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O agrupamento 879 do Corpo Nacional de Escutas, sediado na Póvoa de Santo Adrião, concelho de Odivelas, está a realizar o seu acampamento anual com o tema «Na rota dos Contrabandistas». São quase oitenta os escuteiros, das quatro secções, inscritos para esta atividade de final de ano que se prolonga até ao dia 27 de Julho.

O tema das atividades é «Na rota dos Contrabandistas». Se outrora, os caminhos arraianos foram calcorreados por pessoas que, para sobreviver, contrabandeavam os mais diversos produtos, muito deles de primeira necessidade, agora estes jovens escuteiros vão trilhar pelos campos, serras e aldeia vizinhas refletindo sobre outros «produtos» ou mercadorias, essenciais para o desenvolvimento humano que são os valores. Não são valores financeiros, mas um capital humano que é necessário adquirir, transacionar e partilhar. Valores como acolhimento, oração, cuidado, disponibilidade, entrega, comunidade, gratidão, justiça, paz, amizade, amor, verdade, honestidade, respeito pela dignidade da vida do ser humano, pela natureza e muitos outros são princípios que visam a educação destas crianças com mais de seis anos e jovens na procura da felicidade.
O contacto com as populações vai ser uma mais valia para todos. Para os escuteiros que vão conhecer melhor a cultura destes povos raianos e para os populações que vão conhecer melhor a atividade destas crianças e jovens que deixam o comodismo citadino e urbano para entrar em contacto com a natureza.
As diversas secções tem uma programação própria e autónoma por vezes coincidente. Na programação de algumas secções prevê-se a pernoita nalgumas aldeias vizinhas, visita à Serra das Mesas, nascente do Côa, Sra dos Prazeres, Santuário da Sacaparte, atividades no Parque recreativo do Bardal (Navasfrias) e visita a lugares ricos na flora (é de destacar a visita a um carvalho, cujo tronco quatro adultos dificilmente abraçam), a lugares marcados pela geologia (uma barroco que oscila), a sepulturas antropomórficas todos eles em Aldeia do Bispo e também a animação da eucaristia dominical.
A base do acampamento situa-se nas zona envolvente ao Lar de Santo Antão e conta com o apoio expresso do Centro Social e Paroquial de Nª dos Milagres que dá apoio logístico, e dos proprietários e usufruidores dos lameiros cheios de carvalhos e freixos que dão excelentes sombras para instalarem as tendas. Conta-se também com o apoio de populares que disponibilizaram meios de transporte e corte de plantas para as atividades, da Câmara Municipal Junta de Freguesia de Aldeia do Bispo, entre outras, Liga dos amigos da Sacaparte e do Município de Navasfrias e da autoridade de saúde local, GNR e Bombeiros.
Esperamos que no futuro este tipo de atividades possam ser fomentadas ainda mais porque constituem um grande meio de promoção turística e cultural destas Aldeias Raianas.
Carlos Fernandes
Parabéns aos escuteiros da Póvoa de Santo Adrião pela escolha do concelho do Sabugal para o seu acampamento anual. Esperamos que tenham sido bem recebidos, que tenham tido facilitadas todas as questões logísticas e que voltem mais vezes.
jcl
Os trabalhos da requalificação das margens do rio Côa no Sabugal, entre a Ponte Açude e a praia fluvial, foram parcialmente suspensos devido a erros no projecto, nomeadamente na localização de um dos passadiços, previsto para ser construído abaixo do leito de cheia do rio.
Já no decurso dos trabalhos da empreitada, que se iniciou recentemente, os serviços de fiscalização da Câmara Municipal detectaram inúmeras «incongruências» no projecto. Uma das constatações foi a de que a estrutura do regadio que atravessa a área da intervenção não está devidamente implantada no projecto que serve de base às obras que estavam em execução.
Verificou-se ainda que a empresa que procedeu ao levantamento topográfico registou diversas incorrecções, das quais ressalta a deficiente implantação dos dois passadiços sobre o rio, que o projecto prevê para o local intervencionado.
Um dos passadiços está previsto para ficar implantado «abaixo do nível da cota de cheia», o que inviabiliza a sua construção no local para que está projectado, segundo os serviços de fiscalização da Câmara.
Face aos erros detectados, a obra foi quase totalmente suspensa, tirando apenas alguns pequenos trabalhos que não implicam intervenção nas áreas mal projectadas.
Esta suspensão de trabalhos por erros no projecto, segue-se a uma outra, acontecida recentemente em relação à obra de construção do um percurso de interpretação ambiental na envolvente à Albufeira do Sabugal.
plb
«Imagem da Semana» do Capeia Arraiana. Envie-nos a sua escolha para a caixa de correio electrónico: capeiaarraiana@gmail.com
Data: 28 de Fevereiro de 2012.
Local: Nascente do Rio Côa na freguesia dos Fóios.
Autoria: José Manuel Campos.
Legenda: Hoje fui dar um passeio lá para os lados da nascente do Côa e do Lameirão. Às vezes apetece-me andar por lá sozinho e fazer a exploração da Natureza ao meu ritmo. Procurei meruge mas apenas encontrei par uma simples saladinha. A água escasseia e a meruge não nasce. Mas encontrei outras coisas belas. Uma raposa, que não me viu, andou, durante um quarto de hora, pelo meio de uma dúzia de vacas de campo capturando alguns bichinhos que saltavam junto desses animais. Fiz também esta fotografia da chamada «Carambola» que tem um marco fronteiriço no ponto mais alto. É que tempo é propício para este género de passeios.
José Manuel Campos
No concelho do Sabugal há empreendimentos turísticos de elevada qualidade. Nesta crónica vou dar a conhecer o «Meia Choina» em Quadrazais que tem a particularidade de ter dado a uma das habitações o nome «Maria Mim» imortalizado pelo escritor raiano Nuno de Montemor no épico romance que retrata a vida «terrível» dos quadrazenhos do século passado.
Quando vi neste blogue a notícia de que «a Câmara Municipal do Sabugal decidiu fomentar o alojamento local nas terras do concelho, em alternativa às unidades hoteleiras tradicionais, como forma de potenciar o Turismo Rural», fiquei contente e veio-me à memória um empreendimento turístico rural do nosso concelho. Estou a falar de um empreendimento – o «Meia Choina» em Quadrazais (terra de contrabandistas e uma das 40 freguesias do nosso extenso concelho) – que, aquando da minha recente visita me deixou impressionadíssima.
Em conversa com a sua promotora, Colette Borrega Correia, esta informou-me de que este empreendimento oferece quatro casa de turismo em espaço rural – casas de campo e uma casa de prova e venda de produtos regionais –, Casa do Manego, Casa da Maria Mim, Casa da Meia Choina, Casa da Forja Frágua e Casa do Cusco.
A casa já recuperada, concluída e classificada é a Casa do Manego, tendo tido como primeiro nome «Casa da Fábrica», por outrora ter sido uma pequena fábrica de sabão pertencente José Manuel Pires Correia, avô paterno da empresária. Tal nome não pode ser registado por já existirem três idênticos em Portugal.
A tradição do contrabando deixou marcas inegáveis que perduram ainda na localidade. O dialecto quadrazenho ou gíria utilizada pelos contrabandistas é uma fenómeno linguístico único na região, daí o ter utilizado vocábulos oriundos da gíria para batizar o espaço e as ditas casas.
A casa do Manego tem uma área coberta de 180 m2 e capacidade para 8 pessoas. Possui 4 quartos, dois deles com casa de banho privativa, dois duplo, duas casas de banho sociais, uma área de convívio e cozinha. O espaço exterior tem como cenário a Serra da Malcata, a privacidade e a grande área exterior permite ao visitante uns dias de repouso e total descontração, a região oferece também algum potencial nomeadamente o Rio Côa, para a pesca desportiva e e algumas praias fluviais.
Isilda Silva
As cores do Côa no Inverno por Alber Einstein.
