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Decorreram no passado fim-de-semana, no Sabugal, as jornadas subordinadas ao tema «Pensar a touromaquia em Portugal – diversidade, valorização, sinergias». O programa era vasto e o tema motivador, multiplicando o interesse. Interesse este, que não ficou defraudado com intervenções inteligentes e, permitam-me, aficionadas.
Logicamente que a questão central se centrava na capeia arraiana, mesmo que tal não fosse propriamente a génese das jornadas. Contudo (e era inevitável), o interesse estava naquela que é a maior manifestação cultural do concelho do Sabugal. E sendo assim, o primeiro apontamento que registo é o facto das autodenominadas onze freguesias onde se realizam capeias arraianas, não terem estado presentes praticamente nenhum Presidente de Junta de Freguesia (creio que estiveram dois!). E aqui, perdoem-me a franqueza, mostra como tratamos aquilo que é nosso. Sabiam que a capeia arraiana é património cultural imaterial nacional? E que é o primeiro e único registo deste tipo? Como podem estar preparados para rentabilizar, dinamizar, preservar e desenvolver esta tradição e este fenómeno? Não podem. E não podem porque não sabem e nem se preocupam em saber. Perderam uma excelente oportunidade de se informarem, de tirar dúvidas e de exporem preocupações. Lamento. Também um apontamento para a ausência de gente e de aficionados. A sala apresentou-se demasiado vazia. E podemos tirar algumas conclusões; ou desinteresse, ou deficiente publicitação ou data da realização inadequada (uma sexta-feira é sempre complicado). Todas elas podem estar certas. Mas confesso, desejo que não seja o desinteresse o que tenha motivado tamanha ausência de gente.
As intervenções foram, todas elas, de grande qualidade. Desde as intervenções mais técnicas às mais substantivas historicamente. Intervenções empenhadas e que foram muito além do discurso racional. Demonstrando, também ali, que a relação com o touro é, essencialmente, paixão. E é a paixão pela capeia arraiana que me leva a outro apontamento, o pouco tempo que houve para o debate. Sei que o programa era apertado, vasto, o que não dava muita margem de manobra. Mas… faltou um diálogo mais profundo sobre a capeia. Pois era esse o principal objectivo das pessoas que ali foram. O que me leva, também, á espectativa da realização de mais eventos sobre o tema e deste calibre.
Só uma curiosidade, de todos os concelhos que estiveram representados e com manifestações taurinas, todas elas têm eventos na própria sede de concelho, menos o Sabugal. Mera curiosidade…
Não deixo de manifestar as minhas felicitações para a e pela realização destas jornadas.
«A Quinta Quina», crónica de Fernando Lopes
fernandolopus@gmail.com
O Município do Sabugal realizou em boa hora as Jornadas «Pensar a Tauromaquia em Portugal – Diversidade, Valorização, Sinergias», reunindo um conjunto de intervenientes de grande valia a nível nacional, os quais, durante dois dias, refletiram sobre o passado, o presente e o futuro das expressões de cultura e identidade popular que têm como objeto central o Touro.
Tendo estado presente em praticamente todos os painéis, aqui deixo três notas muito breves:
1. A qualidade e o conhecimento aprofundado que os intervenientes demonstraram a que se associou uma demonstração clara de que aqueles homens e mulheres, para além do seu conhecimento intelectual, tinham uma grande ligação à questão da tauromaquia, o que se traduziu no afeto e na emoção com que falaram.
2. O reconhecimento por todos da valia identitária, mas também enquanto fator de afirmação do Concelho, da Capeia Arraiana, bem como do excelente trabalho desenvolvido que conduziu à sua inventariação enquanto património cultural imaterial nacional.
3. A certeza, transmitida de forma emocionada, pelos Presidentes de Câmara ou seus representantes ali presentes – Sabugal, Coruche, Moita, Barrancos, Montalegre, Angra do Heroísmo, Ponte de Lima, Alter do Chão, Setúbal e Vila franca de Xira – de que as práticas de tauromaquia popular realizadas nas suas terras continuam vivas e bem vivas, com uma cada vez maior adesão por parte das camadas jovens destes Concelhos.
