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O segundo concerto dos UHF, no Soito, teve lugar no dia 9 de Agosto de 1992, integrado nas Festas de São Cristóvão.

Joao Aristides DuarteFormados em 1978,em Almada, ainda hoje a sua cidade fetiche, os UHF são a banda com maior longevidade no panorama musical português, ultrapassando mesmo os Xutos & Pontapés, que é considerada a banda mais antiga. Mas esse feito pertence, sem margem para dúvidas, aos UHF. Após várias mudanças de formação, os UHF estavam prestes a lançar o seu LP «Santa Loucura» que voltaria a colocá-los na ribalta, uma vez que nele estava incluída uma versão do tema tradicional «Menina Estás à Janela». Tinham lançado, em Outubro do ano anterior (1991), o LP «Comédia Humana».
Neste concerto do Soito os UHF incluíam António Manuel Ribeiro (voz e guitarra), Rui Dias (guitarra, ex- Quinta do Bill), Renato Júnior (teclas e saxofone), Nuno Espírito santo (baixo) e Luís Espírito Santo (bateria). Estes dois últimos eram pai e filho, sendo que o pai era o Luís.
Ouvi muita gente dizer que este concerto dos UHF iria ser um fracasso, uma vez que o Soito não estava preparado para o Rock. Por outro lado a aposta total era no concerto de Frei Hermano da Câmara, que se apresentaria no dia a seguir aos UHF e que, esse sim, se revelou um fracasso total. A aposta nos UHF revelar-se-ia a mais apropriada.
Logo à tarde tive oportunidade de falar e cumprimentar António Manuel Ribeiro, quando ele chegou ao recinto para fazer o ensaio de som. Disse-me que o próximo disco iria ser mais um «disco de guitarras» e tal revelou-se uma realidade.
Como sempre os UHF tocaram temas do seu reportório antigo (já então com perto de 10 LP’s gravados). Alguns temas do LP «Comédia Humana», como «De Segunda Até Sexta» também pertenceram ao alinhamento deste concerto.
António Manuel Ribeiro não se esqueceu de referir que já tinha tocado no Soito, há muitos anos atrás (no dia 2 de Maio de 1981 – cuja crónica já foi aqui publicada), num concerto onde a primeira parte pertenceu aos Xutos & Pontapés.
UHF no SoitoO saxofone de Renato Júnior dava um novo colorido aos temas mais emblemáticos dos UHF, tais como «Rua do Carmo» ou «Cavalos de Corrida».
A banda estava muito bem entrosada, com os elementos a movimentarem-se em palco e notando-se que estavam a gostar do concerto.
O concerto demorou perto de duas horas, com a banda sempre a «bombar». António apresentou-se com calças de napa preta e camisa branca.
Nalguns dos temas limitou-se a cantar, noutros tocou guitarra, acompanhando Rui Dias.
«Nove Anos», «Este Filme», «Brincar no Fogo» ou «Na Tua Cama» foram alguns dos temas que a banda executou no concerto do Soito.
No final o público pediu o regresso dos UHF ao palco e estes voltaram para tocar «Hesitar», onde o saxofone de Renato Júnior tem um papel preponderante.
Mas o público ainda não estava saciado e os UHF regressaram, mais uma vez, para terminarem o seu magnífico concerto com «Cavalos de Corrida».
Um dos melhores concertos dos UHF a que tive oportunidade de assistir, e já foram bastantes aqueles que eu presenciei da banda de Almada.
Nas imagens podem ver-se dois momentos da actuação dos UHF nesse concerto.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Desde os bancos da escola primária que a música me marcou. Não consigo explicar isso, mas acho a música uma das artes mais fantásticas da humanidade. Para mim a música é muito mais que simples entretenimento. Não conseguiria, pura e simplesmente, viver sem música. Sou, sobretudo, um amante de música pop (no sentido lato, ou seja popular), uma vez que não me considero muito versado em música mais erudita.

Joao Aristides DuarteLogo na escola o meu professor (professor Abadesso, natural de Castanheira-Guarda, que foi longos anos professor no Soito) costuma cantar com os alunos o Hino Nacional e a canção infantil «O Nosso Galo é Bom Cantor». Não que eu tivesse algum jeito para cantar, mas nunca mais esqueci.
No Colégio do Soito, onde andei meia-dúzia de anos a estudar, tínhamos aulas de Canto Coral. O professor desta disciplina era o padre Luís, na época pároco na Bismula.
No Natal o Colégio costumava organizar uma Récita, que tinha lugar no Salão Paroquial. Esta incluía uma série de sketchs, normalmente humorísticos e canções que o Grupo Coral do Colégio cantava. Antes da formação do Grupo Coral, o padre Luís costumava escolher os melhores para essa função. Lembro-me bem de ter sido eliminado logo à primeira. Nunca pertenci a esse Grupo Coral, por total falta de jeito para as cantorias, mas ainda hoje recordo as canções que o Grupo cantava, nessas Récitas.
Nas aulas de Canto Coral o padre Luís costumava trazer uma série de discos (LP’s que rodavam a 33 RPM) para ouvirmos e depois cantarmos em coro. Uma das canções que nós cantávamos, muito antes do 25 de Abril de 1974, era a «Grândola, Vila Morena» do José Afonso. Não foi surpresa nenhuma, para mim, a canção-símbolo da Revolução. Já a conhecia há um par de anos.
Durante a Revolução houve muitas canções que, de repente, saltaram para as ondas da rádio, que eu desconhecia.
Antes, o Festival da Canção mobilizava verdadeiras multidões. Também assisti a alguns Festivais RTP, nos finais dos anos 60 e início dos anos 70, uma vez que já tinha televisão em casa dos meus pais.
Cancioneiro PopularFoi nesse período que ouvi na rádio nomes como o GAC (motivo de crónica anterior, a propósito de um concerto no Soito, em 1975), Sérgio Godinho, José Mário Branco, etc., etc.
Depois seguiu-se o período da descoberta da música rock portuguesa, nos Bailes de Finalistas, na Guarda ou no Sabugal, onde vi grupos fantásticos como os Psico, Elo, Arte & Ofício, Ananga – Ranga, Hosanna, os Faíscas, etc.
Esta foi uma época fantástica. Quim Barreiros já andava por aí (iniciou a sua carreira em 1971), mas não consta que nenhum estudante tivesse a ousadia de dizer para ser contratado para animar uma festa estudantil.
Mas, sem nunca deixar para trás a restante música portuguesa, nomeadamente a tradicional, e o pop/rock internacional.
Descobertos nomes como Brigada Victor Jara, Ronda dos Quatro Caminhos, Quadrilha e outros da mesma linha, mais moldei o gosto pela música nacional.
A colecção das recolhas de Michel Giacometti, um dos maiores (senão o maior) dos pesquisadores da nossa música tradicional foi outro dos motivos que me leva a proclamar que Portugal tem das melhores músicas do mundo. Um dos temas recolhidos por Giacometti e que consta do livro «Cancioneiro Popular Português» foi «Azeitona Cordovili», de que existe uma versão em música de câmara por parte do seguinte leque de intérpretes: Coro de Câmara e Orquestra de Instrumentos d’Arco; Orquestra da Fundação Musical dos Amigos das Crianças; Leonardo de Barros, direcção; Victor Paiva, direcção coral; Dimitrinka Dontcheva, piano; Vasco Gouveia, flauta; Manuel Lopes da Cruz, oboé. Este tema foi recolhido em Quadrazais. Deve ser um motivo de orgulho de todos os sabugalenses ter tido um tema do seu cancioneiro incluído nesse livro essencial.
Arte e OficioFoi assim, numa evolução normal, que surgiu o boom do rock português, em 1980, através de Rui Veloso (a primeira cópia vendida em Coimbra do LP «Ar de Rock» do Rui Veloso foi a mim, pelo menos na Valentim de Carvalho, ainda estavam os discos no caixote). E veio a descoberta dos GNR, Rock & Várius, UHF, Xutos & Pontapés, Salada de Frutas e tantos outros, alguns dos quais tive oportunidade de ver ao vivo.
A evolução da música (sobretudo nacional) teve o seu percurso que segui atentamente.
A descoberta dos tesouros escondidos da música portuguesa (actualmente a música que prefiro) veio, também, naturalmente. Embora eu não seja daqueles que gostou de rock, quando tinha 18 anos e agora (porque tem perto de 50) tem que gostar de fado. Quando eu tinha 18 anos gostava de rock, sem dúvida, mas já apreciava fado.
Hoje tento descobrir o que posso da música nacional, sobretudo dos anos 60 e 70, a qual me passou ao lado, porque era impossível conhecer tudo.
Um bom ano de 2009 para os leitores deste blogue, com muita música portuguesa. Os «Concertos Míticos» irão prosseguir.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Ano 2001, noite do dia 14 de Agosto: milhares de pessoas assistiram ao concerto da Quinta do Bill, no Soito, integrado nas Festas de São Cristóvão.

