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A cidade de Alcobaça recebe pelo décimo ano a Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais que decorre entre 13 e 16 de Novembro no Mosteiro de Alcobaça.
O Refeitório, a Sala dos Monges e a Sala do Capítulo são as salas do Mosteiro que dão as boas-vindas à mais carismática Mostra Conventual do País. Durante quatro dias, de 13 a 16 de Novembro, o monumento Património da Humanidade acolhe mais de 40 participantes nacionais e internacionais, com destaque para os conventos portugueses, mosteiros espanhóis e abadias francesas e belgas. A Bélgica e a Ilha da Madeira são as novas presenças desta edição.
As receitas conventuais constituem uma ementa de raros sabores, sobremesas e licores com grande êxito, e serão representadas num ambiente único, palco da Glutonaria Medieval «sítio onde melhor se comia na Europa», segundo William Beckford, no livro “Alcobaça e Batalha».
Esta Mostra pretende manter Alcobaça numa dimensão internacional, como pólo de defesa da autenticidade das artes culinárias, pois são ainda bastantes os doces de origem conventual que figuram no receituário português e expostos nesta Mostra, onde o visitante poderá ainda «aguçar o paladar» com licores conventuais.
De entre os manjares presentes nas edições da Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais pode saborear-se:
– Doces do passado – Toucinho-do-Céu, barrigas de freira, ovos-moles, castanhas de ovos, pão de rala, papos de anjo, pão-de-ló de Alfeizerão, tachinhos do abade, pastéis de Lorvão, pastéis de Tentúgal, lampreia de ovos, tigeladas, tortas de Guimarães, morcelas doces, queijinhos do céu e divina gula;
– Doces inovações – Chocolates, marmeladas, licores, bombons, biscoitos, bolachas, entre outros fabricados, actualmente, em conventos europeus por freiras e frades;
– Licores – Para acompanhar os magníficos doces conventuais poderá saborear por exemplo: os Licores: de ginja de Alcobaça, de Singeverga (o único ainda fabricado num mosteiro em Portugal), de Eucaliptine, de Ambrar Oro, entre outros.
Assumindo-se como pioneira do conceito em Portugal, a Câmara Municipal de Alcobaça, que trabalha nesta Mostra desde 1999, promove e divulga o riquíssimo património cultural que é a doçaria, apostando na tradição gastronómica deixada pela presença dos monges e monjas cistercienses nos Conventos de Alcobaça e Cós.
Durante os primeiros anos, o evento decorreu numa tenda especialmente concebida para o acontecimento, localizada em vários pontos da cidade, mas a decisão de alterar o local da Mostra, em 2006, para o Mosteiro, foi uma aposta ganha, fruto da notoriedade que o certame foi adquirindo ao longo dos anos e da necessidade de preservar as tradições gastronómicas.
A beleza do Mosteiro constitui, só por si, motivo de visita e faz deste, o local ideal para receber esta Mostra, que recebe mais de 30 mil visitantes por edição. A Abadia de Alcobaça é um dos mais importantes mosteiros cistercienses medievais. Ao estatuto de monumento emblemático da Ordem, durante toda a época medieval e moderna, juntam-se os de primeira obra inteiramente gótica de Portugal e de segundo panteão da monarquia nacional, depois dos enterramentos régios de D. Afonso I e de D. Sancho I em Coimbra. O Mosteiro foi fundado em 1153 por doação do primeiro monarca a Bernardo de Claraval. Alguns autores sugeriram que, imediatamente após esta data, a construção tenha arrancado, segundo uma rígida planta bernardina, projecto historiograficamente conhecido como Alcobaça I.No transepto e de cada lado, encontram-se os túmulos de D. Pedro I e D. Inês de Castro, os eternos amantes de uma das mais belas e trágicas histórias de amor. O túmulo de D. Inês apresenta nas faces laterais cenas da vida de Cristo. O túmulo de D. Pedro alude à vida de S. Bartolomeu. Na cabeceira, vê-se uma Rosa da Vida do par amoroso. Nas dezoito edículas que se dispõem em duas faixas circulares concêntricas, está documentado todo o trágico poema de amor, desde as cenas da vida dos dois amantes, até ao sangrento fim da doce Inêse o castigo dos assassinos. Na parte inferior da rosácea, no pequeno túmulo com uma estátua jacente lê-se o supremo adeus: «Até ao fim do Mundo…»
Parabéns ao ilustre sabugalense José Sapinho, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça por mais esta doce iniciativa.
