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Se há desporto que está bem representado no cinema norte-americano é o boxe. São inúmeros os filmes que abordam o boxe e o que se passa em torno dos ringues.
Volta e meia lá surge mais um e desta vez o culpado foi David O. Russell, que realizou «O Último Round», a história verídica de Micky Ward (Mark Wahlberg), um boxer proveniente da cidade operária de Lowell que tenta uma segunda oportunidade quando já ultrapassou os 30 anos. Mas se o filme se centra na história de Micky, é no que está a sua volta que se passa o melhor de «O Último Round», tal como acontece em muitos filmes de boxe.
A começar pela história do seu irmão Dicky Ecklund (Christian Bale), que tinha sido uma promessa do desporto e cujo ponto alto foi uma vitória contra a lenda Sugar Ray Leonard. Só que depois acabou por se tornar viciado em crack e é neste estado que o encontramos, com a HBO a fazer um documentário sobre os efeitos daquela droga. Ao mesmo tempo, e apesar deste estado pouco recomendável, Dicky é o treinador do irmão até que acaba por ser preso. Christian Bale tem aqui uma excelente interpretação, vindo provar que é um dos melhores actores da actualidade, que tanto consegue desempenhar um super-herói (Batman) como um criminoso viciado em crack, completamente lunático. Já para não falar de outros papéis de relevo que tem vindo a protagonizar.
É sobretudo no campo da interpretação e nos dilemas de Micky, que a certa altura tem de escolher entre a família, que sempre o ajudou, e um novo manager e um novo treinador, que «O Último Round» marca pontos. Aliás, as cenas de luta até nem são muitas quando comparadas com outros filmes do género. E talvez só o último combate do filme seja o que tem mais destaque. Mas se Christian Bale está muito bem, o mesmo não se pode dizer de Mark Wahlberg, que por vezes parece não estar à vontade no papel. Já nos secundários, quem está muito bem é Melissa Leo, que interpreta a mãe e gestora da carreira dos dois irmãos. Também neste caso pareceu-me que Amy Adams, que faz de namorada de Micky está um pouco deslocada. Por isso é de estranhar a sua nomeação aos Óscares.
«Série B», opinião de Pedro Miguel Fernandes
pedrompfernandes@sapo.pt
A composição do executivo camarário que resultou das eleições Autárquicas de Outubro de 2009, foi de 3 (PSD), 3 (PS) e 1 (MPT) vereadores. Os eleitores optaram, assim, por não dar a nenhum partido concorrente, licença para governar sozinho a sua autarquia.
Perante este cenário, o senhor Presidente de Câmara, em reunião de câmara, solicitou autorização para nomear a tempo inteiro 2 vereadores (perfazendo 4), alegando que dois vereadores eram francamente poucos face ao trabalho a desenvolver. Posta a votação, esta proposta foi recusada pelos restantes vereadores (PS e MPT), sem prejuízo de voltar a ser analisada esta situação se viesse a verificar-se absolutamente necessário este aumento.
Posteriormente foi renovado o mesmo pedido e perante a justificação apresentada, foi aprovado por unanimidade o aumento de mais 2 vereadores a tempo inteiro.
E foi a partir desta decisão que o Senhor Presidente me contactou propondo-me o exercício a tempo inteiro como vereador.
Conversamos e acordamos as condições dessa minha aceitação, nomeadamente das funções que me seriam atribuídas e da minha contribuição como membro de uma equipa cujo objectivo era o desenvolvimento do Sabugal.
Pura ilusão! A equipa nunca existiu. As condições acertadas não foram cumpridas e não vislumbro sequer qualquer interesse do Sr. Presidente na definição de estratégias para a nossa terra.
Talvez alguns pensassem que «compravam» o meu voto em troca de um lugar. Não me conhecem. Represento muitas pessoas que depositaram em mim a sua confiança para fazer tudo o que é possível fazer pelo nosso concelho.
O projecto político iniciado há cerca de 3 anos e levado a cabo por uma equipa de pessoas independentes resultou num mandato legitimado por 1 781 eleitores – cerca de 20% do total dos eleitores do concelho.
