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A deputada do PSD Ana Manso, eleita pelo Círculo da Guarda, foi escolhida por Santana Lopes para vice-presidente da respectiva bancada parlamentar, lugar que lhe confere projecção depois de um período em que se manteve apagada.
Santana Lopes escolheu para as vice-presidências da bancada a que preside uma única mulher e essa deputada é da Guarda, por cujo círculo foi a cabeça de lista do PSD. Durante anos foi igualmente presidente da distrital laranja, mas nas últimas eleições não se recandidatou. Estava agora na penumbra da política, quando decidiu empenhar-se na discuta interna pela liderança, apoiando activamente luís Filipe Menezes.
O prémio ao seu apoio ao novo líder do partido terá sido o convite de Santana Lopes para integrar a direcção da bancada parlamentar, cargo que a poderá trazer de novo à ribalta.
Para além da deputada da Guarda, os restantes vice-presidentes são Luís Montenegro, Mário Patinha Antão, Pedro Pinto, Hugo Velosa, Virgílio Almeida Costa, Pedro Duarte e José Eduardo Martins.
Ana Manso é administradora hospitalar, e na Assembleia da República é vice-presidente da Comissão de Saúde. Está casada com Francisco Manso, economista natural de Aldeia do Bispo, concelho do Sabugal. Por este motivo a deputada tem mantido uma ligação constante com o concelho raiano, onde se desloca amiudadamente.
plb
A Associação Transcudânia em parceria com a Quercus (Núcleo da Guarda) promove no Sabugal. no fim-de-semana de 27 e 28 de Outubro, um Curso de Introdução à Fotografia de Natureza e de Património.
Com o objectivo de promover e dinamizar o concelho do Sabugal e destacar o património histórico-natural das terras raianas está previsto para o fim-de-semana de 27 e 28 de Outubro um curso de introdução à fotografia.
A iniciativa pertence à Associação Transcudânia em conjunto com a Quercus (Núcleo da Guarda) e será orientada pelo formador António Luís Campos, freelancer da revista National Geographic.
A inscrição tem um custo de 80 euros (55 sem dormida) e inclui alojamento por uma noite, almoço de sábado, documentação e certificado. Os interessados deverão fazer a sua inscrição o mais rapidamente possível porque o curso apenas terá início quando estiver garantido um número mínimo de participantes.
A associação cultural Transcudânia defende o interesse de proteger e divulgar o património histórico e natural do concelho do Sabugal, no âmbito do turismo ambiental e numa dimensão regional e transfronteiriça. A designação Transcudânia inspira-se no nome da tribo que habitava a região de Ribacôa na proto-história, os Lanciences Transcudani.
Com a vulgarização das máquinas fotográficas digitais que reduziram custos e facilitam a captação de momentos únicos é altura de aprender um pouco mais com um profissional do ofício. A nossa zona tem paisagens únicas e de rara beleza. Os nossos monumentos eternizam a nossa história. Os melhores trabalhos podem e devem ter o destaque devido. Bons cliques.
Os interessados podem obter mais informações na página da associação: www.transcudania.com ou através do email: transcudania@gmail.com.
jcl
D. José Francisco Sanches Alves, o bispo sabugalense, titular da diocese de Portalegre e Castelo Branco, deu uma entrevista à Rádio Portalegre, onde fala muito de si próprio, revelando curiosidades.
Nascido na Lageosa da Raia, concelho do Sabugal, o bispo raiano tem agora 66 anos, é doutorado em Psicologia e é professor reformado. É benfiquista e foi durante alguns anos jogador de hóquei em patins.
Estudou Filosofia e Teologia nos seminários de Évora e foi ordenado padre na catedral dessa cidade. Viajou depois para Roma onde se licenciou em Ciências da Educação e se doutorou em Psicologia.
Foi pároco de Escoural, na diocese de Évora, ao mesmo tempo que foi professor do Instituto Superior de Teologia. Foi depois secretário diocesano da catequese e reitor do Seminário Maior de Évora. Depois seria vigário geral da diocese, para além de coordenador da Pastoral e presidente do cabido da catedral.
Em 1998 foi nomeado Bispo auxiliar de Lisboa e é desde 2002 presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social.
D. José Alves, que é bispo de Portalegre e Castelo Branco há três anos e meio, disse que desde então não recebe qualquer ordenado ao fim do mês. É professor reformado e faz declaração de IRS, que aliás já fazia antes de ser bispo. Nas suas deslocações, usa sempre o seu automóvel particular.
Sobre a possibilidade de se criar uma nova diocese, por divisão da sua em duas, o bispo responde com diplomacia: «A criação de uma nova diocese é da exclusiva competência da Santa Sé, e, como tal, não compete ao Bispo tomar essa iniciativa.»
