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A Confraria das Sardinhas Doces de Trancoso foi oficialmente constituída em ambiente de festa e alegria que reuniu cerca de meia centena de confrades e confreiras no seu primeiro capítulo realizado no dia 7 de Maio de 2011 no Convento de São Francisco (Convento dos Frades) de Trancoso.
As principais ruas do Centro Histórico de Trancoso encheram-se de côr com o desfile das Confrarias durante o I Capítulo de Entronização da Confraria das Sardinhas Doces de Trancoso que se encontraram na recepção e sessão de boas-vindas no Clube Trancosense numa prova de produtos regionais e sobretudo das Sardinhas Doces de Trancoso e outras doçarias tradicionais locais entre as quais a Bola de Folhas.
Foram entronizados no I Capítulo da Confraria das Sardinhas Doces de Trancoso o Governador Civil da Guarda, Santinho Pacheco, o presidente da Câmara Municipal de Trancoso, Júlio Sarmento, os Vereadores do Município de Trancoso, João Rodrigues, João Carvalho e José Veiga, o Secretário-Geral da AENEBEIRA- Associação Empresarial do Nordeste da Beira, Rogério Tenreiro, o coordenador da Raia Histórica/Castelos do Côa, Sales Gomes, o vogal do pólo de Turismo Serra da Estrela, Luís Pedro Cerveira, o escritor Santos Costa e, entre outros, empresários e fabricantes artesanais das Sardinhas de Trancoso.
O presidente do Município e agora Confrade, Júlio Sarmento, evidenciou na recepção realizada no Clube Trancosense, a importância que o Património tem no desenvolvimento desta cidade, salientando designadamente a Gastronomia como um dos vectores importantes neste domínio. O autarca e confrade aludiu à importância do comércio em Trancoso que possui uma das mais antigas e afamadas feiras/mercados e a maior Feira Franca do país que continuam a atrair gentes de várias regiões.
O governador civil da Guarda, Santinho Pacheco, destacou que «Trancoso foi sempre uma terra aberta! Tem um importante património em termos da antiga defesa militar. Agora acolhe muitas pessoas, umas desta cidade e outras de fora (numa alusão ao seu caso, oriundo do concelho de Gouveia) numa confraria das Sardinhas Doces, o único doce conventual que se encontra entre o Douro e a Serra da Estrela». E, sobre os ingredientes usados na receita tradicional das Sardinhas Doces de Trancoso, Santinho Pacheco justificou a utilização da amêndoa com a proximidade de terras como Longroiva, Meda ou Marialva onde essa cultura é abundante, o facto de Trancoso ter sido terra de cultivo de trigo e daí a sua farinha e a utilização dos avos na própria comunidade das religiosas de Santa Clara em cujo seio, como ainda agora acontece em conventos, são fabricadas as hóstias à base de claras e farinha e, como Trancoso possui um dos mais fortes mercados semanais e feiras que remontam à época dos Descobrimentos, naturalmente aqui afluiu o cacau que cobre as Sardinhas Doces.
Santinho Pacheco enalteceu a pretensão da Câmara Municipal de Trancoso em abrir na Plaza Mayor de Salamanca uma loja para a promoção dos produtos «sabendo-se que os espanhóis têm apetência na nossa gastronomia».
Madalena Carrito, presidente da Federação das Confrarias Gastronómicas de Portugal que envolve cerca de 70 Confrarias, associou-me a este primeiro evento da Confraria das Sardinhas Doces de Trancoso. Na sessão de entronização no Convento dos Frades, justificou a sua presença dizendo que a Federação tem vindo a desenvolver um trabalho de apoio a todas as iniciativas que as novas Confrarias estão a levar a cabo e que «este é um momento marcante e extraordinariamente importante para aquilo que a Confraria vai seguir que é a divulgação e a preservação do movimento confrádico através de um produto de extrema importância para esta região e para este Município concretamente».
Entre as personalidades presentes destaque, também, para Jaime Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares (Coimbra) e confrade da Confraria da Chanfana.
Foram madrinhas a Confraria do Azeite (Cova da Beira-Fundão) e a Confraria da Castanha dos Soutos da Lapa (Sernancelhe).
