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Sem querer alimentar questões estéreis, porque, de um modo geral, parece-me que todos estamos de acordo, não posso deixar de fazer algumas referências à questão da capeia (parece que o Sabugal não tem mais soluções e questões para resolver, mas…) e ao comentário de João Valente, sobre algo que sugeri.

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António Pissarra - Raia e Coriscos - Capeia ArraianaÉ com algum sentimento de raiva que vejo como vamos debatendo questões enquanto os grandes decisores se estão, passe a expressão, marimbando para nós. A não ser assim, o País ter-se-ia desenvolvido de forma mais harmoniosa, menos assimétrica e talvez houvesse menos problemas que aqueles que agora temos em Portugal.
O concelho do Sabugal é bem o exemplo da incúria dos sucessivos governos e um espelho do Interior. Com uma grande extensão o Sabugal só não tem perdido território, porque, quanto ao resto: população e serviços, por exemplo, é o que se sabe. E nem se pode dizer que a culpa pode ser só imputada aos governantes locais, pois a corda da fronteira sofre do mesmo mal. É por isso que recorrentemente insisto que ninguém fará nada por nós; a mudança far-se-á ou não pela nossa ação ou pela falta dela. Não estamos entregues à nossa sorte, mas perto disso.
É pela perspetiva estrutural, mas também conjuntural, que nos vamos agarrando àquilo que pode ajudar ao desenvolvimento ou, pelo menos, a evitar o definhamento. Compreende-se, assim, que por argumentos racionais, mas também emocionais, haja quem, exageradamente, considere a capeia arraiana a maior indústria do concelho. Consciente dessa importância, na economia dos afetos e na identidade cultural, a câmara do Sabugal resolveu acrescentar valor e preservar aquilo que é uma marca única. A classificação da capeia como Património Cultural Imaterial e as jornadas que decorreram dias 19 e 20 de outubro, no Auditório Municipal, subordinadas ao tema «Pensar a tauromaquia em Portugal – diversidade, valorização, sinergias», são um bom exemplo.
As jornadas apresentaram um vasto leque de assuntos e pessoalmente só posso lamentar não ter podido estar presente em todas as intervenções por razões profissionais. Infelizmente também não terão estado tantas pessoas quantas as que seria desejável, algumas com obrigações, mas as coisas são mesmo assim. Talvez noutro contexto temporal fosse mais apelativo – a festa dos touros quer calor. Ainda assim, perdeu quem esteve ausente, como por exemplo a intervenção de Luísa Mendes Jorge, arraiana, da Faculdade de Medicina Veterinária, que apresentou alguns dados preliminares sobre um estudo com caráter científico sobre o impacto socioeconómico da capeia arraiana. Aguardo com expectativa a conclusão desse estudo que trará alguma luz sobre um aspeto a propósito do qual tanta gente opina, mas ninguém apresenta dados concretos.
Reconhecida essa vertente económica da capeia, considera-se que deve potenciar-se sem, contudo, adulterar a sua essência. Na intervenção que tive fiz questão de frisar esse risco; que o sucesso mediático da capeia pudesse ser causa da transformação em algo que não corresponde a uma manifestação de cultura popular, que emanou do Povo e é propriedade do Povo e de mais ninguém. Foi nesses termos, como salientou Paulo Costa, da Direção-geral do Património Cultural, que a capeia arraiana obteve a classificação. Portanto, há uma matriz que engloba várias facetas, nomeadamente o contexto geográfico, o facto de ser uma festa do Povo, consequentemente não comercial, como acontece com outras manifestações tauromáquicas, e, ainda que «cada terra com seu uso», é essa diversidade e unidade que a tornam única, razões mais que suficientes para «não andar com o forção para todo o lado» e manter as coisas nos termos da inventariação. Pela parte que nos toca, em Aldeia Velha continuarão os carros de vacas, continuará o Rol e tudo o resto que é ancestral, continuar-se-á a receber bem quem quiser aparecer, mas sem esquecer que é o folguedo dos da terra.
Postas as coisas nos termos anteriores, não devemos esquecer que nestas terras vive gente, que gostaríamos que mais gente se mantivesse e outra regressasse e que todos tivessem uma qualidade de vida adequada aos tempos atuais, preservando as tradições, mas sem aquela ideia que basta o ar puro e a paisagem para se viver feliz.
É por isso que não vejo mal nenhum em ter iniciativas que possam ajudar as pessoas. A capeia é a capeia, o rock é o rock. Uma coisa não tem nada a ver com outra. No entanto, nada impede que a Raia tenha um grande festival de verão para a juventude que seja potenciado pelas nossas tradições. O pão é o pão e o queijo é o queijo, mas nada nos impede de comer pão com queijo e se for pão centeio, malhado ao mangual e moído num moinho recuperado, para não esquecer como se fazia antigamente, acompanhado de um queijinho de cabra, daqueles que nós conhecemos, nem perde o pão nem o queijo.
«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

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Acho interessantes as propostas do artigo de António Pissarra, no sentido de «potenciar economicamente» a Capeia Arraiana.

João Valente - Arroz com Todos - Capeia ArraianaTudo o que sejam propostas e ideias, são sempre oportunidade de reflexão, discussão e progresso. Não sendo inimigo do progresso, contudo, vejo algumas delas com algumas reservas! Eu diria mesmo, com muitas reservas! E explico muito resumidamente porquê:
A Capeia não é um produto do portefólio de uma empresa oferecido a um determinado mercado, mas um produto cultural, manifestação, entre outras, de uma alma, de uma sensibilidade excessiva que a paisagem extrema e particular de Riba-Côa produziu num povo.
Peço que leiam aquele artigo de Alexandre S. Martins, no último Cinco Quinas, a propósito dos encerro em Aldeia Velha, que é um bom exemplo desta alma excessiva. Neste texto, de genuíno sabor popular, vê-se, pelo como o autor fala, pensa, sente, age, como ser ribacudano é uma arte. Da alma ribacudana, vemos sem dificuldade neste texto as seguintes qualidades: Sinceridade, bravura, generosidade, orgulho!
O homem ribacudano tem um carácter próprio, um conjunto de qualidades, conservadas e transmitidas pela herança e tradição, de que a Capeia é uma das várias manifestações.
É por intuir nas Capeias este alto sentido transcendental, de manifestação da sua alma, que o povo a ela adere de forma tão espontânea e entusiástica. Não é outro o motivo!
Adivinho o sorriso de quem lida com as coisas da ciência, troçando desta minha fé «ingénua» no espírito e na alma dos povos.
Aqui remeto-os para aquele belo poema de Leal Freire, Prece (aqui), sobre a terra de Riba-Côa, como a «terra mãe», onde a alma do poeta, que é «um balão voador que pelo espaço deambula», depois da sua viagem, quer ser amortalhada. As almas pertencem a uma paisagem, que é o seu pai e sua mãe, como defendia Pascoais. Os poetas, esses seres divinos que pressentem as almas nas sombras, como Leal Freire, sabem-no:
A alma de Leal Freire…
«Começa em Ciudad Rodrigo
Acaba em Vilar Maior
[…]
Levita o ar a Bismula
Desce em Aldeia da Ponte
[…]
Ruelas de Almedilha
Ou esquinas de Valverde
Picos rupestres dos Foios
Cercanias de Arganhã
».