«Quando li o Bhagavad-Gita e refleti como Deus criou este universo, tudo o mais se tornou supérfluo!» (Albert Einstein).
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Costumo dizer que a capeia começa com o corte dos paus do forcão e termina dois ou três dias depois, da capeia propriamente dita, com o levantamento das estruturas e a limpeza da praça.
Hoje, último dia do ano, a rapaziada dos Foios foram cortar, carregar e transportar os paus de carvalhos que gentilmente o Ayuntamiento de Navasfrias se digna conceder-nos.
O Alcalde, Celso Ramos, autorizou e o Manolo, funcionário del Ayuntamiento, orientou o corte das árvores para que não se cometessem erros. Cortam-se os carvalhos, que estão mais juntos, e sempre de forma responsável e organizada.
Às nove horas portuguesas, mordomos, alguns familiares e alguns amigos estavam no local. Uns com as motosserras e outros, os mais fortes, dispostos a pegar nos carvalhos e carregá-los para o tractor.
Cerca de duas horas mais tarde os paus estavam no local do costume para dentro de um dois meses serem descascados.
Lá para Abril ou Maio os técnicos constroem o forcão e proporcionam mais um dia de excelente convívio.
VIVA A CAPEIA! VIVA A RAIA!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Hoje também te vou falar de uma coisa, que lá fora muito falam, agora! É «crise»! Não me lembro bem quem descreveu o Amor como o poder universal de atração mútua da gravitação, atuando por toda a parte entre os átomos, representando o véu material do Universo, bem como entre diferentes manifestações da consciência.
Talvez seja verdade quando expressas no mundo da relatividade. Talvez, falando praticamente, o Amor seja o único poder aonde se possa passar da relatividade para a Realidade.
Por outras palavras, quando a Humanidade luta no caminho da Realização, sabe quanto é necessário o poder do Amor para vencer todos os obstáculos.
É bom lembrar as palavras de São Paulo: «Ainda que eu tivesse o dom da profecia e ainda que compreendesse todos os mistérios e tivesse todo o conhecimento, ainda que eu tivesse uma fé capaz de remover montanhas, mas se não tivesse Amor, nada seria.»
Ora Côa, acredito que esta dita «crise» ocidental, é em primeiríssimo lugar, uma crise de valores (de amor).
Explico-te: se as pessoas responsáveis por outras pessoas, talvez uma coisa denominada de políticos, fossem pessoas de bem e com amor, não haveria egoísmos, roubos de todas as formas, ocupações de países, imposições de ideias e incompetências, constituições de «mercados» e «troikas», vaidades, ostentações, explorações humanas, fome, miséria, etc., etc.
Aqui à tua beira, não sinto a dita «crise», sigo o teu curso e ciclo natural. Sinto uma simbiose contigo e o Universo! Ainda bem, Côa, que tu existes, assim como outros lugares existem para além «deste ocidente»!
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Era domingo e a tarde, apressada, esgotava-se deixando-me (curto) tempo para um velho hábito, o de observar.
Ora, é sabido que, para vendavais, não há fins de semana e, apesar do domingo, levantava-se um vento espanhol, forte e tempestuoso fazendo viajar no seu sopro, escassas gotas de chuva que voavam velozes e azuis no ar cinzento magoando os rostos muito mais do que molhavam.
Eu insistia, resistia, no meu posto, no cume da escarpa verificando o Côa bem ao fundo. Virado ao rio vigiava, pelo canto do olho, em ângulo difícil, aferindo distâncias. A pequena aldeia de Mido, de tons amarelados, brancos e vermelhos, trepava a meia encosta denunciando ânsias de subir mais alto. Apesar disso, Mido, não consegue enxergar o rio que, qual cobra cinzenta/brilhante nesta tarde sem sol, furava o frio empurrada por bafos fortes de vento gelado e sob uma ameaça seríssima de chuva.
Se, nesse momento, eu tivesse uma flor, teria descido e, tê-la-ia colocado sobre as águas, para amenizar o ar da tempestade, para criar uma imagem mágica que lhe pudesse resistir. Pedir-lhe-ia, ao rio, que protegesse a flor, que a fizesse sobreviver ao vento, à chuva e à corrente, que a levasse e que a transformasse num símbolo andante posterior ao mau tempo provando que a bonança regressará sempre.
Mas não, não era época de campos com flores e era tarde de vendaval que acabou por envolver os montes, entortando árvores, arrancando folhas, levando-as, varrendo-as.
O som das folhas caídas e arrastadas parecia criar uma canção livre, liberta das grades do tempo e, assim, me lembrei das cantigas de infância que, no Inverno, eram cantadas ao calor da lareira. Eram diferentes dessas outras cantigas de infância, as da Primavera, cantadas no exterior já quente, quando as flores pintavam os prados, sobre ou entre as ervas. Nessa altura estaria o rio tão próximo do meu coração quanto ainda está hoje!
Mas voltaria, agora, a provar o vendaval! Voltei a ver os pastos altos, os cabelos de erva que, diante dos meus olhos, voltaram a provocar-me espanto. Entendi as pancadas fortes do vento como pancadas de Molière.
Estava perante a paisagem austera do Côa, sob temporal, com árvores a vergarem-se e pastos a ondular. Era uma paisagem dinâmica por entre rochas inertes… Senti-me, de novo, espectador de um palco, de um teatro que já vi milhentas vezes. Não vi flores nem ouvi palmas mas revi retalhos da minha vivência, numa paisagem digna de televisão ou de cinema.
Por outro lado, era como entregar ao vento preocupações ou sofrimentos. Era como descarregá-los na visão de um filme, e depois de os largar, voltar a sorrir distraindo-me com tudo o que estava em meu redor. Porque ela, a paisagem austera do Côa, apesar da tempestade tinha essa arte, a de me fazer festas tranquilizadoras.
E o vendaval apenas ensaiava o seu papel, fazendo mergulhar tudo num tremendo temporal animado pelos sons e abanos do vento e pelas ameaças da chuva mas, tudo, resistiria como se resistisse a um cerco.
E a Primavera haverá de chegar como quem põe flores sobre a mesa!
«Terras do Jarmelo», crónica de Fernando Capelo
No passado mês de noviembre, pelo segundo ano consecutivo, motards de Espanha e Portugal confraternizamos meio à afición do todo-o-terreno. E nada melhor para o fazer do que a zona do Parque Natural da Serra da Malcata junto ao povo dos Foios.

O nosso bom amigo Zé Manuel, que no ano passado já nos ofereceu as instalações das escolas dos Foios, com 42 camas, para ser durante um fim de semana a nossa casa, volta a ser o nosso anfitrião e o grande representante da hospitalidade destas terras arraianas. E é que em Foios nos sentimos como em casa. Em Foios e em Portugal em geral.
Desde os Foios percorremos os maravilhosos povos da zona arraiana pelos caminhos que os unem.
Foios, Penamacor, Salvador, Monsanto, Medelim, Bemposta, Pedrogao de Sao Pedro, Benquerença, Casteleiro, Sortelha, Aldeia de Santo Antonio, Sabugal, Souto… e novamente Foios. É sem dúvida uma boa mostra dos povos da comarca da Beira. Autênticos, com identidade própria.
O Outono é, provavelmente, a melhor época do ano para descobrir o encanto de suas paisagens. Por caminhos de granito decomposto, o que faz com que a água drene e facilite a condução das motos, atravessamos rios com águas limpas e frias, bosques de robles, pinheiros, de quejigos, de castanheiras, verdes praderas, com a majestuosidade dos seus montes…, caminhos que antanho foram percorridos por autênticos sobreviventes que já unian os dois paises, os macuteiros.
E como recompensa depois de um duro dia de esforços, nada melhor para se recuperar que a gastronomia local. Enchidos, queijos, produtos da huerta, cabrito…regados com o estupendo vinho tinto da terra.
