You are currently browsing the tag archive for the ‘amélia rei’ tag.
Um dos meus maiores prazeres é ler. Para mim, um livro é um refúgio. Ao lê-lo, escondo-me deste espectáculo vulgar e deprimente em que se transformou a vida neste actual momento histórico que me está a tocar viver.
Refugiei-me durante mais de uma hora com um maravilhoso livro de poemas de Bernardino Henriques, um homem do concelho, natural dos Fóios. O livro tem como titulo «Poemas da Terra». Nele, Bernardino Henriques, como que nos canta um hino maravilhoso à Mãe Natureza, essa Mãe à qual todos nós pertencemos. Foi Guardador de Rebanhos, que felicidade espiritual este homem não deveria ter sentido e, sente seguramente ao lembrar-se da serra da sua terra, dos ribeiros, dos riachos, dos caminhos, das árvores, das nascentes e, de tudo o que a natureza embeleza essa serra. Já o poeta Virgílio dizia: «Que felizes seriam os homens do campo se reconhecessem a sua felicidade.» Bernardino Henriques conheceu-a bem.
Depois, entra por outros temas, como o Poema Dança, o Carnaval da Vida , escritos com a alma, porque a verdade está no fundo da nossa alma. Leitor(a), se puder leia o livro.
Tive o prazer de ser convidado para a apresentação do livro, que teve lugar no Centro Cívico Nascente do Côa, nos Fóios. Este Centro Cívico, além do papel que desempenha para a comunidade, pessoalmente considero-o como um refúgio humano e espiritual para uma família dedicada à literatura. Das vezes que lá vou, lá está a Amélia Rei, o Bernardino Henriques, o poeta castelhano Tomás Acosta, a sua filha Aida, o Mário Simões Dias e outros. O professor José Manuel, Presidente da Junta, está sempre presente nessas reuniões literárias, é um homem que não se despojou dos seus valores interiores, ele sabe que o homem também é espírito, não é só matéria e, também sabe que nenhum País nem nenhuma comunidade humana serão ricos se não forem cultos.
Bernardino Henriques, um bem haja pelo livro, por esse bem da sua alma, certamente já reparou que a nossa sociedade e, até a nossa civilização estão doentes, sabe porquê? Porque desprezam os bens espirituais. Sem eles, nenhuma sociedade humana pode subsistir muito tempo.
«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
ant.emidio@gmail.com
Comemora-se hoje, dia 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher. E, como sucede sempre nestes casos, as celebrações ocorrerão um pouco por todo o lado neste planeta Terra, com mais pompa e circunstância nalguns países do que noutros, como é de esperar.
Entrevistas a mulheres famosas, artigos elaboradíssimos na imprensa, transmissões prolongadas nos canais televisivos, cerimónias públicas e privadas, ofertas de presentes e flores, etc., etc., etc, tudo a pretender lembrar que, nesse dia, a Mulher é Muito Importante.
É justo, é agradável, é bom que assim seja. Mas é pouco. Um dia não chega para celebrar a importância da Mulher. Ela é importante todos os dias e sempre o foi, desde os primórdios do Homem e das sociedades matriarcais, como um dos dois pilares da Humanidade.
Vimo-la, ao longo dos tempos, sentinela vigilante e guerreira corajosa em defesa da família; vimo-la esposa submissa e mãe amantíssima encarregue da educação dos filhos, autêntica rainha do lar, pobre rainha sem ceptro totalmente dependente da autoridade incontestável e incontestada do marido. Vimo-la e vemo-la deitada numa cama, sofredora e feliz no supremo acto de trazer ao mundo mais um filho.
Vimo-la debruçada sobre outras camas de hospitais de campanha, enfermeira voluntária e meiga, tentando com o seu sorriso minimizar o efeito de guerras devastadoras de que estava inocente.
Vimo-la, tantas vezes, ser considerada um mero objecto de prazer, jóia rara e preciosa, sim, mas desprovida do direito humano do livre arbítrio porque o seu corpo era a única coisa que interessava. A alma fica de fora nestes casos.
Com os tempos, a mulher foi-se emancipando e conquistou o seu lugar ao sol. Hoje podemos vê-la em pé de igualdade com a outra metade, o Homem, na política, na justiça, na saúde, no ensino, nas empresas, nos trabalhos agrícolas mecanizados, em todos os ramos de actividade, em suma, com um desempenho que demonstra cabalmente ser mulher portadora de uma inteligência e competências que nada ficam a dever aos seu belo corpo.
Todavia, há ainda um longo caminho conjunto a percorrer para que o Dia Internacional da Mulher seja algo com sentido. Enquanto for vítima de descriminação laboral, números clausos para cargos políticos, violência e violação, etc. etc. etc. e, acima de tudo, enquanto não estiver em pé de igualdade plena com o Homem no que toca a direitos e deveres, esta comemoração tem um o sabor levemente amargo. Igualdade de direitos e deveres, sim, não que se pretenda sequer afirmar ou pensar que a mulher é igual ao homem, Felizmente, são diferentes e é nessa diferença que a Humanidade se completa e complementa de forma harmoniosa e enriquecedora.
Recrie-se a citação comodista e desactualizada «Atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher» para «Ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher».
E assim será digno de celebração o Dia Internacional do Homem e da Mulher (lado a lado e sempre juntos como é natural).
Amélia Rei
Comentários recentes