jcl
A acção de reflexão sob o lema «Batalha: Pensar o Turismo Cultural com os escritores» e a sua ligação à vida e obra de Miguel Torga reuniu no dia 15 de Março, na Batalha, mais de uma centena de participantes. A aldeia histórica de Sortelha foi o ponto de partida para esta peregrinação, coordenada por José Cymbron, pelos concelhos eminentemente torguianos propondo o «Turismo Cultural» e o «Dia de Torga».
«Hoje sei apenas gostar duma nesga de terra debruada de mar» (Torga)
Sob a coordenação do professor universitário José Cymbron, ausente por doença, decorreu no sábado, 15 de Março, no Mosteiro da Batalha e no Auditório Municipal uma acção de reflexão alusiva à temática do Património Cultural Português, a sua ligação à Educação e ao Turismo e à passagem de Miguel Torga pelo concelho.
O director do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Júlio Ribeiro Órfão, serviu de guia aos mais de cem participantes no percurso pela grandiosidade arquitectónica do monumento que foi reconhecido em 1983 como Património Mundial.
Logo depois da entrada, à direita, a Capela do Fundador, onde repousam no mesmo túmulo os restos mortais do rei D. João I e de sua esposa D. Filipa de Lencastre e as Capelas Imperfeitas (que os estrangeiros preferem chamar Capelas Inacabadas) foram o cenário ideal para escutar textos literários de Miguel Torga, Camões, Pessoa, Alexandre Herculano, Oliveira Martins, Lopes Vieira, Jaime Cortesão, José Travaços, Jorge Dias e Carlos Queirós entre outros.
Nos jardins exteriores os convidados de honra, general Ramalho Eanes (antigo Presidente da República) e esposa (Manuela Eanes), descerraram uma lápide com o texto do Diário de Miguel Torga, de 15 de Março de 1983, alusivo à sua passagem pela Batalha: «As Capelas Imperfeitas. Vim contemplá-las novamente com a imaginação, como devia competir a todos os portugueses pelo menos uma vez na vida.»
Os participantes deslocaram-se de seguida para o Auditório Municipal onde foram recebidos pelos alunos da Sociedade Artística e Musical dos Pousos (SAMP) que sob a batuta do maestro Alberto Roque interpretaram, afinadíssimos, algumas músicas clássicas.
As comunicações estiveram a cargo do general Ramalho Eanes, de Carlos Henriques (vereador da cultura da Câmara da Batalha) e de Carlos Vieira (administrador do INP-Instituto das Novas Profissões).
A intervenção do coordenador científico do projecto, José Cymbron, impossibilitado de estar presente fisicamente, com o título «O que fazer com a obra de Miguel Torga?», foi lida por Mafalda Patuleia e continha oito propostas. O Capeia Arraiana disponibiliza para cópia o documento na íntegra mas aproveitamos para destacar a segunda proposta:
«Avançar com um projecto da Junta de Freguesia de Sortelha, que visa criar um Centro de Divulgação da Obra de Miguel Torga, e que se propõe dar início já em 2008 a quatro eventos torguianos, um em cada uma das estações do ano. É com muita satisfação que vos digo que estão hoje, connosco, o presidente da Junta de Sortelha (autor do projecto), o vereador da cultura do Sabugal e o sabugalense Dr. Bernardino Henriques, que no passado ano publicou um livro fruto de uma investigação desenvolvida ao longo de dez anos: Miguel Torga – (Quase) na Primeira Pessoa.»
A comitiva sabugalense com António Robalo, vereador da cultura do município, Luís Paulo, presidente da Junta de Freguesia de Sortelha e Bernardino Henriques, investigador torguiano natural dos Fóios, aproveitou para convidar o general Ramalho Eanes a estar presente em Sortelha no Encontro de Maio sobre Torga.
Propostas de José Cymbron: O que fazer com a obra de Miguel Torga?
jcl
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