Muito obrigado Zé Manuel, muito obrigado Foios…muito obrigado Portugal.
Já teniamos saudades destas Terras.
Fernando Mendoza
Estou contigo Côa, e como deixei tudo para trás, relembro aqui, junto de ti, aquele poema singelo e desconhecido, mas intenso e profundo. Estranha, doce e sentida experiência…
«Como um desmaio, um instante,
Outro sol inefável me deslumbra,
E todos os orbes conheci, e orbes mais brilhantes desconhecidos,
Um instante da futura terra, terra do céu.
Não posso estar acordado, porque nada me olha como antes
Ou então estou acordado pela primeira vez, e tudo antes foi simples sonho.»
Walt Whitman
Obrigado Côa!
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Vou deixar para traz tanta parvoíce acerca de democracias, crises, povos, hipocrisias, valores, imagens ilusórias, mercados e outras merdas, troikas e trocas, pseudo políticos, capitalistas, vigaristas e oportunistas, futilidades de poderes e materialistas.
A tudo isto, Côa, renego, e quando estou junto de ti, grande momento, sublime indiferença: nada disto vejo!
Então, compreendo e sinto todo o instinto bom e natural que me despertas: A verdadeira natureza da humanidade é a Felicidade!
Quando regresso, vejo como eles são tão pobres…
Mais uma vez e sempre Côa: Obrigado!
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
No seguimento dos anteriores pensamentos de «loucura» não resisto, Côa, a transcrever leituras que tu me despertas…
«O pensamento possui um poder incrível. Pode curar moléstias. Pode transformar a mentalidade das pessoas. Pode fazer qualquer coisa, até milagres. A velocidade do pensamento é incalculável.
O pensamento é uma força dinâmica. É causado pelas vibrações do Prana psíquico, ou Sukshma Prana, na substância mental. É uma força como a gravitação, coesão e repulsão. O pensamento viaja ou se move.
As células realizam seu trabalho sem o conhecimento consciente de nossa vontade. Suas atividades são controladas pelo sistema nervoso simpático. Estão em comunhão direta com a mente no cérebro.
Todo impulso da mente, todo pensamento, é transmitido às células. Estas são enormemente afetadas pelas várias condições ou estados de ânimo. Se na mente existir confusão, depressão e outras emoções e pensamentos negativos estes serão transmitidos telegraficamente através dos nervos a cada célula do corpo. As células soldados entram em pânico. Enfraquecem. Ficam incapacitadas para executar suas funções. Tornam-se ineficientes.
Alguns pensam demais no corpo e não têm ideia do que seja o Eu, levam uma vida indisciplinada e desregrada, abarrotam o estômago de doces e de bolos, etc. Não dão descanso aos órgãos da digestão e de excreção. Sofrem de fraqueza e de moléstias. Os átomos, moléculas e células em seus corpos produzem vibrações desarmoniosas e discordantes. Carecem de esperança, confiança, fé, serenidade e alegria. São infelizes. A força vital [prana] não está funcionando direito. O nível de sua vitalidade é baixo. Têm a mente cheia de medo, desespero, preocupação e ansiedade.
Enquanto a luz viaja a uma velocidade de 300.000 quilómetros por segundo, o pensamento é virtualmente instantâneo na sua propagação.
Qual seria o meio condutor em que os pensamentos de uma pessoa passam para a mente de outra? A melhor explicação possível é a de que o Manas, ou substância mental, enche, como o éter [“Akasha”, o espaço cósmico], todo o espaço e serve de veículo dos pensamentos, como o Prana [energia cósmica] dos sentimentos, o éter do calor, da luz e da eletricidade e o ar do som.
Cada um de nós tem o seu mundo de pensamento (é o chamado plano mental).
Quanto mais forte for o pensamento, mais rapidamente ele frutifica. O pensamento é focalizado e isso lhe dá determinada direção e, na proporção em que for focalizado e dirigido, estará o efeito que pretende alcançar.
Grandes Iogues como Jnanadev, Bhartrihari e Patanjali costumavam enviar e receber mensagens de pessoas distantes através da telepatia mental (rádio mental) e da transmissão de pensamento. A telepatia foi o primeiro serviço radiofónico, telegráfico e telefónico que existiu no mundo.
Existe na física o termo “força de orientação”. Apesar de haver uma massa de energia a corrente não flui. Precisa ser ligada ao circuito e só então a corrente elétrica fluirá através da “força de orientação”.»
«O Poder do Pensamento pelo Ioga», Swami Shivananda
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Olá Côa! De novo em conversa contigo, desta vez vêm-me ao pensamento afirmações, crónicas e outras citações de outros amigos cujos sentimentos e pensamentos se interligam: António Emídio, Fernando Capelo ou Manuel Leal Freire, que desafiaram memórias junto de uma árvore ou junto de ti Côa.
Passo a citar um cientista quântico e escritor que a par de Einstein muito admiro, Fred Alan Wolf, autor desse admirável e “louco” livro “The Yoga of Time Travel”, (sabes Côa, ele aqui demonstra em laboratório e através da Ciência como é possível viajar no tempo… entre outras coisas …). Diz ele:
“Não estou a falar do ponto de vista de uma ilusão ou de uma loucura imaginária. Estou a falar a partir de uma compreensão mais profunda, básica. A física quântica realmente começa a apontar para essa descoberta. Ela diz que não se pode ter um Universo sem se importar em entrar nele, e que a mente está de fato dando forma a cada coisa que está sendo percebida.”
Mestres e santos da Índia antiga ensinaram que existem outros planos e outro tempo para além da matéria e seus seguidores materialistas. Por isso Côa não somos nem sonhadores nem loucos!!! E a ciência está a provar isso!
Acreditas Côa que é possível alterar alguma coisa no teu movimento?
Impossível? Loucura? Por mais incrível que isso pareça, muitas evidências fornecidas pela física quântica, ciência que estuda também a natureza da realidade, apontam nesta direção. Segundo Fred Alan Wolf, «a realidade como se conhece é formada por ondas de probabilidade organizadas pela consciência humana, ou seja, se é observada, as coisas acontecem, se não é observada, elas não acontecem».
Muitos estudos como o Gerador de Eventos Aleatórios (GEA) e a Mensagem da Água, entre outros, demonstram o que o surf parece nos mostrar na prática, com aquelas sensações de «estas ondas, hoje todas estão vindo para mim» ou «não peguei nada hoje». «Investigando a matéria subatômica descobrem-se níveis de pura abstração, e que isso de alguma maneira forma um campo universal, que interliga todas as coisas, é o que chamamos de Teoria do Entrelaçamento (Entanglement Theory) e que une todas as coisas existentes como um único organismo vivo, no qual a consciência humana imprime os reflexos dos seus pensamentos e intenções», diz ainda Wolf.
A Mensagem da Água, do cientista japonês Masaru Emoto, é um estudo obrigatório para todo o surfista, e não só. Ele demonstra como a água reage às emoções humanas e os cristais que produzem refletindo cada intenção. O trailer do filme diz: «Se os nossos pensamentos fazem isso com a água e nós somos 70 por cento feitos de água, imagine o que eles não fazem com nós.»
Existem muitos estudos, livros e filmes de diversas partes do conhecimento humano sobre o tema e, apesar de utilizarem métodos diferentes, todos parecem apontar nesta direção: «Você cria o seu próprio Universo na forma como escolhe deliberadamente observar o mesmo”. E em ti Côa, como será? Mais um louco para a coleção?… Ou será que tu é que nos pões loucos…?»
Por favor vejam «A Mensagem da Água». Aqui.
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Nos contactos que vou tendo com os meus conterrâneos a castanha, sobretudo nesta época, vem sempre à baila. Em Foios não há ninguém que não tenha castanheiros e se houvesse alguém que não tivesse apanharia, certamente, os de alguém, de meias ou de terças.
