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REGIÕES GASTRONÓMICAS – VALE DO AVE – O mundo em evolução constante, tem proporcionado fenómenos, que caracterizam e definem as diferentes épocas. A gastronomia com a sua evolução, também tem acompanhado o desenvolvimento da humanidade, não deixando por isso de representar a identidade e características de cada região, que cada vez mais deve ser defendida, preservada e divulgada.
A Região do Vale do Ave que ocupa um vasto território e compreende dez concelhos, pode ser considerada uma das regiões da Europa onde se preserva a verdadeira gastronomia tradicional da região. Por isso não é de estranhar o larga afluência de turismo que atrai, não só das várias regiões de Portugal, de Espanha, França, Estados Unidos, Japão, etc.
A diversidade é tal, que uma refeição poderia ser distribuída por todos os concelhos que compõem esta interessante e turística Região do Vale do Vale.
Os antepastos, à base de enchidos, um bom presunto, pataniscas de bacalhau, ou umas cebolas ou tomates rachados com sal grosso, que melhor para iniciar uma boa refeição.
Depois de ter estes entretém de boca, começamos por uma suculenta sopa em Vizela ou Fafe. Uma sopa de cozido, feita na água que cozeu as carnes em Santo Tirso.
Os peixes, tão saborosos e frescos que podemos degustar na Póvoa de Varzim ou Vila do Conde, com as suas típicas caldeiradas. A truta assada no forno, em Vieira do Minho, assim como o bacalhau, característico em todo o Vale do Vale e cozinhado nas suas mil maneiras, como «à Zé do Pipo» em Famalicão, ou «à Julinha na Trofa», ou em Guimarães «à Caquinhos», que o torna único, em todo o Norte de Portugal.
Depois de ter saboreado um bom prato de peixe, passemos à carne, e aí a diversidade é enorme.
Comecemos pelo Bife à Romaria de Nossa Senhora de Porto d’Ave e Cabrito Assado à S. José na Póvoa de Lanhoso, depois uma Vitela, em Fafe ou Guimarães, uns Rojões à Moda do Minho, o Pica no Chão ou Rojões, em Famalicão, as Papas de Sarrabulho na Trofa, são algumas das mais variadas sugestões.
Passemos aos doces, para terminar da melhor maneira uma refeição. Os Jesuítas em Santo Tirso, o Bolo da Trofa, o Pudim Abade de Priscos ou o Toucinho do Céu, em Guimarães, as Queijadinhas em Famalicão, os Doces de Santa Clara em Vila do Conde, o Bolinhol em Vizela, os Barquilhos em Vieira do Minho, o Pão de Ló em Fafe e o os Barquinhos na Póvoa de Varzim, são algumas das esplêndidas sobremesas que podemos saborear nesta região do Vale do Ave.
Claro que toda esta panóplia de sugestões devem ser acompanhadas por um bom Vinho Verde, tão característico da região e único no mundo.
Esperamos que com este cardápio, e com estas sugestões gastronómicas, podemos afirmar. Visitem o Vale do Ave.
:: Bom apetite! ::
«Emoções Gastronómicas», crónica de Paulo Sá Machado
(Ensaísta, Historiador)
paulosamachado@netcabo.pt
A Unidade de Gestão Florestal da Beira Interior Norte (UGFBIN) da Direcção Regional das Florestas do Centro (DRFC) da Autoridade Florestal Nacional (AFN) organizou umas jornadas técnicas no concelho do Sabugal, com particular incidência no Perímetro Florestal do Alto Côa – baldios de Aldeia Velha, de Fóios, de Malcata e de Quadrazais, no dia 12 de Maio de 2011.
Estiveram presentes os técnicos afectos à UGFBIN, o chefe de Equipa de Missão de Defesa da Floresta do Centro, o chefe da Divisão de Administração Geral (DAG), da DRFC, bem como alguns técnicos afectos a esta divisão e um técnico da Côaflor – Associação de Produtores Florestais do Alto Côa. Esteve ainda presente um técnico florestal de uma empresa local que tem executado muitos projectos florestais no concelho do Sabugal.
