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O encontro dos Confrades e a Cerimónia de Entronização da Confraria do Vinho de Carcavelos teve lugar nos Paços do Concelho de Oeiras no passado dia 28 de Novembro. Integram a Cúria Báquica o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, como Grão-Mestre e o presidente da Câmara Municipal de Cascais, António Capucho, como Mestre Conselheiro.
Decorreu em Oeiras no passado dia 28 de Novembro a Cerimónia de Entronização da Confraria do Vinho de Carcavelos. Na ocasião tomaram posse o Grão-Mestre Isaltino Morais e o Mestre Conselheiro António Capucho, respectivamente presidentes das Câmaras Municipais de Oeiras e de Cascais e alguns presidentes das Juntas de Freguesia dos dois concelhos.
Nos discursos o confrade António Capucho felicitou Isaltino Morais por esta iniciativa que poderá vir a ter um papel preponderante na preservação do Vinho de Carcavelos produzido nas quintas dos dois concelhos. O vinho é tratado na Estação Agronómica que prevê aumentar dentro de alguns anos a produção para atingir os 50 a 60 mil litros por ano depois de alargada a vinha para 20 hectares. O investimento está a ser feito em parceria com o Ministério da Agricultura.
Isaltino Morais justificou o empenho da Câmara na produção do vinho como preservação de um bem cultural e turístico.
A Câmara de Oeiras está a criar garrafas com o rótulo «Conde de Oeiras» que vão começar a aparecer no mercado no próximo ano.
Depois do almoço nos jardins do Palácio Marquês de Pombal foi feito o lançamento do livro «O vinho de Carcavelos – Perspectiva Histórica e a actual produção na Quinta do Marquês de Pombal em Oeiras».
«Terras entre Côa e Raia», opinião de José Morgado
morgadio46@gmail.com
A Câmara Municipal de Penamacor, em parceria com a Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco está a tentar salvar da extinção a ovelha «Churra do Campo» que noutro tempo deu nome à região mas que foi progressivamente substituída por raças mais produtivas.
Actualmente estão cadastradas 203 ovelhas Churras do Campo, 35 das quais propriedade da ESA de Castelo Branco. A escola agrária está agora empenhada em garantir a reprodução dos animais, ao mesmo tempo que estuda as características da carne e do leite no sentido de potenciar o seu uso em produtos comerciáveis.
O projecto de recuperação e preservação da ovelha Churra do Campo faz parte do programa Rotas da Transumância e garantiu o apoio financeiro do fundo comunitário INTERREG. Para além da ESA o projecto inclui os municípios onde a Churra do Campo tinha implantação: Penamacor, Idanha-a-Nova e Fundão.
Entre os municípios Penamacor assume a parte de leão do projecto, tendo conseguido a recuperação de alguns animais dispersos, rigorosamente seleccionados pelos investigadores da ESA para se garantir a preservação da raça genuína. Para além das ovelhas existentes da ESA as demais ovelhas recuperadas estão por conta da Câmara Municipal de Penamacor, que conta também com a colaboração da Cooperativa Agrícola da Meimoa (Meimoacoop).
A ovelha Churra do Campo, com cujo leite se produziam os famosos queijos da Beira Baixa, caracteriza-se por ter uma estatura pequena. De cor branca, a lã só não cobre parte da cabeça e a extremidade livre dos membros, quase chegando ao solo na época da tosquia. É ainda uma sua característica a cabeça pequena, deslanada, mas com lã na fronte e ganachas, cornos raros nas fêmeas e frequentes nos machos, olhos grandes e orelhas curtas e horizontais.
A ovelha do «Campo» (era assim que o povo designa as terras da raia da Beira Baixa) foi sendo substituída por outras raças mais produtivas, o que a fez dispersar e desaparecer das explorações agrícolas da região. Porém, foi com a ovelha churra que se tornou famosa a carne de borrego e os queijos da Beira Baixa. Daí a importância da recuperação desta espécie ovina, pois assim poderá voltar a garantir-se a genuinidade de alguns produtos regionais.
plb
O Turismo de Portugal vai financiar a construção de três novos hotéis na região da Serra da Estrela, com o fim de dar suporte ao turismo. O investimento nos novos hotéis beirões ronda os 20 milhões de euros.
Penamacor, Fornos de Algodres e Gouveia serão as localidades que recebem as novas unidades hoteleiras. Em Penamacor vai construir-se o hotel de três estrelas Quinta do Cafalado, que orça em 6,3 milhões de euros. Trata-se do primeiro hotel deste concelho raiano da Beira Interior, e terá 52 quartos. A sua construção resulta de um consórcio entre a Câmara de Penamacor e a empresa de gestão de complexos urbanísticos Martep, de Pombal. Esta nova unidade hoteleira poderá complementar o serviço já prestado pelas unidades hoteleiras de Belmonte e Sabugal, apoiando o turismo na região raiana.
Também Fornos de Algodres terá um hotel pela primeira vez na sua história. Terá quatro estrelas e chamar-se-á Hotel Terras Serranas, tendo 108 quartos e correspondendo a um investimento privado de 8,5 milhões de euros.