Elaboramos um Programa Politico e estabelecemos um compromisso com todos os sabugalenses. Estabelecemos um Rumo!
Sem estratégia, sem condições, sem equipa… enfim, sem rumo, não me restava outra alternativa senão apresentar a minha demissão. O povo do Sabugal compreenderá a minha posição.
Mas não ficarei de braços cruzados. Como vereador do MPT continuarei a propor e a defender as políticas e os projectos que promovam o desenvolvimento do nosso concelho.
Viva o Sabugal!
Joaquim Ricardo
O vereador Joaquim Ricardo rompeu o acordo que tinha com o presidente da Câmara do Sabugal, António Robalo, e com base no qual se tem mantido em funções como vereador em permanência.
O vereador eleito pelo MPT decidiu que regressará à sua condição de vereador sem pelouro, continuando a fazer parte do executivo autárquico, mas sem exercer funções a tempo inteiro na Câmara.
Desconhecem-se porém as razões pelas quais se rompeu o entendimento que foi alcançado em Junho de 2010 e com base no qual o vereador passou a exercer funções em permanência, salvaguardando assim as dificuldades de gestão politica da autarquia, na medida em que o PSD, com apenas três vereadores, não detém a maioria no executivo.
plb
Homero descreve no seu poema épico «Odisseia» o perigo que Ulisses enfrentou no Mar Egeu, no seu regresso a Ítaca. Ninguém podia escapar com vida após ouvir o mavioso canto das sereias… Andarão sereias cantando pelo Sabugal?
Aqui vão duas pequenas histórias, uma verdadeira, outra, sabe-se lá…
1. O Hotel e o Palácio
Quando em 2002 tomei posse como vereador na Câmara de Vila Franca de Xira havia uma proposta de construir um hotel num terreno onde existia um palácio classificado, em ruínas, que, segundo os proprietários, seria recuperado.
Passados todos os tormentos de obtenção de pareceres favoráveis nas diversas entidades, tudo estava pronto para ser aprovado.
Dei então um despacho (com a concordância da Presidente), de onde se retirava que o hotel só poderia ser construído após a recuperação do palácio.
E é aqui que entram as sereias. Que se devia deixar construir o hotel para que com o dinheiro do mesmo se pudesse posteriormente recuperar o património… Que Vila Franca precisava de um hotel e com aquele encargo não havia interessados…
Como Homero, tapámos os ouvidos e manteve-se a decisão, situação que ainda hoje, se estou bem informado, se mantém.
2. Gianni Schicchi
Terça-feira assisti a representação da ópera Gianni Schicchi de Giacomo Puccini, cuja acção tem lugar no quarto de um abastado chefe de família, Buoso Donati, por ocasião da sua morte. Entre suspiros, surgem dúvidas quanto ao seu testamento e herança, provocando inquietação entre os herdeiros, o que se revela verdadeiro, pois o falecido doa toda a fortuna a um convento. Procuram então uma sereia chamada Gianni Schicchi, que responde, com seus cânticos maviosos, engendrando uma artimanha em que se faz passar pelo morto e, com o objectivo de ajudar a família em pretensa ruína, altera o testamento na presença de um notário. A família fica muito satisfeita até que percebe que, no testamento que dita ao notário, Schicchi aproveita para ficar com as propriedades mais valiosas para si mesmo…
Como remate destas duas histórias, só espero, sinceramente, que não haja neste momento no Concelho do Sabugal, nem nenhum «palácio» cuja concretização passe por, primeiro, construir o «hotel», e o resto fique para, como diz o povo, para «o dia de São Nunca a tarde», nem nenhuns «familiares» que encontrem um «Schicchi» pelo caminho.
Ps: A todas as pessoas que, sabendo, me endereçaram, a mim e a minha mulher os votos de condolências pela morte da minha sogra, muito obrigado.
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
(Presidente da Assembleia Municipal do Sabugal)
rmlmatos@gmail.com
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