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Ninguém conspira se nada ambicionar. E a mim, querido leitor(a), está farto de ler as minhas conspirações nos meus artigos de opinião, logicamente também ambiciono. Qual é a minha ambição? Uma Democracia que nada tenha a ver com esta Globalização neoliberal.
Uma Democracia onde não caibam fortunas pessoais e volumes de negócios particulares de mil milhões de euros, e mais. Esses negócios, muitos deles, são de privatizações de serviços públicos que até funcionavam bem e, serviam o público em geral, agora servem esses grandes capitalistas e os grandes accionistas. O resto é de droga, corrupção e armas. Claro! Não aceito a massificação soviética, o monopólio estatal e a burocracia estalinista, esse pecado original da esquerda, não me afasta de uma esquerda socialista humana e livre.
O leitor(a) conhece o que foi o escândalo da inquisição, ela não fez com que os cristãos abandonassem o que Cristo propôs nos seus evangelhos. Por o socialismo soviético, e da Europa de Leste falharem, isso não significa que não possamos ver o socialismo no horizonte da história.
Ambiciono uma sociedade em que o homem não tenha que ir a reboque dos interesses, manobras e especulações do grande capital financeiro, industrial e comercial que a única meta que perseguem são as mais valias, nunca o bem estar de quem trabalha, e a criação de postos de trabalho.
Ambiciono o aparecimento de políticos e economistas cuja capacidade consista em criar postos de trabalho, e não destruí-los.
Ambiciono que os cidadãos recuperem a sua consciência critica, que tanto serviu há umas décadas atrás na transformação das sociedades, mas agora está perdida por completo nesta sociedade de consumo e do crédito bancário.
Ambiciono que a democracia dita representativa, onde as grandes decisões são tomadas por uma pequena elite económica e política, tudo muito reservadamente, seja substituída por uma Democracia participativa e verdadeiramente transparente.
Ambiciono que haja respeito pela natureza e pelo meio ambiente.
Ambiciono que os meios de comunicação social venham um dia a ser independentes e livres, e que deixem de estar nas mãos de grandes oligarcas como Carlos Slim, Murdoch, Berlusconi e Pinto Balsemão, entre outros.
Ambiciono que a televisão um dia deixe de ser um meio de controlo cultural, político e ideológico. Que não fabrique mais políticos e depois os ponha a governar, deixe isso para os cidadãos que votam…
Ambiciono assistir um dia no meu País, a campanhas eleitorais em que os políticos apelem à razão, e não à emoção dos eleitores.
Toda esta selvajaria capitalista origina um embrutecimento moral, por isso, tanta droga, tantos crimes de toda a ordem, tanta corrupção, tanta fraude fiscal, tanta desigualdade económica, tanto desemprego, tanta insegurança cidadã, tanto suicídio, tanta violência escolar, tanta desordem, tanta incompetência, tanta pobreza e tanta fome. A ambição costuma-se dizer que é o último refúgio do fracasso. Esta minha ambição não é a ambição de um fracassado, porque nunca fracassei, é a ambição de um derrotado, porque nunca ganharei. Era mais fácil lutar por um diminuto cargo político, ou por um negócio privado, tinha lugar numa comunicação social qualquer, e a diário se fosse preciso, com um pouco de hipocrisia tudo me bajulava, mas a minha luta é a tentativa de preservar o pouco que ainda resta da democracia, e aperfeiçoá-la.
Tenho a noção que as palavras que atentam contra o sistema leva-as o vento. Estas que acabou de ler, querido leitor(a), já voaram.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
A Câmara Municipal do Sabugal viu-se obrigada a revogar o concurso público para concepção do Recinto Desportivo do Soito, face ao posicionamento da Ordem dos Arquitectos, que indicou aos seus associados que não deveriam, em qualquer circunstância, apresentar-se como concorrentes ao referido concurso.
A Ordem dos Arquitectos havia classificado o concurso lançado pelo Município do Sabugal como «Inaceitável», face ao reduzido prazo (12 dias) para elaboração do estudo de arquitectura.
A Ordem considerou ainda irregular a exigência de requisitos mínimos de capacidade técnica aos concorrentes, uma vez que esta imposição não é conciliável com a modalidade de concurso adoptada (concurso público).
Na concepção daquela ordem profissional, o concurso camarário violava flagrantemente vários artigos do Código dos Contratos Públicos (CCP), nomeadamente os 220.º, 231.º e 234.º, pelo que, face à queixa apresentada por profissionais, o Conselho Directivo Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos declarou o procedimento «Inaceitável» e notificou a Câmara Municipal do Sabugal dessa mesma decisão.
Perante a ilegalidade verificada, a autarquia reconsiderou e comunicou por ofício, datado de 22 de Outubro, que «(…) face às disposições das peças do procedimento disponibilizados – Termos de Referência – foi decidido revogar a decisão de contratar, com fundamento no disposto no n.º 2 do art.º 80.º do CCP».
A Ordem dos Arquitectos informou de imediato todos os seus associados da decisão tomada pela autarquia.
plb
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