Como dizia Pascoais, «se a montanha é a terra firme que pisamos, a nuvem intangível e aérea não será a água que a fecunda?». A matéria sem o espírito não é nada!
O primeiro período da infância dos povos foi o poético, como o do ciclo da natureza é a Primavera. E digam os sábios o que quiserem, como referia Pascoais também, a poesia é muito mais antiga e muito mais bela que a ciência. Logo muito mais verdadeira.
Se Leal Freire diz que há uma «Alma Ribacudana» própria de uma «Paisagem Ribacudana», quem somos nós para o negarmos?
Oxalá a gente de Riba-Côa e quem está á frente destas iniciativas pensem nisto. Muitas vezes é necessário intercalar o espirito no deve e haver, pôr um poema no lugar das regras de marketing.
A alma é a compensação da matéria. E é precisamente isto que me preocupa: É que tornando a Capeia num mero produto comercial, ponham no lugar do Ser, de que ela é manifestação, o Ter!
Adulterando o que há em nós de genuíno, misturando-o ou copiando-o com o que nos é alheio, entre outras coisas com um festival de Rock, como entre outras coisas, nos é sugerido, destruam o nosso carácter…
Troquem a nossa figura por uma máscara!
«Arroz com Todos», opinião de João Valente

joaovalenteadvogado@gmail.com

Como escrevemos em artigo anterior a classificação da Capeia Arraiana no registo do Património Cultural Imaterial foi um passo importante para a preservação da sua identidade, mas isso não basta. É preciso acrescentar-lhe valor de modo a ser fator positivo contra o despovoamento.




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António Pissarra - Raia e Coriscos - Capeia ArraianaFelizmente que na atualidade existem as redes sociais, a blogosfera, os sites, se democratizou o acesso a meios para recolha da imagem fixa e em movimento… Enfim, qualquer cidadão deixou de ser um mero consumidor para passar a ser também um produtor de informação, aquilo que se convencionou designar por Web 2.0, consubstanciada no conceito de prosumer (produtor/consumidor).
Podemos concluir que, das mais diversas formas, a capeia arraiana tem a sua divulgação assegurada. No entanto, no imenso «matagal» de informação, há, por vezes, dificuldade em selecionar a informação relevante daquela que é inútil ou mera opinião não escrutinada. Não é o caso deste blogue que procura cumprir com os princípios do jornalismo, seja ele expresso em que meio for.
A capeia arraiana «não nasceu ontem». Contudo, o Mundo mudou muito nas últimas três ou quatro décadas e a nossa região não foi excepção. Recordam-se certamente os da minha idade, e um pouco mais velhos, alguns mais novos também, que quase todas as aldeias tinham escola; que as discotecas Poço, Teclado, Upita, da Vila do Touro… estavam sempre cheias, ao fim de semana e principalmente no Verão. Até na Colónia Agrícola vingou um estabelecimento do género. As escolas secundárias do Sabugal e da Guarda e o próprio Instituto Politécnico estavam cheios de jovens que haviam cursado o primeiro ciclo do ensino básico nas respetivas aldeias. Pois é, hoje são cada vez menos. As escolas fecharam (sou contra o modo radical como fizeram a reorganização escolar no concelho, nomeadamente quando há cerca de uma década destacava na primeira página do Nova Guarda a reabertura da escola da Nave por haver mais de 10 crianças), nasceram os lares e são cada mais aqueles que embora sejam do concelho, por cá terem o seu sangue, nasceram um pouco por toda a geografia nacional e noutros países, com destaque para a Europa.
O que mantém a ligação à Raia? Quase todos são unânimes em reconhecer o papel da Capeia Arraiana. Essa marca de identidade que distingue um arraiano de qualquer outro cidadão do Mundo. A capeia não é, portanto, só uma manifestação de cultural regional. É muito mais e pode ser muito mais e, nesse aspeto, gosto de ser pragmático. É que a Raia, as suas gentes, a sua economia, o seu desenvolvimento ou definhamento, não se pode resumir só ao mês de agosto, esse tempo de encontro com a tradição e os amigos que nos enche e reconforta a alma. Quem por aqui vive precisa de ter recursos para viver com dignidade, sem ter que partir.
É certo que todos reconhecemos as implicações económicas que a capeia tem, pelas razões atrás apontadas: na construção civil, no comércio, em geral, e na agricultura e venda de produtos regionais… e tantas outras atividades.
Os tempos são de crise e organizar a capeia não é propriamente barato. Apesar da boa vontade é cada vez mais difícil angariar fundos para pagar as despesas, fundos que, normalmente, saem dos bolsos dos cidadãos de cada localidade (por exemplo em Aldeia Velha cada rapaz solteiro contribui com 80 euros para o Rol). Assim, deixo aqui algumas sugestões, envolvendo uma possível Associação da Capeia, sem fins lucrativos, para ajudar a economia da capeia e não só, fazendo com que os visitantes também dêem algum contributo que não só nos bares.
Uma das ideias passa por criar um passaporte da capeia, com eleição do capeeiro-mor, envolvendo o pagamento de 1 euro por cada carimbo colocado em cada encerro, em cada capeia, em cada garraiada, etc.. O dinheiro seria distribuído em função dos carimbos obtidos por cada evento.
Outra sugestão vem na sequência das referências anteriores sobre a mudança da matriz social, cultural e demográfica e passa por criar um grande festival de verão, que designo por Rock in Raia, o qual poderia ocorrer durante quatro ou cinco dias, envolvendo o Festival do Forcão e algumas capeias, com serviço de autocarros da «aldeia do rock» para as capeias e encerros, juntando, assim, a tradição com a modernidade, trazendo mais gente a animar a economia local e a venda de produtos regionais e de merchandizing relacionado, numa matriz musical de cunho marcadamente ibérico. Vários amigos meus sabem que é uma ideia que me povoa a cabeça há já alguns anos e que, inclusivamente, apresentei na Câmara do Sabugal.
Para já deixo estas reflexões, com a certeza de que pensamento sem ação não passa de mera teoria. Apresentarei futuramente mais algumas sugestões e procurarei ter alguma iniciativa com quem quiser colaborar, com a certeza de que nada se faz sem muito trabalho e amor à causa.

