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O Comando Territorial da GNR da Guarda levou a efeito nas estradas do distrito a operação Carnaval 2011, que decorreu entre 4 e 8 de Março, tendo sido registados 21 acidentes de viação, de que resultaram um ferido grave e oito feridos leves.
Comparativamente ao ano anterior verificou-se uma diminuição no número de acidentes (menos cinco) e no, tocante às consequências, registou-se um igual número de feridos graves, havendo um aumento nos feridos leves. As vítimas resultaram de acidentes ocorridos em estradas nacionais e municipais, não se verificando quaisquer acidentes nas auto-estradas A23 e A25.
Segundo o comunicado remetido à 9impresa pelo comandante territorial da Guarda, coronel José Monteiro Antunes, a GNR exerceu, durante a operação, um esforço em matéria de segurança rodoviária, tendo efectuado 79 patrulhamentos e empenhando um total de 157 militares.
A acção fiscalizadora foi também tida em conta, nomeadamente no tocante a manobras perigosas e condução sob efeito do álcool. No total, foram autuados 87 condutores por contra-ordenações (10 muito graves, 30 graves e 47 leves).
Foram controlados 5.010 veículos através dos radares de controlo de velocidade, tendo sido detectados 67 em excesso. Em matéria de álcool foram fiscalizados 877 condutores, tendo-se verificado 18 excessos, dos quais 11 constituíram ilícito criminal por apresentarem uma taxa igual ou superior a 1,20 gramas por litro.
Foi detido um condutor por condução sem habilitação legal.
plb
A Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politéctico da Guarda (ESECD/IPG) realiza, nos dias 15 e 16 de Março, um Workshop em «Vídeo Documentário», que será orientado por Jorge Pelicano.
Esta iniciativa integra-se no curso de Comunicação Multimédia e tem por objectivo desenvolver a formação integral dos estudantes e facilitar a inserção na vida activa, complementando a aprendizagem curricular na área do vídeo.
No primeiro dia, pelas 21h30, terá lugar no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda (TMG) a projecção do documentário «Pare, Escute e Olhe», de Jorge Pelicano (ex-aluno da ESECD/IPG), a que se seguirá uma tertúlia, aberta a todos os interessados.
Jorge Pelicano é um jornalista e repórter de imagem, de 33 anos, nascido na Figueira da Foz e licenciado em Comunicação e Relações Públicas pelo Instituto Politécnico da Guarda.
Depois de se consagrar com o documentário «Já não há pastores», dedicado aos pastores que restam na Serra da Estrela, Jorge Pelicano produziu o trabalho «Páre, Escute, Olhe», tem como objectivo colocar o tema do fim anunciado da linha do ua na ordem do dia.
A ligação ferroviária entre Bragança e Mirandela foi desactivada em Dezembro de 1991, e o realizador quis mostrar como «essa sentença acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal». O documentário aborda as sucessivas promessas políticas para o apoio ao desenvolvimento da região, o mau estado da linha ferroviária, os acidentes, e a vida das populações locais servidas pelo centenário caminho-de-ferro.
plb
Badamalos teve a honra de receber, no passado dia 4 de Março, na sua Igreja Matriz, S.ª Ex.ª o Sr. Secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro, o Exm.º Sr. Governador Civil, Santinho Pacheco, o Exm.º Presidente de Câmara, António dos Santos Robalo e o Revº. Padre Bastos, em representação do Sr. Bispo da Guarda.
A visita à nossa terra de tão ilustres Entidades prendeu-se com a assinatura do protocolo através do qual foi celebrado o contrato de a ajuda que o Governo nos vai conceder, no montante de cerca de 43.000 euros, para as Obras de Conservação e restauro da Igreja de São Bartolomeu – nosso Orago – constituídas por cobertura, fachadas, pavimento, paredes, cantarias, tecto e altares (arte sacra).
Há cerca de 15 anos que Badamalos lutava por este objectivo, mas vicissitudes várias, designadamente as que se prendiam com falta de dinheiro, ainda o não haviam permitido. Hoje, porém, com esta preciosa ajuda, podemos garantir aos Badamalenses que o restauro da nossa igreja vai ser uma realidade. A curto prazo terá o seu início.
A presente Comissão Fabriqueira, constituída pelo Sr. Pe. Hélder, João Nobre, Natália Brigas e Isabel Fonseca, Manuel Vaz e José Monteiro, nomeada em 17 de Janeiro de 2010, teve a sua primeira reunião de trabalho, no dia 14 do mês seguinte, com o principal objectivo de analisar e estudar a possibilidade de avançar com o projecto mandado elaborar pela anterior comissão e, embora já com cinco anos de existência, se ainda poderia ser aproveitado para efeito de candidatura no âmbito do Programa de Equipamentos Urbanos de Utilização Colectiva.
O tempo já era curto, já que para alcançarmos aquele desiderato, o projecto teria de ser entregue, até 31 de Março, na CCDC/Guarda para que pudesse ser integrado no primeiro grupo de candidaturas a serem apreciadas e decididas no ano de 2010. Conhecida a possibilidade do seu aproveitamento, feitas as necessárias adaptações, desenvolvidas as imprescindíveis diligências, o objectivo foi alcançado: em 28-03-2010 o projecto, devidamente instruído, foi entregue naquela Entidade.
