Sabido que há na Raia sotaques e mesmo palavras diferentes das que usamos no Casteleiro e que na minha terra ninguém sabe o que significam, como poderemos explicar isso em terras tão próximas e que distam entre si apenas alguns quilómetros? Seremos, uns, descendentes dos «ocelenses» e, outros, descendentes dos «oppidenses» e/ou dos «transcudanos»? Talvez. Acho que é uma boa hipótese de trabalho.
Há umas semanas escrevi num comentário neste mesmo blog que tenho uma intuição há muitos anos: «As diferenças entre o sotaque da Raia (mais cantado, mais aberto, mais espanholado) e do Casteleiro (mais fechado, mais átono, digamos) devem ter tido uma origem histórica: devem ter sido grupos humanos diferentes os que povoaram uma e outra zona».
É que do Terreiro das Bruxas ou quando muito de Santo Estêvão para cima e para a fronteira, a forma de falar é tão diferente da nossa (Casteleiro, início da Cova da Beira, que segue para Sul: Belmonte, Caria, Covilhã) que às vezes nem percebemos lá muito bem tudo o que se diz nas terras mais para cima.
Desde criança que acho que Quadrazais e Vale de Espinho, então, são o máximo, de tão longe do modo de falar que eu considerei sempre normal… (Quando somos miúdos é assim: o que é nosso é que é normal, o dos outros, se for diferente, é anti-natural…).
Pois bem: houve ou não povos diferentes na formação dos povoados destas duas zonas ao longo dos séculos?
Não sei. Mas parece que sim.
Ocelenses e «oppidenses»?
De facto, podem mesmo ter sido povos diferentes os que habitaram a Cova da Beira e os que se sediaram ou que foram empurrados mais para os lados do Côa.
Serei eu um descendente dos ocelenses e vocês, da Raia, descendentes de oppidenses ou de transcudanos?
Estou ainda meio a brincar com uma coisa séria – mas se calhar isto tem mais razão de ser do que eu próprio agora penso…
Há uma tese que me agrada bastante, nesta matéria.
Li-a em Marcos Osório, «O Povoamento no I Milénio AC na transição da Meseta para a Cova da Beira…».
Para este autor, seguindo o historiador de Coimbra Prof. Jorge Alarcão, basicamente terá sido assim: quando os romanos chegaram, já havia aglomerados populacionais de vigilância espalhados pela bacia de visão de São Cornélio, nos «okellos» / ocelos (pontos altos – o «palavrão» tão usado aqui à época é afinal de origem indo-europeia e significa mais ou menos «monte»).
Se isto lhe interessa, pode abrir aqui e consultar o estudo.
No que toca aos arredores do Casteleiro, nada custa a acreditar: havia de um lado, a meio da Serra d’ Opa, um castro, a que depois se chamou Sortelha-a-Velha; e havia do outro lado as povoações «vigilantes» do que hoje é o Cabeço de São Cornelho, como diz o povo da minha terra (ou seja: os pontos altos do que hoje é Sortelha). Desses «okellos» se vigiava todo o vale onde começa a Cova da Beira. Não custa a crer que assim fosse, de facto.
Ora, com a chegada dos romanos, quando aqui já havia celtas há quase mil anos…, podem ter sido criados então mais para Norte e Leste os «oppida» (plural latino de «oppidum», palavra que também significa «lugar elevado»). Em direcção ao que hoje é a Espanha. Estes «oppida» eram muitas vezes locais fortificados, marcos de defesa em pontos elevados dos montes circundantes.
Há ainda outra tese que me agrada e vai no mesmo sentido de as nossas duas zonas poderem ter tido povoamentos diversos – e, daí, os diferentes quadros fonéticos e outros, a começar pelo «ethos», o modo de ser e de estar.
Essa outra tese leio-a em Arlindo Correia e aponta para a hipótese interrogada de que «a Cova da Beira seria a região dos Lancienses Ocelenses ficando os Lancienses Transcudani na zona da Guarda e Sabugal». Ressalvo que há quem «coloque» Cuda (de onde vem «transcudano») ali por alturas do Teixoso, mas há também quem a coloque mesmo junto do Rio Côa.