P.S.: Não posso deixar de realçar aqui a organização da Jornadas sobre tauromaquia a decorrer no dia 19 e 20 de outubro. Quando tantas vezes criticamos a falta de iniciativa, devemos recordar que estes eventos e a classificação da capeia como Património Cultural Imaterial, também não aparecem ser trabalho e proatividade.
«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

A exposição sobre a Capeia Arraiana organizada pela Associação Raiar, de Aldeia do Bispo, esteve patente ao público no Consulado de Portugal em Paris e mereceu uma reportagem da LusoPressTv.

jcl

Já em tempos, então diretor de um jornal, me referi à Raia Sabugalense nos termos que o faço neste título. Fi-lo, e faço-o, com a convicção que assim é relativamente ao potencial turístico que esta região pode ter, principalmente no mês de agosto. Pode argumentar-se que a comparação peca por excesso. Talvez, mas também penso que temos aproveitado por defeito as possibilidades que a Raia, as suas tradições seculares e o seu património humano e natural oferecem para uma realidade socioeconómica que poderia apresentar outro cariz.

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António Pissarra - Raia e Coriscos - Capeia ArraianaHabitualmente me manifesto sobre a injustiça que tem sido feita com o esforço de tantos sabugalenses que tiverem que partir à procura de um futuro melhor, principalmente em terras de França. O seu esforço, os seus sacrifícios, contabilizaram-se em números, nas remessas de dinheiro que enviavam para Portugal. Apesar disso, também por culpa própria, essas verbas serviram principalmente para desenvolver outras regiões. É certo que havia/há muita gente que teve arte para ganhar dinheiro, mas faltou-lhe sabedoria para o investir, nomeadamente no concelho. Investimento que criasse emprego e mais riqueza para todos, impedindo o êxodo que se tem observado nas últimas décadas. Faltou também, talvez, uma estratégia por parte dos responsáveis autárquicos que ajudasse a que as coisas fossem diferentes.
Voltando às comparações com as Terras do Sul, podemos dizer, para os mais pessimistas, que também o Algarve não está cheio o ano inteiro, mas sabemos como um bom verão pode «salvar» o ano inteiro. Salvaguardadas as devidas distâncias, também a Raia pode ter um bom verão que ajude o resto do ano. Quem não gostaria de ver nas diversas aldeias o movimento que se verifica no verão? Também os empresários algarvios desejariam o mesmo. Tal não é possível quando se fala de prestação de serviços e não na produção de produtos transacionáveis.
Apesar de as duas atividades serem distintas, uma e outra podem estar ligadas, nomeadamente, na Raia, no que aos produtos tradicionais se refere, e são estes, aqueles que são diferentes e que constituem uma marca de identidade, que podem ser uma mais-valia para o concelho.
A classificação da Capeia Arraiana como Património Cultural Imaterial, pelo Instituto dos Museus e da Conservação, pode ajudar, mas vale de pouco se não se lhe acrescentar valor. Não se trata de regular, por lhe retirar autenticidade, uma manifestação de cultura popular, que emanou do Povo, é vivida pelo Povo e paga pelo Povo. A Capeia não pode ser vítima da sua notoriedade mais recente e deve ser fiel ao seu passado. No entanto, pode haver algumas iniciativas que potenciem este fenómeno, sem deixar de ser aquilo que sempre foi: uma festa do Povo.
Quando este verão, em Nave de Haver, observei uma banca de uns nossos vizinhos espanhóis a vender miniaturas de forcões a 10 euros, pensei para comigo: «Caramba, generosa é a gente da Raia, todos lá vão buscar e ninguém leva para lá nada!» Será que a culpa é de quem tem iniciativa ou de quem a não tem? Certamente é de quem a não tem. E já é tempo de fazer alguma coisa. Voltaremos ao assunto, apresentando algumas sugestões.
«Raia e Coriscos», opinião de António Pissarra

António Pereira de Andrade Pissarra é natural de Vila Garcia, concelho da Guarda, tem 50 anos, é professor de comunicação social no Instituto Politécnico da Guarda e foi o último director do Jornal Nova Guarda. Casado em Aldeia Velha, concelho do Sabugal, tem dois filhos, e mantém uma forte relação sentimental com as tradições raianas. Estudou na Guarda, leccionou em Évora, onde frequentou o curso de engenharia agrícola (que não concluiu), licenciou-se em Tecnologias da Informação aplicadas à educação, fez o mestrado em comunicação educacional multimédia e frequentou o doutoramento em processos de formação em espaços virtuais na Universidade de Salamanca. Actualmente é presidente e fundador do Guarda Unida Futebol Clube.

O Capeia Arraiana dá as boas-vindas ao jornalista e professor universitário António Pissarra que inicia hoje uma série de crónicas sob a rúbrica «Raia e Coriscos». O nosso bem-haja por ter aceite o convite para integrar e valorizar este painel da opinião raiana.
jcl e plb

Capeia Arraiana, tradição única no mundo criada pelos nossos preservada por nós…
A pouco tempo do concelho parar!

Já é habitual nesta altura os rebuliços que se começam a sentir por estas terras da raia, o mês que todos esperam está preste a iniciar e o ponto alto destas «férias» é definitivamente a tradicional Capeia Arraiana que este ano tem um sabor especial pela classificação como património imaterial da humanidade. Como já é hábito tudo começa na Lageosa da raia que tem o principal papel da abertura desta maratona de eventos/capeias em diversas aldeias. Passando durante o restante do mês pela capeia do Soito, Aldeia do Bispo, Nave, Aldeia da Ponte, Ozendo, Alfaiates, Forcalhos, Fóios e por fim Aldeia Velha que encerra este que é o período festivo do conselho.
Contudo importa referir e estabelecer que esta nossa tradição já embutida no nosso sangue raiano partiu á muitos anos pelos «nossos» que como o passar dos tempos se veio a actualizar e apaixonar muitos dos que por esta altura aqui passam e vivem esta adrenalina. São diversos os comentários que se ouvem em cada esquina sobre esta tradição, é já instintivo referenciar qual o touro que bateu melhor, qual a melhor, onde se vê melhor espectáculo, qual o melhor forcão, a garra das pessoas, os sustos que se viveram ali e aqui entre muitos outros dizeres que tornam esta tradição ainda melhor e com o espírito de ser maior e melhor.
Principais razoem para a construção deste wallpaper tipográfico onde podemos encontrar todas as frases, palavras, dizeres, sentimentos, objectos, organizadores, entre muitas outras coisas que estão presentes do mundo da Capeia Arraiana que merece a nossa maior estima. Podemos encontrar nesta pequena imagem uma enchente de tradição, e de passada sendo este o principal propósito que todos a analisem, se identifiquem e partilhem para que esta tradição seja conhecida pelo ser real valor.
E como slogan nada melhor do que Capeia Arraiana, tradição única no mundo criada pelos nossos preservada por nós…
É com agrado que deixo aqui o meu trabalho para que todos o possam apreciar, partilhar e utilizar para comunicar a nossa tradição.
Edgarfernandes|design | facebook.com/EdgarFernandesS | Nave’12