Tanto o secretário como o tesoureiro da Junta de Freguesia de Foios são excelentes produtores de castanha e como lido com eles praticamente todos os dias, vou escutando as conversas que travam, com as muitas pessoas que passam pela Junta, pelo que estou bastante bem informado sobre esta actividade.
As pessoas dos Foios estão deveras satisfeitas com a produção e com a venda, no presente ano de 2011.
As primeiras castanhas que caíram, ainda com um tempo de Verão, assustaram as pessoas. A ausência da chuva e o calor faziam com que as castanhas ficassem algo secas ou «bladas» como por cá se diz.
Os compradores do costume também não apareciam e as pessoas já deitavam contas à vida.
Algum comprador que ia aparecendo era ele que fazia o preço e ia dizendo às pessoas que as castanhas não tinham procura.
As pessoas dos grandes centros em vez de procurarem as quentes e boas castanhas procuravam os gelados.
Finalmente o S. Pedro fez a vontade às pessoas e a chuva e o vento vieram em abundância, quando a maioria dos castanheiros se encontravam ainda bastante carregados.
A castanha engrossou um pouco mais e ficou muito mais luzidia como por aqui se diz. Foi um milagre.
Os compradores começaram a vir em força e já não havia castanhas que chegassem. Antes do dia de Todos os Santos as camionetas não paravam de chegar. Alguns compradores vinham duas vezes no dia e outros até por cá dormiam.
Então aí é que os produtores tiveram sorte. Os compradores eram muitos e quase entraram em despique.
Acabaram por pagar a castanha a um preço que as pessoas já consideram, mais ou menos justo.
A maioria vendeu a um euro e meio muito embora algumas tivessem ficado por um e vinte ou um e trinta.
Penso que das mais de 150 toneladas que se produzem nos Foios poucas castanhas devem ter ficado debaixo dos castanheiros.
Fico muito feliz quando converso com as pessoas e as vejo entusiasmadas a ponto de dizerem: Quando verifico que tenho um castanheiro a secar planto, de imediato, três.
Cá pelos Foios todos nos incentivamos uns aos outros porque toda a gente tem plena consciência da enorme importância do castanheiro.
Seria bom que se fizessem estudos e levantamentos, em todo o concelho do Sabugal, e que se incentivassem as pessoas a plantar grandes soutos.
Apelo igualmente às entidades oficiais, nomeadamente e sobretudo à Câmara Municipal, para que se debrucem sobre esta problemática.
O escoamento este ano correu bastante bem mas não estamos livres de anos maus.
O trabalho que se vai desenvolvendo na Colónia Agrícola Martin Rei é já muito importante mas julgo que se poderá ir muito mais além, para bem de todos.
Se os castanheiros secaram em algumas zonas do nosso Município, outrora consideradas mananciais, teremos que ser corajosos e arrancar com novas experiências.
Se os nossos ex-governantes não tivessem dado subsídios para se arrancarem, pomares, vinhas e outras espécies talvez não tivéssemos chegado ao estado de desgraça em que nos encontramos.
Mas tudo o que acabo de referir não nos deverá levar à revolta e ao desânimo, pura e simplesmente. Bem pelo contrário.
O nosso Concelho tem muitas potencialidades, nos mais variados aspectos, pelo que teremos que ser corajosos e organizados.
Arregaçar as mangas e mãos à obra!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
A Câmara Municipal do Sabugal vai proceder à requalificação biofísica e paisagística das margens do rio Côa, no percurso defronte da cidade, entre a Ponte do Açude o a Praia Fluvial, numa obra cujo orçamento ultrapassa os 500 mil euros, que foi candidatada a financiamento a verbas da União Europeia através da Comunidade Intermunicipal das Beiras (Comurbeiras).
Depois de avanços e recuos e após ultrapassados os problemas processuais, a obra de valorização do rio Côa junto à cidade do Sabugal vai finalmente avançar. Com a designação de «Obra de Requalificação das Margens do Rio Côa entre a Ponte do Açude e a Praia Fluvial», a adjudicação do empreendimento levou à assinatura de um protocolo entre a Câmara Municipal do Sabugal e o consórcio que a executará, denominado «Jaime Mendo e Sociedade de Construções Maia e Maia», com sede em Pinhel.
A adjudicação resultou de um concurso público aberto por deliberação camarária tomada em Março de 2011. O consórcio vencedor do concurso terá de efectuar a obra em 185 dias, respeitando o caderno de encargos, sob pena de sanções pecuniárias estabelecidas no protocolo.
O projecto prevê a criação de um parque urbano ribeirinho ao Côa, que dará continuidade à praia fluvial, assim ampliando o potencial lúdico do rio e possibilitando uma maior interligação funcional com a malha urbana da cidade.
Está prevista a criação de uma passagem pedonal ao longo do rio, que inclui passadiços de atravessamento do mesmo, o aproveitamento dos socalcos adjacentes para a criação de áreas recreativas de desporto livre, espaços de aproximação e estadia, bem como um cais, uma cafetaria e instalações sanitárias de uso público. Todos estes novos espaços serão convenientemente iluminados, garantindo a segurança dos seus utilizadores para além de conferir uma natureza cénica à área de intervenção.
A obra em foi candidatada ao Programa Operacional Regional do Centro, encontrando-se em fase de análise por parte da Autoridade de Gestão do Programa Mais Centro.
plb
Olá Côa! Olho para ti e sempre sinto Felicidade.
Através do dinheiro, poder, casas, carros, Ronaldos e outros que tais, políticos e outras personagens, sexo, música, cinema, teatro, viagens, artes, comida e bebida, etc., etc., às vezes é possível experimentar felicidade.
Aqui, e junto de ti não vejo nem sinto nada disso, mas é possível experimentar um verdadeiro sentimento de unidade com um Todo que produz um sentimento de profunda e tranquila beatitude e abnegação. Pois é Côa, quando coisas agradáveis são apresentadas à mente existe felicidade. Mas quando se mergulha no Eu superior, na beatitude Interior, essa felicidade supera a outra, então sente-se que somos idênticos à Felicidade e que isso é o próprio Eu superior. Então sente-se essa união com o Todo, com tudo e contigo, Côa!
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Este domingo, dia 13 de Novembro, estiveram connosco duas dezenas de pessoas, que se fazem transportar em auto-caravanas e que, quando circulam, dão vida, alma e alegria às freguesias por onde passam e onde estacionam.
Com a crise que ultrapassamos, em termos de gente, é caso para dizer que todas as pessoas são bem-vindas.
Este grupo, de ilustres personalidades, que já mais algumas vezes por aqui tinham passado, têm-nos incentivado à criação do parque de caravanas que estamos a implantar.
O grupo chegou ao espaço, do futuro parque de auto-caravanas, por volta das 13,30 horas, onde almoçaram e onde eu tive o prazer de, com eles, ter tomado café e copa.
De seguida todas as pessoas se deslocaram ao Centro Cívico onde a Junta de Freguesia ofereceu umas castanhas assadas regadas com a saborosa jeropiga da região.
Depois de um franco e útil diálogo chegámos à conclusão de que o parque de auto-caravanas de Foios poderá ser inaugurado na Primavera do próximo ano de 2012.
Antes da despedida foi feita uma foto de grupo e, de seguida, todas as pessoas ocuparam lugar nas respectivas viaturas em direcção da vizinha localidade de Alfaiates.
Pela parte que nos diz respeito só temos a agradecer a passagem pelos Foios com a certeza de que sempre teremos o maior prazer em os receber e com eles conviver.
Não esquecer: Turismo é Futuro!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Contraluz, s.m. Luz que dá num quadro, em sentido oposto àquele segundo o qual foi pintado. (Grande Dicionário da Língua Portuguesa).
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Olá Côa! Neste lugar olho para ti e parece que recebo mensagens do Universo.
