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Em 1904 surgiu o primeiro dos clubes assentes numa base popular em Portugal: o Sport Lisboa. Num tempo em que o desporto era actividade selecta, este facto assume grande importância social. Curiosamente o carácter popular do Sport Lisboa (depois, SL Benfica) marcaria toda a sua longa existência, transformando-se na sua imagem de marca, na sua identidade própria.
Convém perceber, e muitas vezes tal não acontece, que a vida de um clube de futebol possui significados e simbolismos sociais vastos e complexos (transpostos, ou transferidos se preferirem, para a esfera pessoal), que ultrapassam em muito os meros resultados das competições desportivas. O futebol, como qualquer facto cultural, é apropriado de diferentes formas consoante os contextos sociais. É sentido e significa coisas diferentes em locais diversos. Por isso os clubes de futebol são diferentes uns dos outros: possuem culturas, histórias e identidades distintas. Tracemos, então, alguns dos elementos principais da identidade «Benfica».
Na sua origem, o Sport Lisboa juntou pessoas oriundas de diferentes estratos sociais, principalmente do bairro de Belém, o que lhe conferiu um cunho muito popular, eclético e democratico.
Estas características, felizmente. nunca se perderam. Bem pelo contrário. expandiram-se ao longo dos anos, e estenderam-se, já não só a Belém (de onde o clube saiu em 1908, aquando da fusão com o Sport de Benfica), já não só a Lisboa, mas a todo país. A massa impressionante de adeptos do SLB explica-se por vários factores, sendo o primeiro deles o facto de ter sido o primeiro clube português a desalojar os ingleses do Carcavellos da liderança do futebol lisboeta, tornando-se a mais bem-sucedida formação dos anos 10, em Portugal.
Além disso, o próprio carácter popular do clube, traduzido nos recursos financeiros limitados, que impediam, por exemplo, o aluguer de um campo de jogos adequado, ou o papel preponderante na vida do clube de homens oriundos de camadas sociais menos favorecidas, como Manuel Goularde (o empregado da Farmácia Franco que, juntamente com Cosme Damião, foi a primeira «alma» da agremiação, lutando pela sobrevivência do clube nos piores momentos da «infância» deste) ou a ascensão de um operário, Manuel da Conceição Afonso, a presidente de uma Direcção nos anos 30, transformou-se num factor de atracção de adeptos oriundos das camadas menos favorecidas.
Por isso se pode afirmar que o Benfica dispôs sempre da maior riqueza: a popularidade.
O mais português…
Outra razão fundamental para a popularidade do Sport Lisboa e Benfica foi a tradição de apenas utilizar jogadores portugueses. Assim foi sempre até 1978, altura em que uma Assembleia Geral do Clube aprovou a possibilidade de utilização de jogadores estrangeiros. Os tempos haviam mudado, designadamente porque terminara o acesso facilitado a jogadores das colónias portuguesas, entretanto independentes (desde 1974). Curiosamente, o Benfica foi o clube em Portugal que mais recorreu a este «mercado», tendo construído muito do seu sucesso através desta inteligente politica de aquisições.
Nomes cruciais da história do Benfica, como Eusébio, Coluna, José Águas, Costa Pereira, entre tantos outros, eram oriundos das então possessões ultramarinas. Igualmente interessante é o facto de apesar de jogar apenas com portugueses durante quase 75 anos, o Benfica apenas ter tido um treinador português campeão nacional neste periodo, Mário Wilson (1976). Mesmo depois disso só Toni (1989 e 1994) conseguiu repetir o feito.
Todos estes factores contribuíram largamente para que durante muito tempo se dissesse que o Benfica era o «mais português» de todos os clubes portugueses, até como forma de marcar a diferença e a superioridade sobre os outros «grandes» do futebol luso que sempre promoveram a utilização de estrangeiros nas suas equipas. Daqui terá resultado, em grande parte, a génese desta identidade benfiquista de foro eminentemente nacional, ao contrário de outras identidades clubistas: local no caso do FC Porto, elitista no do Sporting ou bairrista no do Belenenses. Este estado de coisas «agravou-se» na década de 60 com o grande sucesso internacional do Benfica, aprofundando-se a ligação clube-nação, já que os êxitos das «águias» eram sentidos como êxitos portugueses, ainda para mais numa altura em que era grande a pressão política internacional sobre o país, devido à Guerra Colonial.
Extracto de «A Paixão do Povo – História do Futebol em Portugal», de João Nuno Coelho e Francisco Pinheiro (2002).
(Continua na próxima semana.)
«Futebol – A Paixão do Povo», opinião de José Guilherme
joseguilherme.r@gmail.com
Iniciamos hoje, segunda-feira, 2 de Junho, uma nova coluna de opinião coincidindo com a chegada da Selecção Nacional de Futebol a Neuchatel para participar no Campeonato da Europa de Futebol Suíça-Áustria-2008. O futebol é a paixão do povo e a comprová-lo está a apoteótica recepção dos emigrantes portugueses aos craques escolhidos por Luiz Felipe Scolari.