Joao Aristides DuarteNesse ano a Quinta do Bill ainda estava no auge, facto que hoje já não acontece.
Realmente, pelos finais dos anos 90 e primeiros anos do século XXI, a Quinta do Bill tinha uma média de 40 concertos por ano. Hoje, se tiver 20 concertos já é muito bom.
O concerto da Quinta do Bill, no Soito foi o espectáculo mais caro que, alguma vez pisou um palco da freguesia. Este facto motivou uma série de comentários de pessoas pouco informadas, mas o que é facto é que as Festas de S. Cristóvão, nesse ano, não deram prejuízo. Ao contrário do que muita gente diz, as Festas do Soito (que terminaram no ano seguinte, só voltando em 2005, após três anos de interregno) não acabaram porque estavam a dar prejuízo, mas sim por outros motivos. Mas, isso é outra história…
A montagem do equipamento de som e luzes da Quinta do Bill (transportado num camião TIR) iniciou-se às 10 da manhã e só terminou pelas 20 horas.
Durante a tarde, ao lado do palco decorria a capeia. De vez em quando os músicos da banda espreitavam para verem tão singular espectáculo, que desconheciam por completo.
Como eu pertencia à organização, por ser membro da Comissão de Festas desse ano, pude aperceber-me da quantidade de cabos de ligação aos sistemas de som e luzes espalhados pelo palco. Realmente, não havia quase espaço nenhum, onde não houvesse um cabo. Os músicos não podiam fazer grandes movimentos, embora o palco fosse todo para a Quinta do Bill.
Neste ano eram membros da banda Carlos Moisés (voz, guitarra acústica e flauta), Nuno Flores (violino), Miguel Urbano (acordeão, guitarra e teclados), Cató (guitarras e banjo), Paulo Bizarro (baixo e voz) e Jorge Costa (bateria).
Por vota da meia-noite e meia iniciou-se o concerto. A abertura foi com «Dá-me a Verdade». Logo nos primeiros segundos do concerto teve início uma série de efeitos pirotécnicos que só terminariam no último tema. O som estava espectacular.
Quinta do BillSeguiram-se os temas «Basta!» e «O Fim do Mundo». Depois o concerto seguiu em crescendo com «Voa, Voa» (este tema teve um esplêndido jogo de luzes inicial), o instrumental «Gualdim Pais, Umas Vezes a Trote, Outras Vezes a Galope» (com Carlos Moisés a tocar flauta) e a apresentação do novo tema «1001 Lendas» (que seria lançado no novo álbum intitulado «Nómadas», saído em Outubro desse ano).
«Parar o Tempo» (também com pirotecnia) foi o tema seguinte, a que se seguiu a balada «Se Te Amo».
Outro instrumental «Anoitecer em Dublin» seguiu-se no alinhamento. Depois foi a vez de «Mão na Consciência» e «Índios na Reserva».
«Donas de Bem», «Goa» e o instrumental «Aljubarrota» antecederam o momento mais festivo com «Festa dos Vencidos» e «Senhora Maria do Olival». Na parte final deste último tema entrou em cena um “cabeçudo” que percorreu a parte de trás do palco, enquanto Carlos Moisés tocava flauta.
Os últimos temas foram «Alcácer Quibir» e «Menino». Nesta altura já todo público próximo do palco dançava sem parar.
A banda despediu-se e o público pediu, insistentemente, um encore.
A banda regressa ao palco e oferece ao público «Filhos da Nação» (o tema mais aguardado) e «No Trilho do Sol». Neste tema final, um membro do staff da banda tocou didgeridoo, um instrumento típico dos aborígenes australianos, antes de tudo terminar com um espectacular efeito pirotécnico.
A banda regressou ao palco para agradecer ao público, mas não voltou a tocar. Carlos Moisés despediu-se com um «Querem dançar?» e um «Vamos pegar o touro?» (referência ao que viram durante a tarde), a que se seguiu uma gravação de um tema dos galegos Celtas Cortos, até tudo ser desligado.
Um concerto inesquecível, este da Quinta do Bill, no Soito. Nas imagens podem ver-se alguns momentos desse concerto.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Pedro Barroso nasceu em Lisboa, em 1950 e estreou-se no célebre programa da RTP, Zip-Zip, em 1969. Lançou o seu primeiro disco, intitulado «Trova-Dor» em 1970. Gravou já mais de uma dúzia de long-plays. É uma grande voz e autor de quase todos os temas que interpreta.

Joao Aristides DuarteSão dele estas palavras: «Actuei em sítios onde nunca se vira um microfone. Outros, graças a geradores, onde não havia luz, sequer. É uma história imensa que fica por fazer. Um dia, se houver justiça e tempo, se poderá e deverá investigar melhor a forma desarrumada e breve, intensa e imperiosa que mascarava a raiva de lutarmos com armas desiguais. Eram tempos em que tudo era instintivo e puro. Genuíno. Convidavam-me para ajudar à ambulância nova dos Bombeiros; para ajudar àquela miúda que tinha leucemia e não havia dinheiro. Tantas coisas assim.»
O seu concerto no Soito aconteceu na noite de 9 de Agosto de 1993, integrado nas Festas de São Cristóvão.
Pedro Barroso é amigo da família de Catarina Furtado, cujas raízes estão no Soito. Efectivamente, a mãe da apresentadora de televisão é natural do Soito. Pedro Barroso já tinha estado na quinta que os avós de Catarina possuíam no Soito, muitos anos antes do concerto. Segundo me contou uma prima de Catarina Furtado, a família Garcia da Fonseca era amiga da família de Pedro Barroso.
Pedro Barroso iniciou o seu concerto agradecendo o convite e referindo um episódio que o tinha marcado: antes do espectáculo ele dirigia-se para a residencial e deixou esquecida a sua pochette num muro. Uma habitante do Soito dirigiu-se à residencial e entregou o objecto (que continha certamente documentos) De seguida aproveitou para se referir a alguns artistas que trazem a «música no bolso», sem dirigir a crítica a ninguém em particular. A sua referência era dirigida àqueles artistas que actuam em play-back. Pedro Barroso faz-se, sempre, acompanhar de músicos nas suas actuações.
a Pedro Barroso. O cantor definiu tudo em duas palavras: «Gente boa!»
Pedro BarrosoA banda de Pedro Barroso era constituída por um acordeonista, um flautista (que também tocava gaita-de-foles e percussões tradicionais), um pianista e ele próprio em guitarra acústica e adufe. Este grupo acompanha Pedro com sobriedade, mas com muito profissionalismo.
Durante o concerto puderam ouvir-se temas como «Ramalhete Rubro de Papoulas», «Cantarei», «Viva Quem Canta», «Fado da Charneca», «Ai Consta», «Eu Hei-de Meu Bem, Eu Hei-de» e o tema mais conhecido de Pedro Barroso, que um dia ele levou a um Festival da Nova Canção Portuguesa, organizado pele RTP, intitulado «Cantar Brejeiro (A Perninha da Menina)».
O público presente, muito atento, não regateou aplausos ao cantor, que terminou a sua actuação com um tema bastante dançante e próximo da música tradicional.
Pedro Barroso é, hoje, um nome reputado de um certo estilo de música, desalinhada, mas marcadamente portuguesa.
Embora desconhecido por muitos, sobretudo os menos atentos ou apegados a fenómenos de moda (sempre passageira), não deixa de ter o seu público e ser um digníssimo representante da (boa) música portuguesa.
Foi um dos melhores concertos a que assisti no Soito. Apesar de não ter aparato, não ter bailarinas, ser escasso em luzes, este concerto marcou-me.
Nas imagens podem ver-se momentos da actuação de Pedro Barroso, no Soito.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Os Delfins formaram-se em 1981, em Cascais. Quando começaram chamavam-se Fanfarra. Pouco tempo depois, entrou Miguel Ângelo e a banda mudou de rumo, tornando-se mais Pop.