Estas teorias podem ser lidas, em síntese claro, aqui.
Cabe perguntar onde ficava então a povoação «beirã» de Lancia Oppidana, que terá dado nome a toda a região no século I antes de Cristo, aquando do assentamento da tropa romana e seus acompanhantes? Há aqui quem diga que era no exacto local do santuário da Senhora da Póvoa… Ou seja: a ser assim, o Vale (de Lobo, hoje da Senhora da Póvoa) poderá ter sido, antanho, um povoado principal, quase a capital de toda a zona.
Linguajares diferentes
Assim sendo, teremos sido à data todos lancienses (povo lusitano), mas uns como ocelenses (que já cá estavam) e os outros como opidenses, numa das teses ou, na outra, «transcudani» (que chegaram com os romanos ou foram por eles deslocados mais para Norte, miscigenando-se muito, ao longo dos tempos, com os povos mais a Norte e Oriente, na zona que hoje pertence à Espanha).
Então pode admitir-se que as bases linguísticas fossem diversas, mesmo que forçadamente depois se unificassem em torno das corruptelas locais do latim, como sabemos.
Latim que, neste rincão do Império Romano teria duas características: 1ª – Não era o latim dos literatos: esses ficaram em Roma ou, quando muito, acompanhavam os generais e suas cortes…; 2ª – Nem sequer já era o latim do povo de Roma: os soldados que o trouxeram eram muito pouco letrados, iam sendo arregimentados aqui e ali e iam adoptando vocábulos e formas ao longo dos anos e das suas marchas pelo «mundo romano». Eram pois corruptelas sobre corruptelas.
E, pronto, daí resultaram os linguajares locais da época, misturando-se as línguas locais com o «falajar» dos soldados… sei lá.
Não se admirem de tantos pontos de interrogação. É que falta investigar muita coisa nesta matéria. Os autores que descobri, quando falam disto, fartam-se de expressar teorias de que eles mesmos duvidam. O acima citado Marcos Osório, aliás, às tantas diz mesmo o seguinte: «Reconhecemos que muitos dos pressupostos aqui equacionados carecem ainda de verificação arqueológica…».
Mas atenção: se promete não ficar muito confundido, veja aqui a enorme diversidade de povos enquadrados pelos Lusitanos e aqui o mapa do nosso orgulho, cuja publicação pedi: foi aqui que nasceu a original Federação Lusitana (!).
(Como não somos a Sra. Merkel, sei que conseguiremos apontar a nossa terra neste mapa!!)
Ora, voltando ao séc. I AC, a verdade é que a composição diversificada dos povos lusitanos que os romanos vieram encontrar tinha resultado de antigos povos em mistura com os invasores celtas, mil anos antes de Cristo.
Uma miscelânea respeitável, portanto. E é daí que nós todos vimos, afinal, quaisquer que sejam as diferenças entre nós.
Notas finais
1
Desculpem a extensão da coisa… O leitor a estas horas, de duas uma: ou está ainda sedento de mais informação e acha que isto é uma peça ligeirinha e que eu devia aprofundar mais a coisa… ou já vomita teses de História pelos olhos e está mesmo a pensar que eu sou um grande «snob».
Nada disso, meu caro: trata-se de uma necessidade minha: saber de onde venho e para onde podia ter ido (bastava que os romanos tivessem pegado nos meus antepassados da época e tivessem enfiado com eles num qualquer dos vossos «oppida» de Ribacôa, como escreve o Paulo Leitão Baptista todas as semanas!).
Prometo apenas uma coisa: se descobrir algo mais que ache que vale a pena trazer aqui, cá estarei com esse material para o partilhar com o leitor, sem mais objectivos que não seja esse de nos conhecermos melhor, sabendo de onde vimos uns e outros.
2
É que estas coisas, lá bem atrás, ligam-se todas com dias mais recentes.
