You are currently browsing the tag archive for the ‘manifestação’ tag.
No sábado, 15 de Setembro, Portugal foi varrido por um vento de indignação e que fez ecoar um grito de basta de norte a sul e de oeste a leste.
As pessoas saíram para a rua e deram corpo à maior manifestação política sem conotação política. Desta vez, não podem acusar sindicatos nem partidos. Desta vez, foram as portuguesas e os portugueses que saíram para a rua e disseram olhos nos olhos, num sábado!, que estão fartos de levar murros no estômago! Que está farto de ser espoliado. Que está farto de mentiras. Que está farto da gentalha que faz de conta que governa quando, na verdade, se governam. Ouvi na tv um alentejano dizer que estamos a ser governados por um bando (não posso precisar se foi exactamente esta a expressão) de cachorros. A comparação é perfeita! Porque vergonha não têm. Sábado foi dado o grito de basta! Seria bom que a rua – termo tão grato aos políticos cá do burgo – fosse ouvida e dela se tirassem ilações. Governar, é uma actividade exigente. Mas, ou se governa com as pessoas e para as pessoas, ou, então, não passa de uma actividade tirânica. Infelizmente, têm passado pelo governo de Portugal, uns quantos parasitas, incompetentes, mentirosos e aproveitadores. A situação financeira do estado é prova provada do que afirmo. Contudo, não partilho dessa ideia estapafúrdia de um governo de iniciativa presidencial. Não. Ainda somos um estado democrático. Este governo é apoiado por uma maioria parlamentar, resultado de eleições livres. Um novo governo só se este se demitir, só se o sr. Presidente da República dissolver a actual Assembleia da República e sempre, sempre, resultante de novas eleições. A democracia não pode, por nenhum pretexto, ser posta em causa. Porque, quando se faz um «intervalo» (uma certa dirigente chamava-lhe suspensão) na democracia, este torna-se cada vez maior. Assistimos a uma contração dos direitos, até aos mais básicos, como o direito ao salário pelo trabalho. Já imaginaram o que seria a perda do único verdadeiro poder que nos resta, o direito ao voto? Não. Não alinho nessa farsa de um governo não escolhido por voto. Aliás, sempre defendi que os partidos deveriam ser obrigados a divulgar os nomes daqueles que são candidatos a ministros. Assim, saberíamos concretamente em quem se votava. Sem surpresas. Evitar-se-ia as negociatas já com o poder garantido. E todos iam a votos. Porque, no fundo, o grito de revolta que no sábado foi dado pelo povo português foi o de exigir verdade, igualdade e equidade. Exigir solidariedade e justiça. Exigir ética na gestão da coisa comum.
Se a surdez de quem governa persistir, tenho a certeza que o grito da rua se tornará ensurdecedor.
«A Quinta Quina», crónica de Fernando Lopes
fernandolopus@gmail.com
A França, vive hoje um movimento social dos mais esperados e talvez participados. Desde creches, liceus, universidades, pessoal médico, passando pelos serviços de correios, Impostos, transportes públicos, comunicação social pública, Electricidade de França, France Telecom, contoladores aéreos, entre outros, a maioria destes serviços estão mais que perturbados. Consoante a região, a adesão é diferente. Maior aderência nas regiões de maior densidade populacional onde alguns serviços estão pura e simplesmente fechados.
Todos os sindicatos fizeram apelo para este dia de greve. Sejam eles funcionários públicos ou privados, o lema é o mesmo: exigir do governo maior poder de compra, mais emprego, melhores garantias e condições de trabalho, por outras palavras, trabalhar menos e ganhar mais. Alguns empregados do privado, de sectores ligados ao automóvel, também aderiram a este dia de greve e manifestam em conjunto com os funcionários públicos, com os estudantes, com professores, enfermeiros, funcionários dos transportes públicos, entre outros.
Mas no meio disto tudo, quem sofre mais com estas greves? Quais são os resultados no final destes dias?
Que dizer dos pais que não sabem onde deixar os filhos porque as escolas estão fechadas? Que dizer dos empregados do sector privado, que não têm transportes para se deslocarem para os seus locais de trabalho, que decidem dormir no local de trabalho, que abalam de casa às 3 ou 4 horas da manhã para poderem estar no local de trabalho às 8 ou 9 horas?
Num momento de crise, como este, quanto perdem as empresas publicas ou privadas, pelos empregados que não vão ou não podem ir trabalhar? Quantos pais de família perdem dias, perdem poder de compra, perdem os empregos porque as greves não lhe permitem viver o seu dia a dia com tranquilidade.
Esta manhã, na escola frequentada pela minha filha, alguns professores vestiam uma t-shirt amarela, com a frase «Non-Greviste». Depois de terem aderido e participado em precedentes manifestações e greves apaerceberam-se que têm um dever primordial: dar aulas, ensinar crianças e jovens que querem ainda aprender os verdadeiros valores da vida, do trabalho, da sociedade.
Nos últimos dias, apareceram grupos de contestação e protesto contra as greves, muita gente, do privado e do público, começam a estar fartos destes dias negros, destes dias que para defender a liberdade de alguns, não se respeita a liberdade dos outros, fartos de serem vitimas.
Pessoalmente não sou conta as greves, sou sim contra este tipo de greves, em que a mioria protesta sem saber porquê. Sou contra esta liberdade de fazer greve e através da qual não se respeita a liberdade daqueles que querem ir trabalhar. Sou contra este tipo de greves que paralisam uma cidade, um País acentuando a crise dos mais pequenos, tirando ainda mais poder de compra aqueles que já pouco têm.
Será que a greve serve apenas para exigir direitos e regalias? Não teremos nós também devers e obrigações?
Paulo Adão (de Paris)
Quem tem razão? A ministra ou os professores? O Governo elaborou um documento em formato pergunta/resposta para esclarecer muitas das dúvidas dos professores, dos pais dos alunos e da opinião pública. Mas, para já, a ministra da Educação foi chumbada pelos professores na maior manifestação de sempre da classe.
Portugal assistiu no sábado, 8 de Março, à maior manifestação de professores de sempre. Forças policiais e sindicatos coincidem nos números: cerca de 100 mil manifestantes vindos de todo o País desfilaram entre o Marquês de Pombal e a Praça do Comércio protestando contra o novo regime de avaliação do desempenho do pessoal docente. Os descontentamentos decorrem das alterações introduzidas no Estatuto da Carreira Docente publicadas em Janeiro de 2007.
No dia seguinte à manifestação o primeiro-ministro, José Sócrates, disse manter a confiança na ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e na política em curso para o sector. José Sócrates admitiu, porém, que o sistema de avaliação dos professores poderá ser melhorado. «Nós estamos muito disponíveis para ouvir boas sugestões para que os métodos de avaliação melhorem. É este trabalho, aliás, que a ministra está a fazer com as escolas, com os conselhos directivos», afirmou.
Analise o tira-teimas ao jeito de pergunta-resposta elaborado pelo Governo com data de 6 de Março (dois dias antes da manifestação) sobre a avaliação dos professores. Documento
jcl
Comentários recentes