As jornadas consistiram na visita a locais onde foram ou estão a ser executados projectos florestais financiados ao abrigo da medida AGRO e do programa PRODER. A observação das operações florestais permitiu aos diversos técnicos presentes, não só avaliar o tipo e a qualidade dos trabalhos, mas sobretudo tornou-se num espaço de discussão amplo e aberto de troca de experiências e de apresentação de soluções alternativas.
Após a visita ao terreno, as jornadas continuaram no Centro Cívico de Fóios, onde decorreu uma apresentação/reunião da UGFBIN, na qual foram abordados alguns dos aspectos observados no terreno e efectuada uma descrição das principais actividades desenvolvidas por esta unidade orgânica durante o último semestre, com particular relevo para as acções desenvolvidas no Perímetro Florestal do Alto Côa.
No final a Junta de Freguesia de Fóios agradeceu o facto dos técnicos se terem deslocado para o terreno porque é, de facto, no terreno que as acções se desenrolam.
O Presidente da Junta solicitou ao Sr. Gestor da U.G.F, Eng.º António Borges, que mandasse proceder ao repovoamento de trutas em alguns açudes do rio Côa tendo o Sr. Gestor aceite o pedido. Ficou combinado que no dia do dito repovoamento a Junta de Freguesia e a Associação de Caça e Pesca promoverão um almoço convívio.
A Junta de Freguesia teve ainda o prazer e honra de oferecer, no bar do Centro Cívico, o porto de honra.
Depois do almoço, houve ainda oportunidade para o grupo efectuar uma visita a uma unidade de produção e comercialização de trutas – TRUTALCÔA – onde se destacou a importância lúdica e turística desta infra-estrutura; e uma visita à barragem do Sabugal, onde foram abordadas as principais vantagens e inconvenientes desta importante obra hídrica.
Venham mais vezes, senhores Técnicos.
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Talefe. Melhor: «o» talefe. No caso, o da Serra da Opa. Um monumento, uma atracção visual, permanentemente a chamar a nossa atenção quando andávamos na escola do Casteleiro, como se fosse uma espécie de chamamento acima do real…
Senhoras e senhores, apresento-lhes o talefe. Apresento-lhes uma das maiores atracções distantes da minha meninice.
Há muitos talefes. Mas o do Casteleiro é que é.
Os mais velhitos (rapaziada para os 35 e mais) lembram-se de certeza da banda esporádica chamada «Rio Grande»: Vitorino, Rui Veloso, e outros.
Cantaram um talefe. Mas o da Adiça, no Alentejo.
A canção abre assim: «Subi à serra da Adiça / E só parei no talefe / A lua alegre e roliça / Aumentava o tefe-tefe».
Veja a letra, oiça a música – Aqui.
É pena, mas nunca houve ninguém que me cantasse nada sobre o talefe da minha infância.
Talefe: eis mais um mito da minha meninice.
O talefe do Casteleiro é no cimo da Serra d’ Opa.
É tão misterioso que nunca lá fui.
Mas tenho-o na memória como se de um ícone religioso se tratasse: o talefe! E olhávamos cá de baixo, do fundo da tal cova em que (já escrevi várias vezes) o Casteleiro fica: o início real, geográfico, «terrestre» da hoje afamada Cova da Beira.
E afinal o que é «o» talefe.
Coisa simples: um mero marco geodésico. Como há centenas no País. Um ponto alto, o ponto mais alto de uma zona.
Aí, os serviços cadastrais oficiais instalaram estas marcas.
O mais famoso deles será o da Melriça, em Vila de Rei, e que é o ponto central de Portugal Continental. O centro do País é ali.
Hoje sei que o talefe do Casteleiro não tem nada de vaca sagrada nem de coisa antiga, e ainda menos coisa muuuito antiga. Sei que faz apenas parte de uma rede geodésica que serve (melhor: servia) para, através de determinados cálculos, obter um levantamento topográfico bastante rigoroso para a época.
Portanto, algo bem real, da área da Matemática e da Engenharia: nada de coisa meio religiosa, meio misteriosa, quase mítica.
Mas vão lá vocês dizer isso a um miúdo de oito anos nos anos 50. Quem se atreve a acabar com o encanto, a quebrar o feitiço?
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
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