Não poderia, no entanto, deixar de registar a muito fraca adesão dos sabugalenses, sobretudo dos oriundos das Freguesias onde se realizam Capeias, bem como dos eleitos locais (Juntas e Assembleias de Freguesia e Assembleia Municipal).
Como não partilho da posição de que «se o povo não me dá razão, a culpa é do povo», então só posso considerar que muito há ainda a fazer por todos, incluindo-me a mim, enquanto Presidente da Assembleia Municipal, para que próximas realizações deste tipo sejam atrativas aos principais interessados e que saibamos encontrar as formas adequadas para os motivar a estar presentes e a participar.
A Capeia Arraiana está viva e tem milhares e milhares de seguidores que a vivem e a discutem como sua e se os temas em discussão eram, sem dúvida, do máximo interesse, então devemos analisar onde falhámos e não lamentar-nos porque havia poucos sabugalenses a assistir e a participar.
PS1. A estadia no Sabugal para participar nas Jornadas permitiu-me, acompanhado por alguns amigos do Concelho, mas também de Vila Franca de Xira onde resido, revisitar alguns restaurantes de que deixo aqui notas breves:
(i) O Horizonte no Alto das Alagoas onde me deliciei com um bacalhau cozido com grão, demonstrando que não é preciso mais do que bons ingredientes e boas mãos para fazer bem um prato simples.
(ii) O restaurante da TRUTALCÔA entre Quadrazais e Vale de Espinho, onde umas trutas de escabeche e outras no forno fizeram a minha delícia e daqueles que têm como peixe rei o sável.
(iii) O Robalo e o seu cabrito que continua a ser o seu ex-libris e que estava uma maravilha. No caso do João, os meus amigos pernoitaram na sua Residencial, onde foram igualmente muito bem tratados.
(iv) A Casa da Esquila onde o meu amigo Rui nos presenteou com uma demonstração clara de que, com os nossos produtos naturais, se consegue fazer uma cozinha de autor de grande qualidade.
PS2. Aproveitei esta estadia para revisitar Sortelha, um deslumbramento renovado, como se de cada vez fosse a primeira. Chegando à porta da Junta e estando esta aberta, entrei, tendo o prazer de falar com a sua Presidente, bem como com o Secretário e o Tesoureiro. Era domingo de manhã e para aqueles que tanto querem destruir o poder local, seria bom que ali tivessem estado para ver como 3 cidadãos, mais um freguês que colabora com a Junta, passam parte do seu domingo ao serviço da comunidade sem que para isso ganhem mais do que o prazer de servir os outros…
PS3. Uma nota ainda para lamentar a perda de António Manuel Pina que, nascido circunstancialmente no Sabugal, nunca escondeu isso, bem pelo contrário, sempre gostou de dar a saber que o Sabugal era a sua terra natal.
PS4. Um pedido sentido ao sr. Coelho, primeiro-ministro deste país, para que me dê o seu número de telemóvel. É que, à semelhança do presidente do BESI também eu tenho alguns protestos ou desabafos a transmitir-lhe só que, por certo por falta de oportunidade, o sr. Coelho, ainda não me forneceu o seu número para lhe poder falar e desabafar no seu ouvido…
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
rmlmatos@gmail.com
Vão decorrer no Instituto Politécnico da Guarda (IPG), nos dias 23 e 24 de Maio, as IV Jornadas de Engenharia Topográfica, organizadas pela Unidade Técnico Científica de Engenharia e Tecnologia (área de Ciências Geográficas) do IPG e Colégio de Engenharia Geográfica da Região Centro da Ordem dos Engenheiros.
Subordinadas ao tema «O Mundo na Mira das Ciências Geográficas», estas jornadas têm por objetivo a promoção e divulgação das áreas temáticas subjacentes, bem como o seu contributo para decisões essenciais ao nível do planeamento e gestão do Território.
O programa vai integrar a apresentação de diversos estudos de índole técnica e científica que cobrem as várias áreas da IG, desde aplicações com dados LiDAR (Light Detection And Ranging), Redes de Estações Permanentes, GNSS (Global Navigation Satellite Systems), diversas aplicações em ambiente SIG, entre outros.