Joao Aristides DuarteMiguel Ângelo deve o seu nome ao facto de ser filho do pintor Magalhães, um pintor de «impressionismo à espátula», com alguns quadros relacionados com motivos das freguesias do Soito e Vilar Maior, no concelho de Sabugal.
Com efeito, Magalhães participou em algumas exposições, no Soito (nas Festas de S. Cristóvão) e em Vilar Maior. Na sede da Junta de freguesia do Soito há um quadro pintado por Magalhães. Embora já de uma certa idade, Magalhães era um bom vivant, nas suas passagens pelo Soito e pessoa que gostava de conviver.
Quando os Delfins tocaram no Sabugal, no dia 21 de Junho de 2003 tive ocasião de dizer a Miguel Ângelo que conhecia o seu pai e de lhe perguntar como se encontrava de saúde.
O seu trajecto musical atingiu o apogeu em 1995, quando editaram o CD «O Caminho da Felicidade», uma compilação de êxitos, que atingiu cifras astronómicas de vendas.
Nos anos 90 os Delfins realizaram um concerto na Rapoula do Côa, quando ainda não eram muito conhecidos.
O concerto do Sabugal, realizado por ocasião das Festas de S. João, ocorreu no maior palco montado no Sabugal até essa data. Doze metros de boca e dez metros de largura eram as medidas do palco.
A estrutura de som e luzes dos Delfins demorou mais de oito horas a montar.
Antes de os Delfins iniciarem o seu concerto, subiu ao palco Alexandre Garrett, um cantor que era amigo da banda e tentava a sua divulgação pública.
DelfinsO concerto dos Delfins iniciou-se com os membros da banda usando uns fatos-macacos amarelos e, Miguel, uns óculos de mergulhador. Na terceira canção do alinhamento os membros da banda despiram esses adereços e apresentaram-se com a sua roupa habitual.
A banda apresentou-se com uma formação que incluía Miguel Ângelo (voz), Rui Fadigas (baixo), Fernando Cunha (guitarra), Luís Sampaio (teclados) e Jorge Quadros (bateria). Este último já tinha tocado uns anos antes no mesmo recinto, já que foi o baterista dos Sitiados. Realmente, ele lembrava-se que tocou num sítio onde havia um bar com esplanada atrás do palco. Era mesmo o local das Festas de S. João, no Sabugal.
Para além destes músicos ainda participou no espectáculo um vídeo-jockey escocês que já falava bem português, o qual ia colocando imagens ao longo do concerto, num ecrã que existia a meio do palco.
Para além dos sucessos, tais como «Sou Como Um Rio», «A Nossa Vez», «1 Só Céu», «Bandeira» ou «Nasce Selvagem», os Delfins tocaram alguns temas do disco que tinham editado havia pouco tempo, intitulado «Babilónia».
Claro que os espectadores queriam encore e os Delfins corresponderam aos anseios do público, tendo regressado ao palco para tocarem um último tema.
Este concerto ficou-me na memória por ter sido a primeira vez que vi os Delfins ao vivo e, porque até aquela data, apenas o concerto dos Trovante tinha superado a prestação dos Delfins, em música ao vivo, no Sabugal.
Os Delfins terminarão a sua carreira no ano 2009, como foi, há uns meses, anunciado pelos membros do grupo.
Na imagem pode ver-se o início do concerto dos Delfins, com Fernando Cunha e Miguel Ângelo usando os fatos-macacos, numa foto da minha autoria.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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O último álbum do grupo Go Graal Blues Band, intitulado «So Down Train», foi gravado em 1987 com produção de Paulo Gonzo e Tó Andrade. Na capa interior, além das letras, encontra-se um esquema listando todos os elementos e convidados que tocaram ao longo dos anos de vida deste grupo (fundado em 1975). Neste disco participam Mário Pereira (bateria), Tó Andrade (guitarra baixo), João Allain (guitarra), Leonel Cardoso (saxofone, flauta) e Paulo Gonzo (vocalista).

Joao Aristides DuarteA carreira da Go Graal Blues Band foi construída a pulso e, apesar de ser um grupo que cantou, sempre, em inglês; conseguia arrastar multidões por esse país fora, mesmo após ter surgido o «boom» do Rock português (no início dos anos 80), com a maioria das bandas a cantar na língua de Camões.
O concerto de Aldeia da Ponte, realizado no dia 25 de Julho de 1987 foi para apresentar este disco ao vivo. A organização, que julgo ter sido de uma Associação de jovens, deve ter ficado desiludida com a pouca adesão ao concerto. De tal maneira que a experiência de realizar este tipo de concertos perto do início do mês de Agosto não teve continuidade. Cá para mim, este tipo de concertos com entrada paga não funcionam nesta região, nem no mês de Agosto, mas isso é outra história. Realmente, não era muito o público presente neste concerto.
Para além do Go Graal Blues Band também integrou este concerto a banda Xutos & Pontapés, que só em Novembro desse ano lançaria o grande sucesso «A Minha Casinha», que tornaria famosa a banda de Zé Pedro em todo o país e lhe abriria outras portas.
go-graal-blues-band-1Portanto, o concerto dos Xutos & Pontapés, nessa noite, na Praça de Touros de Aldeia da Ponte, foi bastante banal. Apenas a destacar o facto de Kalu (o baterista dos Xutos) ter dito «Boa noite, Aldeia Nova!», em vez de «Boa noite Aldeia da Ponte!». De resto, o concerto dos Xutos foi bastante monótono e sem nada de especial a destacar, no aspecto musical.
A Go Graal Blues Band fez a primeira parte do concerto.
Refira-se que o baterista Mário Pereira é, nem mais nem menos que Márito, o antigo baterista dos Spartaks, o melhor grupo da cidade da Guarda, nos anos 70, que tanto Bailes de Finalistas animou.
Hoje, Márito sobrevive como músico na banda de Fernando Correia Marques (o do «Burrito»). Tó Andrade toca, actualmente, na banda que acompanha Emanuel. A última vez que estive com Tó Andrade (no concerto de Emanuel, no Sabugal, há 4 anos) este não se esqueceu de referir que já tinha tocado com a Go Graal, em Aldeia da Ponte.
go-graal-blues-bandPaulo Gonzo actuou com a sua banda em Alfaiates, em Agosto de 2006, mas a sua música actual nada tem a ver com a da Go Graal Blues Band.
Para além de ter tocado temas do novo álbum (como «Smell» ou «So Down Train»), em que o saxofone de Leonel Cardoso tem um papel destacado, a Go Graal apresentou no seu concerto o reportório habitual da sua longa carreira, com destaque para os temas «White Traffic», «Lonely», «Running For Long» ou «Lay Down». Um tema que a Go Graal tocava sempre nos seus espectáculos ao vivo era o original de J. J. Cale «Cocaine». Também em Aldeia da Ponte este tema foi cantado por Paulo Gonzo (que, pese o facto de ser fundador da banda, não tinha no início o papel de vocalista principal). João Allain, um dos melhores guitarristas da sua geração não deixou os seus créditos por mãos alheias e solou até à exaustão, neste tema.
Márito também teve direito ao seu «momento de glória» quando executou um solo de bateria, muito aplaudido pelo público.
Várias vezes assisti a concertos da Go Graal Blues Band, nomeadamente na cidade da Guarda, em Bailes de Finalistas. Sempre gostei muito da banda ao vivo. Também gostei deste concerto de Aldeia da Ponte, o qual guardo na memória.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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No ano de 1987, Paulo de Carvalho lançou o LP «Terras de Lua Cheia», no seguimento dos anteriores «Desculpem Qualquer Coisinha» e «Homem Português».

Joao Aristides DuarteConhecido como «A Voz» no meio musical português, ele próprio se assume como músico que toca um instrumento chamado voz.
Nesta época, Paulo de Carvalho já tinha quase 25 anos de carreira, uma vez que se iniciou nas lides musicais como baterista dos Sheiks, um dos pioneiros do yé yé português e uma espécie de Beatles portugueses.
Ficou muito famoso em 1974 por ter sido a sua canção «E Depois do Adeus» que foi a escolhida para senha da saída das tropas do movimento militar do 25 de Abril, que derrubou a ditadura. A canção «Grândola, Vila Morena», de Zeca Afonso, verdadeira senha, só surgiu quando a movimentação militar era já irreversível.
O espectáculo de Paulo de Carvalho, em Aldeia da Ponte, decorreu na Praça de Touros, onde foi montado um palco e teve lugar no dia 17 de Agosto de 1987.
Paulo de Carvalho e a sua banda deram um magnífico espectáculo. Ainda estava fresca a memória de temas como «Meninos do Huambo» ou «Fadinho do Bacalhau», que lhe valeram o primeiro disco de ouro da sua carreira.
Para além de temas mais recentes, como os referidos, o concerto de Paulo de Carvalho percorreu o reportório de quase toda a sua carreira e não faltaram temas como «E Depois do Adeus», «Maria, Vida Fria» ou «Nini dos Meus Quinze Anos».
Paulo de CarvalhoPaulo de Carvalho dirigiu-se ao público durante o seu espectáculo e uma das coisas que disse é que tinha ficado muito agradado com a recepção e com a refeição. Não se coibiu, mesmo, de referir que a comida desta região era muito saborosa.
Depois, no decorrer do seu espectáculo, foi pedagógico. Notou que uma parte do público, a mais jovem, não era muito apreciadora de fado (o mais recente tipo de música que resolveu interpretar).
Então, referiu que apreciava muito uma cantora chamada Sade (Adu), que tinha uma grande voz e que interpretava uma grande música (quem se lembra de «Smooth Operator»?).
À maioria dos «contestatários» do concerto nem sequer passava pela cabeça que o homem que viam em cima do palco estava farto de ouvir (e praticar) Rock. Quando eles andavam de cueiros já Paulo de Carvalho tinha abandonado o Rock (curiosamente os Sheiks regressaram em 2007- às vezes as saudades são tantas…).
Na segunda parte do concerto de Paulo de Carvalho actuou Jorge Fernando e a sua banda, que realizou um magnífico espectáculo, muito melhor do que aquele que fez na primeira parte de Carlos Paião, no Soito, e já motivo de crónica nestas páginas.
Este concerto de Paulo de Carvalho, o único de que tenho conhecimento no concelho de Sabugal, ficou-me na memória.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Em 1976, quando eram um grupo que apenas tocava música de cópia, os Ananga – Ranga foram a atracção no Baile de Finalistas do Externato Secundário do Sabugal. A sua segunda e última actuação no Sabugal aconteceu no dia 11 de Novembro de 1979, também integrada num Baile de Finalistas. È deste concerto que trata esta crónica.

