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O número 6 da revista de pedestrianismo «Itinerante», com a edição dedicada aos «Trilhos do Contrabando», foi apresentada no Sabugal, no dia 18 de Fevereiro
A revista Itinerante é a primeira e única revista de pedestrianismo nacional, com uma abordagem temática dos percursos pedestres que apresenta. A mesma dedicou a última edição (de Fevereiro de 2012) ao Tema «Por Trilhos do Contrabando», falando na raia e nos percursos que antigamente seguiam os contrabandistas. Também aborda as histórias dos contrabandistas e dos guardas-fiscais, da gastronomia tradicional e do património dos lugares pelos quais se sugerem viagens de sonho e de fantasia.
Contém uma interessante entrevista com José Manuel Campos, presidente da Junta de Freguesia dos Fóios, que fala sobre o contrabando dos tempos idos, em que se subia e descia a serra das Mesas para se ganhar a vida atravessando a fronteira com mercadorias, pondo-se a vida em risco, pois era um comércio proibido, efectuado através de uma fronteira fortemente vigiada.
Como sugestão aos amantes das caminhadas apresenta-se, entre outros, o trilho «de Fóios a Navasfrias», passando pela nascente do rio Côa e pela serra das Mesas, num percurso com cerca de 10 quilómetros, relativamente fácil de seguir, ainda que se tenha que subir e descer uma montanha, e enquadrado por paisagens amplas e de grande beleza natural.
A revista Itinerante tratou de outros temas, nas edições anteriores: «Por Trilhos das Invasões Francesas», «Por Trilhos em redor dos Faróis de Portugal», «Por Trilhos das Linhas de Torres Vedras», «Por Trilhos do Caminho de Santiago, em Ano Jacobeu», «Por Trilhos da República», «Por Trilhos das 7 Maravilhas Naturais de Portugal».
A revista tem um portal na Internet aqui, que a complementa e que permite a descarga dos trilhos para GPS.
plb
Longe vai o tempo e com alguma nostalgia recordo a carrinha da Gulbenkian, uma biblioteca itinerante que periodicamente nos cultivava e combatia o isolamento em que nos encontrávamos no final da década de 60 do século passado. Foi através dessa biblioteca itinerante, que fui tendo acesso a livros que me prenderam e viciaram para sempre como leitor.
Nesse primeiro embate com a leitura, descobri e aprendi a gostar de dois grandes autores portugueses e verdadeiros artesãos da língua portuguesa: Camilo Castelo Branco e Aquilino Ribeiro. A leitura destes dois mestres da narrativa apetrecha-nos com as ferramentas essenciais para o domínio da nossa língua.
Estamos no Natal!
Foi nesta época de sonhos fixos na chaminé por onde descia o Menino Jesus, que num desses natais li duas histórias que nunca mais esqueci: O Romance da Raposa e O Malhadinhas de Aquilino Ribeiro. Era o tempo em que o mundo ainda não andava torto.
Num qualquer lugar das Beiras, recolhidos do frio e à lareira, ler o Malhadinhas é reencontrar o retrato físico e psicológico do almocreve beirão, que percorria as nossas aldeias, temperado pela malícia da vida danada e madrasta. Ficamos ainda a saber que o nosso herói, numa das suas aventuras se recolheu à sua fazenda do Sabugal, quando Aquilino nos diz: «Acolhi-me à minha fazenda do Sabugal com reiuna bem escorvada.»
Se o caro amigo leitor não tiver tempo para a leitura de toda a narrativa aconselho-o a percorrer o capítulo IX, onde o nosso herói, tem um encontro com a neve e os lobos, acompanhado por um frade.
Será possível recuperar a democratização da cultura, com uma biblioteca itinerante?
Boas leituras e um Feliz e Santo Natal.
:: :: PARA LER :: ::
«O Romance da Raposa», de Aquilino Ribeiro, Livraria Bertrand.
«O Malhadinhas», de Aquilino Ribeiro, Livraria Bertrand.
:: :: PARA OUVIR :: ::
«Beck : Sea Change», Geffen.
«Concertos para piano, nº 24, 25, 26 e 27 de Mozart, Berliner Philarmoniker», tendo como solista Daniel Barenboim, Teldec.
«Páginas Interiores» opinião de José Robalo
joserobaload@gmail.com
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