È difícil receber esta comunicação, e tenho que perceber o quê, quem me comunica ou quem me guia. Mas faço-o, e algo sinto…Invisíveis auto-estradas de sentimentos e atracões, sublime sexto sentido…?
Utopia minha Côa? Não. Lembras-te daqueles pré-históricos que andavam aqui á tua beira? E se lhes perguntássemos por um pequeno objecto (a que chamamos agora telemóvel) que envia mensagens escritas de pessoas para outras pessoas em todo o lado, o que é que eles não diriam…
Obrigado Côa!
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
A convite do Município de Vila Nova de Foz Côa, Junta de Freguesia e Associação dos Amigos de Foz Côa – «Foz Côa Friends» – um grupo de amigos de Foios e Presidência da Câmara Municipal do Sabugal rumámos até Vila Nova de Foz Côa no sábado, dia 22 de Outubro de 2011.
Saímos do Largo da Fonte, por volta das 8 horas e trinta minutos para chegar a Foz Côa às dez e um quarto.
Com as novas estradas que agora existem mal se dá pelo caminho e as pessoas não se cansam. Uma beleza.
Em Vila Nova de Foz Côa estava o poder local, Câmara e Junta de Freguesia, o Sr. Cónego e alguns amigos da Associação «Foz Côa Friends» para nos receberem.
Depois da apresentação de cumprimentos entrámos no bar do amigo José Constâncio onde tomámos café.
De seguida foi-nos feita uma visita guiada a uma Igreja que, embora antiga, se encontra muito bem preservada interior e exteriormente.
Para dar cumprimento ao horário o grupo das vinte e oito pessoas do Sabugal foi encaminhado para o autocarro da Câmara Municipal de Foz Côa cujos lugares, cinquenta e quatro, acabaram de ser preenchidos por amigos de Foz Côa.
Um quarto de hora passado chegávamos ao cais de embarque, onde a maioria dos amigos fizemos fotografias para a prosperidade.
Às 11 horas entrámos no barco «Senhora da Veiga» para iniciarmos uma viagem que ficará na memória de todos.
Os fojeiros, que tantas vezes ouvimos falar da Foz do Côa e que apenas conhecíamos através de fotografias, tivemos a honra e a felicidade de contemplar esse mítico lugar onde o filho rio Côa vai entregar, ao pai Douro, as suas águas.
A nossa alegria era condizente com o maravilhoso dia que o S. Pedro nos proporcionou.
Com tanta alegria e animação não tardou que os artistas que tínhamos a bordo tivessem pegado nas violas e no acordeon. Cantou-se e dançou-se até que alguém deu ordens para que toda a gente se sentasse à mesa porque o almoço estava pronto a servir.
Depois de todas as pessoas devidamente instaladas os simpáticos rapazes e meninas começaram por servir uma refeição que teve um sabor muito especial.
O desembarque deu-se por volta das 16 horas tendo todas as pessoas tomado lugar no autocarro que nos havia de transportar ao museu do Côa como estava programado.
Aí, um simpático jovem, a dominar por completo toda a matéria, proporcionou-nos a visita guiada que foi altamente esclarecedora e muito pedagógica.
Enquanto a delegação dos Foios, acompanhados por alguns bons amigos da «Foz Côa Friends», com particular destaque para o incansável – José Lebreiro – outros amigos, sobretudo o Presidente da Junta – Fernando Fachada – e seus colaboradores trabalhavam no salão da Junta para que por volta das 18 horas o lanche estivesse pronto a ser servido.
Logo que demos entrada no salão da Junta deparámos com os elementos do rancho folclórico, neste caso transformado em grupo coral que, sob a orientação do Sr. Maestro, já com oitenta anos de idade, nos brindou com bonitos números, alguns dos quais alusivos ao rio Côa.
Pretendo referir que tanto na viagem de barco como no final da jornada se verificou a troca de algumas lembranças com particular destaque para umas peças, em ardósia, onde constam os brasões de Foios e Vila Nova ou seja das localidades onde nasce e desagua o rio Côa.
Um especial agradecimento ao Fernando Fachada, Presidente da Junta e ao Vice – Presidente do Município, João Paulo, porque foram eles que estiveram sempre em contacto comigo, na qualidade de Presidente da Junta de Foios e com a Vice Presidente do Sabugal, Delfina Leal, que com o seu homologo de Foz Côa trabalharam para que tudo tivesse corrido na perfeição como, de facto, correu.
Para os amigos(as) da Associação «Foz Côa Friends» também aquele abraço porque desde o princípio ao fim nos prestaram as melhores atenções.
Ficou combinado que faríamos a permuta das muitas fotos que fizemos. Fico ansioso por receber as do Luís Branquinho e do João Pala visto que já lhes conheço as excelentes qualidades.
Também um agradecimento especial à Empresa de Transportes «Viúva Monteiro» visto nos ter feito um preço especial ou seja o pagamento de apenas de dez euros por pessoa.
Obrigado queridos amigos. Saberemos pagar com idêntica moeda quando se dignarem subir até à nascente
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Junto de ti Côa, respiro melhor!
Para além de todos os odores e perfumes, respiro Energia! Eu sei que Mestres e Sábios de outros tempos, e Cientistas de agora também dizem que é possível. Que no ar é possível encontrar uma substância do qual deriva toda a actividade e vida. Pois, …até as plantas respiram.
Noto que junto de ti, essa energia que de facto existe no ar (em certas situações de dificuldades físicas costuma-se dizer: respira fundo) produz um maior efeito energético.
Junto de ti faço exercícios respiratórios, e sinto com maior intensidade os efeitos de uma vibração harmoniosa com a Natureza e a sua Força.
O autor do primeiro livro da Bíblia, Genesis, conhecia a diferença que existe entre o ar atmosférico e o princípio misterioso e potente que ele contém. Fala em neshemet ruach chayim, que traduzindo significa «a respiração do espírito da vida» – em hebraico Neshemet significa a respiração comum do ar atmosférico e Chayim significa vida ou vidas, enquanto que a palavra Ruach, significa o «espírito da vida». Os mestres Orientais também reivindicam este mesmo princípio que denominam de «Prana».
É certo Côa, que essa forma de energia Prana está no ar atmosférico em toda a parte, e penetra onde o ar não consegue chegar.
Mas junto de ti Côa, com uma respiração controlada e regulada por estes exercícios próprios, extraio uma quantidade maior de energia, que sinto em mim.
Obrigado Côa!
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Junto de ti Côa, sinto várias vezes esta inspiração suave, que desprovida de palavras e pensamentos, é capaz de promover este êxtase de consciência total.
Só tu e o Universo me rodeiam nesta ânsia e desejo de busca interior para a compreensão da experiência máxima: o Ser. Então, Côa, compreendo que, nada existe na vida material que possa substituir este estado: nem a riqueza material, o dinheiro, o poder, as artes, a ciência, o sexo, a religião, recolhimento, mudança de país ou de tempo, espaço e outras condições. O Ser é bem maior! As coisas que tu fazes sentir… Côa.
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Olá Côa! Olho para ti e para tudo que te rodeia e vem-me à memória aquela lenda Hindu, que adoro e muito recordo junto de ti…
Uma velha lenda Hindu conta que houve um tempo em que todos os homens eram deuses. Como abusaram desse poder, Brama, o mestre dos deuses, decidiu retirar-lho e escondê-lo num lugar onde lhes seria impossível encontrá-lo. Sim, mas onde? Brama convocou em conselho os deuses menores para resolver o problema.
– Enterremos a divindade do homem, propuseram eles.
Mas Brama respondeu:
– Isso não chega, porque o homem vai cavar e encontrar.
Os deuses replicaram:
– Nesse caso, escondamo-la no fundo dos oceanos.
Mas Brama respondeu:
– Não, que mais tarde ou mais cedo o homem vai explorar as profundezas do oceano. Acabará por a encontrar e vai trazê-la para a superfície.