Joao Aristides DuarteNesta época os Ananga-Ranga já eram uma banda com nome consolidado na praça portuguesa.
Formados por Luís Firmino (guitarra), Vasco Alves (baixo), Necas (bateria), Manuel Barreto (teclas) e Manuel Garcia (saxofone), os Ananga-Ranga já tinham gravado dois singles e um LP, quando se apresentaram no Sabugal.
Necas tinha estado ligado ao Jazz puro e duro, tendo tocado com Rão Kyao. Era um dos melhores bateristas portugueses.
A sua música era o Jazz Rock, estilo do qual eram os representantes máximos, em Portugal. Os dois «singles» que lançaram antes do LP não tinham a ver com Jazz Rock, mas foram uma imposição da editora discográfica, para que a banda continuasse a gravar.
O Baile de Finalistas decorreu no Cine-Teatro, com lotação esgotada. Também actuaram, no Baile de Finalistas, os Spartaks, da Guarda, à época o melhor grupo de todo o distrito.
Cá fora, alguém, pertencente ao staff dos Ananga-Ranga, andava a vender os discos da banda, tendo eu aproveitado para comprar o LP.
Os Ananga-Ranga apresentaram, no Sabugal, o seu álbum intitulado «Regresso às Origens», um tratado de Jazz Rock, ainda hoje considerado como um disco fundamental de toda a produção nacional.
Todos os temas deste disco são instrumentais. Este facto não inibia os estudantes de contratar a banda para o seu Baile de Finalistas. Acho que, hoje, tal facto era considerado impossível. Por isso eu já não sei se se evoluiu ou se se retrocedeu, nesta matéria cultural.
Esta era a época em que se ia ver e ouvir r bons músicos a tocar ao vivo. Não se ia apenas pelo divertimento, como parece acontecer hoje em dia.
Ananga-Ranga no SabugalTemas como «Rockalhão», «Cúria», «Joana», «América», «Regresso às Origens» ou o longo tema intitulado «Bolero» foram tocados, impecavelmente, pelos membros da banda.
Lembro-me bem do baterista Necas, um homem que deveria pesar mais de 100 Kg, tirar todo o partido da bateria e de Manuel Barreto tocar com auscultadores, facto que eu nunca tinha presenciado em nenhum espectáculo ao vivo.
Numa determinada fase da sua actuação, os Ananga-Ranga resolveram interpretar alguns temas clássicos do Rock internacional.
Depois, Luís Firmino anunciou que quem adivinhasse o título e o autor das músicas se dirigisse ao técnico de som e teria direito à oferta de um disco da banda.
Foi assim que subi ao palco para receber a oferta do single «Fascínio», dos Ananga-Ranga, por ter adivinhado o nome da música «Can’t Get Enough» dos Bad Company. Ainda guardo esse disco religiosamente.
Outra música que os Ananga-Ranga tocaram foi adivinhada por um dos técnicos dos Spartaks, o qual também subiu ao palco para receber, desta feita o LP.
Mais tarde voltei a ver tocar o baterista Necas, num concerto de Roberto Leal, no Soito, quando os Ananga-Ranga já não existiam há muito e era necessário sobreviver como músico profissional.
Os Ananga-Ranga lançaram mais um LP, desta feita já com voz, cantado em inglês e intitulado «Privado». Pouco depois terminaram.
Luís Firmino foi para os Estados Unidos, onde ainda permanece. Manuel Barreto trabalha numa secção do «Diário de Notícias». Penso que Necas ainda toca, mas não tenho a certeza absoluta.
Nas imagens podem ver-se a capa do disco que recebi de oferta e o bilhete do concerto, que custou a módica quantia de 180 escudos.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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O concerto de Amália Rodrigues, no Soito, aconteceu no dia 7 de Agosto de 1993, quando a «diva» do fado já contava 73 anos.

Joao Aristides DuarteLembro-me que havia algumas pessoas, certamente pouco informadas, que afirmavam que o espectáculo iria ser um fracasso porque Amália já não tinha voz. Enganaram-se redondamente.
A sua actuação no Soito foi igual a tantas outras realizadas por ela no país ou no estrangeiro. Não foi pelo facto de se encontrar numa zona de província que Amália deixou os seus créditos por mãos alheias e descurou o profissionalismo.
Nessa noite as Festas de São Cristóvão tiveram uma das maiores enchentes de sempre.
Até um grupo de «Amalianos» (fãs incondicionais de Amália Rodrigues marcou presença neste espectáculo, vindo expressamente dos Açores, para esse efeito. Que outro artista se pode vangloriar de ter tido, no Soito, um grupo de fãs vindo de tão longe?
Amália, ao contrário de outros «artistas» da nossa praça muito cotados por algum público, sobretudo feminino e com fama de românticos, fez o «check-sound» à tarde, perante a gente que se encontrava no largo das Festas, sem qualquer problema.
Durante o concerto, que durou mais de uma hora, Amália até teve tempo para contar uma anedota em castelhano e elogiar algumas iguarias do Soito, que comeu numa casa particular.
Amália Rodrigues no SoitoCantou todos os sucessos da sua carreira e encantou, sendo que o público não lhe regateou aplausos. Não estou em condições de afirmar quem eram os guitarristas que a acompanharam, porque não fixei os seus nomes. Mas, com certeza que Amália não deixava de trabalhar com os melhores guitarristas da nossa praça.
No final do concerto Amália subiu ao palco secundário, onde dançou ao som do grupo de baile San Diego (um grupo dos melhores que vi actuar nesta zona e do qual alguns elementos tocam, agora, com Sérgio Godinho), a quem fez um grande elogio, tanto que os músicos ficaram sem palavras.
A imagem que eu guardo de Amália Rodrigues, na sua passagem pelo Soito, é a de uma pessoa simples, humilde e sem tiques de vedeta.
Há uma frase de Amália que resume tudo o que ela queria do seu público: «Preciso de palmas, como de pão para a boca.»
Felizmente, o público presente no concerto do Soito não deixou de apoiar com palmas a sublime prestação de Amália Rodrigues.
O Soito pode e deve, pois, orgulhar-se de ter tido tão ilustre visitante nesse ano de 1993.

Momentos da prestação de Amália, no Soito, podem ser observados nas duas fotografias, da autoria de Manuel Monteiro.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Carlos Paião nasceu em Coimbra, no dia 1 de Novembro de 1957 e faleceu num acidente de viação, no dia 26 de Agosto de 1988, a caminho de um espectáculo em Penalva do Castelo, na antiga EN1. Poucos dias antes do seu abrupto desaparecimento esteve no Soito, onde proporcionou um dos melhores concertos a que tive oportunidade de assistir. Esse concerto aconteceu no dia 7 de Agosto de 1988.

