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Sabugal repudia fecho da linha da Beira Baixa
Sexta-feira, 30 Março, 2012 in Câmara e Juntas, Covilhã, Guarda | Tags: barracão, comboio, linha beira baixa | by leitaobatista | 2 comentários
A Câmara Municipal do Sabugal aprovou por unanimidade, na reunião de 14 de Março, uma moção apresentada pela vereadora socialista Sandra Fortuna, pela qual se manifesta o «total repúdio face ao encerramento do troço da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda».
A moção apresentada pela vereadora do Casteleiro aos seus pares surgiu na sequência de um ofício que a CP endereçou ao Município do Sabugal dando conta da supressão do serviço rodoviário entre a Covilhã e a Guarda, que se mantinha devido às obras de modernização do troço ferroviário que une essas duas cidades beiroas.
O Governo retirou a reactivação do troço do Plano Estratégico de Transportes, ainda que se tenham gasto nos últimos anos mais de 10 milhões de euros em obras de modernização daquela via ferroviária, especialmente no túnel do Barracão, em pontes e plataformas.
O fim da ligação ferroviária acaba também com a estação do Barracão, oficialmente designada por «Estação do Sabugal».
A moção aprovada pelo executivo sabugalense critica a decisão do governo, considerando que ela é «mais um passo para o isolamento e a desertificação do nosso Concelho», pois priva as pessoas que viajam do e para o sul do país da utilização do comboio, restando-lhe apenas o meio de transporte rodoviário.
O encarecimento das deslocações rodoviárias, em razão dos aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis e da introdução de portagens nas auto-estradas, faz com que as pessoas procurem naturalmente outras alternativas de transporte, sendo que o encerramento do troço da linha da Beira Baixa põe cobro a uma alternativa válida e economicamente vantajosa.
Transcrevemos a moção aprovada pela Câmara Municipal do Sabugal:
«O abandono do processo de modernização do troço da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda é mais um passo para o isolamento e a desertificação do nosso Concelho, obrigando quem aqui mora e os sabugalenses que, vivendo a sul do País, ou em regiões servidas por aquela linha férrea, a utilizar apenas o meio de transporte rodoviário.
A lógica é sempre a mesma, a de confundir qualidade de serviço público com poupanças financeiras, como se o direito de cada português ao acesso em situação de igualdade daqueles serviços se medisse em mais ou menos euro!
Somos poucos, mas somos iguais em direitos ao de qualquer outro português.
Não aceitamos que, pouco a pouco, nos vão empurrando para a decisão de encerrar o Concelho, mudando-nos todos para o litoral!
Não aceitamos que nos coloquem perante situações de factos consumados, numa atitude que mais não é que a da condenação sumária à asfixia social e económica.
Obrigar quem queira deslocar-se às nossas terras por comboio a percorrer meio país, é de quem prefere encerrar de forma cega o serviço ferroviário, independentemente de questões de equidade social e territorial, ou de princípios de maior valia ambiental.
Num momento em que as deslocações rodoviárias custam cada vez mais, fruto dos preços exorbitantes dos combustíveis e da introdução de portagens nos principais acessos, o Governo da República encerra uma alternativa válida e economicamente mais vantajosa.
Assim, o Executivo do Município do Sabugal, reunido em 14 de Março de 2012:
Manifesta o seu total repúdio face ao encerramento do troço da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda.»
plb
Estação do Barracão-Sabugal
Quinta-feira, 18 Dezembro, 2008 in Região Raiana, Sabugal | Tags: barracão, comboio, cp, estação, viúva monteiro | by jclages | 2 comentários
O comboio seguro, rápido, confortável e pontual a chegar às estações é e será um excelente meio de transporte em qualquer parte do mundo. Também a minha vida está cheia de viagens de comboio do Porto para a estação do Barracão-Sabugal.

Durante muitos anos, sempre que ia de férias da escola, entrava no comboio às 9.30 nas Devesas e depois de 18 estações chegava à Pampilhosa. Deixava a Linha do Norte e às 12.30 entrava na linha o comboio procedente de Coimbra com destino a Vilar Formoso, pela Linha da Beira Alta. Mais 18 estações e algumas horas depois chegava à Estação da Guarda já o relógio marcava as 16.30. Toca a estar atento e ouvir através dos altifalantes a indicação da carruagem que seguiria para Lisboa, via Beira Baixa, só assim o comboio me deixava na Estação do Barracão-Sabugal. Era um alívio quando descia nesta estação e sempre que podia apertava a mão ao chefe da estação, ao conterrâneo Armando. Mas não havia tempo a perder porque a
camioneta da Viúva Monteiro estava à espera de seguir viagem até ao Sabugal. Era o famoso Serviço Combinado com a CP, que muitas vezes a espera pelos passageiros do comboio era tão longa que quando nós entrávamos na camioneta só ouviamos suspiros de alívio. E depois de muitas curvas, paragens e despedidas lá chegava à Vila do Sabugal. O relógio marcava as 18 horas e a viagem ainda não tinha acabado. Agora tinha que procurar um carro de aluguer e pagar mais 10 quilómetros de frete. Finalmente podia sentar-me num banco confortável e sem ter as malas a incomodar as minhas pernas. Para trás ficaram muitas estações, alguns empurrões e calcadelas, as bilhas de barro com a água fresca do Luso e os olhos só se fixavam na velha estrada que me levaria ao encontro da minha mãe, familiares e amigos.
Isto era antes, lá pela década de 70/80. E hoje o que mudou? A Estação Barracão-Sabugal ainda lá está. Agora, só tem um par de carris, está vazia, envelhecida, não tem chefe, não tem bilheteira, não tem taxis, não tem pessoas e até o tempo do relógio parou. Será que ali passa algum comboio?
O transporte ferroviário pode de facto ser importante para o desenvolvimento do Concelho do Sabugal. Não é o facto de as linhas estarem longe da cidade, ou as pessoas já não utilizarem este meio de transporte de mercadorias e pessoas como antes. As coisas estão como estão porque continua tudo longe, distante e os acessos são ainda os mesmos. Há muito para transformar, há muito para trabalhar e o comboio, se as pessoas quiserem, se os decisores políticos apresentarem ideias e planos tudo será melhor e eu serei um dos que escolherei o comboio para viajar e enviar as minhas coisas para a «central» do Sabugal.
José Nunes Martins (João da Malcata)
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