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Este ano Quentin Tarantino foi à guerra e fez uma bela versão alternativa bastante fantasiosa da realidade da II Guerra Mundial, com «Sacanas sem Lei». Optando por uma perspectiva mais real, a realizadora Kathryn Bigelow apresenta um filme sobre os conflitos actuais.
«Estado de Guerra», que estreou recentemente nos cinemas portugueses está a ser considerado um dos grandes filmes de guerra dos últimos tempos. Eu não diria tanto, mas é uma abordagem bastante realista e curiosa sobre um conflito que ainda está a decorrer e sem fim à vista. Trata-se da guerra do Iraque o cenário escolhido pela realizadora Kathryn Bigelow, a mesma de «K-19» e «Ruptura Explosiva», para a sua mais recente fita.
Mas contrariamente à maioria dos filmes de guerra, onde as batalhas são constantes, aqui não há grandes batalhas. Antes pelo contrário. Ao retratar a missão de uma unidade de minas e armadilhas do exército, este até é um filme bastante calmo.
Mas se não há batalhas, como por exemplo se pode ver recentemente no filme «Cercados», há uma tensão latente que deixa o espectador sempre à espera que uma bomba rebente antes de ser desactivada com sucesso. Ou não. Até numa das poucas cenas de tiroteio, em que esta unidade se vê no meio do deserto cercada por guerrilheiros islamitas, há um ambiente pesado, nunca sabemos quem vai ser o próximo a cair. E são longos minutos em que tudo se torna cada vez mais tenso até ao desenrolar da cena.
Com «Estado de Guerra» a realizadora acaba por dar uma boa imagem do que passam aqueles soldados em cenários tão agrestes como o Iraque ou Afeganistão (uma das personagens tinha estado neste país antes de decidir ir para o antigo país de Saddam). Depois de filmes como «Censurado» ou «No Vale de Elah», sobre o mesmo conflito, este filme é mais uma prova de que as guerras onde os EUA se metem acabam sempre por inspirar a Sétima Arte.
«Série B», opinião de Pedro Miguel Fernandes
pedrompfernandes@sapo.pt
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