O mês de Agosto carrega sempre o secreto apelo do regresso às origens para os que estão longe. No concelho do Sabugal faz povoar as aldeias, abrir as persianas, lotar os bancos das igrejas e encher os lugares públicos com um estranho mas familiar linguajar mesclado aqui e ali de expressões e palavras de origem francesa. Mas, para muitos dos sabugalenses é o tempo da mãe de todas as touradas – a capeia arraiana – espectáculo único que andou escondido esotericamente nas praças das nossas aldeias e que, agora, de há uns anos para cá parece ter perdido a vergonha e tudo faz para se dar a conhecer ao mundo. A tradição manda que as touradas com forcão, precedidas de encerro, se iniciem na Lageosa no dia 6 de Agosto e terminem em Aldeia Velha no dia 25. E que se oiça bem alto o grito: «Agarráááio»

DIA FREGUESIA EVENTO
3 e 4 Soito Garraiadas/Largadas
6 Lageosa da Raia Encerro e Capeia Arraiana
6 Ruivós Garraiada Nocturna com forcão
7 Soito Encerro e Capeia Arraiana
8 Rebolosa Encerro e Capeia Arraiana
10 Soito Tourada à portuguesa nocturna
12 Aldeia da Ponte Tourada à portuguesa
13 Aldeia do Bispo Encerro e Capeia Arraiana
13 Seixo do Côa Garraiada
14 Nave Capeia Arraiana
15 Aldeia da Ponte Encerro e Capeia Arraiana
15 Ozendo Encerro e Capeia Arraiana
16 Vale de Espinho Garraiada
16 Vale das Éguas Garraiada nocturna com forcão
17 Alfaiates Encerro e Capeia Arraiana
17 Fóios Capeia Arraiana Nocturna
18 Soito Festival «Ó Forcão Rapazes»
20 Forcalhos Encerro e Capeia Arraiana
21 Fóios Encerro e Capeia Arraiana
25 Aldeia Velha Encerro e Capeia Arraiana
Fonte: Rota das Capeias da Câmara Municipal do Sabugal

«A Capeia Arraiana não é uma tauromaquia qualquer. Como uma espécie de religião em que se acredita, não basta assistir, é preciso participar, ir ao encerro, comer a bucha, beber uns goles da borratcha e voltar com os touros, subir para as calampeiras, ser mordomo, ser crítico tauromáquico, discutir a qualidade dos bitchos da lide ou, simplesmente, ser fotógrafo da corrida que não deixa ninguém indiferente, corre na massa do sangue, provoca um nervoso miudinho, levanta os pêlos do peito, atarracha a garganta e perturba o sono. É um desassossego colectivo que comove.» António Cabanas in «Forcão – Capeia Arraiana».
jcl

A primeira Capeia Arraiana no Campo Pequeno realizou-se em 4 de Junho de 1978, dia em que os sabugalenses acorreram a Lisboa, enchendo a catedral da tauromaquia nacional para assistirem a um espectáculo popular desconhecido no país.

A ideia de trazer a Capeia Arraiana até Lisboa foi do Francisco Engrácia, de Vila Boa, que a custo convenceu a direcção da Casa do Concelho da exequibilidade da iniciativa. Uma comissão por si coordenada pôs mãos à obra, assumindo a responsabilidade pela organização e aceitando cobrir os prejuízos, se os houvesse, e assumindo que os lucros, se surgissem, reverteriam a favor dos Bombeiros Voluntários do Sabugal, na altura a única corporação do concelho.
«Capeia Arraiana» foi a designação escolhida pelos organizadores para o espectáculo, expressamente justificado: «O nome CAPEIA que demos à tourada no Campo Pequeno resultou de assim serem chamadas as touradas características das aldeias fronteiriças do nosso concelho. O termo caracteriza uma tourada em praça improvisada. Não foi concretamente o caso, mas o facto de termos trazido o FORCÃO conjuntamente com a realização do chamado PASSEIO DOS RAPAZES foi o bastante para que o termo se afigurasse ajustado. Capeia é também em Espanha a tourada realizada nos mesmos moldes que a CAPEIA ARRAIANA.» (jornal Sabugal, nº3, Julho/Agosto de 1978).
A tourada do forcão acresceu ao convívio anual que juntava os sabugalenses residentes em Lisboa e que se vinha realizando desde 1974: «o piquenique». O convívio aconteceu nesse ano de 1978 em 3 de Junho (dia imediatamente anterior ao da Capeia), no Parque do Seminário dos Olivais. Depois do convívio, os sabugalenses dirigiram-se para a sede da Casa do Concelho, onde assistiram a uma sessão de fados que se prolongou pela noite dentro.
Na manhã seguinte, domingo, realizou-se um jogo de futebol, opondo a equipa da Casa do Sabugal à da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, que os raianos ganharam por um expressivo sete a zero. Seguiu-se um almoço da sede da associação, que juntou os jovens futebolistas de ambas as equipas a uma delegação dos Bombeiros do Sabugal e aos elementos da direcção da Casa, estando também presente o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, o Dr Lopes.
Findo o almoço chegou a hora de ir para a Capeia, no Campo Pequeno, e o percurso fez-se a pé, num vistoso e muito participado cortejo, que partiu da Praça do Areeiro e seguiu pela Avenida João XXI até ao Campo Pequeno.
A tourada com forcão aconteceu sem incidentes e encantou os que encheram a praça. A alegria e o convívio foram vencedores e, no final, feitas as contas, verificou-se um saldo positivo, sendo desde logo lançada a ideia de que no ano seguinte se realizaria nova capeia.
plb

O blogue Aventar organiza pela primeira vez um concurso de blogues com o objectivo de promover e divulgar o que de mais interessante se faz na blogosfera portuguesa e de língua portuguesa. É um concurso aberto a todos os que queiram participar. Na categoria «Blogues Regionais» a organização incluiu o Capeia Arraiana na primeira volta do concurso que decorre até ao dia 21 de Janeiro. Vamos todos votar no melhor blogue regional!

