You are currently browsing the daily archive for Quarta-feira, 25 Maio, 2011.
A análise às contas de 2010 da Câmara Municipal do Sabugal levou os vereadores da oposição a fazerem fortes criticas à situação financeira do Município especialmente no que se refere ao crescimento da dívida acumulada.
Na reunião do executivo de 20 de Abril, realizada com o fim de votar as contas de 2010, o presidente da Câmara, António Robalo, congratulou-se com as mesmas, atendendo a que as contas reflectiram um saldo do exercício a transitar para o ano de 2011, superior a 700 mil euros. Isto ainda que as despesas (18.061.531,67), sejam superiores às receitas (17.983.213,14) contabilizadas ao longo do ano.
Colocadas a votação as contas foram aprovadas com os votos favoráveis dos vereadores do PSD, tendo os vereadores da oposição, PS e MPT, optado pela abstenção.
O vereador Joaquim Ricardo, eleito pelo MPT, apresentou uma declaração de voto, onde fez a análise exaustiva às contas. Alertou especialmente para o comportamento da dívida que cresceu 35% de 2009 para 2010. Preveniu ainda para o peso significativo dos encargos com o pessoal (36,7% da despesa total) e com a aquisição de bens e serviços (38,9%).
Joaquim Ricardo criticou ainda o facto dos documentos com as contas não apresentarem o parecer do Revisor Oficial de Contas nem o relatório de conclusões de auditoria, documentos que, embora não obrigatórios, «são de primordial importância para a tomada de posição já que poderão conter recomendações importantes».
Quanto à execução orçamental, o vereador do MPT avisou que a receita total não foi suficiente para cobrir as despesas efectuadas. «Gastou-se o que se não Tinha», concluiu Joaquim Ricardo.
A vereadora Sandra Fortuna, a quem coube fazer a declaração de voto em nome dos eleitos do PS, colocou também o assento tónico no aumento da dívida a terceiros, alertando para o risco da Câmara deixar de ter capacidade para proceder ao pagamento dessas mesmas dívidas. A dívida acumulada ronda os 9 milhões de euros, o que inquieta os socialistas: «estamos preocupados, pois a Câmara aproxima-se da insolvência, o que só pode ser fruto de uma má gestão, porque a dívida aumenta de ano para ano. Não se conhece nenhum PEC para evitar esta subida de dívidas», disse a vereadora do Casteleiro para justificar o voto de abstenção dos eleitos do PS.
plb
Há cerca de dois meses fui contactado pela Dr.ª Ana Morgado, da Câmara Municipal de Sabugal, a solicitar a minha colaboração relativa a umas jornadas de convivência com alunos dos dois lados da fronteira.
Contactámos com o Ayuntamiento de Navasfrias e a Mancomunidad del Alto Águeda e marcou-se uma reunião com autarcas, professores e funcionárias desta última instituição.
Foi com muito gosto que, passados alguns dias, acompanhei a Dr.ª Ana Morgado, as professoras Maria do Céu Chapeira, Fátima Bárbas e a funcionária Silvina tendo sido efectuada uma reunião com autarcas espanhóis, professoras e técnicas da Mancomunidad del Alto Águeda que tem sede em Fuenteguinaldo.
Para quem não souber o que é a Mancomunidad informo que é uma associação das localidades dessa zona que se designa por Alto Águeda. Dezanove pueblos.
O principal objectivo da parte portuguesa era levar as crianças a tomarem contacto com a linha de fronteira e também com a realidade do contrabando.
Para que tudo corresse na perfeição, como correu, uma semana antes fizemos o percurso tendo visitado a casa dos contrabandistas. É um enorme barroco com uma cavidade onde cabem cerca de vinte pessoas.
Os quatro autocarros que transportaram as cento e sessenta crianças chegaram à praça de Foios por volta das dez e meia e depois de devidamente estacionados todas as crianças saíram tendo tomado o pequeno almoço junto do edifício do Centro Cívico que teve as portas abertas para que crianças e adultos pudessem usas as casas de banho.
A Junta de Freguesia de Foios teve o prazer e honra de oferecer os cafés a todos os adultos. Professoras, auxiliares, condutores e alguns pais.
Por volta das onze e meia os autocarros chegavam a um largo existente no alto da Serra das Mesas.
Depois de devidamente estacionados todas as pessoas desceram e ouviram as explicações que lhes foram transmitidas.
De seguida fez-se o percurso até à casa dos contrabandistas cuja distância é apenas de cerca de cento e cinquenta metros.
As crianças, acompanhadas pelas respectivas professoras e educadoras, fizeram esse pequeno percurso algo amedrontadas porque sabiam que iam visitar, em plena serra, a casa dos contrabandistas.
