A Companhia Nacional de Bailado (CNB) vai estar no TMG na quarta, dia 20 de Junho, no Grande Auditório, às 21h30 para apresentar a curta-metragem «La Valse» realizada por João Botelho e com coreografia de Paulo Ribeiro e música de Maurice Ravel e o bailado «A Sagração da Primavera» com direcção e coreografia de Olga Roriz e música de Igor Stravisnsky.

Ravel compôs «La Valse» influenciado pela experiência da guerra, o romantismo perde dominância e o ritmo da valsa deriva frequentemente para o caos, numa metáfora à Europa de então. A estreia acabou por acontecer em Dezembro de 1920, sem que Diaghilev a tivesse utilizado, por a ter considerado «não como um ballet, mas como um retrato de um bailado».
Quando os laços da Europa são repetidamente equacionados, a CNB decidiu desafiar um coreógrafo (Paulo Ribeiro) e um realizador (João Botelho) a explorarem a composição de Ravel e a conceberem um olhar cinematográfico sobre o movimento dos corpos.
Segue-se o bailado «A Sagração da Primavera», numa coreografia de Olga Roriz. «O tempo parece não ter passado desde que, ainda jovem, interpretei o papel da eleita do coreógrafo Joseph Roussillo no Ballet Gulbenkian. O tempo parece não ter passado desde a primeira vez que vi, num minúsculo televisor, a versão de Pina e ter decidido nunca coreografar esta peça. O tempo parece não ter passado desde a polémica estreia de Nijinski/Stravinski. Mas o tempo passou e a obra perdura no nosso imaginário cultural. O fascínio e respeito pela partitura foram determinantes para a minha interpretação, construção dramatúrgica e coreográfica da peça. A fidelidade ao guião de Stravinski foi, desde o início, o único caminho com o qual me propus confrontar. No entanto, dois aspectos se distanciaram do conceito original. Visões personalizadas que imprimem à história uma lógica mais possível à minha compreensão, mais aprazível à minha manipulação», escreve a coreógrafa sobre «A Sagração da Primavera».
plb (com TMG)