Em Gouveia será construído o Hotel Lótus, sendo das três novas unidades hoteleiras a que fica mais próxima da Serra da Estrela. Para este investimento ainda falta assinar o respectivo contrato de construção, cujo texto está em fase de conclusão. Será um hotel de charme, de quatro estrelas, a ele correspondendo um investimento de 4,3 milhões de euros.
plb
A «Apologia de Sócrates», escrita por Platão, com tradução, prefácio e notas de Pinharanda Gomes, vai da sua sétima edição, acontecida em 2009, o que comprova o valor deste escrito fundamental para o estudo da filosofia clássica.
A primeira edição aconteceu em 1988 e, a partir daí, não mais pararam as reedições deste precioso escrito por parte da Guimarães Editores, inserida na prestigiada colecção Filosofia & Ensaios.
O filósofo ateniense Sócrates, que durante longos anos ensinara nos lugares públicos de Atenas, rompendo com as concepções dominantes, foi levado, aos 71 anos de idade, perante os 501 juízes do Tribunal dos Heliastas. O velho sábio de pé descalço, filósofo do passeio público, dos mercados e das tabernas, era acusado de negar os deuses da cidade e de introduzir novas divindades, para além de corromper a juventude.
A acusação era da autoria de três cidadãos atenienses: Meleto, poeta e porta-voz do triunvirato; Anito, general que lutara pela democracia contra a tirania; e Lícon, orador de ascendência estrangeira. Propuseram à Assembleia o castigo extremo, em razão da gravidade da acusação: a pena de morte.
O texto de Platão, que Pinharanda Gomes traduziu e anotou, reproduz a defesa oral de Sócrates, que abdicou dos préstimos de Lísias, orador de nomeada, que se ofereceu para refutar as acusações de que o velho filósofo era alvo. Pinharanda, no prefácio, explica as razões de Sócrates para essa objecção: «Era possível que Lísias, treinado nas lides forenses, conhecedor das psicologias heliásticas, mais ajustado aos modos de reagir de tais assembleias, detivesse o segredo – não necessariamente a arte de demonstrar a verdade, – do ínfimo pormenor persuasivo, pelo qual fosse possível mover a comiseração dos Quinhentos e Um. No entanto, se Sócrates fosse beneficiado, o benefício iria a crédito, não da sua palavra, não da sua arte, não do seu pensamento, mas da palavra, da arte e do pensamento de um Sofista.»
Sócrates recusou a defesa do experimentado Lísias e defendeu-se a si mesmo. O jovem Platão, que assistiu ao julgamento «e ainda esboçou o início de uma intervenção, sendo interrompido pelos juízes, que o mandaram regressar ao lugar», reduziu a escrito, de memória, o maravilhoso discurso do Mestre perante a Assembleia que o ouviu atenta, mas que no final foi implacável, condenando-o à morte sem apelo. Ainda que tenha persuadido uma boa parte dos 501 juízes, 280 votaram a morte.
Defende-se pois Sócrates, num longo e vivo discurso, das graves acusações que lhe eram dirigidas. O texto é considerado um clássico da arte persuasiva, se bem que o velho pensador de Atenas falasse antes da arte de ser verdadeiro, contrapondo entre o justo e o injusto para assim revelar a real natureza do homem.
Parecendo convencido que os juízes o condenariam, «os parágrafos finais da apologia são um exercício sobre a morte», diz-nos Pinharanda Gomes no prefácio da obra.
Sócrates lança a dúvida sobre se a morte pode ser um castigo e diz mesmo aos juízes de viva voz: «vejo que o melhor para mim é morrer agora, libertando-me de todos os cuidados». Afinal qual é o sentido da vida? Sócrates termina a sua longa defesa deixando a dúvida: «Chegado é o tempo de partirmos. Eu para a morte, vós para a vida. Qual dos destinos é o melhor, a não ser o deus, ninguém o sabe.»
Pinharanda Gomes traduziu o texto de Platão seguindo o texto estabelecido por Harold North Fower para a edição da Loeb Classical Library, mas procurando equivalência com a edição de Henri Estienne (Paris, 1578). Também confrontou a sua tradução com a de anteriores traduções portuguesas, como as de Ângelo Ribeiro, Sant’Anna Dionísio e Manuel Oliveira Pulquério. E aqui se explica, a nosso ver, o sucesso desta edição da Guimarães Editores, da autoria de Pinharanda Gomes, cujo labor confere ao texto o rigor necessário para ser lido e sinalizado pelos estudiosos.
Para além da Apologia de Sócrates Pinharanda Gomes traduziu também outros livros clássicos da Filosofia, sempre para a Guimarães Editores, de onde se destacam: Discurso do Método, de Descartes; Fedro, de Platão; Isagoge, de Porfírio; Carta sobre o Humanismo, de M. Heidegger; Organon, de Aristóteles
plb
A sabedoria política dos Romanos é que inventou a fórmula: para manter o povo calmo, amorfo, narcotizado, bastava dar-lhe diariamente panem et circenses (pão e circo).