Confesso que foi muito bonito. As professoras e funcionárias que prepararam e executaram a peça (drama) estão, na verdade, de parabéns.
Duas fardadas de guardas-fiscais e mais três vestidas de contrabandistas executaram uma peça de se lhe tirar o Chapéu.
Quando as crianças iam chegando à dita casa eis que saem as três contrabandistas, com os respectivos carregos quando, num ápice, são surpreendidas e apanhadas pelos dois guardas fiscais (obrigado a quem lhes emprestou as fardas).
As crianças estavam algo surpreendidas e um pouco assustadas quando a cerca de cinquenta metros foi disparado um tiro, para o ar, sem que até eu soubesse de onde tinha vindo e quem teria disparado.
Os guardas-fiscais tentavam arrebatar os carregos às contrabandistas e estas choravam e suplicavam dizendo-lhes que eram pobres e que tinham os filhos em casa a pedir pão.
No meio de tanta barafunda os guardas-fiscais acabaram por compreender a situação, daquelas três pobres contrabandistas, e a história acabou com um final feliz.
Após a cena, com um megafone, explicou-se tudo muito bem às criancinhas tendo todas compreendido a situação e agradeceram com uma grande salva de palmas.
Da casa dos contrabandistas fez-se o percurso até à nascente do rio Côa onde a maioria das crianças beberam água.
Foi-lhes dada uma breve explicação, relativamente à nascente, que começa brotando uma pequena quantidade de água indo depois engrossando até chegar a Vila Nova de Foz Côa onde desagua no rio Douro.
Recordo-me de uma criança ter dito que esse não podia ser o rio que passava na Rapoula uma vez que aí já era muito grande.
Houve ainda tempo para se lhe mostrar um marco fronteiriço que tem numa das faces o P de Portugal e noutra face o E de España.
Visto que já era um pouco tarde e porque os espanhóis nos esperavam no parque “El Bardal”, mais concretamente no Centro de Interpretação da Natureza, os quatro autocarros, um carro da Câmara, a carrinha da Junta de Freguesia de Foios e um jipe dos Bombeiros do Soito, rumam todos até Navasfrias, via Aldeia do Bispo, onde chegámos apenas com um quarto de hora de atraso.
Junto do Centro de Interpretação da Natureza encontravam-se as autoridades autárquicas, técnicas da Mancomunidad del Alto Águeda, vários fotógrafos e elementos da Rádio Televisão da província de Salamanca.
Já dentro do Centro de Interpretação o Sr. Alcalde, Celso Ramos, proferiu umas palavras de boas vindas tendo agradecido o facto de se ter escolhido esse bonito parque. «EL BARDAL».
Após esta recepção toda a gente entrou no coração do parque, onde se encontram imensas mesas distribuídas como que a esperar por tanta gente.
Depois do almoço, e tal como estava combinado, os quatro autocarros deslocaram-se à zona das minas de volfrâmio, que dista três quilómetros de Navasfrias, na direcção de El Payo.
Como a visita às minas só pode ser feita por grupos de quinze ou vinte alunos, enquanto uns faziam as visitas outros faziam jogos que intercambiavam com outros alunos espanhóis.
Assim terminou uma bonita e proveitosa jornada pedagógica que certamente ficará guardada, para sempre, na mente dos alunos e adultos que nela participaram.
Informo ainda que estas actividades se vão prolongar pelos dias de amanhã quinta feira, 26 e sexta feira 27.
Vão, naturalmente, participar outros alunos e professores e haverá outras contrabandistas e guardas fiscais.
Estas importantes jornadas são, naturalmente, apoiadas pelo Agrupamento de Escolas de Sabugal, Câmara Municipal, Junta de Freguesia de Foios, Ayuntamiento de Navasfrias, Mancomunidad del Alto Águeda e Associação Humanitária dos Bombeiros do Soito.
Faço votos para que nos dois dias restantes o bom tempo nos continue a acompanhar.
Parabéns a quem organizou e a quem participou.
Fora das quatro paredes muito se aprende!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
A Câmara Municipal do Porto aprovou esta terça-feira, dia 24 de Maio, dois votos de congratulação ao escritor Manuel António Pina, há muito radicado na cidade, por ter sido galardoado com Prémio Camões 2011.
As propostas de congratulação para com o escritor sabugalense foram apresentadas pelo vereador da CDU, Rui Sá, e pela vereadora do Conhecimento e Coesão Social, Guilhermina Rego, do CDS.
Apesar de terem sido votadas em separado, ambas as propostas foram aprovadas por unanimidade na reunião da Câmara Municipal.
Recorde-se que, no passado dia 12 de Maio, Manuel António Pina ganhou o Prémio Camões, o maior prémio de literatura em língua portuguesa.