Aventar

Os administradores do blogue «Aventar» entenderam organizar a eleição dos melhores blogues de 2011. Aqui ficam as explicações e esclarecimentos dos organizadores da eleição:
– Como é que foram nomeados os blogues que estão em concurso?
– Nenhum blogue foi nomeado. Elaborámos uma lista com base no blogometro apenas porque se tinha de começar por algum lado, lista essa um bocado aleatória (nem considerámos alguns géneros inicialmente), e que foi apenas um ponto de partida. Depois, e até 13 de Janeiro, essa lista esteve aberta a qualquer proposta de acrescentar mais blogues. Apenas foram recusadas alguns, muito poucos, sites que de forma alguma são blogues. Isso permitiu igualmente corrigir alguns erros da própria lista. Fomos aceitando sugestões de categorias que nunca nos tinham passado pela cabeça mas que afinal tinham muitos interessados.
– Porque é que esse prazo de inscrição foi tão curto?
– Porque não imaginávamos um sucesso tão grande, e também porque não calculámos bem o tempo que a «notícia» demoraria para se espalhar na rede. Surgiram propostas de categorias em áreas muito diferentes das do Aventar, e no mundo dos blogues há universos paralelos e pouco ligados, o que subestimámos claramente.
– Porque não aceitam mais inscrições?
Por um lado porque não se mudam as regras a meio do jogo. Por outro uma votação que já abrange mais de 500 blogues teria de ser tecnicamente organizada de outra forma, nunca numa única página como nos pareceu no início mais fácil para os concorrentes.
– Pode haver fraudes na votação?
– Sim, mas é complicado porque a votação pela Internet é um problema difícil de resolver devido à própria forma como a Internet está construída. Esta abertura traz-nos inúmeras vantagens, mas também algumas desvantagens. Para garantir que um votante anónimo não faz votações repetidas empregam-se várias técnicas. Podemos limitar a votação por cookies ou por endereço IP, ou então usando ambas as técnicas ao mesmo tempo. Um cookie não é mais do que uma pequena quantidade de informação que é guardada no computador do utilizador e que é lida pelo próprio servidor que a criou. Utilizam-se os cookies para muitos fins. Podem ser usados para identificar um utilizador por forma a que este não tenha de se autenticar de cada vez que acede a um site, servem para recolher informações sobre os hábitos de navegação (que sites visita, em que ordem, etc.), servem também para indicar se o utilizador já votou ou não numa determinada categoria de um concurso sobre os melhores blogues de 2011.
Infelizmente, como o cookie é qualquer coisa que mora no computador do próprio utilizador, pode ser facilmente apagado por este. Assim, se numa dada sondagem apenas marcamos os utilizadores que já votaram usando um cookie, um utilizador malicioso apenas tem de apagar os cookies referentes ao Aventar e pode imediatamente fazer uma nova votação. Se for um utilizador ligeiramente mais sofisticado pode simplesmente usar um modo de navegação incógnito para cada voto que quiser fazer.
É claro que há sempre pessoas que não sabem o que é fair play, não conseguindo ganhar com lisura tentam dar a volta ao sistema. Detectámos votos repetidos logo no inicio da votação, no Domingo de manhã. Para dificultar o trabalho a essas pessoas fazemos também uma verificação por endereço IP, isto é, cada vez que uma pessoa vota tomamos nota do endereço de onde está a fazer o voto. Se nos aparecer outro voto, com o mesmo endereço IP durante as seis horas seguintes, simplesmente ignoramos o voto.
Este comportamento, que à primeira vista parece perfeito para evitar a fraude, coloca um sério problema. Há muitas situações em que podemos ter votos perfeitamente legítimos provenientes do mesmo endereço IP que vão ser rejeitados. Isto acontece porque o número de endereços IP não só é limitado como está quase completamente exaurido. Assim para protelar o fim da disponibilidade de endereços IP utiliza-se uma técnica conhecida por NAT, que permite que vários utilizadores partilhem o mesmo endereço IP para aceder à Internet. Toda a gente que tem um router em casa que permita que dois ou mais computadores acedam à Internet (ou telefones espertos, ou tablets, ou qualquer aparelho que se ligue à rede), usa alguma forma de NAT, a maior parte dos escritórios usam esta técnica, etc.
Assim, se estiver num escritório, por exemplo, apenas a primeira pessoa que votar terá possibilidade de registar o respectivo voto. Infelizmente é absolutamente necessário usar esta medida, caso contrário a votação é completamente subvertida.
Há possibilidade de dar uma chapelada neste tipo de votação? Claro que há, a solução encontrada é um compromisso entre a facilidade de votar e a segurança da votação.
Que ganhe o melhor, sem batota!

Como aparece o Capeia Arraiana nesta eleição?

BlogometroNa categoria «Blogues Regionais» foi incluído o nosso Capeia Arraiana.
Agora só falta o voto de todos os amigos do Capeia Arraiana que acreditam neste projecto que vive há mais de cinco anos sem qualquer subsídio e é o resultado da colaboração e do exercício de cidadania de muitos sabugalenses, de muitos raianos, de muitos beirões, enfim… de muitos cidadãos do mundo.

Para quem não sabe a escolha do Capeia Arraiana para esta eleição resulta de nos mantermos, diariamente, há mais de cinco anos no Top100 dos blogues de língua portuguesa. No dia 17 de Janeiro de 2011 o Capeia Arraiana posicionou-se em 84.º lugar entre os blogues de línguas portuguesa mais visitados nesse dia. O acesso para o Blogometro está disponível para consulta nos nossos links do frame esquerdo. Aqui.

VOTE! VOTE NO MELHOR BLOGUE REGIONAL! AQUI.

jcl

O Capeia Arraiana foi analisado ao pormenor pelos duendes de estatísticas do WordPress que aproveitaram para preparar e editar um relatório do ano de 2011 com algumas curiosidades sobre o tráfego do nosso blogue.

Estatísticas do WordPress sobre o Capeia Arraiana em 2011

Capeia Arraiana - WordPress

(clique na imagem para ver o relatório.)

Aqui está um excerto:
«O Estádio Olímpico de Londres tem uma capacidade de 80.000 pessoas. Este blogue foi visitado cerca de 490.000 vezes em 2011. So fosse o Estádio, eram precisos seis eventos esgotados para que toda gente o visitasse.»

O WordPress é uma solução profissional gerenciadora de conteúdos em open source (licença de código aberto) criado por Ryan Boren e Matthew Mullenweg.
O programa é utilizado, também, como plataforma de desenvolvimento de projectos de sites de comércio electrónico, revistas, jornais, portfólio, diretório de eventos e outros conteúdos devido a sua capacidade de extensão através de plugins, temas e programação PHP.

O Capeia Arraiana está alojado desde o seu início, há seis anos, nos servidores da WordPress e é auditado pelo Sitemeter, um sistema de análise e registo de tráfego na Internet reconhecido internacionalmente. Aqui.
jcl

A inscrição da nossa Capeia Arraiana no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial foi um dos grandes acontecimentos concelhios de 2011.