Então os deuses disseram:
– Não sabemos onde a esconder, porque parece não existir sobre a terra ou debaixo do mar um lugar onde o homem não possa chegar um dia.
Mas Brama respondeu:
– Eis o que faremos da divindade do homem: vamos escondê-la no mais profundo dele mesmo, porque é o único lugar onde ele nunca pensará em procurar.
E depois desse tempo todo, conclui a lenda, o homem explora, escala, mergulha e escava, á procura de qualquer coisa que se encontra dentro de si.
in «Loucos pela Índia» (Regis Airault).
«Paixão pelo Côa – fotografia», crónica de Carlos Marques
carlos3arabia@yahoo.com
Há cerca de meia dúzia de meses abordei o Sr. Eng.º António Borges, Director de Serviços da Autoridade Florestal Nacional do distrito da Guarda, no sentido de se poder repovoar o rio Côa com espécies de trutas autóctones (fário).
O Sr. Eng.º Eng.º Borges pediu-me para lhe dirigir o pedido por escrito o que de facto aconteceu.
Disse-me que o pedido ficava registado e logo que houvesse oportunidade a acção seria desencadeada. Aconteceu hoje, dia 28 de Agosto de 2011.
Por volta das 10,30 horas chegou a carrinha, proveniente do viveiro de Manteigas, com o recipiente e respectivo oxigénio, que continha mil e duzentas trutas.
O Sr. Eng.º Borges, que havia chegado um pouco mais cedo, comandou as operações e lá fomos cerca de uma dúzia de amigos fazer o desejado repovoamento.
No dia anterior tive o cuidado de ligar ao meu amigo Presidente da Junta de Vale de Espinho a dar-lhe conhecimento do que ia acontecer e pedi-lhe para contactar com o Presidente da Associação de Caça e Pesca dessa mesma freguesia.
Convidei-os a participar na acção e disse-lhes que a Junta de Freguesia e a Associação de Caça de Foios ofereceriam o almoço na sede da ACPF. O convite foi aceite e foi com muito amor e carinho que recebemos e tratámos esses nossos amigos e conterrâneos.
As primeiras cem trutas foram lançadas junto da ponte romana de Vale de Espinho e depois subimos em direcção aos Foios tendo depositado mais, cerca de cem trutas, em onze locais diferentes.
Para que tudo corresse bem e com toda a transparência convidámos alguns pescadores que nos iam indicando os locais que lhes pareciam mais indicados para o efeito.
Confesso que todos ficámos imensamente satisfeitos com esta acção que reconhecemos altamente interessante e muito pedagógica.
Este trabalho teve honras de televisão nas pessoas dos amigos Jorge Esteves e Ismael Marcos da RTP1.
Logo que lhes demos conhecimento do evento manifestaram, de imediato, disposição e vontade para fazerem a respectiva cobertura. Filmaram e entrevistaram técnicos, autarcas e cidadãos das duas localidades.
Quem pretender ver a reportagem que sintonize o canal 1 da RTP, amanhã, quinta-feira, a partir das 18 horas.
Interpretando fielmente o sentimento dos associados das duas colectividades (Foios e Vale de Espinho) e cidadãos em geral, pretendemos agradecer ao Sr. Eng.º Borges e aos dois trabalhadores dos serviços a forma como conduziram todo o processo sem que nenhuma trutinha (tamanho de um dedo) tivesse morrido.
Fazemos então um apela à consciência das pessoas, de Foios e Vale de Espinho, para que compreendam e respeitem estas acções, não envenenando nem bombardeando estas espécies indefesas.
A Lei existe e todos a deveremos cumprir e respeitar. Quem tenha a ousadia de praticar tais actos de vandalismo que pense duas vezes antes de o fazer. Se a vontade ou necessidade de trutas for assim tão grande que pense que com o dinheiro das bombas ou do veneno poderá ir ao viveiro Trutalcôa e comprar uns quilitos para matar os desejos.
Tanto os dois Presidentes de Junta como os Presidentes das duas Associações – José Leal e Tó Coixo – solicitaram ao Sr. Eng.º Borges uma maior vigilância e fiscalização, sobretudo nos meses de Verão, visto ser nessa altura que se praticam as acções de crime e vandalismo.
Vamos procurar ser todos vigilantes e se tivermos conhecimentos de actos de vandalismo deveremos denunciá-los, de imediato, às autoridades para que a justiça possa ser aplicada.
Temos conhecimento de que vai havendo um acréscimo de lontras – espécie predadora – mas o homem continua a ser o predador mais perigoso.
Sensibilize-se e eduque-se o homem já que a Mãe Natureza lá se vai encarregando de fazer o resto, ou seja o equilíbrio ecológico.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Detenho-me, num olhar, perante o espaço que, das escarpas da Estrela, se estende e acinzenta para bandas do Sabugal.
Num relance mais curto e mais a leste chega-me o meu Monte, o Monte do Jarmelo.
Aplanam-se, depois, as distâncias até se perderem nas longínquas serranias espanholas. Adivinho, com grau de absoluta certeza, que, a meio caminho, se alonga um vale, o vale do Côa, profundo, abrupto, apertado e quente.
E sei, claro, que por aí se esvaem as águas de um rio. Águas oprimidas pelo aperto e alteza das margens. Águas, poucas, agora que se vão na lentidão estival enquanto isentas de chuvas. O percurso dessas águas ocorrerá, em ambiente oprimido, numa extensão de escassos quilómetros e numa luta constante com as margens, como se fizessem uma incessante procura de liberdade mesmo antes de encontrar a foz.
Neste outro monte, num monte povoado, ergue-se a Guarda, meu ponto de observação, cidade envolta e distraída na agitação da tarde.
Entre o movimento e a extensão dos espaços silenciosos permito-me imaginar paisagens, carentes de verdura nesta época do ano e ponteadas de aflorações umas mais cinzentas que outras.
Entre a cidade e os campos espargem-se aldeias, que não crescem mas minguam e que insinuam vidas a transbordar de tradições e de labutas rurais.
Presumo, essas aldeias, esmorecidas fazendo imagem com casas de granito cinzento ou amarelo por entre outras casas cujos modelos foram importados da Europa. Umas e outras se demarcam no interior de um espaço castanho/avermelhado definido pelo tom dos telhados. São aldeias que se desviam, nos longes, como se fugissem, como se quisessem evitar, o açambarque das cidades.
Ainda pairam algumas nuvens nesta tarde. Lembro-me agora que a névoa chegou de manhã. Ao longo do dia a humidade mais baixa foi-se dissipando e, no céu, foram-se agrupando as nuvens. Formaram grupos espessos, cinzentos, quase negros. Agora, ao final do dia, um leve vento dispersou-as. Parte delas disfarçam-se e expõem-se em figuras pitorescas. Houve nuvens que se alongaram e emagreceram deixando-se repassar por raios de sol fraco, fazendo lembrar pedaços de um enorme manto que se esbranquiça na passagem da luz.
Lá mais além, na altura longínqua da montanha espanhola , parecem juntar-se todas as nuvens num doce enlace entre a Serra e o Céu.
Olhando, assim, vou esquecendo azáfamas e vou entrando no abstracto mundo da imaginação onde me entretenho lendo espaços, decifrando e comparando formas, associando-as a imagens reais ou mesmo a acontecimentos quotidianos.
É este o Céu que me cobre a mim, à Guarda, à raia e à cidade do Sabugal.
Ler os espaços que refiro é como ler livros abertos, livros ilustrados com Céus, casas e paisagens, livros recheados de tradições e de saberes ancestrais.
Tudo se proporciona, portanto, para leituras gostosas. Os espaços estão sempre disponíveis. Basta querer lê-los.
«Terras do Jarmelo», crónica de Fernando Capelo
Tal como estava previsto realizou-se no passado sábado, dia 17, um extraordinário convívio em plena Serra das Mesas, próximo da nascente do mítico rio Côa.
