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O economista americano Paul Krugman divulgou um Manifesto onde contesta a abordagem que tem sido feita à crise económica da zona euro e aponta soluções diferentes das seguidas pelos governos europeus.
O Prémio Nobel da Economia há muito que critica a política económica restritiva que se pratica na Europa sob a batuta da chanceler alemã Angela Merkel.
Ainda antes de divulgar o Manifesto, Paul Krugman publicou no New York Times, onde é colunista, um artigo intitulado «Grécia, como vítima», em que afirmou que «as origens do desastre estão mais a norte, em Bruxelas, Frankfurt e Berlim, onde responsáveis criaram um sistema monetário profundamente – talvez fatalmente – defeituoso».
Aos sucessivos avisos, o professor da Universidade de Princeton juntou, de parceria com Richard Layard, o «Manifesto for Economic Sense», onde defende que as políticas adoptadas estão a contribuir para um aprofundamento da recessão, uma vez que estão excessivamente centradas na austeridade.
O documento, que pode ver aqui, rebate a ideia de que a crise tem origem no endividamento público irresponsável. A crise foi antes causada pelos empréstimos excessivos no sector privado, especialmente pelos bancos: «O colapso da bolha levou a quedas na produção e, portanto, nas receitas fiscais. Assim, os grandes défices públicos que vemos hoje são uma consequência da crise, e não a sua causa».
Quando a bolha imobiliária explodiu o sector privado contraiu-se, o que prejudicou a economia, na medida em que «a despesa de uma pessoa é a receita de outra». O resultado foi a depressão, que por sua vez agravou as dívidas públicas.
Em vez de incentivar os gastos para equilibrar a balança, num momento em que o sector privado reduzia as despesas, os governos cortaram investimentos e aumentaram impostos, penalizando ainda mais as pessoas.
Krugman defende que é preciso reduzir o desemprego antes que se torne endémico, e assim inviabilize a efectiva redução do défice público.
Quanto à resposta que os governos têm dado, o documento defende que os cortes resultam na contracção da economia, pelo que é imperioso procurar outro caminho.
O Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, deveria analisar os argumentos de Krugman e de Layard, pois talvez assim concluísse que tem de abandonar a ortodoxia monetarista para salvar a economia portuguesa.
A política de austeridade excessiva atrofia a actividade económica, provoca desemprego e contribui, afinal, para o decréscimo da receita e o aumento da despesa pública, agravando défice.
Era bom que os países do sul exigissem, a uma só voz, uma Europa solidária que assuma a crise como um problema de todos, porque também todos contribuíram para ela.
«Contraponto», opinião de Paulo Leitão Batista
leitaobatista@gmail.com
Aurélio Malva é professor de Economia e membro da Brigada Victor Jara, desde há muitos anos, onde é o vocalista principal e toca gaita-de-foles e guitarra acústica.
Antes de ser membro da Brigada Victor Jara, Aurélio Malva foi um dos fundadores do grupo Manifesto, no final dos anos 70. No início começaram por tocar versões de grupos estrangeiros, mas evoluíram, depois, para composições originais, cantadas em português.
Este grupo, do qual faziam, ainda parte, José Tovim (o baixista da Brigada) e Parreiral (que andou com o autor desta crónica na tropa) revelou-se, já nos anos 80, como um dos grupos de Rock mais intervencionistas de Portugal.
Com efeito, Aurélio Malva seria o autor do tema «Aos Domingos Vou à Bola», um tema que atingiu algum sucesso no boom do Rock português.
Nessa época era com esta canção que se iniciavam os programas desportivos na Rádio Renascença, se a memória não me trai, apesar de ser um “hino” contra a alienação que o futebol provoca em certas pessoas.
Aurélio Malva era amigo pessoal do falecido professor Eduardo Bárrios, de Aldeia do Bispo, que contratou a Brigada Victor Jara para as Festas dessa localidade raiana, no ano de 1997, já referido em crónica anterior neste blogue e por mim considerado como um dos melhores concertos de sempre no concelho de Sabugal.
Aurélio Malva e a Brigada Victor Jara actuaram, também, em 1989, no Soito, nas Festas de S. Cristóvão, noutro bom concerto.
O concerto de Aldeia do Bispo foi no dia da Capeia Arraiana, na segunda-feira, dia 11 de Agosto.
De certeza que os membros da Brigada assistiram à Capeia e Aurélio Malva produziu estas declarações, numa entrevista que me concedeu há dois anos:
«P: Há uns anos vi a Brigada Victor Jara num concerto em Aldeia do Bispo (Sabugal), onde o público teve direito a quatro encores. De certeza que esse concerto ficou na memória dos músicos da banda. O que achou desse concerto?
R: Foi um concerto mágico! Nós, que amamos as tradições, fomos contagiados pelo ambiente da festa e da tourada com o forcão. A vibração do público faria o resto. De um modo geral, os nossos espectáculos (como os nossos discos) são sempre muito bem aceites mas, quando no final há quatro encores, isso significa que algo de muito especial aconteceu, para nós e para o público.»
Realmente, conheço alguns músicos, mas nunca vi nenhum a falar da Capeia Arraiana, como o fez Aurélio Malva.
«Música, Músicas…», opinião de João Aristides Duarte
akapunkrural@gmail.com
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