Por exemplo, uma curiosidade que muita gente desconhece: nesta região, já no tempo dos romanos houve grandes explorações de vários metais muito valorizados pelos ocupantes. Prova disso é que Lúcio Cecílio, o dono da torre Centum Cellae ou Cellas ou Celli (no Colmeal da Torre, próximo de Belmonte), era no tempo dos romanos um tipo que já então comercializava estanho em grande escala. Imaginem de onde vem a coisa! Já agora digo-lhe que o dito local teve foral (ou seja: foi concelho) antes de Belmonte, embora por pouco tempo: era o concelho de Centocelas.
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
11 comentários
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Segunda-feira, 18 Junho, 2012 às 9:47
manel
boas
se nao me escapou mais nenhum estes povos (tribos) viviam todos na mesma area ou em epocas diferentes?
Nomunae, Nonunae (tribo Vetónia)[área do rio Côa, Freixo de Numão]
Ocelenses, Ocelenses Lancienses, Oquelenses (tribo Lusitana)
[área da Guarda, Ribeira da Nave, Sabugal, Capinha, Fundão, Ferro, Covilhã]
Lancienses, Lancienses Oppidani, Lancienses do sul (tribo Veto-Lusitana)
[área de Sra.Bom Sucesso, Penamacor, Melena, Trancoso]
Lancienses Transcudani, Transcudanos, Lancienses do norte
(tribo Lusitano-Vetónia)[área Celorico da Beira, Cabeço de Fráguas,Sabugal]
Balatucela (tribo Luso-Celta)[área Sabugal, Santo Estevão, Penedono]
Bletonenses (tribo Lusitano-Vetónia)[zona fronteiriça norte até Salamanca]
Coilarni, Cularni, Coilarnos, Coilarmos, Colarni, Collos (tribo Lusa)
[área rio Tedo, Lamego, Arnas, Penedono, Vilar Maior, Sabugal,
Santo Estevão, Penedono]
Segunda-feira, 18 Junho, 2012 às 22:01
José Carlos Mendes
Não consigo responder ao certo, «Manel». Mas julgo que sim, que andavam todos por aqui, de facto.
Mas com uma certeza: há autores que garantem que a região era administrada a partir de Lancia Oppidana (perto do que hoje é a Senhora da Póvoa e do Vale).
Daí, o nome geral: eram os lancienses. Desses, uns seriam então os ocelenses ou oquelenses – mais a Sul; outros, os transcudanos ou então os opidenses – mais a Norte.
Seria assim? Como é que vamos saber antes das tais escavações arqueológicas que faltam?
Manel,
Já agora, se descobrir alguma coisa, diga. Obrigado.
Segunda-feira, 18 Junho, 2012 às 22:20
José Carlos Mendes
Já agora, permita-me o leitor que adiante mais uma nota sobre o Vale da Senhora da Póvoa que me escapou na peça.
É que eu devia ter recordado que a tal «cidade» romana de Lancia Oppidana ficava numa das principais vias romanas: aquela que, vindo de Alcântara (hoje, Espanha – mas naquele tempo era tudo território lusitano ocupado pelos romanos), passava por Egitannia / Idanha-a-Velha, vinha, digamos, ao Vale de Lobo (Lancia Oppidana), seguia para «Centum Cellae (junto de Belmonte), Famalicão, Mangualde e Viseu. A partir daqui, a ligação a Brácara Augusta» / Braga.
Pode ver isso, por todos nesta boa síntese de Américo Valente: http://lancia.com.sapo.pt/Vias.htm .
Onde que eu quero chegar com esta nota é aqui: descobri que o Vale (Lancia não era bem ali onde hoje está a aldeia do vale, mas sim no meio da Serra d’Opa, para cima do actual Santuário da Senhora da Póvoa…) mas, repito, há que sublinhar que o Vale foi uma terra então muito bem localizada e muito importante da nossa região – e que isso não pode ser desligado do facto de esta terra se encontrar nessa altura no enfiamento desta grande via romana, uma das principais da Península e sem dúvida a mais importante da tal Federação Lusitana, o verdadeiro berço do nosso País. Repito bem alto: o nosso País nasceu aqui, na nossa zona. E o Vale foi uma das capitais dessa altura.
