas», de que são exemplo a promoção da qualidade dos serviços prestados e o reforço das competências das Juntas de Freguesias.
Enuncia ainda um conjunto de medidas no campo da saúde, da cultura e do desporto, assim como da mobilidade, onde fala da criação de circuitos para veículos não poluentes ou a urbanização dos recursos hídricos junto das povoações.
O candidato propõe-se criar um pólo universitário no concelho, desenvolver a indústria da construção civil e dar incentivos à fixação de residência no concelho.
No que toca à meta estratégica de promoção da sustentabilidade económica e social, a candidatura apresenta medidas de apoio à actividade empresarial e social, ao turismo, floresta e ensino.
Joaquim Ricardo quer criar pólos industriais ao longo do território concelhio, incentivar a criação do próprio emprego, apoiar as IPSS criando uma imagem de marca dos seus serviços (que quer promover no exterior) e criar uma liga concelhia das IPSS. Quanto às tradições quer que a capeia arraiana se realize ao longo de todo o ano e, em alternativa a um parque de campismo de grande dimensão, prefere criar pequenos parques de campismo ao longo do concelho.
Quanto ao apoio à floresta, Joaquim Ricardo quer promover a produção da castanha em larga escala, para além de espécies não resinosas. Já na educação quer apoiar as famílias a suportar as despesas com o ensino superior dos filhos e criar uma escola profissional e uma escola de música na Bendada.
JOSÉ MANUEL MONTEIRO, candidato da CDU, aposta no lema «Tornar Possível o Impossível», assumindo-se como uma candidatura de ruptura.
O programa de acção assenta na ideia de um desenvolvimento com quatro eixos: económico (concelho economicamente viável), social (socialmente coeso e solidário), cultural (aliando a tradição à modernidade), ecológico (sustentável para as gerações futuras).
O candidato aposta na ideia de uma «gestão participada», em que os cidadãos tomam parte em todos os momentos cruciais da vida autárquica, e promete a descentralização das reuniões de Câmara e da Assembleia Municipal.
Como objectivos, a candidatura afirma querer fixar população através de incentivos à criação de emprego, reduzindo ou isentando taxas e impostos municipais, criando apoios às empresas e ao comércio tradicional e dialogando com os agentes económicos.
Também aposta na atracção turística, criando a Rota dos Castelos, reabilitando os núcleos históricos, fomentando o turismo rural e reabilitando os moinhos existentes. Aposta ainda na cultura, recuperando a gíria quadrazenha e constituindo museus do contrabando e da emigração.
Quanto ao lazer, ganha expressão a criação de um passeio público entre a ponte do Sabugal e a barragem, também com funções de ciclovia. No apoio social, quer um concelho socialmente coeso e solidário, criando o «cartão sénior», atribuindo bolsas de estudo e criando um centro de recolha de material escolar usado e outros bens, para distribuição a famílias carenciadas.
Quanto às acessibilidades diz que exigirá ao Governo o reperfilamento da estrada para a Guarda. No que toca aos serviços da autarquia, aposta na implementação de um Balcão Único de Atendimento ao Munícipe e no envolvimento dos trabalhadores municipais na gestão da autarquia.
plb
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