Desta vez teve a particularidade de Foios ter recebido uma delegação, de Vila Nova de Foz Côa, chefiada pelo Sr. Vice Presidente, dessa edilidade, Dr. João Paulo Sousa.
Integrou ainda a comitiva o Sr. Fernando Fachada que é o Presidente da Junta dessa bonita Vila.
A delegação dos Fozcoenses chegou a Foios por volta das 11 horas tendo sido recebida pelo Sr. Presidente da Câmara do Sabugal e pelo Presidente da Junta de Foios.
Depois de feita uma visita guiada ao Centro Cívico foi projectada, no auditório, uma colecção de fotos alusiva aos mais variados aspectos desta bonita zona raiana.
De seguida a delegação de Foz Côz fez a entrega de algumas lembranças que ficam guardadas, sagradamente, na vitrina das recordações.
Uma senhora de Foz Côa fez questão de ler umas quadras, da sua autoria, alusivas ao rio e à amizade que está a ser construída no âmbito da nascente e foz do Côa.
Enquanto isto se passava já andava outro grupo a trabalhar, em plena serra, que tinha a responsabilidade do almoço.
Este grupo era comandado e orientado pelo António Fernandes, entre nós Tó Xuco, que fez o especial favor de oferecer uma enorme paella que ele próprio confeccionou. Gratos te estamos ilustre amigo António.
Teve como colaboradores, mais directos, o Joaquim Brásia e o Tó Barroso a quem também agradecemos o contributo.
A paella estava deliciosa e foi a conta certa para as setenta pessoas que a degustaram.
Enquanto a paella ia sendo confecciona a malta ia tomando uns aperitivos e cantando umas bonitas canções ao som da concertina que a Drª Ilda Manso tão bem sabe manobrar.
Esta nossa amiga, entre nós conhecida pela Izinha, já veio tantas vezes aos Foios a ponto de conhecermos, perfeitamente, os gostos uns dos outros. Faz-se sempre acompanhar de um enorme instrumental que faz questão de distribuir pelos presentes para que todos se sintam participativos.
Por outro lado a Izinha entende-se muitíssimo bem com o nosso famoso e espontâneo artista – Zé Leal – que quando engata, e engata sempre, é um animador nato. É possuidor de uma voz que alguns artistas profissionais gostariam ter.
Para além do Sr. Presidente da Câmara, António Robalo, estiveram ainda presentes a Srª. Vice Presidente, Delfina Leal e o Sr. Vereador Ernesto Cunha.
Por volta das 16 horas o autocarro de Foz Côa subiu até ao planalto da portela do Lameirão tendo o Presidente da Junta de Foios feito uma visita guiada ao local para onde está projectada a construção de uma capelinha e, de seguida, visitou-se a nascente do rio Côa que, nesta altura, deita tão pouca água que já dificilmente mata a sede aos visitantes.
Depois de feitas as respectivas fotos visitou-se o grelhador que está rodeado de uma série de pedras graníticas, em forma de cubo, que servem de mesas quando os visitantes aí decidem saborear uma boa merenda.
O grupo desceu ao povoado, já por volta das 19 horas, tendo-se estabelecido na esplanada do «Nosso Bar» para matarem a sede com umas merecidas minis.
Houve ainda tempo para uma visita ao complexo do casal Ramitos/Joaquim onde, junto da piscina, foram servidos uns vinhos espumosos.
De seguida a comitiva de Foz Côa dirigiu-se para junto do autocarro onde o grupo de Foios decidiu despedir-se com a canção do «Adios Amigo», acompanhada à viola pelo Quim Dias que também esteve nos seus dias.
Os ilustres visitantes não quiseram partir sem que se tivesse combinado uma deslocação de Foios a Foz Côa a quem pretendem proporcionar um passeio de barco, com almoço a bordo, assim como uma visita ao Museu do Côa.
O Sr. Vice Presidente do Município e o Sr. Presidente da Junta apresentaram a proposta tendo sido aceite e tendo sido logo escolhido o dia 22 de Outubro que é um sábado.
As relações Foz Côa/Sabugal/Foios vão sendo cada vez mais estreitas a ponto da delegação de Foz Côa nos ter oferecido um exemplar de uma peça teatral, relacionada com o querido e amado rio Côa.
O autor é fozcoense e a ideia é levá-la à cena com figurantes dos dois Municípios.
A Sr. Vice Presidente do Sabugal e o Sr. Vice Presidente de Foz Côa que são, tanto um como o outro, Presidentes das empresas municipais dos dois municípios acordaram estudar e amadurecer convenientemente a ideia para que a peça possa vir a ser apresentada a curto ou médio prazo.
Registei também com muito agrado a presença de alguns bons amigos da Associação «Foz Côa Friends», que já haviam visitado a casa do castelo, da Talinha, bem como a nascente.
Pretendemos trabalhar com todos os bons amigos de Foz Côa e penso que não seremos demais para podermos desenvolver todas e tantas ideias que nos andam na cabeça.
Finalmente pretendo agradecer todo o empenho e contributo da equipa de sapadores de Foios visto que a logística destes convívios, em plena natureza, requer organização e muito boa vontade.
Também não me quero esquecer de alguns bons amigos que nunca se esquecem de trazer uns queijos ou uns garrafões do melhor vinho.
Fica então dito e combinado que no dia 22 de Outubro a delegação de Foios e de outros amigos sabugalenses, sob o comando do Sr. Presidente do Município, Eng.º António Robalo, partirá rumo a Foz Côa fazendo-se acompanhar do típico assador de castanhas, de Foios, para podermos fazer um gigantesco magusto onde certamente não irá faltar a boa pinga dessa importante e bonita região do Douro.
Um grande abraço para Foz Côa.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
«A Universalidade do Côa» é o título da minha primeira crónica no Capeia Arraiana integrada na rubrica «Paixão pelo Côa (fotografia)».
A Mãe Côa, também. O Universo Côa, também sim, sempre.
E se, tal como eu, que sou da mesma constituição de Marte, Omega, Alpha e tudo o resto no Universo, eu também fosse o Pensamento e o Sentimento dos Pré-Históricos que aqui andaram e todos os outros antepassados recentes que também aqui andaram, conhecidos e desconhecidos, e se eu também fosse o Pensamento e o Sentimento de todos, incluindo os leitores e amigos da Capeia?
Albert Einstein e actuais cientistas Quânticos dizem que sim, que assim é, que assim pode ser sentido e vivido. Verdadeiros Mestres e Santos da Índia e de outros lugares também já diziam que sim.
Sinto-me em comunhão com o Côa, com o Universo, constituídos pela mesma Matéria, Pensamento e Energia, sem Tempo e sem Medida.
Côa do Universo e de todos, que bom!
Carlos Marques
O fotógrafo Carlos Marques está sedeado na freguesia de Senouras, concelho de Almeida e inicia este domingo, 18 de Setembro de 2011, a sua colaboração no Capeia Arriana.
Carlos Marques é consultor comercial e está a desenvolver microempresa (Raia Trading) cuja função e objectivo é criar meios para internacionalizar empresas produtores da nossa zona e desenvolver as vendas de seus produtos endógenos da zona da Raia, principalmente no mercado externo. A área é essencialmente alimentar, destacando-se o vinho, queijo, azeite, mel e frutos secos.
Transcrevemos uma apresentação artística de uma galeria em Budapeste que melhor define Carlos Marques: «Carlos Marques is a creative artist who elevates photography to an art form integrated on the “Pictorialist Movement”, influenced by the Impressionist and Abstract painters. On his pictures, he uses personal techniques, intense or soft dialogues of colours and shapes, subtle digital manipulation, he creates avant-garde images that look like Impressionist and Abstract paintings reflecting emotions of great passion and romance, mostly reflected on people, nature, forms and world. Born in Portugal, he has works represented in several art galleries and publications, in Portugal, Spain, France, UK, Poland and Italy.»
