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O bispo da diocese da Guarda, D. Manuel Felício, anunciou que os donativos recolhidos durante a Quaresma servirão para a implementação de um fundo diocesano de solidariedade que corresponda aos apelos dos mais desfavorecidos.
Em mensagem pastoral enviada à Agência Ecclesia, D. Manuel Felício avisa que «já há falta de meios para atender às necessidades» e que «a evolução dos acontecimentos faz prever que as dificuldades vão aumentar».
O prelado recorda que uma das «urgências» que a Quaresma apresenta a todos os cristãos «é a de dar a devida atenção» ao próximo, «criando condições para que cada um possa realizar as suas capacidades, no processo de construção da sociedade em que todos têm o direito e o dever de participar».
Um objectivo que, segundo o bispo egitaniense, pode ser concretizado de diversas «formas», como a resposta generosa «ao apelo da renúncia quaresmal», que será destinado à «constituição e fortalecimento» de uma valência económica que é cada vez mais necessária, na região.
«São muitos os casos de pessoas que nos estão a bater à porta, pedindo ajuda material, porque lhes faltam os meios elementares de subsistência», realça D. Manuel Felício, desafiando os cristãos a um contributo material mas também «moral e espiritual».
«Estimular as pessoas a fazerem o bem é cumprir um imperativo evangélico, mas também assumir com determinação uma responsabilidade social», aponta.
Para aquele responsável, a sociedade precisa de pessoas que tenham «a coragem de recusar mentalidades e comportamentos, que, reduzindo a vida humana à sua dimensão material, aceitam qualquer opção moral em nome da liberdade individual».
«A autêntica vida comunitária é feita por pessoas que se estimam mutuamente, mas também se ajudam e cooperam entre si», sustenta.
plb (com Ecclesia)
«Abandonando nobremente quem nos deixa, colocamo-nos acima de quem perdemos»; Stael (Madame de).
Por estes dias, a Europa tem-se enredado na fórmula e na forma de ajudar a Grécia a sair de uma espiral de decadência financeira e económica. Sabemos que grande parte da culpa dessa decadência é culpa dos próprios gregos. Mas, também sabemos, que poderia ter sido evitada e não o foi por culpa da própria Europa, com Alemanha à cabeça. A ideia de pertencer a um espaço, em que cada nação aceita ceder soberania, pressupõe algo em troca. E essa troca não pode passar, somente, por uma série de tratados comerciais. Se esses tratados não conterem solidariedade política e social, então, esse espaço não existe. Definitivamente a Europa enquanto união não existe. Continuamos assistir ao abandono disfarçado de solidariedade que a União apregoa aos países mais fracos – eu diria mais pobres – anunciada por discursos vazios e hipócritas! Profetizo que este abandono sairá mais caro à Europa, e não somente à União, quando a miséria grassar por essas pradarias, agora, verdejantes. A História tem mostrado e demonstrado á saciedade que é nestes momentos de crise, desemprego, miséria, fome… quando a própria esperança desaparece, que surgem as revoluções e as revoltas. Pela Europa semeiam-se ventos…
É o abandono dos princípios com que os pais fundadores estruturaram a União Europeia. Infelizmente, os líderes que temos esforçam-se todos os dias para a tornarem numa ilusão.
Ao abandono parece estar o concelho do Sabugal. É alarmante que se realize uma Assembleia Municipal sem ter nada na ordem de trabalhos! Alguém terá que explicar esta aberrante situação. Nada, mas nada, haverá para ser discutido em Assembleia? Devemos concluir que tudo está bem ou, certamente, que tudo está errado. E, no entanto, o governo camarário vai oferecendo temas para serem discutidos. E onde está a oposição? Não tem nada para levar à Assembleia Municipal? Também ela ao abandono…
A tendência, por más políticas de ordenamento do território quer a nível do poder central, quer a nível do poder local, e estes por se terem «vendido» ao poder do betão, é de dois países num. Um, o do interior, votado ao esquecimento e ao abandono. Onde uma população envelhecida espera pelo fim à réstea de um sol de inverno. Um estudo a nível europeu mostra que Portugal é o segundo país com as habitações mais frias. E reparem, com o Alto Patrocínio da Presidência da República, realizou-se no fim-de-semana passado um conjunto de conferências subordinadas ao tema da natalidade em Portugal. O tema é interessante, pertinente e necessário, mas realizá-lo em Cascais deve ser para gozar com o interior! O Sr. Presidente da República acaba de abandonar o interior, esquecendo (ou não) que é aqui, no interior, que a falta de natalidade mais se nota e acontece. Não haveria nenhuma cidade ou vila no interior do país para realizar tal conferência?! Este é um exemplo sintomático da abrangência que os nossos governantes têm do país. O resto é demonstrado diariamente e à fartazana!
O outro país é um embaranhado de betão e gente, suspensos sobre as arribas do Atlântico.
O Sr. Primeiro Ministro dizia antes do carnaval (porque agora, em tempo de quaresma não teria piada) que, para além de sermos piegas, deveríamos esquecer as velhas (ou antigas, não sei precisar o termo) tradições. Sr. Primeiro, são tradições por serem antigas. Tradição é a transmissão de práticas e de valores de gerações em gerações. Se as esquecermos, que povo seremos? Sem memória não somos nada. É para aí que o Sr. Primeiro Ministro nos quer levar? Entendo que seja mais fácil de governar um povo acéfalo…
Felizmente, há sempre alguém que resiste, e o povo festejou o carnaval, mandando o governo visitar as peças de Rafael Bordalo Pinheiro!
P.S. Zeca Afonso sempre! Pois cada vez mais temos que ser filhos da madrugada….
«A Quinta Quina», crónica de Fernando Lopes
fernandolopus@gmail.com
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