Entretanto Manuel António Pina é um dos nomes em destaque na Feira do Livro do Porto, que a Avenida dos Aliados acolhe até ao dia 12 de Junho.
Durante o evento está prevista a realização de quinze debates com escritores e outras personalidades da cultura. Manuel António Pina, vai participar em 4 de Junho, com José Tolentino Mendonça, no debate «A volúvel matéria das palavras», que incluirá a leitura de poemas por Alberto Serra.
plb
A revitalização de uma aldeia como o Casteleiro é fundamental para as gerações actuais e futuras. E isso acontece também com a dinamização de iniciativas como a Festa da Caça, que este ano vai para a segunda edição, depois da belíssima experiência do ano passado.
A minha terra sempre foi terra de caça e de caçadores. Eu mesmo, não: nunca fui à caça. Mas sou excepção, mesmo. E devia ser bom nisso: atirador especial em Mafra, Operações Especiais / Ranger em Lamego (1971/72)… Tenho a «obrigação» de não falhar no tiro instintivo – que é o que a caça é… Só que me dá pena da bicharada, sei lá!
Mas adiante.
A Festa da Caça vai acontecer daqui por quinze dias: de 10 a 12 do mês que vem – sexta (feriado), sábado e domingo.
O programa está praticamente fechado e dele destaco, para lá das iniciativas dedicadas à Caça propriamente dita, os seguintes momentos especiais de cultura:
– dia 10, às 18 horas: Fanfarra Sacabuxa anima a Festa.
– dia 11, às 22: Banda Virgem Suta.
– dia 12, às 17: Cantares do Fundão.
As ruas vão estar sempre animadas por grupos especialistas nessa tarefa.
Mais uma vez, portanto, uma grande Festa.
E também uma absoluta novidade de que tomei conhecimento com muito carinho: vai acontecer no Casteleiro, pela mão de duas dezenas de artistas, em estreia mundial, a recriação da Caça ao Gambuzino.
Atenção: o gambuzino existe. É um ser da nossa imaginação de crianças. À noite, ao serão ao ar livre em grupo de famílias, o Sr. José Carlos (Mendes Figueiredo), nosso vizinho sempre brincalhão, mandava-nos, aos miúdos, ir ali mesmo à ponta do aqueduto da Cabina Eléctrica esperar com uma saca os gambuzinos que os grandes iam enxotar lá de cima, da outra ponta do aqueduto. Isto, pelas nove e meia, dez. Mandavam as regras que por ali ficássemos até os gambuzinos «saírem»… ou seja: até que os meus pais me mandavam destroçar, digamos assim, por volta das 11 e meia – que ao outro dia havia «escola». E dos gambuzinos, ate hoje, nem rasto – claro. Nunca vi nenhum. E vocês? Li na net que são pássaros ou peixes. Isso é que é imaginação. Pois se nunca ninguém viu nenhum… que raio!
No ano passado, foi a estreia da Festa da Caça do Casteleiro: era a 1ª edição e foi o que se viu: toda a gente encantada. Não perca agora a segunda edição – melhorada e ampliada para três dias…
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
A Rede de Judiarias de Portugal, com sede em Belmonte, está a estudar, com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC), uma candidatura a fundos para recuperação dos centros históricos dos municípios associados, anunciou hoje o secretário-geral do organismo. O Sabugal, que não integra a rede de judiarias, está fora do projecto.
Jorge Patrão, que também preside à Entidade Turística da Serra da Estrela, disse ontem, dia 24 de Maio, em Belmonte, à margem da apresentação da rede promovida pela embaixada de Israel, que «ainda não há verbas definidas», mas já há «caminho aberto» para o projecto.
Apesar de alguns dos municípios não estarem situados na Região Centro, aquele responsável refere que a candidatura será tratada com a CCDRC, que depois coordenará a vertente financeira com as restantes comissões regionais.
A candidatura permitirá «valorizar o património judaico e dignificar os espaços turísticos em que esse património se insere».
A Rede de Judiarias de Portugal foi constituída em Março de 2011 e integra os municípios de Belmonte, Castelo de Vide, Freixo de Espada à Cinta, Guarda, Lamego, Penamacor e Trancoso.
Fazem também parte da estrutura as entidades regionais de Turismo do Douro, Serra da Estrela, Lisboa e Vale do Tejo, Oeste, Alentejo e Algarve e ainda a Comunidade Judaica de Belmonte.
Ehud Gol, embaixador de Israel em Portugal, aplaudiu a criação da rede, depois de já ter visto nascer uma estrutura semelhante em Espanha, há 16 anos.
Na apresentação de hoje, que serviu também para assinalar o 63.º aniversário da independência de Israel, aquele responsável disse esperar que a ligação entre municípios e entidades «sirva para dar a conhecer a história judaica de Portugal».
plb (com Lusa)
Comentários recentes