Joao Aristides DuarteCarlos Paião, sobretudo a partir do momento em que conquistou o 1.º lugar no Festival RTP da Canção, passou a ser muito solicitado para espectáculos, essencialmente no mês de Agosto.
Carlos Paião era compositor, autor e intérprete das suas próprias composições. Era muito activo, sendo que em 1978 já tinha escritas mais de 200 canções, embora nenhuma tivesse sido gravada, ainda.
Os seus temas tinham muito humor, mas andavam muito longe daquilo que se convencionou chamar música pimba.
As Festas de São Cristóvão, no Soito, no ano de 1988, tiveram como atracções Lena D’Água, Adelaide Ferreira, Carlos Paião, Jorge Fernando e José Cid.
Acompanhado pela Banda Pátria, que ainda hoje existe como grupo de baile, Paião interagiu muito bem com o (difícil) público do Soito, tendo conseguido cativar muito bem.
O seu principal reportório, no qual se incluíam êxitos como «Gá gago», «Marcha do Pião das Nicas», «Pó de Arroz», «Zero a Zero», «Cinderela» e outros, fez parte do concerto do Soito.
Carlos Paião, licenciado em medicina, nunca exerceu a profissão de médico, tendo-se dedicado totalmente às cantigas. Apesar disso era uma pessoa de muito bom trato e afável. Foi isso que demonstrou, também, no Soito, quando comeu no restaurante das Festas e foi importunado por um grupo de foliões, como se pode ver num vídeo que circula na internet.
Nessa mesma noite actuou a banda de Jorge Fernando, que tinha abandonado o fado (ele que foi guitarrista de Amália Rodrigues) para se dedicar à música ligeira.
Após a actuação da banda de Jorge Fernando, seguiu-se a actuação de Carlos Paião e a sua banda, no mesmo palco, onde estavam montados os dois sistemas de sonorização e instrumentos musicais.
Carlos PaiãoNo final do concerto de Carlos Paião, este resolveu chamar ao palco Jorge Fernando e a sua banda, para, todos em conjunto (numa espécie de jam session) interpretarem um tema da autoria do autor de «Play Back». Confesso que já não me recordo de qual tema foi interpretado pelas duas bandas, mas ficou-me isso na memória. Este facto só comprova a grande humildade de Carlos Paião. Ao ter convidado para partilhar o palco com ele demonstrou que não pessoa para grandes vedetismos e que era capaz de ser solidário com a banda que actuou antes dele. Se se referir que o concerto de Jorge Fernando não correu muito bem, ainda teremos que aplaudir mais a atitude de Carlos Paião. Não são todos os artistas que fazem isso, já que as pequenas intrigas e invejas também fazem parte do meio artístico português.
Por acaso estava eu em Lisboa, quando ouvi, numa rádio, a notícia do acidente que vitimou Carlos Paião.
Não pude deixar de recordar que ainda há bem pouco tempo o tinha visto no Soito, num espectáculo fantástico.
Viva Carlos Paião!!
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Os Trovante iniciaram-se nas lides musicais em 1976, em Sagres, no Algarve. Nos anos seguintes lançaram «singles» e dois LP’s («Chão Nosso» e «Em Nome da Vida»). No início eram uma banda muito marcada politicamente e com um estilo próximo da música tradicional portuguesa, pese o facto de, hoje, estes primeiros discos sejam vistos como dentro do «progressivo», por muitos interessados.

Joao Aristides DuarteAcompanharam José Afonso na gravação do LP «Fura Fura» e fizeram uma tournée com o autor de «Grândola» por terras africanas.
O seu verdadeiro sucesso só aconteceu em 1981, com o LP «Baile no Bosque», onde o tema-título tinha uma letra que falava no lince da Malcata.
A primeira vez que vi os Trovante, ao vivo, foi na noite de 2 de Fevereiro de 1982, no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra. Gostei muito deste concerto, que estava muito próximo da Folk Music e bastante longe da Pop.
Mais tarde, vi os Trovante, ao vivo, por duas vezes, na cidade da Guarda.
O sucesso dos Trovante continuou a crescer. Após a edição dos LP’s «84», «Sepes» e «Terra Firme». A sua música adquiriu sonoridades mais Pop e foram abandonando, progressivamente a sua vertente Folk.
O seu concerto no Sabugal, inserido nas Festas de São João, teve lugar no castelo de cinco quinas.
O recinto estava a abarrotar. Foi um dos anos que vi mais gente nas Festas de S. João.
A formação da banda era a seguinte: João Gil (guitarra), Luís Represas (voz e bandolim), António José Martins (percussões), Artur Costa (saxofone), Manuel Faria (teclados), Fernando Júdice (baixo) e José Salgueiro (bateria).
Os Trovante tinham alcançado um estatuto de super banda e a sua vinda ao Sabugal foi uma aposta ganha, por parte da Comissão de Festas.
TrovanteO grupo tinha lançado, não há muito tempo, o super êxito «125 Azul». A música dos Trovante já conseguia agradar ao «mainstream». João Gil até usou guitarra eléctrica, numa boa parte do concerto, no Sabugal, quando isso era improvável, na época em que os Trovante davam os primeiros passos.
O público teve direito a todos os êxitos da banda, incluindo «Perdidamente», «125 Azul», «Xácara das Bruxas Dançando», «Travessa do Poço dos Negros» e «Tutti quanti».
Os Trovante proporcionaram um dos melhores concertos que tiveram lugar no Sabugal e que sejam do meu conhecimento.
A produção do espectáculo (som e luzes) foi, também, de cinco estrelas. Os Trovante eram profissionais a cem por cento e não descuraram nenhum pormenor.
No final, como não podia deixar de ser, houve direito a encore, já que o público assim o exigiu.
Uma situação que me deixou bastante intrigado, aconteceu após o final do concerto, quando os membros dos Trovante tiveram que ser acompanhados pela GNR para saírem dos bastidores, para fora do recinto.
Eu, que vi os Trovante na Guarda, com o público bem juntinho ao palco, sem qualquer barreira, e que os vi à noite, convivendo com as pessoas num bar da cidade, fiquei um pouco perplexo. Mas é a vida do showbiz.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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O GAC (Grupo de Acção Cultural) foi fundado em casa de José Jorge Letria, no dia 30 de Abril de 1974, precisamente seis dias após o Golpe de Estado que devolveu a liberdade aos portugueses, então ainda sob a designação de CAC-Colectivo de Acção Cultural.

Joao Aristides DuarteEssa foi precisamente a data em que o cantor e compositor José Mário Branco, um dos mentores do movimento, regressou do seu exílio em França, e além dessa figura da música popular portuguesa estiveram ligados à fundação daquele movimento personalidades como Afonso Dias, Eduardo Paes Mamede, João Loio, Luís Pedro Faro (cuja formação etnomusicológica foi de especial importância para o movimento), Nuno Ribeiro da Silva (que foi Secretário de Estado num Governo de Cavaco Silva), Toinas (Maria Antónia Vasconcelos), o poeta Manuel Alegre e a violoncelista Luísa Vasconcelos, entre outros (muitos deles oriundos da Juventude Musical Portuguesa). Hoje o trabalho do GAC é considerado, pelos especialistas musicais, como fundamental para o enriquecimento da música popular portuguesa.
Algum tempo passado, devido a divergências sobre o seu posicionamento político, o GAC transformou-se em «GAC – Vozes na Luta» e passou a ser uma espécie de frente musical da UDP (União Democrática Popular), tendo os membros das outras organizações políticas abandonado a sua formação. Algumas das suas mais famosas canções eram «Alerta» ou «A Cantiga é Uma Arma».
Não tenho a certeza absoluta, mas julgo que foi em 1975 que o GAC veio ao Soito, em pleno PREC, quando o país estava dividido e a efervescência política estava ao rubro. Deve ter sido por alturas da Primavera, porque a imagem que guardo é de que os campos estavam verdes.
Tinha eu, portanto, 15 anos, mas lembro-me. Andava a estudar no Colégio do Soito, no antigo 5.º Ano Liceal (actual 9.º Ano).
Sei que tudo se passou quando uns rapazes do Soito, que viviam em Lisboa e deviam ser militantes ou apoiantes da UDP, convidaram o Grupo a dar um concerto (na época chama-se «sessão») nesta freguesia.
Sessão dos GAC no SoitoLembro-me de ver uns cartazes com a convocatória para a «Sessão».
Ora, o GAC era um grupo que tinha todas as características para não poder ser bem aceite no Soito, nessa época, uma vez que o Soito sempre foi uma terra muito à direita e o GAC era o representante de tudo aquilo que era combatido pela direita.
O que é certo é que a tal «sessão» lá se realizou no Salão Paroquial do Soito, à tarde, com cenas verdadeiramente surrealistas à mistura.
O GAC era um conjunto de rapazes e raparigas que cantavam. O acompanhamento era feito por violas acústicas.
Cantavam canções revolucionárias, com poemas o mais extrema-esquerda possível e imaginável.
Foi um problema para o pároco do Soito (Padre João Domingos) ceder o Salão e os microfones. Lembro-me de os organizadores terem ido pedir o salão e os microfones e o Sr. Padre não os querer ceder. Com insistência lá acabou por consentir.
Durante a «sessão» o GAC foi cantando as suas canções, ao mesmo tempo que aproveitava para fazer campanha política.
No meio da sessão, o pároco foi ao palco, fez um discurso contra as letras das canções apresentadas e os membros do GAC ficaram de cara à banda. A seguir começaram eles a debitar umas frases em contradição com o que o pároco tinha dito e voltaram a cantar.
O público não era muito e a maioria eram jovens. Algum público mais idoso estava todo espantado com aquilo. Como era possível aquilo estar a passar-se no Salão Paroquial? Nem sei como não houve algum confronto verbal ou violência física.
Noutro momento o Toninho Oliveira (que estava presente) agarrou na minha irmã (então com 9 anos) e levou-a para junto dos membros do GAC, no palco. Ela não sabia muito bem o que estava lá a fazer, mas lá se manteve algum tempo.
Aquilo terminou e o GAC foi fazer uma nova «sessão», desta vez no Sabugal. Nunca mais ouvi falar sobre o que se passou no Sabugal. Se algum dos visitantes deste blog se lembrar dessa «sessão» no Sabugal, agradecia que deixasse comentário.
Curiosamente, há, aproximadamente, um ano o meu irmão disse-me que ouviu numa rádio nacional os elementos do GAC a referirem-se a esta «sessão» que teve lugar no Soito, de tal maneira este evento foi inesquecível.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Integrado na Festa das Associações, organizada pela Câmara Municipal do Sabugal, o concerto dos Liverpool teve lugar no dia 1 de Agosto de 2003. Nesses tempos a Festa das Associações ainda não se chamava Festa da Europa e realizava-se no recinto do Largo da Fonte, no local onde costumam acontecer as Festas de S. João.

