As lojas maçónicas do Continente Europeu, todas elas de raiz francesa, sempre se caracterizaram como revolucionárias, antimonárquicas e ferozmente inimigas da Igreja Católica, particularmente das suas Hierarquias.

Manuel Leal Freire - Capeia ArraianaTudo isto tem uma explicação.
Da Inglaterra, as lojas maçónicas passaram aos outros países, com uma dupla missão — alargar o seu campo de influência e potenciar o expansionismo britânico.
Ora, a grande rival do Reino Unido, continuava a ser a França, ao tempo a competir com ela nos Cinco Continentes.
As teorias dos enciclopedistas facilitavam o caminho.
Assim, Montesquieu e o Marquês de Sade foram iniciados na mesma tarde — dia dezasseis de Maio de 1730 – e na mesma loja — TAVERNE DE HORN, em Westminster.
O movimento tocava profundamente até o alto clero e a mais histórica aristocracia, que, inconscientemente e por uma questão de modas, estavam a potenciar uma queda que já se divisava.
O monarca, que, ao tempo, era Luís XV, desconfiava desta nova forma de associação de raiz britânica. Achava bizarro que os sócios das lojas cultivassem o secretismo, ou mesmo o mistério. E tenta combatê-la, luta difícil dado o secretismo da instituição, que só os irmãos tidos como absolutamente seguros, dominavam.
E de sucesso em sucesso, o movimento cria o GRANDE ORIENTE, dominado por Voltaire. A ideia continua em expansão e chega às familias reais aderentes ao protestantismo que viam nela um poderoso instrumento de luta contra a Igreja Católica, cujos bens queriam confiscar.
Foi o caso do imperador sueco Gustavo Adolfo e de vários dos cerca de quinhentos príncipes alemães, que pretendiam reforçar os seus erários, naturalmente magros pela pequena dimensão dos seus estados com os patrimónios objecto de confisco.
Reexaminando o caso francês, veremos que a Revolução de 1789, a histórica Revolução Francesa, foi basicamente uma vitória do GRANDE ORIENTE e, em particular, da LOJA DOS SETE IRMÃOS.
O primeiro círculo republicano na França foi a loja LA BOUCHE DE FER.
Era contra o Rei e a Igreja que os maçons lutavam, esperando apenas o momento favorával para derrubar o trono e o altar.
E a sua implantação avançara tanto que nos ESTADOS GERAIS de 1789, dos seiscentos e cinco representantes do TERCEIRO ESTADO, dito POVO, quatrocentos e setenta e sete eram franco-maçons.
A Inglaterra parecia ter razões para estar contente.
Caída a Monarquia, a França iria cair em sucessivas convulsões e deixaria de poder apresentar-se como competidora no domínio do Mundo.
Mas com a irrupção do Bonapartismo irfa pagar caro a exportação do credo maçónico.
«Politique d’ Abbord – Reflexões de um Politólogo», opinião de Manuel Leal Freire