Por outro lado, a organização destas jornadas pretende potenciar as ligações entre instituições de ensino superior (que lecionam cursos afins) com a administração pública e com o mercado empresarial do setor.
A informação Geográfica (IG) é cada vez mais um garante na resolução de inúmeros problemas das sociedades atuais.
«É a Informação Geográfica que fornece apoio na busca de soluções para as melhores intervenções e para uma melhor organização do território, evitando que se acentuem assimetrias extremas entre regiões o que não beneficia nenhuma das partes», refere a organização destas IV Jornadas de Engenharia Topográfica, que chama a atenção para a «notória proliferação e difusão na utilização de IG em inúmeros setores, nomeadamente a Engenharia, a Gestão o Ambiente e os Transportes».
plb (com IPG)
Acontecimentos importantes para o concelho do Sabugal muitos foram durante o ano que agora finda. A nossa escolha para «Acontecimento do Ano 2010» recai nas «Jornadas do Mundo Rural» que decorreram no dia 26 de Abril no Auditório Municipal do Sabugal presididas por António Serrano, ministro da Agricultura, do desenvolvimento rural e das pescas e com a participação de cerca de três centenas de agricultores de todo o distrito. O Sabugal foi o local escolhido para o maior acontecimento do distrito da Guarda no ano que agora finda e que pretendeu recolocar o mundo rural e a agricultura dos territórios beirões no centro das atenções regionais e nacionais. O Capeia Arraiana está em condições de adiantar que o concelho do Sabugal vai integrar o projecto piloto do Plano Estratégico de Desenvolvimento Agrícola do Ministério da Agricultura.
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Autoria: LocalVisãoTV posted with Galeria de Vídeos Capeia Arraiana
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O maior acontecimento no distrito da Guarda foi, sem sombra de dúvidas, recolocar o mundo rural e a agricultura no centro das atenções regionais e nacionais. O ministro da Agricultura, António Serrano, viajou desde o Terreiro do Paço, em Lisboa, para incentivar os agricultores do distrito da Guarda a valorizar a ruralidade raiana e beirã sem ter vergonha de ser do mundo rural. A imitação das grandes cidades não tem sustentabilidade nem razão de ser nestes territórios que sempre produziram produtos agrícolas de excelência e agora têm as terras ao abandono vítimas de forte desertificação. Não se pede a ninguém que pratique uma agricultura de subsistência, pobre e violenta, que sacrificou as gerações que nos antecederam. A aposta passa por fazer a diferença com investimentos modernos em produtos de qualidade, certificados, produzidos, transformados e colocados directamente no consumidor final. Os objectivos são ambiciosos mas «falta pouca coisa». Apenas «falta» empreendedorismo porque os apoios locais e nacionais parecem estar disponíveis.
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Questionado pelo semanário «Nova Guarda» durante as Jornadas de Reflexão sobre o Mundo Rural o ministro António Serrano justificou a escolha do Sabugal: «Há uma vontade muito forte de reconstruir e desenvolver este território e quisemos fazer aqui estas jornadas de reflexão sobre o futuro deste concelho e do distrito da Guarda no domínio da agricultura e do desenvolvimento rural. Precisamos discutir em conjunto – municípios, governo civil, associações, sociedade civil – uma estratégia comum. Não pode ser cada a fazê-lo por sua iniciativa de forma isolada e descoordenada.» O ministro aproveitou para anunciar a criação de um grupo de trabalho distrital com a missão de ser promovido um plano de desenvolvimento do distrito a médio prazo.
«A agricultura é um sector estratégico para o desenvolvimento sustentado de Portugal. A agricultura tem uma valência fundamental na criação de emprego e é uma oportunidade nacional para combater a crise económica em que mergulhou todo o mundo. Precisamos de uma nova agricultura e de gente nova para implementar novas práticas agrícolas numa lógica de desenvolvimento rural. Muita gente saiu deste concelho (Sabugal) e desta região e necessitamos de redefinir o que podemos fazer, em conjunto, no domínio das novas culturas, da produção animal e florestal. A agricultura não é fonte de problemas, a agricultura é parte da solução e eu acho que esta é a consciência cívica que todos devemos assumir reconhecendo o contributo que os agricultores dão a toda a sociedade. Se os consumidores optassem pela compra de produtos nacionais estavam a ajudar a agricultura portuguesa e a criar condições para que recupere o papel que já teve no passado», afirmou, ainda, o ministro da Agricultura António Serrano.