Joao Aristides DuarteO local era demasiado grande para este evento. O público mantinha-se muito longe do palco, já que os expositores estavam espalhados por todo o recinto do Largo da Fonte.
Continuo convencido que o local onde este ano decorreu a Festa da Europa é o mais indicado para esse tipo de realizações.
Os Liverpool são uma banda que faz covers dos Beatles. Constituídos por 5 elementos, são originários de Múrcia, em Espanha.
Para além de se apresentarem em palco, vestidos como os Beatles, os elementos da banda utilizam, guitarras dos anos 60 como as que usavam os Beatles, algumas das quais verdadeiras raridades.
Para além dos habituais instrumentos bateria, guitarra -baixo, guitarra-ritmo e guitarra-solo, os Liverpool apresentaram ainda um teclista, que também tocava harmónica.
Toda a gente sabe que nuestros hermanos têm grandes dificuldades com as línguas estrangeiras. Curiosamente, os Liverpool não apresentavam essas limitações. A sua pronúncia do inglês era quase perfeita.
O grupo tocava bastante em Espanha, chegando a fazer até uma apresentação na televisão espanhola, mas em Portugal só ainda tinha tocado em Mourão, no Alentejo, antes deste concerto no Sabugal.
Logo à tarde, aquando da realização do check-sound, deu para perceber que esta banda tinha potencial.
LiverpoolO concerto iniciou-se, com pouco público presente, pelas 22 horas. Foi pena não ter comparecido mais público a este concerto, mas tem que se ter em consideração o desconhecimento da banda e o facto da promoção ter sido quase nula (esta é a grande falha que a Câmara Municipal tarda em perceber). Com certeza que muito mais gente teria comparecido se soubesse que se estava perante uma banda que imitava os Beatles na perfeição, mais que não fosse por uma questão nostálgica.
O concerto iniciou-se com «Please, Please Me» e seguiu-se um desfilar de variados temas dos Beatles, tais como «Love Me Do», «Help», «Day Tripper», «I Want To Hold Your Hand», «A Hard Day’s Night», «Love Me Do» (este com harmónica), «She Loves You», «Roll Over Beethoven», a balada «Don’t Let Me Down» e «Revolution», num total de 25 canções.
Realmente, nunca tinha assistido a uma banda que imitasse tão perfeitamente o som dos anos 60. E os elementos da banda andavam pela casa dos 20/30 anos.
Nas pausas entre as canções, os músicos interagiam com o público presente e brincavam. O baixista chegou a anunciar que tinham recebido a informação que tinha sido levantada a proibição de dançar por parte do Presidente da Câmara Municipal do Sabugal e que quem quisesse dançar o podia fazer, sem sofrer represálias.
O concerto foi gravado pelo técnico de som português, em mini-disc e tenho em meu poder uma cópia em CD desse concerto, que considero dos melhores a que assisti, no Sabugal.
No final do concerto o técnico de som colocou a gravação nas colunas de som e nem os próprios músicos dos Liverpool conseguiram perceber que eram eles que estavam a tocar, pensando que se tratava dos Beatles. Na foto pode ver-se a actuação da banda Liverpool, no concerto do Sabugal, fotografia essa que foi tirada por mim.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Estávamos no dia 12 de Agosto de 1995 quando este concerto se realizou. A Quadrilha era um grupo que se dedicava à música de inspiração tradicional, embora não fizesse recriação, mas sim originais com um acentuado pendor celta.

Joao Aristides DuarteEm 1995 a Quadrilha já tinha no mercado dois CD’s (Contos de Fragas e de Pragas e Até o Diabo se Ria).
Pouca gente nesta região sabia da existência deste grupo. A Comissão de Festas de Malcata tomou conhecimento da sua existência através do empréstimo que eu fiz a um mordomo, do seu primeiro CD, e tratou de o contratar.
Foi ponto de honra para a Comissão de Festas tentar proporcionar um espectáculo diferente, não apostando em «pimbas», mas sim em música de qualidade.
A banda deste concerto era constituída por Sebastião Antunes (líder incontestado e autor de quase todas as músicas e letras, vocalista e guitarrista), Paulo Marques (teclas, futuro «manager» da Quinta do Bill), João Ramos (violino), Rui Nunes (baixo) e Mário João Santos (bateria).
O acanhado palco das Festas teve que servir para a Quadrilha e para o grupo de baile Lusoritmo. De tal maneira o palco era pequeno que a bateria da Quadrilha teve que ser montada na lateral, em vez de estar virada para o público.
Mas isso foi um pormenor irrelevante, quando o que estava em causa era o magnífico concerto que a Quadrilha proporcionaria a todos quantos a ele assistiram.
O grupo de Sebastião Antunes subiu ao palco por volta da meia-noite e deu início às hostilidades com temas como «Ai, Caramba!», «Desnorteio», «Canção de Emborcar», «Conversa de Comadres» e um fantástico «Quem Casa com Mulher Bonita». Este último tema era inédito na discografia da banda, só tendo sido gravado para o álbum «Entre Luas», editado em 1997. No entanto, este foi o tema deste concerto que mais me ficou na memória pela excelente execução de violino de João Ramos.
Quando a Quadrilha começou o seu espectáculo, o público estava um pouco afastado do palco, como é hábito nas Festas da região. Aos poucos foi-se aproximando e aplaudindo, em crescendo, a prestação da banda em palco.
Não tendo sido, até à data deste concerto, muito usual ver ao vivo grupos deste estilo de música por estes lados, foi com grande espanto que notei o abanar constante das cabeças do público presente (incluindo das pessoas mais idosas), como que a querer dizer «Sim, Senhor, Grande Grupo!!!».
Os mais jovens, sobretudo emigrantes em França também ficaram admirados com a pujança da banda em palco e nunca imaginaram, sequer, que em Portugal se praticasse esse estilo de música (celta), que tem muitos e importantes grupos no país do hexágono, tais como Malicorne, Gwendal e outros com grande projecção nacional e internacional.
E, realmente, tinham razão. Este foi um dos melhores concertos que alguma vez foi dirigido ao público da «terra do lince».
A Quadrilha já actuou, posteriormente, em várias localidades do concelho, a saber: Soito, Aldeia do Bispo, Rapoula, Sabugal, Rendo e Aldeia Velha. Também já os vi ao vivo na Quinta da Atalaia (Seixal), Guarda e Carvalhal Formoso.
Confesso que o concerto da Quadrilha, em Malcata, foi o que mais me marcou, de todos os dez a que já assisti. Nunca esquecerei este fantástico e belo concerto da Quadrilha, na freguesia de Malcata.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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No dia 11 de Agosto de 1997, a Brigada Victor Jara deu um dos melhores concertos a que assisti em toda a minha vida, em Aldeia do Bispo.