Orgulhemo-nos disso.
Orgulhem-se disso, ó gentes do vale da Senhora da Póvoa!!!!
Terça-feira, 19 Junho, 2012 às 11:25
manel
encontrei isto nao sei se ja tinha visto
Click to access JAlarcao_lusitanos.pdf
Terça-feira, 19 Junho, 2012 às 15:49
manel
http://www.celtiberia.net/
Terça-feira, 19 Junho, 2012 às 19:22
José Carlos Mendes
Muito bem.
Obrigado.
Vou ler com atenção e depois comentarei.
Veremos se vem aí uma luz ao fundo do túnel.
Terça-feira, 19 Junho, 2012 às 22:00
José Carlos Mendes
Caríssimo Manel,
Obrigado. Interessa-me essencialmente, para o caso, o documento do Prof. Jorge Alarcão, naturalmente.
Concluo que efectivamente os ocelenses ter-se-ão espalhado a sul (acho que de facto, pelo que vejo e leio, do Casteleiro para Sul); que os lancienses oppidenses se encontrariam de Idanha até um pouco acima de Santo Estêvão; e que os lancienses transcudani iriam daí para cima e para leste.
Sem querer ser «chato», vou sintetizar para o leitor, com indicação das páginas, em telegrama:
– Todas as referências que vou fazer reportam ao estudo «Novas perspectivas sobre os Lusitanos (e outros mundos)» do Prof. JORGE DE ALARCÃO, acima gentilmente indicado pelo amigo Manel e de que pode abrir pdf aqui: http://www.julianus.org/textos/JAlarcao_lusitanos.pdf
– Sugiro que veja o mapa da pág. 303.
– E, na p 298, sobretudo o 1º perfil altimétrico, captando bem Sortelha (São Cornélio).
– Note que os vetões, afinal, «são» mais Espanha… uma tese do Prof. contra Plínio… tese que me ganha, sinceramente. A este propósito, se puder, veja bem o mapa da pág. 297 e fixe-se nos Vetones.
– Finalmente, constate uma nota sobre culto, cultura, religião, língua…; antes dos romanos, ao longo de mil anos, as invasões indo-europeia, sueva e celta sem dúvida influenciaram mas não alteraram radicalmente nem o culto religioso nem a língua. Isso só viria a acontecer com a invasão romana. Aí, tudo muda: «com a dominação romana, alterou-se a língua e introduziram-se novos cultos» (Ibid, p 323).
A talhe de foice, sempre lhe recordo que os lusitanos não eram muitos. No ano 150 a.C. eram 120 mil, na vasta zona que ocupavam (Ibid, p 340).
Obrigado, Manel, mais uma vez.
Valeu mesmo.
Quinta-feira, 21 Junho, 2012 às 15:55
Américo Valente
Amigo José Carlos
Foi a partir de Mário Saa que desenvolvi a tese de que Lancia Oppidana estava situada no actual santuário da Senhora da Póvoa. E faz sentido. Em 1938, quando decorriam obras para endireitamento dos terrenos do santuário, encontraram muralhas soterradas com cerca de dois metros de espessura, mas, por ordens superiores (Igreja?) foram novamente soterradas. Póvoa significa povoação, cidade, aglomerado populacional. Por que razão chamaram aquele lugar de Senhora da Póvoa? Certamente por ter sido implantado onde outrora existiu uma cidade ou pelo menos um vasto aglomerado populacional. Posso estar errado, mas, até que me provem o contrário, manterei esta tese.
Para informações mais detalhadas deve-se consultar o site http://lancia.com.sapo.pt/
Abraço
Américo Valente
Quinta-feira, 21 Junho, 2012 às 22:35
manel
boa noite
agora que ja descobriu a que ramo dos lusitanos pertense veja se descobre a que ramos pertensemos os d´aldeia (da ponte) ate para ver se chega a mesma conclusao que eu.
obrigado
Quinta-feira, 21 Junho, 2012 às 23:04
José Carlos Mendes
Caríssimo Américo,
Antes de mais, a minha pública manifestação de apreço pelo emérito trabalho de investigação e de divulgação de conhecimentos sobre o Vale.