Hoje dizemos: Valeu a pena! Alcançámos o que tanto ambicionávamos! Por isso, as obras de cobertura, fachadas, paredes, cantarias, pavimento, tecto e coro já as temos adjudicadas pelo montante de 63.340 euros (s/IVA) e irão ter o seu início na segunda quinzena de Abril. A estas seguir-se-ão as obras de arte sacra. Com a preciosa ajuda que nos foi concedida passámos a usufruir de melhores condições para avançarmos para a segunda fase e levarmos a efeito o completo restauro da nossa igreja. Contudo, importa registar que mesmo assim ainda não é o suficiente. Ainda nos falta significativa importância. Mas estamos certos de que a generosidade dos Badamalenses vai continuar a estar presente e, em devido tempo, a quantia em falta será reunida!
O dia 4 de Março de 2011 foi dia de festa para Badamalos. Nunca na sua história, que já é longa, havia tido a oportunidade de, de uma só vez, receber tantos e tão ilustres visitantes. Sente-se ainda honrada e agradecida por a sua igreja ter sido a seleccionada para ser o palco da celebração das assinaturas dos protocolos das cinco freguesias contempladas no Distrito da Guarda. Ao acto das assinaturas, seguiu-se um fausto lanche, oferecido pela Junta de Freguesia.
Os Badamalenses estão de parabéns!
João Nobre
Secretário da Comissão Fabriqueira
Mestre na arte de versejar, senhor de virtualidades técnicas notáveis, Manuel Leal Freire é um dos maiores poetas da nossa terra.
3. Estrutura
Como é usual nos poemas de Leal Freire, a estrutura é simples e dominada por uma rede de correspondências externas: A – B -A- B. C-D-C-D E-F-E-F, etc.
A – Introdução (estrofe 1 e 2).
A estrofe 1 introduz o tema ( a ceia) e o tempo (à hora das trindades).
A estrofe 2 introduz a personagem (o lavrador, que é bom pai, homem bom) e justifica, ao mesmo tempo, a narração que decorre nas estrofes seguintes.
Dir-se-ia, assim, que o tempo real do poema é o que vai das trindades à oração final da ceia do lavrador, mas com um registo temporal diferente, anterior ao da sua própria cronologia, já que â manjedoura e à mesa, vem tudo o que anteriormente o campo generoso deu. Ceiam os animais e lavrador tudo o que da natureza veio.
B – Narração (da estrofe 3 à 13). Descrição do que a natureza fornece, através do alimento dos vários animais e do lavrador.
C – Conclusão (14 e 15). São duas estrofes que emergem do que se diz de 3 a 14, estabelecendo um paralelo entre a ceia dos animais e do lavrador. A sua unidade, de resto, é reforçada pela projecção, ou enjambement, da estrofe 9 (a mesa, que é um altarzinho) para a estrofe 14 (aonde descem as almas santas do céu), 15 (e acaba a ceia com uma prece) e o remeate do poema na 16 (com uma espécie de libação).
4. Tema
Este é mais um belo poema de Leal Freire, no qual, uma notável rede de correspondências entre a ceia dos animais e do lavrador confere unidade ao poema, faz da ligação entre o primeiro e ante-penúltimo versos, o resumo da ideia e do tema:
«Deram os sinos trindades […] A paz reina sobre a Terra.»
São estes os versos que resumem o poema: A vida simples e tranquila do campo, ao ritmo das trindades. Uma vida espiritual no seio da natureza que a vida moderna suprimiu com a necessidade do indivíduo em prover às sua cada vez mais exigente existência corpórea.
Uma «beatus ille», muito semelhante à áurea mediania (aurea mediocritas) já glosada na antiguidade clássica por Homero, Heráclito, Esopo na fábula do rato do Campo e do rato da cidade, e, na sequência dos estóicos, Virgílio, Horácio, também defensor de um ideal de vida calmo e sem grandes exigências, capaz de dar ao Homem a felicidade que não encontra no meio do ambiente perturbado da cidade, na glória das batalhas ou mesmo «no exercício decoroso das magistraturas» e lá fora, por Frei Luís de León, Carlyle, Tolstoy e outros, e entre nós, por Francisco Manuel de Melo, António Ferreira nalgumas das suas odes, Sá de Miranda na Carta a Mem de Sá, através do recurso também à fabula do rato do campo e do rato da cidade, e posteriormente pelos arcádicos.
Neste poema, em que Leal Freire trata o seu tema recorrente das virtudes da vida no campo, da sua «pátria chica», como costuma dizer, é o ritual da ceia, dos animais e dos homens, cuja hora é anunciada pelo toque das trindades, e culmina na prece final da ceia do lavrador, que traz a paz à terra.
E esta paz a que conduz esta bela vida, é magistralmente resumida na última estrofe, pela fraternidade e igualdade entre todos os homens reunidos na tasca, a qual dá à vida simples do campo um carácter espiritualidade e sagrado mais puros, mais próximos de Deus, porque mais próxima do criador e da sua criação:
«Dia um da criação (16)/A quantos na tasca estão.»
Sorrimos ao remate síngular do poema. Quem conhece o poeta, como nós,vê-o no seu geito bem Ribacudano, chapéu de abas, a entrar numa desas tascas das nossas aldeias e a oferecer uma rodada de bom graminês…
«A todos os que na tasca estão.»
Porque esta, é a natureza de Leal Freire, porque é um homem de Riba-Côa.
(Continua.)
«Arroz com Todos», opinião de João Valente
joaovalenteadvogado@gmail.com
A sessão evocativa do poeta Fernando Pinto Ribeiro está marcada para o dia 17 de Março no Café Concerto do TMG e inclui o lançamento da obra póstuma «O Cisne Submerso». A homenagem conta com as presenças dos poetas Julião Bernardes, Joaquim Murale e José Leitão Baptista e de Carlos Augusto Ribeiro, Eduardo Sucena e Jorge Castelo Branco. A leitura de poemas do autor estará a cargo de Américo Rodrigues.
jcl
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