Joao Aristides DuarteA Brigada Victor Jara pode considerar-se, sem sombra de dúvidas, um dos representantes máximos da recriação da música tradicional portuguesa, dando toques de modernidade a uma música ancestral. Surgida em 1975, em pleno PREC, começou por interpretar clássicos de cantores de intervenção latino-americanos, até que descobriu a música da Beira-Baixa e se dedicou à recolha e tratamento com novas roupagens, da música tradicional. No entanto, o nome original, uma homenagem ao cantor chileno Victor Jara, assassinado pelos «golpistas» de Pinochet, ficou.
Já tinha visto a Brigada Victor Jara em concerto na «Festa do Avante» e no Soito (em 1989), mas o espectáculo de Aldeia do Bispo encheu-me as medidas.
O espectáculo começou com o tema «Campanitas de Toledo», do álbum «Danças e Folias», que tinha sido, recentemente editado.
Seguiu-se a mais conhecida «Cana Verde» e, a partir deste tema, o público presente rendeu-se à música da banda de Coimbra.
Nesse ano a Brigada completava 22 anos de carreira e o seu concerto em aldeia do Bispo percorreu o reportório de quase todos os seus discos. O concerto teve a duração de 1h 55 minutos.
A banda (e ainda é) formada pelos seguintes músicos: Manuel Rocha (violino), Aurélio Malva (gaita-de-foles, guitarra e voz), Rui Curto (acordeão), Arnaldo Carvalho (percussão), Ricardo Jesus Dias (piano e outras teclas), Quim Né (bateria), José Tovim (baixo) e Luís Garção (viola e viola beiroa).
Brigada Victor JaraJunto ao palco a juventude estava muito animada. Curiosamente, tirando um ou outro entendido nestas coisas, a grande maioria do público desconhecia por completo este agrupamento.
No alinhamento do concerto seguiram-se os temas «Marião», «Donde Vás» e «Mi Morena». Muitos dos temas da Brigada são originários de Trás-os-Montes e cantados em mirandês ou, mesmo em castelhano.
A comunicação com o público atingiu o auge em temas como «Pezinho da Vila», onde Aurélio Malva até cantou em americano e «Baile Mandado», com Luís Garção a cantar e encantar.
Houve ainda lugar para «Vira Velho», um popularíssimo tema do Minho. Outro momento alto foi quando Ricardo Dias (que tinha uma perna partida e usava muletas), largou o piano e dançou, tocando paulitos, com os outros membros, no tema «Lhaço de Ofícios».
O público pediu, por 3 vezes, o regresso da banda ao palco, após o fim do alinhamento normal e os músicos regressaram sempre.
É raríssimo haver um espectáculo onde se realizem três encores, mas foi o que aconteceu neste concerto, daí a inclusão na categoria dos míticos.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Os finalistas do Externato Secundário do Sabugal resolveram contratar os UHF, que tinham iniciado a sua vida em 1978. Os UHF trouxeram como convidados, para lhe fazerem a primeira parte, os Xutos & Pontapés.

Joao Aristides DuarteCorria o ano de 1981 e já tinha acontecido o «boom» do Rock português, através do lançamento do LP «Ar de Rock» de Rui Veloso.
Os finalistas do Sabugal organizaram o seu Baile de Finalistas.
Na época (e desde o início da segunda metade dos anos 70) os Bailes de Finalistas eram concertos, para os quais se contratava um ou vários dos grupos de Rock e de baile, dos mais afamados.
Os finalistas do Externato Secundário do Sabugal resolveram contratar os UHF, que tinham iniciado a sua vida em 1978 e já tinham lançado o EP «Jorge Morreu» (em 1979) e o single «Cavalos de Corrida» (em 1980).
A falta de locais para a realização do evento (o Cine-Teatro já não oferecia as mínimas condições) levou os estudantes até ao Castelo do Sabugal, onde se realizaria o Baile de Finalistas.
Desta vez o Baile de Finalistas seria ao ar livre. Foi montado um palco, no Castelo, e construídas as infra-estruturas (bar e restaurante) para que tudo corresse bem.
Só que a chuva estragou tudo. O concerto com os UHF teve que ser cancelado.
Os grupos de baile (e eram dois) ainda foram deslocados para o Pavilhão Desportivo do Soito, onde tocaram, perante muito pouco público.
O concerto com os UHF foi anulado e foi marcada uma nova data. A data escolhida foi o dia 2 de Maio de 1981.
Desta vez, para evitar dissabores com a chuva, o Baile de Finalistas foi programado para um pavilhão, à entrada do Soito, onde tinha funcionado uma fábrica de blocos de cimento.
O grupo que mais concertos fazia, nessa época, eram os UHF, pelo que ajudava ao lançamento de outros grupos. Foi, por isso, que os UHF trouxeram como convidados, para lhe fazerem a primeira parte, os Xutos & Pontapés.
CartazEstes últimos, apesar de já existirem desde 1978, eram uns perfeitos desconhecidos para a maioria do público português. Nesta época ainda não tinham lançado nenhum disco.
No tal pavilhão do Soito realizou-se o Baile de Finalistas. Não era muito o público presente, tendo em conta a dimensão (enorme) do pavilhão.
Os Xutos & Pontapés tocaram o seu reportório, totalmente desconhecido do público.
Entre outras músicas tocaram o «Sémen», «Avé Maria», «Morte Lenta», etc.
Os Xutos & Pontapés vieram de comboio (tocaram com a aparelhagem dos UHF) e lembro-me de os ver a passear no Soito, ainda todos muito magrinhos.
Uma das curiosidades deste concerto dos Xutos (o primeiro da banda no concelho do Sabugal e no distrito da Guarda) foi o facto de terem tocado uma versão de «You Really Got Me» dos Kinks (situação recordada pelo guitarrista Zé Pedro, recentemente, na revista «Blitz»), já que estava programada uma actuação de uma hora e meia e eles não tinham mais reportório.
Os UHF tocaram o seu «set», com algumas músicas muito conhecidas e outras que seriam editadas, quase de seguida, no seu LP de estreia intitulado «À Flor da Pele».
O concerto foi bom.
O que há a recordar deste concerto é a estreia em terras da Raia daquela que ficaria como a banda mais mítica do Rock português de todos os tempos: os Xutos & Pontapés.
Os Xutos voltaram a tocar, mais tarde em Aldeia da Ponte e na Rapoula do Côa.
Mas a sua estreia foi no Soito.
Os UHF voltariam mais vezes ao concelho, a última das quais em Agosto de 2004, para um concerto fantástico em Aldeia Velha.
O cartaz do concerto é aqui reproduzido. Escrito à mão e com o nome Xutus (em vez de Xutos), tal era o desconhecimento da banda.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Continuação da crónica sobre o concerto mítico dos «Faíscas» no dia 27 de Maio de 1978 no Cine-Teatro do Sabugal.

Joao Aristides DuarteMuitos dos presentes apresentavam-se trajados, também, de forma bastante Punk e provocatória. Alguns jovens com gravata e outra indumentária Punk. E o Rui Rito com um casaco cheio de latas, numa de Punk!!! Também presentes estavam jovens da Guarda e até de Celorico da Beira. Punks a tocar nunca tinha havido por estes lados!!!
Os «Faíscas» começam a tocar e, passado pouco tempo, têm início uma série de provocações entre o público e a banda. Rocky Tango tocava com o «jack» da guitarra todo esticado. O amplificador lá atrás e ele aos saltos de um lado para o outro, no palco. Os «Faíscas» gostavam de tocar bem perto do público. Os concertos dos «Faíscas» tinham uma energia muito rara. Em Portugal não havia banda com tanta energia como os «Faíscas». Ao mesmo tempo Horácio (o teclista dos Stradivarius), escondia-se lá atrás e aproveitava para baixar o som dos amplificadores que Rocky Tango tinha colocado quase no máximo!!!
Dedos Tubarão usava uma t-shirt onde tinha escrito a esferográfica «Musa, a tua ausência é o despertar da minha angústia».
Lembro-me de tocarem muito Rock’N’Roll, temas como «Roll Over Beethoven» ou «Rock Around The Clock». Dos temas em português é que guardo poucas memórias, mas sei que alguns deles tinham letras bem provocatórias.
De repente um espectador cospe no baixista. Este cospe também e ameaça o espectador. Trocam-se uma série de insultos. Ele sai do palco e tenta tirar satisfações. Depois tudo acalma e o espectador oferece-lhe uma cerveja. O baixista Dedos Tubarão (hoje famoso) só diz «mas pagas tu, mas pagas tu!».
A organização, devido à chegada tardia dos Faíscas, estava com problemas financeiros. Então os membros da banda andavam sempre atrás do rapaz que tinha o dinheiro para receberem. Este dava-lhes algum cacau e mandava-os tocar mais um pouco. E foi assim a noite toda. Tocavam três ou quatro temas e vinham pedir as coroas (o termo que eles utilizavam).
Actuação dos Faiscas no SabugalSei que aquilo terminou e fiquei lá no recinto a noite toda. Fiz uma directa, com outros jovens do Soito que estavam lá, também.
No dia seguinte, de manhã, recorremos à boleia para ir para casa.
Alguns dos presentes que tinham tomado speeds e até comprimidos para dormir (devido à falta de «outro material») regressaram a casa, mal o concerto terminou, sabe-se lá como.
Pelo menos dez (!!!) deles vieram na cabine de uma camioneta de carga, marca Saviem, para o Soito. Tratava-se da famosa Saviem que transportava os frangos dos Ritos, do Soito. Como lá couberam todos é que ninguém consegue explicar. O condutor da camioneta que era o Antero Rito teve que fazer a viagem de 16 km com a porta aberta (!!!!) Mas todos chegaram sãos e salvos. Alguns, mal chegaram a casa, dormiram no primeiro canto que encontraram, sem se preocuparem em encontrar a cama, tal a dose de comprimidos para dormir que tinham tomado.
E foi assim este concerto inesquecível. De certeza que nenhum dos presentes esqueceu, jamais, esse concerto.
De músicos Punk até aos dias de hoje, os elementos que constituíram os Faíscas continuam a dar cartas na música portuguesa. Efectivamente, Dedos Tubarão é Pedro Ayres Magalhães dos Corpo Diplomático, Heróis do Mar, Madredeus e Resistência; Gato Dinamite é Emanuel Ramalho, que foi baterista dos Corpo Diplomático, Street Kids, Rádio Macau, Delfins e João Pedro Pais, entre outros e Rocky Tango é Paulo Pedro Gonçalves, dos Corpo Diplomático, dos Heróis do Mar, dos LX 90, dos Kick Out The Jams e dos Ovelha Negra.