Numa megalópole como a Roma antiga, com mais de um milhão de habitantes no século II, existia o número assustador de 200 mil plebeus desempregados, prontos para serem manipulados e empurrados para qualquer movimento social de consequências imprevisíveis. Bastava que qualquer agitador, dotado de uma oratória fácil e inflamada, os atraísse a uma causa, justa ou demagógica, para que a cidade e a própria pax romana tremessem. Portanto, todos os dias o Estado fazia distribuições gratuitas de trigo e, no Coliseu, matavam e morriam dezenas de gladiadores. No Circo Máximo (com capacidade para 250 000 espectadores, o quádruplo do Estádio da Luz), efectuavam-se corridas de cavalos durante todo o dia, em todos os dias do ano!
E assim, cantando e rindo, levados, levados sim, os Romanos deixavam que os cérebros iluminados dos imperadores, dos senadores, dos cônsules, dos pretores, dos questores, dos edis e tutti quanti decidissem e governassem em paz, sempre em nome do SPQR (do Senado e do Povo Romano).
Verdadeiramente, de então para cá, neste domínio, os políticos pouco inovaram. Mais circo menos circo, mais futebol menos futebol, mais novela menos novela, resume-se tudo ao panem et circenses. Alguns limitaram-se a acrescentar à fórmula um pouco de maquiavelismo e de demagogia qb. Depois, foi só agitar, embrulhar em papel dourado e servir frio. Resultou melhor que a religião tradicional, a que Marx chamava «ópio do povo». Melhor (pior?) que isso, só se se juntassem os dois processos no mesmo saco, como fizeram os inflamados e predestinados líderes das novíssimas seitas tele-religiosas, florescentes nos Estados Unidos e no Brasil.
Nas novelas brasileiras, para além do mais, existe ainda outro factor de amortecimento, num país onde os desníveis sociais são muito acentuados. Os guiões obedecem habitualmente ao mesmo esquema: encontramos sempre o mundo dos ricos e o mundo dos pobres. E o único processo de mobilidade social, isto é, a única forma de ascensão, é o casamento. E tudo se resume, basicamente, a isso. A rapariguinha suburbana aguarda que o seu príncipe, cavalgando um Porsche Carrera, a desperte com um arrebatado beijo com sabor a malte. Em contrapartida, a menina-bem, vivendo em esplendorosas mansões com piscina, voando para a casa de praia em jactinhos privativos, sempre rodeada de amigos desocupados e servida por criados e motoristas geralmente negros ou mulatos, aguarda entediada que lhe apareça um jovem quadro bem-parecido, originário das «classes baixas» mas inteligente, honesto e trabalhador.
E casam sempre de fraque e vestido de noiva, na Igreja de Nossa Senhora Aparecida, com meninas loiras segurando as alianças e tenores cantando a Ave Maria de Bach-Gounod. E convidam sempre para o casamento todas as personagens da novela. E são sempre muito felizes, na companhia da Gata Borralheira, da Bela Adormecida, do Polegarzinho e de todos os seus irmãos.
E, enquanto brindam com champanhe Dom Perignon colheita de 1967, ao mesmo tempo que aparece no ecrã a palavra «FIM», meio milhão de cariocas gritam na rua, a plenos pulmões, «Não à violência! Não à corrupção!»
Moral da história (ou da História?) – as novelas, isto é, o pão e circo, não foram suficientes.
«Na Raia da Memória», opinião de Adérito Tavares
ad.tavares@netcabo.pt
O Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António Robalo, endereçou através do portal da autarquia a sua primeira mensagem de Natal e Ano Novo a todos os sabugalenses.
A primeira mensagem de Natal e Ano Novo do recém-eleito Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António dos Santos Robalo, começa por referir que a época natalícia é o momento propício para uma reflexão pessoal sobre a vida de cada um e sua relação de ajuda a quem mais precisa. O autarca aproveita para alertar para a necessidade de, em 2010, «rejuvenescer e acreditar que é possível ser melhor e fazer mais pela nossa Terra!»
O espírito da época festiva «da família e da solidariedade entre todos os Homens» deve ser, também aproveitada «para uma reflexão individual e colectiva sobre um conjunto de valores» dos sabugalenses «como agentes da promoção e valorização da nossas terras, do nosso concelho».
O discurso destaca, também, os valores do amor, da fraternidade e da solidariedade na união e na ajuda aos mais desprotegidos, às crianças, aos idosos, aos deficientes, às famílias sem habitação condigna e à necessidade de os jovens se prepararem para o futuro.
Ao jeito de desafio a reflexão de Natal e Ano Novo de António Robalo é dirigida a… «todos os cidadãos que respiram este concelho e a todos aqueles, que mesmo não vivendo diariamente o concelho, o sentem na ausência e no imaginário».
A mensagem termina com uma promessa: «Da minha parte e de todos os funcionários e colaboradores da Autarquia, acreditem que tudo vamos fazer para que em 2010 o nosso concelho seja mais solidário, mais empreendedor, mais atractivo, mais acolhedor.»
Mensagem, na íntegra, do Presidente da Câmara Municipal do Sabugal. Aqui.
jcl
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