O concelho do Sabugal é um dos concelhos escolhidos para o projecto piloto do Ministério da Agricultura. Santinho Pacheco em declarações ao Capeia Arraiana adiantou que o Ministro da Agricultura está verdadeiramente interessado em que este plano estratégico de desenvolvimento agrícola dê resultado. «No plano que vamos apresentar até ao final do ano – e se não for possível todos – vamos indicar três ou quatro concelhos com grandes potencialidades agrícolas para que sejam considerados municípios piloto para aplicar um conjunto de princípios que, no nosso entender, vão inverter por completo as ideias sobre o mundo rural e o seu desenvolvimento. A aposta no concelho do Sabugal, com uma grande diversidade muito grande, seria na área da pecuária (pequenos ruminantes e gado vacum); em Figueira de Castelo Rodrigo nas amendoeiras, olival, vinhas e ligação ao Douro; no concelho da Guarda ou eventualmente de Celorico da Beira têm o parque natural da Serra da Estrela, o queijo da Serra e áreas de minifúndio. Levaremos com espírito aberto ao senhor Ministro.» Como nota final defendeu que «a zona da Raia pode ser no presente o que o Alentejo foi no século passado onde todos queriam ter um monte».
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Prémio Capeia Arraiana 2010
CÂMARA MUNICIPAL E ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO SABUGAL – O «Prémio Capeia Arraiana 2010» vai para a Câmara Municipal e para a Assembleia Municipal do Sabugal.
Em Maio o presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, informava que «a candidatura da capeia arraiana está em fase de preparação por parte da Câmara, através da empresa municipal Sabugal+ que tem feito recolhas de vídeos, de textos, de testemunhos orais, fotográficos e escritos alusivos à capeia arraiana para apresentar a candidatura ao Instituto dos Museus e da Conservação que, depois de aceite, dará conhecimento à UNESCO».
Reunidos no dia 24 de Setembro de 2010 os membros da Assembleia Municipal deliberaram, por unanimidade, classificar a capeia arraiana, tourada que inclui a lide dos touros com recurso ao forcão, como «património cultural imaterial de interesse municipal».
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Destaque Capeia Arraiana 2010
COMISSÃO DO CENTENÁRIO – O «Destaque Capeia Arraiana 2010» vai para a Comissão do Centenário da República presidida pelo prof. Adérito Tavares.
5 de Outubro de 1910. 5 de Outubro de 2010. Os 100 anos da República foram assinalados com pompa e circunstância no concelho do Sabugal. A Comissão do Centenário, presidida por Adérito Tavares, preparou com muita dignidade – e qualidade – um programa comemorativo que destaca os valores republicanos da educação, liberdade, igualdade e justiça para todos.
A sessão solene das comemorações do Centenário da Implantação da República no concelho do Sabugal, no dia 5 de Outubro de 2010, teve lugar no Auditório Municipal. A mesa foi constituída por António Robalo, presidente da Câmara Municipal do Sabugal, por Santinho Pacheco, governador civil da Guarda, por Ramiro Matos, presidente da Assembleia Municipal do Sabugal, por Adérito Tavares, presidente da Comissão Municipal para as Comemorações e por Jaime Vieira, igualmente da Comissão Municipal.
«Não há democracia sem liberdade. Não há liberdade sem educação.»
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jcl
Tal como estava previsto realizaram-se nos dias 30 e 31 de Outubro as primeiras jornadas – transfronteiriças – sob a responsabilidade da Mancomunidad do Alto Águeda e Junta de Freguesia de Foios.
Apesar do tempo não ter vindo de feição ainda participaram mais de duas centenas de pessoas.
Muito embora o ano possa ser considerado fraco, em termos de cogumelos, os sete grupos, que saíram para o campo, ainda apanharam fungos em quantidade e de várias espécies. Deu para expor e deu para degustar.