Ramiro Matos – «Sabugal Melhor»Fortemente enraizada na cultura popular, em especial da parte raiana do Concelho, este é um fenómeno cultural que une a esmagadora maioria dos sabugalenses espalhados pelos quatro cantos do mundo.
Estiveram bem todos aqueles que, desde o primeiro momento, defenderam o seu reconhecimento nacional, mais um passo para afirmar a nossa identidade e diferenciação quer a nível sub-regional, quer a nível nacional.
Mas se este é um momento de alegria e de sentimento do dever cumprido, este é também um passo que desafia a nossa capacidade em afirmar este acontecimento único, sabendo responder à previsível maior atenção que todos lhe vão dar.
Quero com isto dizer que, não deturpando a «capeia», temos de encontrar novas formas de conjugar a pureza e a tradição, com formas inovadoras de captação de novos entusiastas.
É um desafio que toca todos, desde as Comissões Organizadoras de cada terra, às Juntas de Freguesia, à Câmara Municipal e à Casa do Concelho do Sabugal.
Não quero, até porque para isso não tenho competência, apontar caminhos, limito-me a alertar para esta nova realidade.
A Capeia Arraiana, não deixando de ser um dos mais importantes símbolos da «identidade sabugalense», passou a ser reconhecida por todos como Património Cultural Imaterial de Portugal.
Estou convencido que saberemos honrar esta distinção!

Ps: Sai esta crónica em vésperas de mais um Natal. Desejo a todos os que regularmente acedem a este Blogue umas ótimas festas na companhia dos seus.
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos

rmlmatos@gmail.com

Mês de Agosto é sinónimo de Festas no concelho do Sabugal. E logo na primeira semana tiveram lugar em Ruivós noites de intenso convívio organizadas pelos mordomos da Capeia Arraiana e pela Associação dos Amigos de Ruivós.

Festa Associação Amigos Ruivós Agosto 2011

A semana em movimento, organizada pelos Mordomos da Capeia de 2011, revelou-se um importante marco para prender as nossas gentes na aldeia.
Desde o dia 1 até ao 6, a animação não parou e o Salão de Festas foi o local escolhido para os festejos. Em cada dia o tema festivo era diferente, desde os Anos 80, à caipirinha, à noite branca, à noite da mulher e à festa da cerveja e do shot.
O último dia – 6 de Agosto, foi dedicado ao Dia do Sócio da Associação dos Amigos de Ruivós (AAR), em que tiveram lugar: uma missa, um almoço convívio, a assembleia geral da AAR, a anual capeia nocturna e para o encerrar das festividades uma festa temática em que se comemorava o início do verão.
De facto, o principal motivo destas festas – a capeia – foi bem sucedido e, com grande agrado por parte dos mordomos, com grande assistência.
Sem dúvida, Ruivós esteve em movimento durante essa semana, pois todos os dias marcaram grande agitação desde a ginástica ritmica, jogos tradicionais e ainda um passeio de motas velhas pelo concelho do Sabugal que reuniu cerca de 25 motards.
No final, é grande a satisfação dos mordomos que desde o primeiro momento aceitaram o convite, para que a aldeia de Ruivós fosse espaço de festejos e animação neste mês onde o que não falta por aí são festas mas que nesta aldeia não exitem (existiam).
Os Mordomos da Capeia de 2011 agradecem a todos os que participaram e colaboraram nestes belos dias vividos em Ruivós.
Marlene Leitão
(Mordoma da Capeia Arraiana de 2011)

ALDEIA VELHA – CAPEIA E… ENCERRO

«O Forcão, guarnecido de homens, está a postos no meio da praça. Dispensam-se as cerimónias de cortesia, e o pedido da praça, tal como a música, as camisolas e os bonés estampados dos rapazes que pegam ao forcão. Tudo isso se reserva para a tarde. Por ora, trata-se apenas de testar a bravura dos bois, uma espécie de tenta, ou, talvez mais correcto, uma forma de dar expressão à ânsia incontida da festa, à fome dos touros! Na falta do clarim, quatro pancadas fortes na chapa metálica do portão dos curros avisam que o touro vai entrar em cena. Ei-lo, negro, bisco e desenvolto como um relâmpago, a sair de revés, a percorrer todo o perímetro do largo, a limpar, obrigando a recolher aos salva-vidas todos os que ainda permaneciam na arena. Finalmente o bicho apercebe-se do forcão, à sua direita, de onde os rapazes o desafiam insistentemente. Sem se fazer rogado, vai-se à galha, prega-lhe uma valente marrada que obriga a rodar harmonicamente todo o conjunto. Ouvem-se gritos de euforia e receio. A rapaziada aguenta firme e os aplausos irrompem, merecidos.»

Capeia

Negro
Mais negro que os fogueiros ào inferno;
Gordo,
Mais gordo que as mulheres de um rei negróide;
Bufão,
Mais bufão do que Noto, Eolo e Bóreas à compita;

Veloz,
Mais veloz que os golfinhos de Nereu –
Entrou na praça o boi galhardo.
Escarvando,
Olfacteou o argiloso chão,
Com um ar de Satã alucinado.

Depois,
Erguendo a cabeça,
Achou pequenas a pequenez da praça
E a amplidão dos céus.

Depois, ainda,
Mugiu
Em ódio clamoroso e clangoroso.
Então,
A praça entrou nos delírios do pavor.
O forcão
Quedou-se desamparado
No meio do terreiro
E os capinhas galgaram em pamco
O espaço que os separava das trincheiras.
Sozinho,
No meio da praça,
O boi,
Já gigante,
Mais se agigantava.

Empoleirado num carro,
Exalçado a lenha
E enfeitado a colchas,
O tamborileiro rufava,
Querendo rebentar o velho bode.

Então os solteiros ganharam coragem
E, saltando aos magotes para a arena,
Imobilizaram o boi
Entre os aplausos dos homens
E os gritos das mulheres.
Manuel Leal Freire

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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BRAVURA E ARTE

«Tratando-se de um espectáculo onde a cor e a arte, numa palavra a beleza está sempre presente, achamos que a escrita não seria suficiente para traduzir toda a sua dimensão. Costuma dizer-se que uma boa imagem vale por mil palavras. E para a melhor tradição raiana só o seu melhor fotógrafo. A prova está à vista, não precisamos de elogiar. Mais do que um texto ilustrado com belas fotos, o resultado é um livro de fotos ilustrado com texto.»

