You are currently browsing the daily archive for Quarta-feira, 23 Fevereiro, 2011.
No ano passado foi a 1ª edição da Festa da Caça no Casteleiro. E foi um reconhecido sucesso, de acordo com a opinião generalizada de todos quantos puderam comparecer.
Mas este ano vai melhorar.
Contribuem para isso três razões:
– a experiência acumulada da Junta de Freguesia e dos vários organizadores por um lado;
– por outro, algumas das repetições – com a presença de aves das rapina que nos encantaram – e, sobretudo, a programação musical e a animação de rua;
– e, finalmente, a crescente mobilização do pessoal que já está a enviar mails uns aos outros com o programa que se vai conhecendo e com a recomendação: «Mete já na agenda».
Digo-lhe o mesmo: escreva já na sua agenda: nos dias 10, 11 e 12 de Junho, este ano, é no Casteleiro.
Para a Festa da Caça.
Não se vai arrepender – como lhe aconteceu no ano passado…
Se não, atente nas actividades previstas.
Ainda é muito cedo para estar com pormenores, mas registe:
– Há animação de rua e demonstrações com aves de rapina nos três dias.
– Logo na sexta de manhã há uma largada de perdizes para começo de função.
– Nesse primeiro dia à tarde, é a vez de os Cantares de Alpedrinha nos deliciarem e, logo depois, a Fanfarra Sacabuxa. À noite com Desertuna, é a vez da música variada.
– Cães e caçadores abrem o dia de sábado com uma prova de classificação e tudo: é a Prova de Santo Huberto, para avaliar o desempenho de cães de parar e seus donos.
– Nesse segundo dia à tarde, demonstrações de cães de parar e, para a noite, estão no programa os Virgem Suta.
– O domingo fica bem composto com dois aperitivos que já lhe quero deixar aqui: o já habitual passeio equestre logo de manhãzinha e, mais tarde, o Grupo «3Kuaz4».
… Parece-lhe um bom programa, não é?
Pois ainda há mais.
Digo-lhe tudo um dia destes, bem a tempo de marcar na agenda.
Ora diga lá se quer perder isto tudo!
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
Teve lugar no passado dia 20 de Fevereiro no Estádio Universitário de Lisboa, o Campeonato Nacional de Judo, do escalão Juniores. A simples presença nesta prova, era para todos os judocas que se apuraram para estarem presentes, uma grande satisfação, pois apenas os 26 melhores do país em cada categoria de peso, poderiam participar.
O distrito da Guarda esteve presente apenas com três atletas femininas, duas em -57kg e uma em -48kg. Na categoria mais leve, Ana Rita Figueiredo ainda realizou três combates mas não conseguiu sair da pule de acesso às medalhas. Em -57kg estiveram Ana Sofia Figueiredo do SC Sabugal e Inês Cunha do Clube de Judo da Guarda. Perdendo ambas o primeiro combate, foi no entanto a judoca da Guarda que foi repescada visto a sua condição de cabeça de serie, na qualidade de Campeã Regional Norte. Inês Cunha soube aproveitar a oportunidade e ganhou o confronto da repescagem, perdendo de seguida com a mesma judoca que já tinha eliminado a sabugalense e que subiria ao pódio. A atleta do Clube de Judo da Guarda, obteve assim um 5º lugar, que talvez lhe vá permitir participar no Torneio Internacional de Portugal, a realizar em Março.
O desempenho e atitude das três judocas estiveram dentro daquilo que os treinadores esperavam para a prova, sabendo do elevado nível das judocas Nacionais e dos poucos competidores que a nossa Região possui nesta modalidade, para se poder atingir um bom nível de preparação.
David Carreira
Realizou-se no passado sábado, dia 19 do corrente mês de Fevereiro, na sala de reuniões da Câmara Municipal da Guarda, uma reunião promovida pela Comissão Distrital da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
Ocuparam lugar na mesa o Sr. Governador Civil da Guarda, Dr. Santinho Pacheco, o Dr. Virgílio Bento, em representação da Câmara Municipal da Guarda, Sr. Armando Vieira, Presidente da ANAFRE e o Sr. Luís Soares delegado distrital desta estrutura.
O moderador foi o Prof. João Amaro, Presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro, município de Gouveia, visto ser o Presidente da Assembleia Distrital da ANAFRE. Coordenou todas as acções com a calma e competência a que já nos habituou.
O Dr. Virgílio Bento apresentou cumprimentos e deu as boas vindas aos cerca de noventa autarcas das mais diversas Juntas do nosso distrito.
De seguida usou da palavra o Sr. Governador Civil que depois de também ter saudado todos os presentes referiu-se concretamente aos cinco pontos da ordem de trabalhos e fê-lo com tal clareza e desenvoltura que surpreendeu a maioria dos assistentes.
