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Como a promoção da Cultura também é um dos nossos objectivos. Foi com bons olhos que vimos a possibilidade de apresentar ao Público em geral e em especial às pessoas de Alfaiates este jovem artista da nossa terra.
E foi assim que no passado Domingo dia 6 de Fevereiro pelas 16.30h o Micael se estreou a actuar no CCR de Alfaiates perante uma vasta plateia, maioritariamente constituída por pessoas da terra, mas também de outras localidades.
Com tão só 12 anos e apenas um ano de aprendizagem, o pequeno Micael mostrou-nos que de pequeno é que se «torce o pepino» e encantou todos os presentes através das melodias interpretadas, algumas da sua autoria.
A meio da actuação a Direcção do CCR entregou uma lembrança ao Artista, para que esta data fique retida na memória dos presentes e em especial do Micael.
Como estava anunciado no final a actuação houve um jantar convívio para aqueles que se inscreveram, onde a ementa foi uma Canja dos Cornos e o típico Bucho Raiano muito bem confeccionados pelo Carlos Sanches, o nosso «Mestre da Culinária».
Após o repasto a festa continuou e todos tomaram café e digestivo ao som do acordeão, mas como no dia seguinte era dia de escola, o Artista lá teve que dar por terminada a actuação. Mas deixou a promessa de voltar muito em breve.
A Direcção do CCR agradece:
– Ao Micael e à sua família a disponibilidade demonstrada para a realização desta actividade;
– Ao Restaurante Pelicano por nos ter cedido a loiça;
– Ao Videira, à Fátima, à Leonilde e à Rosa pela ajuda que deram na confecção do jantar e na limpeza;
– A todos aqueles que de perto ou de longe estiveram presentes nesta festa.
Norberto Pelicano (Presidente do CCR de Alfaiates)
Inicialmente previsto para o fim-de-semana anterior, o 2.º Torneio de Matraquilhos do CCR Alfaiates foi adiado para dia 29 de Janeiro devido ao acto eleitoral que aconteceu no dia 23.
As portas do CCR abriram-se por volta das 21.00h. Após as inscrições das equipas procedeu-se ao sorteio e como estava uma noite especialmente fria de imediato se deu inicio à competição para que as equipas não «arrefecessem» muito.
As sete equipas inscritas jogaram num sistema de campeonato a uma volta num ambiente de grande fair-play, mas com a vontade de vencer sempre presente. Tal foi o equilíbrio que no final havia 3 equipas empatadas no 3.º lugar, eram elas as duplas:
– David Bairras e Carlos «Curracho»;
– Hélder Vasco e Micael;
– Frederico e Pedro.
Esta situação levou à realização de um mini campeonato entre as três duplas em causa, do qual saiu vencedora a dupla David Bairras e Carlos «Curracho».
A classificação final do Torneio foi a seguinte:
1. Francisco «Chico Russo» e Bruno «Barroco»;
2. Henrique e Luís Miguel;
3. David Bairras e Carlos «Curracho»;
4. Hélder e Micael;
5. Frederico e Pedro;
6. Beto e Zé Roque;
7. Rosa, Rui e João;
Termino agradecendo a todos os participantes na Competição e aos que estiveram presentes ao longo da noite na nossa Associação.
Norberto Pelicano (Presidente do CCR de Alfaiates)
A atrelagem do gado bovino fazia-se por intermédio de jugos e cangas, pelos quais se puxava o carro e o arado. O jugo e a canga são porém instrumentos muito diferentes, variando a sua forma de terra para terra.
A canga consiste numa trave de madeira trabalhada e adaptada a ser colocada sobre o cachaço de dois animais de tracção, para que puxem ao carro ou lavrem a terra. A melhor das cangas é feita em madeira de nogueira. Ao centro tem os castelos, que é a parte recortada da canga, por onde passa o tamoeiro (ou bardão), nome dado à tira forte de couro usada para prender a cabeçalha (ou cambão) à canga. Tem ainda quatro hastes, chamadas cravelhas (ou chavetas), cuja função é encaixarem no pescoço das vacas. Na extremidade das cravelhas prende o barbante, que é uma correia de couro, ou corda, que passa por baixo da barbela dos animais. Ao centro está o vergueiro, que consiste numa barra de ferro cuja função é evitar que a canga revire quando os animais fazem tracção. A canga encosta ao cachaço do animal, mas para além do barbante, que a prende ao pescoço, também é segura aos chifres, através da apeaça (ou piaça), que é uma correia de couro.
O jugo é por sua vez uma trave de madeira com duas curvaturas, próprias para encaixar na nuca das vacas, para fazerem tracção. É uma espécie de canga, com a diferença de não possuir cravelhas, assentando as curvaturas, ou gamelas, directamente na cabeça dos animais, sendo cingidas aos cornos através de uma correia. A esta correia chamavam soga ou corneira, e era mais pequena do que a apeaça, usada com a canga. Para protecção da nuca dos animais era colocado um pedaço de pele de cabra ou de ovelha, chamada melena (ou molena) que se colocava entre o jugo e a cornadura das vacas. Tal como a canga o jugo também tem castelos, por onde passa o tamoeiro.
Pelo descrito se verifica que a canga e o jugo são instrumentos diferentes. A canga aplica o «sistema jugular», em que o animal puxa com a corcova do cachaço e a cabeça tem liberdade de movimentos. O jugo aplica o «sistema cornal», em que o animal puxa com os chifres, estando a cabeça completamente impedida de movimentos, sendo portanto o jugo de uso mais penoso para os animais.
Na região de Riba Côa, tanto a canga como o jugo tem formas simples e práticas, mas noutras partes do país estes instrumentos assumem formas melhor elaboradas, onde o artista que os produziu espelha o seu saber e a sua arte. Exemplos disso são os jugos de tábua usados no Minho e noutras terras do norte, os quais são altos e profusamente entalhados e vazados, o que lhes deixa uma decoração muito vistosa.
Paulo Leitão Batista
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