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Eugénio Macedo, o escultor que tem inúmeras obras de arte espalhadas pelo concelho do Sabugal, onde já residiu, está a esculpir ao vivo um monumento dedicado à memória do Mestre Agostinho da Silva, que será colocado em Barca D’Alva.
O trabalho foi encomendado pelo Município de Figueira de Castelo Rodrigo e está a ser executado na Praça Serpa Pinto, naquela vila raiana do distrito da Guarda.
Trata-se de uma escultura de corpo inteiro, em granito, que será implantada na terra onde cresceu o filósofo Agostinho da Silva, num local onde já existe uma placa comemorativa do seu centenário.
O escultor Eugénio Macedo reside actualmente em Figueira de Castelo Rodrigo, mas viveu no Soito, concelho do Sabugal durante muitos anos. Tem milhares de obras espalhadas pelo País, muitas delas no concelho do Sabugal. Em entrevista ao jornal Nova Guarda, em 2008, Eugénio Macedo, que chegou a Portugal vindo do Brasil, explicou que o Soito foi ponto de paragem por uma avaria no carro, que o deixou nesta terra durante alguns anos. «Vim fazer umas férias em direcção a Espanha, o meu carro avariou-se ali no Soito, numa época de festas. Não havia mecânicos para concertar o carro e fiquei por lá. Olhei para muitos lados e só via pedra, e escolhi a pedra. Foi quando fiz aquele touro que está em frente à Praça, no Soito», disse o escultor, que assim se apaixonou pelas terras raianas e começou a esculpir monumentos em granito.
O homenageado, o filósofo Agostinho da Silva, nasce no Porto em 1906, mas nesse mesmo ano os pais mudaram-se para Barca D’Alva, no extremo norte do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, onde viveu os primeiros da sua vida. A iniciativa de homenagem mostra o reconhecimento da terra pelo grande Mestre que, depois de escrever uma vasta obra e percorrer mundo, morreu em Lisboa em 1994.
plb
Uma operação da GNR redundou na detenção de seis pessoas e na constituição de 18 arguidos, bem como na apreensão de 14 armas de fogo.
Segundo um comunicado do Comando Territorial da Guarda da GNR, na sequência de investigações que decorrem há sensivelmente um ano, e no âmbito do respectivo processo, a GNR da Guarda, com apoio de efectivos e valências específicas da Unidade de Intervenção e Comandos Territoriais de Viseu e Castelo Branco, levou a efeito no dia 13 de Agosto, no concelho de Seia, uma operação de envergadura para cumprimento de 60 mandados de busca a residências e veículos.
Da operação resultou a detenção de seis pessoas de idades compreendias entre os 25 e 50 anos, sendo outras 12 também constituídas arguidas. Houve ainda a apreensão de material diverso, do qual se destaca 14 Armas de fogo, sendo deis de defesa pessoal e as restantes de caça. Apreenderam-se ainda nove armas brancas, 670 munições de diversos calibres, vários documentos de veículos, elevada quantidade de material contrafeito, designadamente, peças de vestuário e equipamentos de gravação, suporte e divulgação musical, de entre o qual três torres de gravação e quase quatro mil CD’s e DVD’s.
Os detidos estão a ser presentes, a partir das 10 horas, ao Tribunal Judicial de Seia com vista ao primeiro interrogatório e eventual aplicação de medidas de coacção.
O comunicado não adianta os contornos da investigação, nomeadamente se se tratava de um grupo organizado.
plb
Quando eu era garoto tinha um medo tenebroso aos lobos, que no meu imaginário era um animal muito feroz que comia as crianças se as apanhasse desprotegidas.
Por isso havia receio de andar à noite. Não havia iluminação pública e o lobo atacava na escuridão. Para o meu medo, e o dos demais catraios, porque todos viviamos horrorizados com a perspectiva de um lobo nos saltar ao caminho, contribuíam bastante as histórias que se contavam nos serões.
A narração mais fantástica era a do João dos Namoros, que foi cruelmente atacado pelos lobos quando vinha de Vila Boa para o Soito e foi por eles devorado, de nada lhe valendo os gritos de socorro e a rápida acorrência do pai que veio de espingarda aperrada ao seu encontro, mas apenas já encontrou os seus sapatos com os pés metidos dentro.
Na verdade o lobo é um animal selvagem e muito nocivo, porque ataca os animais domésticos, sobretudo as ovelhas, e também é um perigo para quem se aventura a passear pelos campos. Por isso havia noutro tempo uma lei que premiava aqueles que contribuíssem para a destruição dos lobos.
Segundo um decreto do governo, datado de 1917 e que por basto tempo se manteve válido, por cada lobo ou loba não prenhe recebiam-se 20 escudos, por loba prenhe o prémio já era de 30 escudos e por cada lobacho, ou cria de lobo, havia o direito de receber 5 escudos. Estas somas eram garantidas pelo orçamento dos Serviços Florestais e Aquícolas, sendo recebido através das câmaras municipais.
Também se organizavam montarias ou batidas, tendo em vista dizimar o animal feroz, recebendo também aqui um prémio aquele que atingisse mortalmente um lobo.
A modernidade tornou catita a defesa dos animais, sejam domésticos ou selvagens, dóceis ou indomáveis. Mas a verdade é que devemos diferenciá-los e admitir que animais nocivos como o lobo que assalta os redis, a raposa que ataca os galinheiros, ou até o porco bravo que fossa os campos de cultivo, devem ser dizimados e extintos para que tenhamos uma vida melhor.
Claro que há que dar razão aos que defendem a preservação das espécies na perspectiva de que as gerações vindouras as possam conhecer e admirar. Mas para este caso, que considero justificado, bastará que animais como o lobo, o leão ou o tigre tenham o seu lugar no cativeiro dos jardins zoológicos ou em parques vigiados, onde em segurança poderão ser contemplados.
«Tornadoiro», crónica de Ventura Reis
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