Perguntam-me se não há notícias no Casteleiro, sejam boas, sejam más, uma vez que tenho escrito mais sobre o antigamente. Há. Há boas notícias. E hoje trago aqui algumas delas. Mas entendo que conhecer de onde e de quem vimos e como evoluímos é também muito importante. Vamos então à actualidade.

Uma aldeia como o Casteleiro tem o seu ritmo próprio. Anda na sua cadência, como cada terra. Nem de mais nem de menos: ao ritmo exacto da vida. Não vale a pena chorar sobre o leite derramado. Mas vale a pena referir novas ideias e novas actividades.
É por aí que hoje passa esta crónica: pelas notícias que fazem a aldeia e que se fazem na aldeia…
Estas e outras novidades podem ser sempre consultadas aqui, no «Viver Casteleiro».

A Junta de Freguesia: novos serviços
Numa terra basicamente de idosos, a prestação de serviços é fundamental porque facilita a vida diária das pessoas. A mobilidade já não é muita. Poder resolver na Junta os problemas de pagamentos e recebimentos é fundamental. Desde o início deste mandato, António Marques, Presidente da JF, instituiu serviços essenciais: desde Janeiro de 2010, «a Junta de Freguesia de Casteleiro pass(ou) a disponibilizar a todos os casteleirenses os serviços de pagamento das facturas da EDP, PT e Água, bem como o pagamento de reformas».
Recentemente, e pela primeira vez, foi feita uma limpeza à ribeira do Casteleiro: «Cerca de 16 Km de extensão da ribeira e ribeiros envolventes da Freguesia foram objecto de intervenção com acções de controlo e limpeza das denominadas galerias ripícolas». A ribeira limpa é muito agradável (ver foto).

O Centro Cultural está vivo
O CACC, Centro de Animação Cultural do Casteleiro, promove todos os anos a 15 de Agosto um almoço de convívio. Aproveita-se a presença dos emigrantes, para se estreitarem os laços ao torrão.
Este ano correu também muito bem.
A ementa, que meteu «arroz com feijão, acompanhado com febras e carne entremeada, teve, como sobremesa, melão e queijo, tudo com fartura e à discrição, não faltando, é claro, as variadas bebidas», como escreveu Daniel Machado, o actual Presidente da Assembleia Geral do CACC.

Actividade no Lar
Em benefício dos utentes e de todos os que se deslocam ao Lar, há de vez em quando umas sessões de animação no Lar do Casteleiro.
Este ano, a 14 de Agosto, houve novamente uma tarde de convívio.
«O Conjunto Rosinha com o seu repertório animou os utentes da Instituição e a população da aldeia do Casteleiro que, com grande entusiasmo, aderiram e participaram».
Recordo que o Lar disponibiliza três opções: centro de dia, apoio domiciliário, «24 horas» (utentes que permanecem dia e noite no Lar).

Festa de Santo António
Leio que eram três os mordomos deste ano. E fizeram um grande trabalho.
Os conteúdos da Festa foram os mesmos de sempre: procissão (ver foto), comes e bebes, muito convívio (o melhor da vida) e música q.b..
Bombos, dois conjuntos, um rancho folclórico e um grupo etnográfico completaram os três dias de festa na aldeia: 10, 11 e 12 de Agosto.
Para quem tenha interesse, pode ser simpático «folhear» os vídeos da Festa de Santo António. Para aceder aos filmes de José Manuel Machado, pode clicar aqui.

Maçã certificada
Sempre houve muita maçã na zona do Casteleiro. Em determinada época, houve imensos pomares. Agora chega a notícia de que um produtor está a garantir certificação de qualidade no seu pomar de Santo Amaro para maçãs Bravo de Esmolfe, Golden Delicious, Starkrimson e Oregon Spur.
São ao todo sete hectares, o que é obra.
Esta é uma boa prova de que algo é possível. De que nem tudo está perdido na Cova da Beira ou na zona de Riba Coa.

Bolsa de terras
Uma boa ideia. Oxalá resulte. Uma ideia que foi premiada num concurso na Guarda. O autor do projecto, Ricardo Nabais, do Casteleiro, descreve-o assim: «É um projeto que visa a criação de bolsa de terrenos e gestão de terrenos abandonados, que tem como missão promover o desenvolvimento local e rural, fomentando a agricultura, propiciando as práticas agrícolas e a preservação da floresta».
Combate ao desemprego e fixação de pessoas são outros objectivos explícitos, naturalmente.
Quem tiver interesse, pode aceder ao «site» do Projecto Gesterra, aqui.

Nota
Já que o meu tema de hoje é este (notícias da terra), volto à estatística. Quantas referências registou o «Capeia Arraiana» para cada freguesia? O Casteleiro, com 50 referências há dois anos, tem hoje 150 e, no momento em que me está a ler, pelo menos 151 (+ 200%). Acho que foi o maior crescimento, o que só significa que estava abaixo da sua «performance» regional, creio.
E as outras?
Com menos de 10 registos – são ainda 9 aldeias, que merecem menção individual, para as compensar dos silêncios: Escabralhado, Espinhal, Abitureira, Batocas, Carvalhal, Lameiras de Cima, Martim Pêga, Peroficós, Vale Mourisco.
Com 10 a 20 – ainda são 8.
Entre 20 e 50 – 14, a maioria, nesta minha tabela.
50 a 100 – 7.
100 a 200 – 4: Aldeia da Ponte, Aldeia do Bispo, Casteleiro, Sortelha.
Mais de 200 – 2: Fóios (mais de 270), Soito e Sabugal (com mais de 1300, também por ser a sede do concelho, claro).
Registo que o Soito subiu 40%, de 199 para 270 – 71 em dois anos. E Sortelha subiu de 133 para 160 (um aumento de cerca de 25%). Acho que tem crescido pouco, mas tem muitas referências – neste caso, também, e ainda bem, por se tratar de uma aldeia histórica.

«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes