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No dia 15 de Maio do corrente ano, a Confraria do Bucho Raiano marcou presença no VI Capítulo da prestigiada Confraria Gastronómica de Almeirim, com a qual há muito se estabeleceram laços de amizade e de cooperação.
A representação raiana esteve a cargo de quatro confrades, dois pertencentes à Chancelaria (José Marques e Horácio Pereira) e dois que têm colaborado nas diversas iniciativas (José Caçador e Cristiano Martins).
A concentração foi às 09h30, junto da Câmara Municipal de Almeirim, onde desde logo se constatou o grande número de representações presentes, cerca de 20 confrarias, o que ilustra a importância que a Confraria Gastronómica de Almeirim têm no panorama confrádico gastronómico português. Fomos recebidos com um «abafado de honra», acompanhado de várias iguarias, a que se seguiu o já tradicional desfile pelas artérias da cidade ribatejana, até ao cine-teatro de Almeirim. Assistimos depois a várias peças teatrais, com realce para algumas que foram interpretadas por jovens com Síndrome de Down, em virtude de a confraria de Almeirim apoiar aquela associação.
Após os discursos da praxe, houve tempo para votar nas Sete Maravilha Gastronómicas, já que a Confraria da Chanfana, de Vila Nova de Poiares, e do Doce Conventual Abade de Priscos, de Braga, aproveitaram para publicitar os seus produtos, tendo a Confraria da Chanfana entregue aos presentes pequenas malgas em barro contendo a famosa iguaria.
O almoço foi excepcional, desde logo com uma enorme quantidade de entradas fantásticas, das mais diversas iguarias da região, seguindo-se posteriormente a já famosa sopa de pedra, e ainda rojões acompanhados de migas ribatejanas.
Houve ainda acompanhamento musical durante o almoço, no qual o confrade José Marques (Zeca), chegou mesmo a cantarolar junto com o artista, formando um dueto prometedor, mostrando assim que os raianos estão preparados nas mais variadas vertentes. No final houve o tradicional momento de trocas de lembranças entre as confrarias presentes.
Tendo a jornada corrido do agrado de todos, e levando em conta a necessidade de promover o bucho nestes encontros confrádicos, a nossa representação está já em preparativos para rumar a outras paragens onde a boa gastronomia nacional estiver presente.
Horácio Pereira
Interrompo hoje os textos que vinha escrevendo sobre os grandes desafios que se colocam ao nosso Concelho para dar conta de algumas boas notícias que directamente dizem respeito ao Sabugal.
1. Manuel António Pina
Embora o próprio escritor diga «Nasci no Sabugal, mas costumo dizer que me nasci a mim mesmo no Porto», é com grande satisfação que vejo um natural do Sabugal (nasceu e viveu os primeiros anos da sua vida na casa onde depois abriu o Café do sr. Abílio), ganhar um prémio com o prestígio do Prémio Camões.
Filho de funcionário público, o seu nascimento no Concelho prende-se com o facto do seu pai aqui ter vivido alguns anos. No entanto, Manuel António Pina não esconde nem menoriza esta sua ligação ao Sabugal, de que é prova a sua participação activa sempre que lhe pedem ou agendam eventos que tenham a ver com a sua pessoa e a sua obra.
2. A Sacaparte e as Águas Radium
Uma larga reportagem do Jornal Diário de Notícias publicada entre os dias 13 e 15 de Maio identificava como monumentos mais importantes a preservar no Distrito da Guarda a Sacaparte, o Castelo de Alfaiates e o hotel conhecido por Águas Radium.
A primeira vez que fui à Sacaparte era garoto e, vejam bem, fui à «boda» do casamento do Alcino «Palhinhas»!
Confesso que fiquei, desde esse dia, um apaixonado por aquele espaço, na altura, por certo, mais preservado que hoje.
Mais tarde, a consulta dos «Inquéritos Paroquiais» do século XVIII, permitiu-me uma primeira notícia sobre a «procissão dos nus» ali bem descrita pelo pároco de Alfaiates.
A Sacaparte era uma das grandes romarias das Beiras, rivalizando com a da Nossa Senhora da Ajuda na Malhada Sorda.
Pela mão do Xico Tó sou hoje sócio da Liga dos Amigos da Sacaparte e disposto a tudo fazer para que aquele espaço mágico e de grande história recupere o papel que já desempenhou em séculos passados.
Quanto às Águas Radium, lembro-me de brincarmos com o meu avô, porque, contava ele, que enquanto GNR tinha sido ali colocado uma noite para guardar o recheio do hotel já abandonado e tinham os dois guardas fugido de noite porque «aquilo estava assombrado e ouviram as almas penadas…»
Mas é um belo edifício que está colocado num lugar excepcional – junto a Sortelha e perto da estrada que liga à A23 e próximo da Serra da Estrela.
Que um jornal como o DN seleccione estes dois espaços como de importância maior no Distrito da Guarda, eis uma boa notícia, que nos obriga a todos a aproveitar…
3. João Matos
Por vezes esqueço-me de falar dos meus…
O João é meu filho e tem já um percurso assinalável enquanto produtor cinematográfico, na sua produtora «Terra Treme».
Falo dele agora, porque na edição deste ano do festival de Cinema Indie Lisboa, conquistou, enquanto produtor, o prémio da melhor longa-metragem portuguesa com o filme «Linha Vermelha» do realizador José Filipe Costa.
O João, embora nascido em Lisboa, orgulha-se da sua ligação ao Sabugal, aqui vindo sempre que pode e mantendo, em casa da avó, o seu espaço.
E por isso, sendo uma boa notícia para mim, penso que este prémio é também uma boa notícia para o Sabugal.
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
(Presidente da Assembleia Municipal do Sabugal)
rmlmatos@gmail.com
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