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O pintor Alcínio Vicente, natural de Aldeia do Bispo, vai ocupar a sala de exposições temporárias do Museu do Sabugal com as suas telas a óleo, durando a mostra até ao final de Outubro.
A maior arte das obras que o autor raiano vai expor retratam a vida do povo beirão de antigamente. As telas representam sobretudo cenas da tradição raiana, como as malhas, o encerro dos toiros, a capeia e outras actividades campestres.
Alcínio Vicente é licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Realizou exposições individuais e colectivas em muitos espaços de prestígio e participou em diversas bienais de artes, nomeadamente nas quatro que se realizaram no concelho do Sabugal, nos anos 1991, 1993, 1995 e 1997.
Possuiu obras em diversas colecções oficiais e particulares, sendo reconhecido como um pintor de grande valia estética, destacando-se pelos tons vivos e pelo traço forte que dá movimento dinâmico às suas pinturas.
O pintor raiano editou já diversas serigrafias, dentre as quais algumas dedicadas a cenas tauromáquicas, tema de sua especial predilecção.
plb
A Câmara Municipal da Guarda afirmou, pela voz do seu vice-presidente, Virgílio Bento, que é necessário que o Ministério da Cultura apoie o Teatro Municipal, considerando tratar-se de um projecto merecedor.
Em declarações à Agência Lusa no final de uma reunião do executivo municipal Virgílio Bento defendeu tratar-se de um projecto regional com provas dadas, pelo que «é importante que o Ministério da Cultura participe na gestão deste equipamento e que o apoio aos equipamentos culturais não se reduza apenas a Lisboa ou Porto».
O autarca considerou ainda que o Teatro Municipal da Guarda (TMG) faz com que a cidade possua um projecto cultural muito interessante e inovador, o que justifica a atenção por parte do poder central. Referiu que o TMG se integra numa rede nacional de cine-teatros, que levou a que inicialmente recebesse apoios governamentais, que porém só vieram no primeiro ano do seu funcionamento.
O TMG acolhe eventos culturais de grande prestígio e de forma continuada, sendo financiado em exclusivo pela Câmara Municipal, que tem de suportar os saldos negativos que acumula. Mau grado ter melhorado os seus resultados financeiros este ano, o equipamento, gerido pela empresa municipal Culturguarda, é um pesado encargo para autarquia.
Mesmo que os apoios do governo tardem a chegar o TMG, garantiu o autarca, vai continuar as suas actividades, diversificando as receitas através do fornecimento de serviços, do aluguer das instalações e da obtenção de novos patrocínios.
plb
Como é do conhecimento geral, a origem da Capeia Arraiana na raia do Concelho de Sabugal perde-se nos confins dos tempos.
Ninguém, mas mesmo ninguém, pode assegurar, com certeza absoluta, onde se iniciou esta prática, pois toda a bibliografia dos nossos ilustres investigadores arraianos, depois de muito porfiar, em inúmeras consultas e pesquisas, com dias, meses e anos gastos nos seus magníficos trabalhos dados à estampa, não conseguiram determinar a sua origem, simplesmente porque não há registos escritos credíveis, como se iniciou a Capeia na Raia.
O que, verdadeiramente, existe são várias hipóteses ou teses, com maior ou menor fundamento, do que poderá ter acontecido, até chegar aos nossos dias, na forma como todos conhecem este espectáculo.
Dizer-se que nasceu nesta ou naquela Aldeia da raia é cair-se num logro, pois não há prova nenhuma.
Todos ouvimos contar aos nossos Pais, Avós e muitos outros anciãos, histórias das Capeias com touros espanhóis, por sua vez, eles também ouviram contar aos seus antepassados, como era a Capeia, e não foge muito ao que todos já conhecemos, aproximando-se das variadas teses ou hipóteses, que são conhecidas e sustentadas pelos investigadores.
Costuma dizer-se que uma mentira, várias vezes repetida, pode virar em verdade, se não for desmentida.
A Capeia com Forcão nasceu na raia, isso é indiscutível, pois é um espectáculo único no País e no Mundo, não se conhecendo em qualquer outra região, sendo um facto consensual, daí a concluir-se que apareceu nesta ou naquela Aldeia, onde é que estão os registos? Alguém sabe dizer? Em lado nenhum. Ninguém pode afirmar, com segurança, que foi na sua Aldeia, pois todas podem reclamar a sua origem, principalmente as que confinam com a raia espanhola, devido à sua localização, sendo os touros de lá originários para as Capeias.
Em Aldeia da Ponte, existe um episódio do ano de 1941, em que o Manel Estino morreu quando se preparava para «surripiar» os touros aos espanhóis, juntamente com outros rapazes valentes da época, para mais uma corrida nocturna, no largo do Sagrado.
É uma história verídica, da lembrança dos nossos pais e testemunhada por muitas outras pessoas, ainda vivas, da nossa Aldeia, provando a veracidade do «desvio» dos touros espanhóis para as Capeias nocturnas em Aldeia da Ponte. Seguramente, nas outras Aldeias faziam o mesmo, pelos vistos, de tempos a tempos.
Estes episódios, também não nos dão o direito de reclamar a origem da Capeia, para a nossa Aldeia, apenas nos comprovam a realização de Capeias à noite, com touros «emprestados» dos espanhóis, pois finda a «afoliadela» dos bois, estes eram devolvidos aos seus donos, seguindo, muitas das vezes sozinhos, em direcção ao seu poiso habitual, segundo relato dos mais antigos.
«Ecos da Aldeia» de Esteves Carreirinha
estevescarreirinha@gmail.com
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