FÓIOS – CAPITAL DA RAIA

«A Capeia dos Foios realiza-se na terceira terça-feira do mês de Agosto integrada nas festas em honra do Santíssimo Sacramento. O encerro inicia-se no planalto do Lameiro, para onde os touros vêm de madrugada, e dirige-se para a aldeia pelo caminho da serra, seguindo depois pela estrada que vem da Aldeia do Bispo em direcção à praça. Como sempre, o professor Zé Manel, presidente da Junta quase uma vida, num breve discurso gritado no megafone, dirige-se à assistência: agradece aos forasteiros a visita, pede aos fojeiros que recebam bem e recomenda valentia e prudência aos que enfrentam os toiros.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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IDENTIDADE DE UM POVO (2)

«A afición das gentes de Riba Côa não fica atrás da de outras regiões onde ocorrem manifestações tauromáquicas. Pelo contrário, a sua adesão aos touros supera em muito a adesão das regiões onde se fazem touradas à portuguesa, que como se sabe têm sofrido nas últimas décadas um decréscimo de assistência. Qualquer capeia arraiana encherá todos os lugares disponíveis da praça, por maior que seja, a pontos de ser dizer na Raia que onde há cornos há gente.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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IDENTIDADE DE UM POVO (1)

«À hora da capeia todos os lugares estão preenchidos. Cada pessoa posiciona-se onde encontre sítio disponível. A afluência ultrapassa em muito a lotação das bancadas, apinhadas de gente nas posições mais caricatas. Há quem veja o espectáculo debaixo dos reboques, deitado por terra, outros permanecem durante toda a lide encalampeirados em postes de electricidade, telhados e outras estruturas. Janelas e varandas mal podem com tanta gente. Com a tourada prestes a iniciar, há ainda tempo para ajudar senhoras e crianças a subir para os tabuados e beber uns copos com os amigos, correndo-se o risco de não conseguir o melhor sítio para assistir ao primeiro touro, situação que se pode corrigir logo que alguém se levante para ir ao bar. Já que não há lugares marcados, os que vão ao bar deixam os lugares para os que deles precisam.»

Ó FORCÃO RAPAZES

«O festival Ó Forcão Rapazes realiza-se por volta do dia 20 de Agosto, no segundo ou no terceiro sábado, conforme o maior ou menor avanço do calendário. Com a Praça de Touros a regurgitar de gente, completamente esgotada por uma assistência vibrante e colorida, a rapaziada da Raia demonstra a sua raça na espera dos bravos e corpulentos touros. A lide, com duração de 15 minutos para cada equipa, é controlada pela organização. Antes do início da capeia tem lugar o espectacular desfile das equipas, marcado pelo rufar dos tambores e pelos aplausos ruidosos dos apoiantes de cada uma das equipas. No final do desfile, os grupos alinham-se em conjunto no centro da Praça, lado a lado, e escutam as palavras de circunstância e de estímulo proferidas pela entidade oficial convidada, normalmente o presidente da Câmara, representante máximo do concelho. Terminado o discurso, as equipas voltam a desfilar, desta vezpara a trincheira, onde aguardarão a sua vezde medir forças com o touro que lhes calhou em sorteio.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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FORCÃO (3)

«O forcão é empunhado por uma trintena de jovens, distribuídos pelos mais de 300 quilos de toda a estrutura. O rabiche, leme do artefacto, é operado à altura da cabeça dos rabejadores, enquanto a base se mantém pela cintura ou até mais abaixo, dependendo da forma como investem os touros. Estes, ao marrarem, por vezes levantam a cabeça (derrote), e com ela o próprio forcão, obrigando os rapazes da respectiva galha a dependurarem-se nele, fazendo peso para o baixar. Há, porém, outros que marram de cima para baixo, humilhando, podendo ainda ser bons trepadores, o que causa, por vezes, alguns embaraços aos jovens. Neste caso é preciso usar de toda a força para levantar o forcão.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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FORCÃO (2)

«Falar da capeia arraiana é falar do artefacto que a torna tão peculiar. Não é difícil, ao analisarem-se outras tauromaquias, encontrar razões para as suas diferentes formas e meios utilizados: o cavalo, os ferros, a corda, os enganos, etc. Explicam-se pela origem da própria tauromaquia, pela caça, pelos treinos de guerra, ou simplesmente pela necessidade de domínio do homem sobre as espécies bravias, com vista ao aproveitamento dos recursos que propiciam. Com o forcão tudo é diferente, não são fáceis as explicações nem descortináveis as origens. Se não oferece dúvidas a ninguém a ancestralidade das garraiadas em Riba Côa, já quanto ao uso do forcão ninguém tem certezas sobre a época do seu aparecimento. Há quem o associe a guerras passadas.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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FORCÃO (1)

«Diz Adérito Tavares que, etimologicamente, a origem do nome forcão se liga à palavra latina furca, de onde também deriva forquilha, fourchete do francês, que significa garfo. Aliás, o forcão, assemelha-se muito a uma gigantesca forquilha. Adolfo Coelho corrobora que palavras como forcado ou forcada e forquilha derivam de furca, termo latino que se referia a uma rudimentar e tosca ferramenta de madeira, com dois ou mais dentes, usada na recolha de feno e palha, também chamada forca. Joaquim Lino da Silva descreve forcada ou forcado como um grosseiro tridente feito de um ramo de carvalho ou vidoeiro a que se dá a melhor forma em verde.5 Embora este autor a mencionasse no Barroso, a ferramenta sempre existiu noutras regiões, designadamente na Beira.»

A PRAÇA

«Actualmente quase todas as freguesias da margem direita do Rio Côa, incluindo algumas anexas, possuem capeias. Aldeia da Ponte, Aldeia do Bispo, Aldeia Velha, Alfaiates, Fóios, Forcalhos, Lageosa da Raia, Ozendo e Soito participam no festival Ó Forcão, uma espécie de 1.ª divisão da capeia, como já alguém disse. A Rebolosa, que até tem praça, sente-se discriminada por não lhe ser permitido participar, uma vez que tem capeias com regularidade. A Nave, voltou à regularidade que, pelos vistos, tinha no início do século XX. Ruivós, Vale de Espinho, Vale das Éguas, Badamalos, Seixo do Côa (margem esquerda) e até o Sabugal organizam garraiadas, capeias noturnas ou capeias diurnas de forma intermitente.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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ENCERRO

«Entre a poeira ao longe despontam as varas dos cavaleiros e, logo no meio do turbilhão, o sobe e desce dos vultos em corrida encrespada, enquanto um rio de poeira acompanha a turba ao longo do caminho. Depressa a cavalgada se aproxima em crescendo ruidoso e passa em grande velocidade sob a muita algazarra de participantes e assistentes. À frente vão os cavaleiros mais experientes, abrindo caminho como batedores, e logo a seguir os cabrestos com enormes chocalhos servindo de chamariz aos seis lustrosos touros pretos, que, misturados no turbilhão, mal se apercebem do que se passa em redor. Só contei quatro – diz um sujeito atrás de nós. Iam mais dois amarelos junto aos cavalos – contrapõe prontamente outro dos presentes. Atrás, vêem-se agora dezenas de cavaleiros e algumas amazonas e, de seguida, a enorme procissão de peões, carros e motos vai engrossando até desembocar na praça. No meio da confusão, os cães ladram de excitação.»