O Sr. Governador é uma personalidade tão frontal e tão directa que não anda com rodeios nem com discursos preparados. Fala fluentemente e vai directamente aos assuntos, custe o que custar, e doa a quem doer.
Tem ideias muito claras relativamente às mexidas que o poder central pretende introduzir nas autarquias locais.
No que concerne à fusão de freguesias, quer a nível do meio urbano quer a nível do meio rural, foi claro como a água. Disse que, sobretudo o mundo rural, necessita é de uma regionalização séria e responsável, que ponha esse mesmo mundo rural a produzir porque o potencial existe.
Congratulei-me com o discurso do Sr. Governador porque também eu sou um acérrimo defensor da regionalização e até me orgulho de, aquando do referendo, o sim só ter vencido, a nível distrital, na minha freguesia. Foios.
Já nessa altura nós desejávamos a criação das regiões porque, tal como afirmávamos, para pior do que estávamos certamente não iríamos.
O tempo deu-nos razão e está provado que se, nessa altura, o sim tivesse saído vencedor o País poderia não ter chegado à situação, de desgraça, a que chegou.
Depois do Sr. Presidente da ANAFRE ter usado da palavra verificaram-se intervenções de vários autarcas distritais. A grande maioria referiu os diminutos financiamentos que vão sendo concedidos às autarquias e lamentam que o poder central se prepare para se meter com as Juntas de Freguesia quando estas apenas absorvem 0,1% do orçamento geral do estado.
Senhores Governantes. As Juntas de Freguesia não têm sido o problema deste País. Acreditamos que têm sido mais a solução do que o problema. Antes de se meterem com as Juntas de Freguesia vejam-se ao espelho. Quando pensarem nas Juntas de Freguesia que seja para as reconhecer e para as reorganizar. Para mal já basta assim!
«Nascente do Côa», opinião de José Manuel Campos
(Presidente da Junta de Freguesia de Foios)
jmncampos@gmail.com
Durante muito tempo, demasiado tempo, esteve-se de acordo que as artes culinárias não tinham importância em termos de património entendido na acepção da palavra.
O acto de comer (era) é entendido como coisa natural, ao modo do acto de respirar. Especialistas de todos os matizes tentaram contrariar tal asserção, fazendo notar o facto de a alimentação estar associada a múltiplos factores: identitários, sociais, religiosos, económicos, simbólicos, e de comunicação, variando de grupo para grupo conforme os valores culturais que criaram e defendem. Nem depois dos formidáveis trabalhos de Levi-Strauss, as incisivas investigações de Goody, e os pertinentes estudos de Marvin Harris – o homem come de tudo, mas não come tudo – por cá a situação só se alterou um pouco a partir dos anos noventa do século passado. Muito antes o historiador Oliveira Marques teve o mérito de salientar a importância da história da alimentação em Portugal, os leitores de Fernand Braudel concediam razão ao autor da Sociedade Medieval Portuguesa, ams no essencial, para muitos o termo – artes culinárias – ressumava a pedanteria. Os serôdios e misantropos dizem que comer não passa da satisfação de uma necessidade fisiológica, e confeccioná-la está adstrita ao desempenho habilidoso das mulheres, e ao engenho dos chefes de afamados restaurantes e hotéis de luxo. Ainda agora vemos, ouvimos e lemos manifestações depreciativas do fenómeno alimentar esquecendo ou fingindo-se esquecer a importância das cozinhas – oral, escrita-histórica-cultural, local, regional, nacional, global – nas sociedades. No ano 2000, a nona arte – a gastronomia portuguesa – foi declarada património cultural. E desse acto o que resultou? Deixo a interrogação. No entanto, atrevo-me a referir a clamorosa ausência de cartas gastronómicas a nível regional, a falta de publicação dos variados léxicos culinários existentes, e dos modelos alimentares dos camponeses e operários. Os trabalhos publicados ultimamente são de natureza parcelar e nós precisamos de uma História da Alimentação de conjunto, como de pão para a boca. No mais, o que conhecemos está muito restringido aos conventos, mosteiros, casas nobres e um ou outro naviol, o que é pouco. Por último, atrevo-me também, a avivar os méritos das Confrarias Gastronómicas na defesa do património que lhes confere a matricialidade, não é um puxar da brasa à nossa sardinha, é antes realçar o seu papel, mesmo que muitas vezes apenas de representação, no alertar os poderes, todos os poderes de variados matizes, para a urgente necessidade de a todo o tempo e todo transe protegermos este preciso bem cultural, o qual está sujeito a inúmeros ataques a principiar pela cozinha oral.
Armando Fernandes
Vice-Presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas
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