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Sam Mendes, um realizador luso-britânico vindo do mundo do teatro britânico, é um dos cineastas de Hollywood que consegue atrair ao mesmo tempo o grande público, culpa do Óscar atribuído a «Beleza Americana», a sua estreia atrás das câmaras, e ao cinéfilo mais exigente.
O seu mais recente filme é «Um Lugar Para Viver», a história de um jovem casal, na casa dos 30, sem grandes expectativas de futuro, que se vê a braços com uma gravidez inesperada. O que Sam Mendes nos mostra é o percurso deste par, um aluado Burt Farlander (John Krasinski) e a sua amada com os pés mais assentes na terra Verona De Tessant (Maya Rudolph) – à procura de um rumo para as suas vidas.
Esta busca passa por diversas etapas que correspondem a lugares que o casal percorre para tentar identificar o seu lugar para viver.
Pelo caminho vão tendo conversas e vivem alguns dias com amigos e familiares mais ou menos estabelecidos na vida, que lhes dão uma imagem do que eles podem vir a ser. Sempre num tom de comédia agridoce, a lembrar algum cinema independente norte-americano.
Com uma excelente banda sonora, a cargo de Alexi Murdoch, nome que não conhecia e foi uma agradável surpresa ficar a conhecer, Sam Mendes consegue com este simpático filme ao cinema mais simples, apostando em actores pouco conhecidos do cinema. Tirando Jeff Daniels e Catherine O’Hara, que interpretam os pais de Burt, e Maggie Gyllhenhaal, são poucas as caras conhecidas. O próprio par protagonista é desempenhado por duas figuras que vêm da televisão dos EUA: ele é uma das caras da versão norte-americana do «The Office» e ela é proveniente da fábrica «Saturday Night Live».
E é também curioso ver que estamos perante um filme bastante actual, à semelhança do que já se podia constatar com «Nas Nuvens», de Jason Reitman. O que este casal atravessa e as questões que enfrentam devem passar pelas cabeças de inúmeros casais dos dias de hoje. O que só prova que Hollywood está a acompanhar o que se passa na actualidade e talvez daqui a muitos anos, com o passar do tempo, este seja um daqueles filmes que é capaz de representar uma época.
«Série B», opinião de Pedro Miguel Fernandes
pedrompfernandes@sapo.pt
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