MORDOMOS

«Sem organizadores não haveria festas ou outros eventos sociais. É às comissões também designadas por mordomias, que competem os preparativos, e as tarefas inerentes aos festejos. A escolha dos futuros mordomos é da responsabilidade dos mordomos cessantes. A nomeação dos seus substitutos é a derradeira acção da comissão. Em princípio, cada elemento escolhe o seu sucessor sem precisar de o consultar; mas o normal é que o consulte previamente para indagar da sua vontade em aceitar. A escolha sigilosa significa quase sempre intenção de castigar alguém que criticou ostensivamente a comissão anterior. A nomeação é, por regra, feita publicamente na igreja ou numa pausa do baile. Normalmente nunca se repetem as pessoas, uma vez que se trata de uma festa que exige muito trabalho, responsabilidade e dinheiro.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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CAVALOS… CAVALOS… CAVALOS

«Onde existem touros há geralmente cavalos, como acontece em Riba-Côa. Frequentemente aponta-se como origem das capeias arraianas a tradicional existência de gado na Genestosa espanhola; mas a verdade é que a presença de gado bovino e equino em Riba-Côa é ancestral, como prova o foral leonês de Alfaiates, que sobre o assunto tem variadíssimos preceitos legais. Aí se diz, por exemplo, que um guardador de gado recebia por cada quatro éguas guardadas um morabitino; os proprietários de mais de 25 vacas teriam de as registar, e para as vistorias do concelho teriam que disponibilizar um cavaleiro.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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O CULTO RAIANO DO CAVALO

«Nos últimos anos tornaram-se habituais os encontros equestres na região, realizados sobre a forma de passeios. Em Aldeia do Bispo, no tradicional passeio que ocorre antes da capeia, vêem-se agora dezenas de cavaleiros, que dão mote ao próprio cartaz. Mas onde os raianos demonstram a sua grande afeição pelos cavalos é no encerro dos touros, onde chegam a juntar-se mais de uma centena. Dá gosto vê-los, bem arreados, pêlo lustroso, crinas e caudas aparadas e penteadas, aqui e ali tranças e laços, alguns efectuando acrobacias e passos artísticos à voz do cavaleiro. Nas aldeias raianas da capeia, os cavalos são às centenas, muito por causa dos encerros. Alguns são apenas montados no dia da capeia.»

A CULTURA DO TOURO

«A força, poder e coragem que emanam do touro valeram-lhe o respeito e admiração do homem, que em alguns casos o considera como representativo de um ser superior. O poder reprodutivo, a virilidade, a luta incessante, investindo até à morte contra o inimigo, originaram mitos sagrados que perpassam em alguns livros da Bíblia: símbolo de fertilidade, invencibilidade, chefia e poder de destruição1. Acreditava-se que era nos chifres que o touro concentrava a força da vida, razão para neles se amarrarem os arados que deviam semear as terras.»

As capeias arraianas do mês de Agosto começam na Lageosa da Raia no dia 6 e terminam em Aldeia Velha no dia 25. A alma do povo do concelho do Sabugal materializa-se na festa do forcão. «Eternamente raianos» como diz a repórter Helena Leitão (com imagens de Henrique Concha) da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).

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A CULTURA DO TOURO

«A força, poder e coragem que emanam do touro valeram-lhe o respeito e admiração do homem, que em alguns casos o considera como representativo de um ser superior. O poder reprodutivo, a virilidade, a luta incessante, investindo até à morte contra o inimigo, originaram mitos sagrados que perpassam em alguns livros da Bíblia: símbolo de fertilidade, invencibilidade, chefia e poder de destruição1. Acreditava-se que era nos chifres que o touro concentrava a força da vida, razão para neles se amarrarem os arados que deviam semear as terras.»

A ESCOLHA DOS TOIROS

«Quando está no seu meio natural, rodeado pelos da sua espécie, o touro não demonstra o comportamento agressivo que apresenta na praça. É para recriar o ambiente de manada, em que o touro se sente mais tranquilo, que se usam cabrestos8 para o conduzir nos encerros e para o retirar da arena, depois da lide. Quando está isolado, é estimulado a investir, não só contra pessoas e animais, como contra qualquer objecto, ainda que movido pelo vento.»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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ESCOLHER AS GALHAS E FAZER O FORCÃO

«A preparação do forcão é tarefa da máxima responsabilidade, pois da sua robustez depende a segurança de quantos lhe pegam. Em todas as aldeias da capeia há indivíduos especializados na sua execução, e a eles recorrem os mordomos na altura de o fazer. O Zé Penetra da Lageosa e João Fernandes de Aldeia do Bispo já executaram mais de meia centena para as suas terras e terras vizinhas, sem cobrarem pelo trabalho. Por se tratar de lenha de carvalho, pesada por natureza, corta-se no Inverno ou na Primavera, geralmente na Páscoa, para que esteja seca e leve quando for usada. Para a sua construção são necessários um pau principal de pinho, 3 galhas, 20 estadulhos, 4 varas transversais e 4 tornos para o rabicho. Em alguns casos, as galhas são cortadas no rebollar espanhol, com o consentimento do respectivo alcaide.»

UMA ESPÉCIE DE RELIGIÃO

«A Capeia Arraiana não é uma tauromaquia qualquer. Como uma espécie de religião em que se acredita, não basta assistir, é preciso participar, ir ao encerro, comer a bucha, beber uns goles da borratcha e voltar com os touros, subir para as calampeiras, ser mordomo, ser crítico tauromáquico, discutir a qualidade dos bitchos e a lide ou, simplesmente, ser fotógrafo da corrida.»

E TUDO COMEÇA… NA LAGEOSA DA RAIA

«Pouca gente saberá explicar que fenómeno é este que faz com que as pessoas mais idosas, muitas vezes de bengala e com dificuldade de movimentos, consigam sair de casa e encalampeirar-se num palco ou enfiar-se num buraco debaixo de um carro, para não perder nem um carxinho do espectáculo! Por vezes, dá-se a desculpa do filho ou do neto que andam no corro… Outras, foge a boca para a verdade e confessa-se: «Não há nada melhor que a capeia! Não sou capaz de ficar em casa… Para o ano, quem sabe se cá estou!»

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Textos de António Cabanas e Fotos de Joaquim Tomé (Tutatux) retirados do livro «Forcão – Capeia Arraiana»
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No livro «Forcão – Capeia Arraiana» as poderosas imagens de Joaquim Tomé (Tutatux) investem ao longo das páginas nas galhas da escrita magistral de António Cabanas e vão servir para acrescentar história à História das terras de Riba-Côa. António Cabanas, natural de Meimoa, é também um homem da Malcata e da Raia e é agora, definitivamente, um verdadeiro raiano. Reportagem da jornalista Paula Pinto com imagem de Miguel Almeida da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).

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Há tourada na Aldeia. «A festa seguiu tarde fora. Na arena improvisada a força da besta e a bravura dos homens foram desafiadas numa festa para que a tradição não acabe», relata a repórter acompanhada pelas palmas dos sons ciganos. Reportagem da jornalista Sara Castro com imagem de Miguel Almeida da Redacção da LocalVisãoTv (Guarda).

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