O José Guilherme (que conheço desde os tempos de «A Bola») é especialista em estatísticas dos jogos e dos jogadores, correspondente da IFFHS-Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, passou pela «A Bola» e actualmente colabora no diário desportivo «Record». É, igualmente, administrador de um blogue «recordesdabola.blogspot.com» que divulga a arqueologia do futebol português. Bem-vindo!
jcl
A nova modalidade de renovação das licenças de caça através da rede de caixas Multibanco está disponível desde 1 de Junho.
A nova funcionalidade está inserida no programa Simplex e pretende simplificar o processo anual de licenciamento, realizado até agora nos balcões da Direcção-Geral dos Recursos Florestais ou nas organizações de Caça.
Para o licenciamento nas caixas Multibanco, os caçadores devem estar munidos da sua carta de caçador, do número de contribuinte, sendo possível a emissão imediata de uma licença nacional ou regional.
A apresentação da nova medida de modernização administrativa contou com a presença do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime Silva, do Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Ascenso Simões, da Secretária de Estado da Modernização Administrativa, Maria Manuel Marques, e do presidente da Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), Vítor Bento.
jcl
O Grupo Territorial da GNR da Guarda, registou na última semana 56 ocorrências criminais, procedeu a 11 detenções em flagrante delito e acorreu a 22 acidentes de viação.
Dos crimes registados destacam-se dois por ofensas à integridade física, três por ameaças, dois por difamação e injúrias, dois de violência doméstica, um por furto em veiculo, três de furto em estabelecimento comercial, dois de furto em residência, seis de dano, um de incêndio em armazém agrícola, quatro por condução sem habilitação legal e 10 por condução sob influência do álcool.
No mesmo período, de 26 de Maio a 1 de Junho, efectuaram-se ainda 11 detenções, sendo uma por condução de veículo sem habilitação legal e dez por condução sob influência do álcool.
No referente à sinistralidade rodoviária a GNR guardense registou 22 acidentes de viação. Desses desastres, 15 resultaram de colisões, cinco de despistes e dois de atropelamento. Dos mesmos resultaram dois feridos graves e sete feridos leves.
Numa outra vertente, a GNR da Guarda efectuou 10 acções de sensibilização em escolas, às quais assistiram 240 alunos e 24 professores.
plb
Segunda-feira é dia de publicar a «Imagem da Semana». Ficamos à espera que nos envie a sua escolha para a caixa de correio electrónico:
capeiaarraiana@gmail.com
Data: 31 de Maio de 2008.
Local: Praça de Touros do Campo Pequeno, Lisboa.
Legenda: XXX Capeia Arraiana da Casa do Concelho do Sabugal. José Eduardo Lucas, presidente da Direcção, dá as boas-vindas a todos os presentes.
Autoria: Capeia Arraiana.
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Fazendo um balanço rápido do que foi esta edição, diríamos que correu bastante contra o esperado. Esperava-se chuva, esteve sol. Falta de público, estiveram os mesmos de sempre, mais umas quantas confrarias que já fazem do Jarmelo ponto de encontro…
Com o apoio costumado da ACRIGUARDA, fez-se a recepção aos animais, sendo que as vacas (cerca de 20) superaram as expectativas; as ovelhas mantiveram mais ou menos o número; as cabras, como já vimos a alertar há uns anos, precisam de criadores que apostem nelas, pois a cada ano há menos nos campos e por consequência na mostra.
Cerca de 30 criadores, trouxeram os seus animais, destacando-se que em mostra estiveram 7 dos 15 criadores da jarmelista que estão no processo.
Conforme estava previsto, os prémios aos produtores, não foram muito significativos, daí que mais uma vez aqui reforçamos a nossa gratidão para com todos os que quiseram vir.
A Câmara Municipal da Guarda, entregou este ano, pela primeira vez, o suplemento à criação (100 euros) por cada animal nascido em 2008.
O compromisso dos discursos, foi mais ou menos o já habitual: a organização a «chorar» por apoios mais consistentes e as entidades presentes a responder com a promessa de maior empenho. Acreditamos que essa concertação de esforços que todos achamos necessária, será uma realidade breve e transformar-se-á na grande aposta estratégica para o mundo rural da região da Beira Interior.
A animação esteve a cargo de grupos de música popular (incluindo uma parceria estabelecida com a «Ronda de Aguilar de Campoo» de Espanha), insufláveis, manejo de «armas medievais», desportos radicais (incluindo uma descida do marco geodésico, num cabo de cerca de 300 metros). Todas estas actividades tiveram muito boa adesão por parte dos visitantes.
Tudo indica que quer a Direcção-Geral de Veterinária, quer a DRAPC-Direcção-Geral de Agricultura e Pescas do Centro (antiga DRABI), vão concentrar mais energias no sentido de que algumas situaçãoes pontuais, possam ser mais céleres, pois o tempo urge.
Cabe-nos aqui, mais uma vez, agradecer todo o empenho que a comunicação social regional e nacional, tem posto na nossa «causa», dando-nos a visibilidade necessária (e achamos nós suficiente), para que as entidades que tiverem que decidir, se sintam respaldadas num maciço apoio popular.
As entidades presentes foram as seguintes: DRAPC (eng.º Rui Moreira e eng.º António Patrício), DGVC-Direcção-Geral de Veterinária do Centro (dr. Brás e dr.ª Clara Quinaz), Câmara Municipal da Guarda (executivo), e no júri o representante da ANCRAS.
Agostinho da Silva
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