Algumas achegas.
RUÍNAS
No que se refere às muralhas descobertas e novamente soterradas em 1938, isso interessa-nos a todos e atrevo-me a pedir que nos dê mais pormenores.
OPPIDUM
Quanto ao facto de ali mais acima ter existido antes (muito antes) um oppidum, ao que me dizem conterrâneos seus com quem tenho contactado recentemente, existiam há 50 anos por lá espalhados vários restos de muros, paredes semi-destruídas e meio enterradas que os rapazes desse tempo conhecem mas a que (como em todas as terras) ninguém ligava nada…
MEMÓRIAS PAROQUIAIS – SÉC XVIII
Mas, Américo, você enviou-me fontes que me dizem um pouco mais sobre o culto da Senhora da Póvoa.
Interessa-me para o caso, apreciar as respostas do Padre Luís Cardoso, do então Vale (Val) de Lobo:
«Se tem algumas ermidas, e de que santos, e se estão dentro ou fora do Lugar, e a quem pertencem?»
Tem duas ermidas e uma Igreja caída que foi matriz, e uma capela de Nossa Senhora da Póvoa, e tem mais a imagem de Santa Sabina, está fora do lugar meia légua; e outra de S. Sebastião e tem mais a imagem de Santo Antão.
«Se acode a elas romagem, sempre, ou em alguns dias do ano, e quais são estes?»
Tem a Senhora da Póvoa muita gente em romaria em todo o decurso do ano e o maior concurso é na segunda e terça do Espírito Santo.
A Senhora da Póvoa é, pois, apresentada como capela e local de romagem. Isto, em 1758. Tanto quanto sei, trinta anos depois a ermida foi ampliada.
______________
Termino dizendo-lhe, no entanto, que as devoções à Senhora da Póvoa, tanto quanto sei, são muito frequentes em muitas paragens do País. Como outras devoções. Portanto, não posso acompanhá-lo quando escreve aí em cima: «Por que razão chamaram aquele lugar de Senhora da Póvoa? Certamente por ter sido implantado onde outrora existiu uma cidade ou pelo menos um vasto aglomerado populacional».
Não concordo, embora seja tentador.
A lógica das questões religiosas em matéria de cultos, promovida pelos curas, párocos e bispos, tinha ao que sei pouco a ver com a lógica histórica e menos ainda com a história de lusitanos ou mesmo romanos («ambos» povos politeístas e portanto a erradicar da memória cristã).
Há imensas provas disso.
Acho que nunca a Igreja oficial apoiaria, acho eu, a promoção de um culto cuja origem lhes lembrasse os deuses antigos…
Mas partilhe connosco as suas conclusões, a bem de todos.
Sexta-feira, 22 Junho, 2012 às 0:16
José Carlos Mendes
Quanto ao Amigo Manel, de Aldeia da Ponte:
Sinceramente, não se poderão ter certezas, mas se os mapas e o perfil altimétrico apresentado por Jorge Alarcão nas págs 297 e 298 do estudo que me indicou forem tão rigorosos como é suposto, você saberá melhor do que nós que acima de Santo Estêvão, quase com toda a segurança habitaram os lancienses transcudani…
Como lá foram parar – essa é outra questão.
Se leio bem, estas zonas estavam um tanto abandonadas e podem ter sido os romanos que as povoaram – eles mesmos e obrigando pessoas a deslocalizar-se para lá.
Ninguém até agora parece ter feito mais do que levantar hipóteses duvidosas nestas matérias. E o País não tem investido o suficiente em investigação nas nossas zonas.
Temos de nos contentar com hipóteses.
Mas, caro Manel, já agora: qual é para si a hipótese (de trabalho) mais pacífica?