Exprime que sente que o povo alentejano é mais intimista que o beirão, mas a grande diferença entre a Beira e o Alentejo está na prática dominical, que no Alentejo é muito menos numerosa.
Instado a pronunciar-se a possibilidade, muito falada, a da sua próxima nomeação como arcebispo de Évora, o prelado é cauteloso, afirmando que gosta muito de Portalegre e de Castelo Branco, e por isso para já essa possibilidade não existe.
plb
Os presidentes da Câmaras Municipais da Guarda, Trancoso e Fornos de Algodres, acreditam que o Governo vai avaliar bem antes de decidir penalizar as suas autarquias por terem excedido o limite de endividamento que a lei impõe.
As três câmaras do distrito fazem parte de uma lista de 22 edilidades que ultrapassaram os limites de endividamento e que poderão ser penalizadas, de acordo com a lei do Orçamento de Estado, com uma redução de 10 por cento no duodécimo do Fundo de Equilíbrio Financeiro até a situação estar regularizada.
A agência Lusa falou com os três autarcas visados, que admitiram esperar compreensão e que não serão penalizados pela situação. Na verdade poderá não haver penalização ou haver uma redução dos valores a reter, se as justificações apresentadas forem convincentes.
No caso do Município da Guarda, o endividamento ronda os 1,5 milhões de euros. Porém a autarquia reage afirmando que isso não resultou de qualquer pedido de empréstimo, mas sim de uma decisão judicial que condenou a câmara a pagar cerca de três milhões de euros no âmbito d e um processo de expropriação.
Já em Fornos de Algodres o excesso de endividamento ronda os três milhões de euros, o que é considerado um valor extremamente alto para aquela autarquia, pois representa mais de um terço das suas receitas anuais. Arrisca-se agora a sofrer uma retenção mensal de 31 mil euros. O autarca garante que a câmara está em dificuldades financeiras e, por isso, aguarda uma decisão favorável, tendo inclusive solicitado o reequilíbrio financeiro.
Em Trancoso o excesso de endividamento atinge os 425 mil euros. Também aqui se espera a compreensão do governo, tendo-se já apresentado argumentos. «Na prática, em 2006, só temos mais 31 mil euros de endividamento do que em 2005», referiu, o presidente da Câmara, Júlio Sarmento, à agência Lusa, pelo que também espera não vir a ser penalizado.
plb
No seguimento do artiguinho sobre o romance «Maria Mim» ocorreu-me um pequeno problema: o da origem do verbo escanear (comer) e do substântivo escaneador (comedor, ou que come), ambos termos da gíria quadrazenha, que hoje em dia não passa de um factor arqueológico, morto e enterrado.
Como é natural, face aos elementos fonéticos, não deixou de nos ocorrer o verbo inglês to scan (origem da técnica de scanner, ou de compôr por digitalização), que tem origem no verbo latino scando ou scandere, que significava subir. Mas, ao tempo da formulação da giria, o verbo scan ou escanear ainda não se tornara popular como é hoje, pelo que arredámos a hipótese, preferindo outra.
Escano era a arca-banco que havia nas cozinhas de aldeia, em cujo interior se guardava a comida, sobretudo o pão, o queijo, os enchidos, e cuja tampa servia de assento. Deste modo, escanear significa ir ao escano, e o que como do escano é o escaneador.
Esta solução etimológica não põe em causa a ocorrência de termos de origem estrangeira na nossa gíria. Damos por exemplos os seguintes termos: chaira (carne), do francês chair; fromage (queijo) idêntico ao francês; méria (mãe) do francês mére; naifa (faca) do inglês knife. Há outros, porventura menos óbvios, mas estes bastam.
No seu todo pragmático, a gíria é uma nomenclatura fechada, destinada a esconder a verdade do que se diz, tornando a expressão incompreensível por estranhos. Não é uma língua literária, antes é um idioma artificial e utilitário. Umas quadras, em gíria, que circularam por volta de 1940, não são genuínas. Foram elaboradas por um senhor, funcionário das Finanças na Guarda, que foi um grande etnógrafo, e um pesquisador de músicas, muito antes de Michel Giacometti, quando não havia gravadores, e ele recolhia as melodias que escutava às pessoas e, com um banjo, identificava as notas e escrevia as pautas. Muito desse material científico perdeu-se. O senhor que ainda conhecemos, já reformado, em Lisboa, chamou-se José Franco e morreu há bem uns trinta anos. Foi ele que ensaiou o rancho de Quadrazais para os cortejos etnográficos das Festas dos Centenários (1940), compondo o hino «Quadrazenha», de muito bonita melodia. Se eu tivesse um gravador bem podia ainda entoar o hino com letra e música.
«Carta Dominical» de Pinharanda Gomes
pinharandagomes@gmail.com
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