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No dia em que escrevo este artigo comemoram-se cinco anos da morte de Karol Wojtyla, esse gigante da igreja que quis chamar-se João Paulo II. Figura marcante do século XX, o Papa que ousou desafiar o poder dos grandes impérios, foi ao mesmo tempo cativante e catalisador de massas, de humildes e oprimidos. Mesmo para os mais agnósticos era um homem fascinante e um semeador de esperança. Estimado pelo povo anónimo cristão, foi aos jovens que soube falar como nenhum outro papa o fizera antes. Estes recompensaram-no com autênticos banhos de multidão. Eram aos milhões nas famosas jornadas mundiais da juventude!

Não precisou de ganhar o prémio Nobel, que aliás seria merecido, para se considerar o maior mensageiro da paz e da concórdia mundial e, simultaneamente, um acérrimo defensor dos direitos humanos e das nações mais pobres.
Foi muitas vezes politicamente incorrecto, mas ética e moralmente coerente com os mais elementares princípios da Igreja. Ousou visitar Cuba e criticar o embargo económico americano para logo criticar também o regime de Fidel e as penas aplicadas aos seus dissidentes.
Poderíamos chamá-lo o Papa peregrino, pois viajou por todo o mundo, visitando centenas de países e milhares de locais, reunindo em todo o lado verdadeiras multidões. Foram as suas inúmeras viagens que contribuíram decisivamente para mudar mentalidades e derrubar muros e regimes obsoletos.
Foi a visita papal ao seu país de origem que levou a libertação e inspirou o movimento Solidariedade para chegar ao poder. Foi um «Não tenhais medo», que fez crescer a coragem e apressou a derrocada do muro de Berlim.
Os portugueses estão-lhe gratos pelas suas 5 visitas, grato também ele ficou à virgem de Fátima, de que era devoto, pelos milagres da sua recuperação.
Quebrou vários tabus do catolicismo: nunca um papa tinha visitado Jerusalém ou rezado no muro das lamentações e em quase mil anos, desde o cisma da igreja ortodoxa, nenhum tinha visitado a Grécia. Pregou em sinagogas e mesquitas, aproximou religiões num diálogo inter-religioso sem precedentes e fomentou o ecumenismo de forma incansável durante o seu pontificado.
Carismático e popular, sabia que liderar é comunicar, lidando admiravelmente com os meios de comunicação social que viajavam consigo para todo o lado e acompanhavam cada momento da sua vida.
Foi um verdadeiro exemplo para todos nós. Órfão de pequena idade, desportista, amante da literatura e do teatro. Deu-nos uma lição de perdão ao perdoar até aos que atentaram contra a sua vida e visitando-os inclusivamente na prisão. Mas também soube pedir perdão por erros que a Igreja cometera no passado.
Quando poderia ter resignado ou fazer-se representar, assumiu-se como exemplo de estoicismo e de luta contra o sofrimento e a doença que no final da sua vida o atormentavam.
Pouco frequentador dos ofícios religiosos, fui no entanto fã deste vulto da Igreja (quem o não foi?). Juntei-me aos milhares que o receberam em Fátima, gostava de ouvir a sua voz na Televisão, desejando-nos, em língua portuguesa, uma feliz Páscoa ou um Bom Ano Novo. Acompanhava à distância as suas viagens e ouvia ou lia os seus discursos. Comovi-me de tristeza com a notícia da sua morte e fiz fila para visitar o seu túmulo no Vaticano. Santo ou não era um homem de carne e osso, igual a nós, mas que mais do que a maioria de nós soube atingir esse desiderato de humanismo que só está reservado a uma pequeníssima minoria. É curioso que seja justamente numa Sexta-Feira Santa, que tal comemoração ocorre.
Rendo-lhe aqui a minha homenagem.
«Terras do Lince», opinião de António Cabanas
kabanasa@sapo.pt
Se percorrermos a história da Humanidade e analisarmos o naipe dos ódios, aquele que nos aparece em primeiro lugar tendo em consideração a sua perfídia e intensidade, é o ódio entre religiões, seitas e interpretações da palavra do profeta e dos versículos. Estas questões mataram e continuam a matar milhões de pessoas.
