Segundo Morgenthau «o realismo político baseia-se numa concepção pluralista da natureza humana». O Homem é um ente complexo, porque é simultaneamente «homem económico, politico, moral, religioso».

José MorgadoAlguém que fosse somente político, seria na verdade um mero animal, pois estaria completamente desprovido de freios. Se se limitasse a ser homem moral, não passaria de tolo, por privado de prudência. Um homem puramente religioso, seria um santo.
Em sentido abrangente todo o Homem é político, por ser gregário e se organizar e viver em comunidades.
Nunca tanto como até agora o cidadão comum participa, critica ou tenta alterar as boas ou más politicas de quem o governa. Não há cidadãos «apolíticos». O cidadão-consumidor, pode não rever-se nas formações politicas existentes em determinado momento, mesmo quando para tal contribuiu com o seu voto e sentir-se enganado e por isso mesmo reivindicar os seus direitos.
O povo português, até culpa os políticos por tudo o que de prejudicial lhe acontece, diariamente, como:
– O custo de vida;
– Os preços exorbitantes dos produtos alimentares;
– Os baixos salários;
– A subida de impostos, etc.
São genuínos protestos às políticos de certos políticos «vigaristas, pilantras, corruptos e lacaios».
Nos últimos anos foram várias as batalhas conquistadas pela sociedade civil, como o fim das penalizações por amortizações ou transferência de créditos e planos de poupança-reforma; arredondamentos abusivos e elevadas comissões por renegociar prazos no crédito.
O cidadão eleitor é cada vez mais dono do seu estatuto e a classe política tem de perceber esta realidade e chamar para a agenda eleitoral, problemas que deveriam ser o centro das atenções.
A intervenção politica não se faz só através da filiação em partidos políticos. Muitos «apartidários» têm mais militância politica que alguns que se arvoram de políticos dos quadros ou profissionais.
Afinal o que é um politico em sentido restrito do termo? Não sei.
Para terminar deixo aqui algumas definições quase humorísticas, pois como diziam do Gil Vicente «Rindo, castigava os costumes».
«Todos os políticos, são populistas, se forem inteligentes.» (Dorminsky, semanário «Sol»).
«Num meio onde se generalizou a convicção de que o bom político, é aquele que mostra mais combatividade, a vozearia, quase sempre na ausência de qualquer conteúdo visível, é permanente.» (Leonel Moura, «Jornal de Negócios»).
«Os políticos falam verdade e mentira indiferentemente. Realizam o prometido ou não, sem qualquer dúvida ou remorço (…) Acusam os adversários, ora no poder, ora na oposição, de tudo quanto fazem eles próprios (…)» (António Barreto, jornal «Público»).
«Político é um tipo que faz trinta por uma linha, para alcançar um lugar de poder e depois, faz trinta por uma linha, para o conservar.» (Fernando Marques, «Jornal de Notícias»).
«Terras entre Côa e Raia», opinião de José Morgado

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