Estiveram presentes: Confraria do Bucho Raiano (Sabugal), Confraria da Urtiga (Fornos de Algodres), Confraria da Chanfana (Vila Nova de Poiares), Confraria da Maçã Portuguesa (Moimenta da Beira), Confraria da Panela ao Lume (Guimarães) e Confraria do Queijo Serra da Estrela (Oliveira do Hospital).
jcl (com Gabinete de Comunicação e Imagem da C. M. Trancoso)
Não se tem falado noutra coisa nos últimos tempos. A Troika é motivo de assunto em todos os «mass media» e, até, nas conversas do dia-a-dia do cidadão comum. A Troika junta o FMI, o BCE e a UE no ataque aos mais elementares direitos dos portugueses. Direitos esses que tanto custaram a ser conquistados por sucessivas gerações de portugueses.
As receitas da Troika são as habituais: mais neoliberalismo, mais cortes nas prestações sociais, aumento dos impostos ou cortes nas deduções fiscais.
Em contrapartida a Banca portuguesa vai receber 13 mil milhões de euros da comparticipação decidida pela Troika.
Eu lembro-me bem de ouvir os banqueiros, ainda há um ano, dizerem que a Banca portuguesa era muito sólida, muito mais sólida do que a Banca de qualquer um dos países da zona euro. De repente, tudo mudou e são os banqueiros que insistem para que seja concedida ajuda externa a Portugal, para serem eles os beneficiários de uma parte dessa mesma ajuda
Já nem vale a pena falar de tudo o que aconteceu há uns anos atrás, quando rebentou a «bolha» imobiliária nos Estados Unidos. Parece que toda a gente foi acometida de uma verdadeira amnésia e já ninguém se lembra. Para os que apoiam a ajuda externa, que vai contra a soberania portuguesa, nada aconteceu antes.
Foi exactamente o rebentar do escândalo da «bolha» imobiliária que fez precipitar esta crise.
Na Irlanda, por exemplo (um dos países que também teve que recorrer à ajuda externa) o Estado teve que investir milhares de milhões de euros na Banca para esta ser capitalizada. Quando essa mesma Banca estava a ter lucros fabulosos com a especulação imobiliária, não quis saber de nada. Por isso, muitos irlandeses dizem, e com razão: »Porque é que eu tenho que ajudar a Banca?»
Por cá também se passou algo de semelhante com o BPN. Foi só um pequeno desvio de cinco mil milhões de euros que teve que ser assumido pela Caixa Geral de Depósitos, o Banco do Estado. E toda a gente sai impune desse verdadeiro escândalo, como se nada se tivesse passado.
As parcerias público/privadas, um verdadeiro negócio da China que estão a arruinar o país começaram no consulado de Cavaco Silva como primeiro-ministro. Não pode, por isso, o actual Presidente da República, andar a apelar aos portugueses para que façam sacrifícios, quando parte da culpa por aquilo que aconteceu deve ser-lhe imputado.
Aliás, como é natural e toda a gente tinha obrigação de saber, quem nos tem (des)governado nos últimos 35 anos é responsável por esta crise. Isto não aconteceu, de repente, por qualquer cataclismo com origem divina. Vem de trás.
Está mais que provado que as receitas que foram aplicadas ao longo destes últimos 35 anos conduziram a este resultado. E, tome-se em atenção que já houve duas anteriores intervenções do FMI no país (em 1977 e em 1983).
O que causa mais admiração é o facto de, apesar de tudo o que se sabe, os portugueses continuarem a apostar nas mesmas políticas que nos conduziram a este estado. Basta ver as sondagens, que colocam os apoiantes da ajuda externa (melhor dizendo da ingerência estrangeira num país soberano) com valores próximos dos 80% de votantes. Será que os portugueses são masoquistas?
Nunca houve tanta informação disponível e, mesmo assim, os portugueses continuam a achar que as receitas da Troika e dos apoiantes portugueses da ingerência estrangeira são as melhores para o nosso país. Passado pouco tempo está quase tudo arrependido das suas opções de voto nas eleições.
Não será tempo de os portugueses dizerem «Basta!» a estas políticas que só nos têm conduzido ao desastre?
«Política, Políticas…», opinião de João Aristides Duarte
(Deputado da Assembleia Municipal do Sabugal)
akapunkrural@gmail.com
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