«Como calar tantas formas de violência praticadas em nome da fé? Guerras de religiões, tribunais da Inquisição e outras formas de violação dos direitos das pessoas… Torna-se necessário que a Igreja, em conformidade com o Concílio do Vaticano II, reveja por sua própria iniciativa os aspectos mais obscuros da sua história, valorizando-os à luz dos princípios do Evangelho.» João Paulo II.
«El Hereje» é uma novela histórica que relata a intolerância religiosa da sociedade espanhola do século XVI, dominada pela Inquisição, denunciando a perseguição que foi movida aos luteranos em Valladolid, constituindo assim um verdadeiro manifesto a favor da liberdade religiosa e da tolerância.
O seu autor Miguel Delibes, membro da Real Academia de Espanha, nosso conterrâneo de Castilla y Léon, natural de Valladolid, é um escritor de mão-cheia, tendo já sido distinguido com diversos prémios, onde se destacam o Prémio Nacional de Literatura e o Prémio Príncipe de Astúrias das Letras, ao mesmo tempo que já foi proposto para Prémio Nobel da Literatura pela Junta de Castilla y Léon, proposta que este humilde leitor subscreve.
Miguel Delibes, nesta sua novela consegue descrever o ódio do ser humano para com o seu semelhante pela simples razão de se ser e pensar diferente. O personagem principal do romance «El hereje», Cipriano Saucedo é condenado às chamas da Inquisição, com a confiscação de todos os seus bens, pelo facto de ter aderido às teses de Lutero e da Reforma, não alinhando pelo pensamento dominante.
Foi este sentimento de intolerância que em Portugal levou à fogueira do Santo Ofício o dramaturgo António José da Silva «O Judeu» em 1739, só pelo facto de ter nascido no seio de uma família judaica, pese embora ter mentido perante o tribunal, ao afirmar-se como católico.
:: :: PARA LER :: ::
«El Hereje», de Miguel Delibes.
:: :: PARA VER :: ::
«Los Santos Inocentes», um filme de Mario Camus, baseado numa novela de Miguel Delibes.
:: :: PARA OUVIR :: ::
«Os concertos para piano de Johannes Brahms», tendo como solista Emil Gilels, com a orquestra Filarmónica de Berlim, dirigida por Eugen Jochum, com selo da Deutsche Grammophon.
«Páginas Interiores» opinião de José Robalo
joserobaload@gmail.com
Está confirmado! Uma notícia difundida pela agência Lusa anuncia que o bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. José Sanches Alves, é o novo arcebispo de Évora.
A Lusa acaba de divulgar que a Nunciatura Apostólica anunciou a nomeação de D. José Alves para arcebispo de Évora confirmando-se a informação avançada pelo Capeia Arraiana em 12 de Dezembro último.
Em declarações esta tarde, em Fátima, à agência Ecclesia depois de saber da sua nomeação o novo arcebispo de Évora prometeu um trabalho de continuidade com serenidade e com entusiasmo e deixou um recado: «A todos digo: podeis contar comigo que eu conto também convosco!»
D. José Sanches Alves, nasceu a 20 de Abril de 1941, na Lageosa da Raia, concelho do Sabugal, estudou filosofia e teologia nos seminários da Diocese da Guarda e a 3 de Julho de 1966 foi ordenado presbítero na Catedral de Évora.
Ao longo dos últimas três décadas tem desempenhado várias funções e cargos na diocese eborense. Foi pároco no Escoural, professor do Instituto Superior de Teologia, secretário diocesano da Catequese, reitor do Seminário Maior, presidente do Cabido da catedral e vigário geral da diocese entre 1988 e 1998. Com o título de Gerpiniana foi nomeado, a 7 de Março de 1998, bispo auxiliar de Lisboa. É vogal do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa e, desde 11 de Abril de 2002, presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social.
A 22 de Abril de 2004 foi nomeado por João Paulo II, bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco e sucede agora, por nomeação do Papa Bento XVI, a D. Maurílio Gouveia, que apresentou a renúncia ao cargo por ter atingido o limite de 75 anos de idade previsto no Código do Direito Canónico.
A tomada de posse do novo arcebispo de Évora está marcada para o dia 17 de Fevereiro na Sé Catedral da cidade alentejana.
O Capeia Arraiana dá os parabéns ao ilustre sabugalense e votos de boa pastoral no desempenho da nova missão apostólica.
jcl
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