Bem-vindo ao Capeia Arraiana.
jcl e plb
Cinco Castelos, Cró, Côa, Trutas, Capeia e Bucho Raiano. E é disto que o concelho vive. Disto, do mês de Agosto, e de eleições de quatro em quatro anos.

I – A Côa
Muitas àguas leva a Côa,
Junto à vila do Sabugal;
Quando as àguas vão crescidas,
Ninguém passa no pontal.
O meu rio vai tão cheio,
Que não o posso atravessar!
Vai cheio de mil dores…
Ninguém o póde passar!
Foje a Côa, fujo eu,
Cada um com o seu fado,
Sempre em direcção ao mar,
Qual de nós o mais pesado?
Eu levando meus desgostos;
Ele, a rama dos salgueiros…
Qual de nós o mais pesado,
Correndo ambos ligeiros?
Mas debaixo da velha ponte,
Onde a àgua faz remanso,
Quando beija os salgueiros,
Tem a Côa bom descanso.
As àguas do arco grande,
Aos pés da velha muralha,
Em noite de lua cheia,
Há lá melhor mortalha?
O luar batendo nas àguas,
E nos salgueiros como ladrão,
Assim me roubou a Côa,
A alma e o coração.
Estas àguas da velha ponte,
Por querer seus amores,
Na alma me deixaram,
Mil penas e mil dores.
Mansas àguas tem a Côa,
E salgueiros ao Luar!
Mas quando a cheia é de máguas,
Ninguém as póde passar!
Obs: O meu avô Lourenço Martins, devido à sua conhecida paixão da pesca, foi o homem do concelho do Sabugal que mais conheceu e amou o Côa. Ele tratava o rio como mulher; «a Côa», pela fertilidade das suas águas. Este poema é, glozando uma cantiga de Antero de Quental, homenagem aos dois.
II – D. Pixote de La Raia
Era uma vez um certo país longínquo, em cujo Interior profundo havia uma pequena e histórica aldeia.
Nesta pequena e histórica aldeia havia um castelo com muralha envolvente; dentro da muralha, varias casas; fora da muralha, mais casas; e numa destas casas, vivia um homenzinho.
Era uma vez um certo país longínquo, em cujo interior profundo havia uma pequena e histórica aldeia; e nessa aldeia, um homenzinho que gostava de pás giratórias.
O homenzinho sonhou numa noite que seria bom ter moinhos junto às casas, à muralha e ao castelo daquela pequena aldeia do interior profundo, desse país longínquo.
Depois, o homenzinho enfadando-se do seu ócio diário, quis fazer os moinhos com grandes pás giratórias; e vieram operáros que abriram alicerces, junto às casas, à muralha e ao castelo daquela pequena e histórica aldeia do interior profundo, desse país longínquo.
E o homenzinho, visitando a obra, feriu-se num desses alicerces, abertos junto às casas, à muralha e ao castelo daquela pequena e histórica aldeia do Interior profundo desse país longínquo.
Veio então uma máquina voadora com umas grandes pás giratórias buscar o homenzinho daquela pequena e histórica aldeia do interior profundo, de um país longínquo…
Abreviando a História:
Era uma vez um homenzinho obececado em pás giratórias, que um dia andou de helicóptero!
III – Descendo à terra
Agora, que já assentou no Largo da Fonte a poeira do bailarico do Quim Barreiros, vamos às contas da festa.
O Sabugal é das mais enfadonhas, tristes e melancólicas vilas do Interior. Há várias razões para isso: O extremo das amplitudes térmicas do clima; a monocromia da paisagem, que só muda uma vez por ano, com as maias; as águas duras e indigestas da Côa, que tudo conjugado, dobram as vontades, embrutecem as inteligências, produzindo um mal de tristeza nas gentes.
Deste mal de tristeza – origem das mais diversas enfermidades do corpo, do espírito e do carácter – vemos apenas alguns dos sintomas que explicam como na política local se debatam sempre as velhas questões, sempre as mesmas, sem estudo, sem elevação, sem ideias, sem firmeza, sem novidade.
Mas a câmara municipal quiz capacitar-nos, pelo contrário, num programa televisivo, que nos corredores dos paços municipais fervilham ideias, projectos, realizações, que num esforço sobrenatural da intervenção da providência nas sobreditas limitações da condição humana, por milagre, mudarão o destino e a sorte dos seus munícipes e o futuro do concelho, trazendo a gente e dinheiro que faltam.
A câmara, finalmente, após dois anos de retiro para reflexão e estudo, veio apresentar-se aos munícipes e ao país, como corpo pensante, deliberativo e executivo de uma política concertada para o concelho!
E em que consiste essa política?
Cinco Castelos, Cró, Côa, Trutas, Capeia e Bucho Raiano. E é disto que o concelho vive. Disto, do mês de Agosto, e de eleições de quatro em quatro anos.
Numa conjuntura normal, espalhando-se ao país a notícia deste grande projecto civilizacinal, todo o país deprimido viria ao Sabugal comer o nosso cabrito, o bucho e a truta, esvaziar os nossos pipos, pescar nos açudes os mais saborosos bordalos e os mais grossos barbos, banhar-se no Cró, palminhar os nossos caminhos de onde melhor se avistam os brancos casarios das aldeias, emergindo por entre os carvalhos e castanheiros, ao longo de campos de giestas em flor.
Mas não é assim, porque é de notar que a tão cantada Riba-Côa que supomos ser o coração do paraíso terrestre, é tão extremamente pobre, relassa e deprimida como todo o resto do país.
«Arroz com Todos», opinião de João Valente
joaovalenteadvogado@gmail.com
O autor da «Rota dos 5 Castelos em 3D do concelho do Sabugal», Nuno Dias, apresentou mais um trabalho para promoção e divulgação do património histórico da região beirã. O projecto «Valverde em 3D», retrata digitalmente em três dimensões os edifícios mais importantes da freguesia de Valverde, no concelho do Fundão.

«Valverde em 3D» foi um projecto desenvolvido de modo a promover e divulgar digitalmente, em três dimensões (3D), os edifícios mais importantes da aldeia de Valverde, do concelho do Fundão. É um projecto pioneiro para uma aldeia de Portugal, sendo Valverde a «primeira aldeia de Portugal» a ter os seus edifícios mais importantes em 3D. A transposição do papel e da fotografia para a imagem animada por programas digitais possibilita serem vistos por qualquer pessoa em qualquer parte do Mundo, no maior portal geográfico do Mundo – o Google Earth.
O Projecto «Valverde em 3D» foi apresentado no dia 9 de Abril de 2011 aos seus habitantes, no Pavilhão Desportivo, na festa comemorativa do Dia da Freguesia.
Na «Visita Virtual 3D» projectada na sessão e disponível no blogue oficial foram visualizados os seguintes edifícios: o depósito da água, a igreja matriz, o museu D. João de Oliveira Matos, a Junta de Freguesia, a capela do Espirito Santo, a escola primária, o pavilhão desportivo, a capela de São Domingos e a capela do mártir São Sebastião, esta última situada na anexa Carvalhal.
«Além do “Valverde em 3D” sou, também, o autor da “Rota dos Cinco Castelos em 3D do concelho do Sabugal”, um projecto que lancei em 2009 e visou promover e divulgar os cinco castelos e que tem como objectivo promover e divulgar a nossa região», declarou ao Capeia Arraiana o autor, Nuno Dias, aproveitando para mostrar a sua satisfação pela divulgação do seu trabalho nos mais importantes meios de comunicação nacionais.
Blogue oficial de Valverde. Aqui.
Página no Sketchup com os 5 Castelos do Sabugal. Aqui.
Nuno Dias é natural do Fundão, Castelo Branco. Actualmente é freelancer na área de Modelação 3D e estudante de Licenciatura em Engenharia Civil na Universidade da Beira Interior, onde também é formador do curso «Iniciação ao Autocad».
aps
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