Pretendo reconhecer e agradecer o querer e a vontade do Presidente e técnicos(as) da Mancomunidad do Alto Águeda com particular destaque para a Vicen que foi, na verdade, uma técnica dedicada e competente.
Os portugueses temos muito que aprender nestes aspectos da micologia. Em España é uma actividade em franca expansão e, mesmo nesta zona fronteiriça, já conheço bastantes pessoas a explorar, convenientemente, o mundo dos cogumelos.
No dia 29, do passado mês de Outubro, concentraram 150 alunos de diversos centros educativos da Mancomunidad do Alto Águeda, no Centro de Interpretação da Natureza, sedeado em Navasfrias.
Estes alunos foram para o campo, acompanhados de alguns senhores conhecedores do mundo dos cogumelos, nomeadamente dos farmacêuticos de algumas localidades vizinhas que, sob a sua orientação procuraram e recolheram cogumelos que mais tarde analisaram e estudaram com os referidos técnicos.
Também neste campo os portugueses estamos atrasados os tais trinta ou quarenta anos.
Para ilustrar o que acabo de afirmar dou o seguinte exemplo:
Em Navasfrias conheço, pelo menos, três senhores que exploram, comercialmente, os cogumelos.
Alguns são recolhidos em postos que têm, temporariamente, em algumas localidades vizinhas portuguesas, como é o caso de Foios. Ao começo da noite fazem a recolha. Levam-nos para España, transformam-os e passado algum tempo lá vamos nós comprar o produto já enlatado ou metido em frascos de vidro. Em tarros como eles lhe chamam.
Há poucos dias quando eu manifestava algum sentimento de mágoa e de alguma revolta, por tudo isto, o amigo com quem eu conversava ainda me disse: Calma, Zé Manel, porque ainda não te disse tudo. Os tarros também são portugueses.
Apenas exclamei: Somos o tal povo que não se governa nem se deixa governar!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
A Agenda 21 é o principal documento que resultou da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada no Rio de Janeiro em 1992. A principal preocupação deste documento é o futuro do planeta a partir do século XXI e a sua intenção é assegurar o desenvolvimento económico, social e cultural das comunidades locais e respectivos países com maior justiça social e sem prejuízo do meio ambiente.
O capítulo 28 da Agenda 21 refere que: «Devido ao facto de muitos dos problemas e soluções abordadas na Agenda 21 terem as suas raízes em actividades locais, torna-se um factor determinante para o cumprimento dos seus objectivos a participação e cooperação dos poderes locais. Os poderes locais criam, dirigem e mantêm infra-estruturas económicas, sociais e ambientais, supervisionam processos de planeamento, estabelecem políticas e normas de ambiente locais e participam na implementação nacional e sub nacional de políticas ecológicas. Como nível de governação mais próximo das pessoas, elas desempenham um papel vital na educação, mobilizando e respondendo ao público para promover o desenvolvimento sustentável.»
O projecto que a CDU apresentou aos eleitores nas últimas eleições autárquicas, assentava nos vectores deste desenvolvimento, dizendo nós que pretendíamos um concelho economicamente viável, um concelho socialmente coeso e solidário, um concelho culturalmente vivo, aliando a tradição à modernidade e um concelho ecologicamente sustentável para as gerações futuras. Independentemente dos resultados eleitorais obtidos, que são insignificantes, volto hoje a reafirmar que o futuro do Sabugal passará obrigatoriamente por este caminho. Contudo, dizíamos nós, e escrevi numa das primeiras crónicas neste blogue, que o desenvolvimento só seria possível na e com a participação de todos. Alias, a própria Agenda 21 apela a um processo participativo, de envolvimento de todos na identificação dos problemas e na definição das prioridades.
Dizia que voltaria a estes temas, mais tarde e talvez quando fossem conhecidos os documentos de gestão do município – Orçamento e Grandes Opções do Plano. Voltei agora porque entretanto li a crónica do Ramiro Matos e o seu apelo vem ao encontro de um desafio que eu considero importante. Ele chama-lhe «Convenção» eu chamar-lhe-ia «Jornadas de Reflexão». Mas, no fundo os objectivos são os mesmos. Envolver todos os Sabugalenses na definição dos problemas e na definição das estratégias locais que façam do Sabugal um concelho viável.
