As questões do judaísmo em Portugal e no Concelho do Sabugal foram o mote para uma tarde memorável em que tive o prazer de participar na Casa do Castelo da Talinha e do Romeu.

Ramiro Matos – «Sabugal Melhor»A apresentação do livro «Breve História dos Judeus em Portugal» da autoria do Prof. Jorge Martins, foi o pretexto para que algumas dezenas de pessoas pudessem assistir a um acontecimento cultural memorável, pela qualidade do autor e dos intervenientes, mas, sobretudo, pelo conjunto significativo de informação que, para um leigo como eu, foi transmitida.
Ficou clara a importância das comunidades judaicas do Concelho do Sabugal (Sabugal, Alfaiates e Vila do Touro), referenciadas já em textos oficiais do Reino no século XIII.
Ficámos a saber que na Torre do Tombo estão já identificados 110 processos da Inquisição referentes a famílias judaicas do Sabugal.
Foram claramente afastadas dúvidas que houvesse sobre a autenticidade do «altar» judaico (HARON HAKODESH) da Casa do Castelo, após a aula de sapiência judaica ministrada por um proeminente membro da Comunidade Judaica de Belmonte.
Ficámos a saber que havia outro «altar» judaico de grande valor no Sabugal, por mim, que ia àquela casa desde que nasci, desde sempre conhecido como uma cantareira.
Ficámos, todos os presentes, perfeitamente convencidos da urgência em se estudar o judaísmo no Concelho do Sabugal, colocando esta parte da nossa história ao serviço do desenvolvimento do Concelho, pela sua importância enquanto mais uma valência turística.
Breve História dos Judeus em Portugal - Casa do Castelo - SabugalAo Carlos Alberto que trouxe ao Sabugal o Prof. Jorge Martins e à Talinha e ao Romeu que abriram as portas da Casa do Castelo, o meu sincero agradecimento pela tarde que nos proporcionaram.
Lamentavelmente, a Câmara Municipal preferiu não estar presente…

ps1. Mais uma vez os jornais publicaram a classificação das Escolas Secundárias Portuguesas. Têm o valor que têm, pois segundo cada jornal, assim a classificação das Escolas, ressaltando, no entanto, a classificação modesta da Escola Secundária do Sabugal e, no geral, das Escolas do Distrito da Guarda, o que me merece três considerações:
– Em primeiro lugar, salientar o esforço que os professores da Escola Secundária (muitos dos quais conheço pessoalmente), desenvolvem para, em situações nem sempre as mais favoráveis, transmitirem os conhecimentos aos alunos;
– Em segundo lugar salientar que muitos dos alunos gastam diariamente horas do seu descanso e de estudo no transporte diário de e para as freguesias do Concelho, com claras consequências a nível do aproveitamento escolar;
Por último, saliento o estado de relativa degradação em que se encontram parte das instalações da Escola, que necessita de urgente intervenção. Sabendo que é intenção da Administração Central passar todas as Escolas para a responsabilidade das Autarquias, medida que merece o meu acordo, considero que o Município do Sabugal não deveria aceitar essa responsabilidade sem que previamente o Governo efectuasse os trabalhos de beneficiação que se impõem.
ps2. No Largo do Castelo encontra-se em obras uma casa antiga, verificando-se a utilização de materiais que, claramente, nada têm a ver com o local (por exemplo, tijolo de cimento). Acredito que o resultado final esteja de acordo com o local, pois não me parece que o IGESPAR e a Câmara autorizassem outra coisa. Mas lá que o aspecto actual não é muito bom, não é…
ps3. Quase em jeito de adivinha. Quantos sabugalenses sabem onde fica o largo «Santa Maria de fátima» (não é gralha, a placa tem mesmo fátima com letra minúscula)?
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos

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