Na foto estou eu a fingir que canto, acompanhado pelos Stradivarius, mesmo antes da chegada dos Faíscas. Foi uma das únicas fotos tiradas por Viriato Lopes, nessa noite.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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Nasci em 1960. Não consigo explicar este meu gosto pela música, mas o que é certo é que me continuo a lembrar de melodias que ouvi quando tinha 10 ou 11 anos e com as novas tecnologias consigo descobri-las, o que me deixa bastante satisfeito.

Joao Aristides DuarteNunca fui de seguir modas e quando o «disco-sound» era um grande sucesso, eu não gostava nem um bocadinho daquilo.
Sempre preferi ver músicos a tocar ao vivo. Não importa o tipo de música que tocam, desde que sejam bons músicos.
Quando tinha 18 anos e andava a estudar no Colégio do Sabugal, descobri que os «Arte & Ofício» (uma das melhores bandas de Rock português de todos os tempos) iam tocar ao Liceu da Guarda. À boleia lá fui eu com mais alguns malucos ver os «Arte & Ofício». O que é certo é que esse concerto me deixou maravilhado. Nunca tinha visto ninguém a tocar tão bem.
Passado pouco tempo aconteceu, no Sabugal, um dos concertos mais míticos a que assisti em toda a minha vida: «Os Faíscas».
Rocky Tango (23 anos, guitarra e voz, aka «Rock Assassino»), Dedos Tubarão (17 anos, baixo e coros), Jorge Lee Finuras (guitarra 18 anos, aka «Punhos de Renda») e Gato Dinamite (19 anos, bateria) formaram, em Fevereiro de 1978, uma das primeiras bandas Punk portuguesas. O Punk Rock tinha começado na Inglaterra no ano anterior e as duas bandas referidas importaram o fenómeno para Portugal.
No dia 27 de Maio de 1978 (há quase 30 anos – como o tempo foge – parece que foi na semana passada), «Os Faíscas» deram um concerto no Cine-Teatro do Sabugal, que ficou na memória de todos quantos a ele assistiram, não tanto pela música, mas pelas peripécias associadas a tal espectáculo. Foi uma noite de Punk a valer que incluiu tudo o que se associa a um espectáculo Punk.
O concerto estava marcado para as 22 horas, mas os Faíscas só apareceram depois da meia-noite. Os Faíscas tinham-se comprometido a tocar com a aparelhagem do grupo de baile do Sabugal chamado Stradivarius (onde tocavam Totó, Rochita, Horácio Alexandrino e François), trazendo apenas as guitarras.
Chegaram num Fiat 127 (no documentário “Brava Dança”, sobre os Heróis do Mar, que já passou na RTP, Pedro Ayres refere este concerto, assinalando que se deslocaram numa Renault 4, mas eu lembro-me que era um Fiat 127 branco), acompanhados por um motorista mais velho.
Entraram para o recinto e, como ninguém os conhecia, foi-lhes pedido o dinheiro do bilhete, ao que eles responderam «Faíscas» e seguiram, sem darem mais cavaco a ninguém. Foi a primeira vez que vi um rapaz com brinco na orelha, um dos membros dos «Faíscas». Nunca tal tinha visto até essa altura.
Comeram frango assado no balcão do Cine-Teatro e atiraram com os ossos para a plateia, enquanto o grupo «Stradivarius» tocava alguns temas. Provocação e atitude eram algumas das suas imagens de marca.
Foram depois para um bar da vila onde pediram cafés duplos e compraram uma garrafa de bagaço, para beberem durante a actuação.
Imaginem o que era aquela gente de aspecto Punk num café de uma vila do Interior do país, alguns com brincos na orelha, coisa nunca vista por estes lados!!! Um escândalo.
Voltaram ao Cine-Teatro e iniciaram o concerto. Havia pouca gente. O facto de terem chegado tarde fez muita gente debandar, incluindo o fotógrafo Viriato Lopes que poderia ter tirado umas fotos, hoje históricas. Mesmo assim a «movida» toda do Sabugal e arredores estava presente. (Continua.)
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

akapunkrural@gmail.com

Vindos de Pareces de Coura, onde fecharam a noite de Sábado, perante 20 mil espectadores, os Wraygunn deixaram boa impressão na última noite da Festa da Europa, no Sabugal.

Joao Aristides DuarteOs Wraygunn têm alguns anos de existência e muito «calo», conquistado pelos músicos da banda em inúmeros concertos por esse país fora e no estrangeiro (sobretudo em França, onde são um fenómeno com repercussão na imprensa especializada).
O concerto do Sabugal, bem diferente do da noite anterior em Paredes de Coura, não desiludiu o público presente, onde predominava a juventude.
Paulo Furtado, o líder da banda é um verdadeiro «animal de palco» (fazendo «gemer» a sua guitarra, pulando ou colocando-se de joelhos).
Do alinhamento do concerto da terra das «cinco quinas» fizeram parte temas como «Ain’t It Nice», «Love Letters From A Motherfucker», «Keep On Praying» e «She’s A Go Go Dancer».
JWraygunnO público aplaudiu a prestação dos Wraygunn, embora não o fizesse com bastantes manifestações ruidosas.
Furtado interagiu com o público, logo no segundo tema, quando desceu do palco para afastar, ele próprio, as grades que circundavam o palco; solicitando ao público para se aproximar. Mais tarde, Paulo Furtado, voltou a descer do palco e dirigiu-se ao público, interpelando-o com o microfone na mão, tendo andado uns bons vinte metros no interior do recinto.
As duas vocalistas (Raquel Ralha e Selma Uamusse) dão um colorido próprio à banda. De destacar a grande voz de Selma, num tema com contornos muito «soul».
Os restantes membros do grupo cumpriram o seu papel. Sérgio, o baixista, um homem já com 44 anos, foi membro de uma mítica banda de Coimbra, os Mas Foice.
No público, desta vez mais específico para este tipo de concertos, vislumbrámos pessoas da Covilhã e da Guarda, que se deslocaram propositadamente ao Sabugal e que estavam bastante animadas.
Até o Presidente da Câmara (Manuel Rito) vibrou com o concerto, segundo nos confidenciou.
A única falha foi o facto de não ter havido «encore», já que o público não «puxou» como devia pela banda. Programado estava o tema «You Really Got Me», dos Kinks, na versão dos Wraygunn, mas não chegou a acontecer.
Os membros da banda, mesmo assim, apreciaram o concerto e mostraram-se encantados com a recepção, tendo no final ficado pelas «tasquinhas» a conviver com o público, não tendo tiques de vedetismo.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

akapunkrural@gmail.com

Esteve animada a Festa da Europa, no Sabugal, na noite de terça-feira, 29 de Julho.

Joao Aristides DuarteA Orquestra, de Mérida (Espanha) conseguiu pôr um número razoável de visitantes da Festa a dançar.
A execução de diversos «pasodobles», tão do agrado das gentes raianas foi o momento alto da actuação da Orquestra.
Constituída por 14 elementos e com uma secção de metais poderosa, a «Direccion Sur» executou ainda mariachis e rumbas, que puseram algumas pessoas a dançar.
A parte final da actuação da Orquestra foi para o pessoal mais novo (a actuação terminou à uma hora da manhã).
Nesta parte a Orquestra executou temas mais num estilo Pop/Rock como «Highway To Hell» dos AC/DC ou temas de bandas espanholas como os Mago de Oz.
No final os próprios músicos estavam contentes com a aderência do público. Esta foi a sua segunda actuação em Portugal.
Festa da EuropaNo dia seguinte actuou o Quinteto de jazz de Gilberto Costa.
O líder e saxofonista do grupo é natural da Bendada, tendo, portanto, motivos para estar feliz por tocar na terra das suas raízes.
O grupo de jazz fez um bom concerto, embora o público não esteja muito sensibilizado para este estilo de música. No entanto penso que foi uma boa aposta, já que, numa organização da Câmara Municipal deve dar-se oportunidade a todos os estilos de música. Nesse aspecto a organização está de parabéns. O público que esteve até ao fim do concerto deu por bem empregue o seu tempo.
Não temos, infelizmente, fotografias da actuação do Quinteto de Gilberto Costa.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte

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