O formato ou os nomes, são aqui indiferentes. Se pode funcionar somente no concelho do Sabugal ou também em outras zonas onde estejam muitos sabugalenses (Lisboa, Porto ou Paris), se podem ser constituídos grupos de reflexão ou funcionamentos em plenários, etc., serão coisas a analisar. Contrariamente ao Ramiro, penso que pensar o Sabugal terá que ser mais que uma convenção, terá que ser um movimento constante. Como se consegue? Aqui reside a nossa capacidade de encontrar soluções.
É preciso unir esforços, vontades e saberes. Unir o poder político e a sociedade civil. O associativismo e os indivíduos e pensar Sabugal. Encontrar práticas que não sejam só para o poder institucional, nomeadamente a Câmara Municipal, utilizar, mas também o mundo empresarial, o movimento associativo, as escolas, no fundo todos. Por tudo isto não respondo ao Ramiro pelo seu e-mail, respondo por aqui e publicamente que estou mobilizado e pronto a avançar.
«Largo de Alcanizes», opinião de José Manuel Monteiro
jose.m.monteiro@netcabo.pt
O concelho de Trancoso assinala em 28 de Setembro as «Jornadas Europeias do Património» este ano sob o lema «no Património…Acontece».
As jornadas, patrocinadas pelo Instituto de Gestão do Património Arquiotectécnico e Arqueológico (IGESPAR), enquanto coordenador nacional das Jornadas Europeias do Património, visam reforçar o vínculo entre o Património Cultural e a Sociedade, através do envolvimento activo das pessoas e das comunidades com lugares que propiciem o dinamismo e interacção social.
As actividades em Trancoso centram-se no Auditório do Cinema Jacinto Ramos, a partir das 15 horas, com as palestras «O contributo da Arqueologia parta o conhecimento da História de Trancoso» por Maria do Céu Crespo e João Lobão, e «Caminhada Iniciática de Trancoso para a Nova Era e Saberes Ocultos do Património de Trancoso», por Leonor Frias, seguidas de debate.
Trancoso orgulha-se por ser sede de um concelho rico em património que centrado na cidade é variado, com vários matizes históricos provenientes de épocas recuadas assoadas ao presente de futuro e progresso.
Para além das muralhas e do centro histórico de Trancoso, o Património Monumental espalha-se um pouco por toda a parte, desde Moreira de Rei a Povoa do Concelho, desde Guilheiro e Valdujo, de Vila Franca das Naves ao Campo da batalha de Trancoso (1385), desde a antiga Judiaria e do Castelo a Freches ou Cogula, de Ribeira do Freixo a Sebadelhe, de Fiães à mítica capela de São Marcos, desde as calçadas que sulcam os campos à Capela de Santa Luzia ou à beleza da Igreja da Senhora da Fresta, dos cruciformes judaicos a Torre do Terrenho com seu Solar dos Brasis, dos abrigos de pastor do Feital à singela de Torres e Carnicães ou Vilares, desde o Boeirinho das muralhas trancosanas aos templos, cruzeiros e capelas de Moimentinha ou de Granja, Terrenho e Souto Maior, da frescura do Parque Municipal aos valores de Palhais, Castanheira , Aldeia Nova, Souto Maior e Valdujo, do Pelourinho medieval, passando pelas Igrejas de Santa Maria, de São Pedro, da Misericórdia à frescura de Reboleiro, Granja e Rio de Mel, do moderno Centro Cultural e Cinema Jacinto Ramos ao Património de Vila Garcia, Vale do Seixo e do alto da Broca com seus vestígios de ancestrais povoados pré-históricos, de Cótimos e Tamanhos.
Trancoso é um percurso de História e Memória, de Estórias e episódios de vida, de labor e luta, de tenacidade e de manifestações etnográficas, culturais e lúdicas que, no seu todo, fazem da Terra de Bandarra, de João Lucena, Isaac Cardoso, Eduarda Lapa, do Magriço ou do mítico Padre Costa, uma terra de Património e Progresso rumo ao futuro. Porque o futuro também será e é Património.
aps
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