A Câmara Municipal de Penamacor, em parceria com a Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco está a tentar salvar da extinção a ovelha «Churra do Campo» que noutro tempo deu nome à região mas que foi progressivamente substituída por raças mais produtivas.

Actualmente estão cadastradas 203 ovelhas Churras do Campo, 35 das quais propriedade da ESA de Castelo Branco. A escola agrária está agora empenhada em garantir a reprodução dos animais, ao mesmo tempo que estuda as características da carne e do leite no sentido de potenciar o seu uso em produtos comerciáveis.
O projecto de recuperação e preservação da ovelha Churra do Campo faz parte do programa Rotas da Transumância e garantiu o apoio financeiro do fundo comunitário INTERREG. Para além da ESA o projecto inclui os municípios onde a Churra do Campo tinha implantação: Penamacor, Idanha-a-Nova e Fundão.
Entre os municípios Penamacor assume a parte de leão do projecto, tendo conseguido a recuperação de alguns animais dispersos, rigorosamente seleccionados pelos investigadores da ESA para se garantir a preservação da raça genuína. Para além das ovelhas existentes da ESA as demais ovelhas recuperadas estão por conta da Câmara Municipal de Penamacor, que conta também com a colaboração da Cooperativa Agrícola da Meimoa (Meimoacoop).
A ovelha Churra do Campo, com cujo leite se produziam os famosos queijos da Beira Baixa, caracteriza-se por ter uma estatura pequena. De cor branca, a lã só não cobre parte da cabeça e a extremidade livre dos membros, quase chegando ao solo na época da tosquia. É ainda uma sua característica a cabeça pequena, deslanada, mas com lã na fronte e ganachas, cornos raros nas fêmeas e frequentes nos machos, olhos grandes e orelhas curtas e horizontais.
A ovelha do «Campo» (era assim que o povo designa as terras da raia da Beira Baixa) foi sendo substituída por outras raças mais produtivas, o que a fez dispersar e desaparecer das explorações agrícolas da região. Porém, foi com a ovelha churra que se tornou famosa a carne de borrego e os queijos da Beira Baixa. Daí a importância da recuperação desta espécie ovina, pois assim poderá voltar a garantir-se a genuinidade de alguns produtos regionais.
plb