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Damos continuidade à apresentação do léxico com as palavras e expressões populares usadas na raia ribacudana.

CAMALHÃO – terra virada pela enxada ou pelo arado. Montes de terra feitos à enxada entre as videiras (José Pinto Peixoto). Também se diz cambalhão (Clarinda Azevedo Maia). Semear batatas em camalhão: semear em regos alternados (Clarinda Azevedo Maia).
CAMBA – cada uma das duas peças curvas que formam a roda dos antigos carros de vacas, onde se aplica o rasto em ferro. Peça do arado, com curvatura, onde encaixa o dente e a rabiça (Júlio António Borges).
CAMBADA – corja, súcia.
CAMBADO – indivíduo que tem as pernas tortas.
CAMBAL – lugar escondido e com pouca circulação (Duardo Neves).
CAMBALACHE – negócio, troca – termo da gíria de Quadrazais (Franklim Costa Braga).
CAMBALACHO – conluio; tramóia; engano. Júlio Silva Marques refere cambaletche.
CAMBALHÃO – o m. q. camalhão (Clarinda Azevedo Maia).
CAMBALHEIRA – cadeia composta por anéis de ferro (Júlio António Borges).
CAMBÃO – temão; cabo de madeira que liga a canga ao arado, à charrua ou à grade, para os animais fazerem tracção. Cabo que liga o animal à nora ou à atafona. Júlio António Borges acrescenta: pau com gancho na ponta para tirar a fruta das árvores. Vara móvel da picota (Clarinda Azevedo Maia – Vale de Espinho) – ver burra.
CAMBIÇO – o m. q. cambão (Adérito Tavares). Indivíduo muito alto (Júlio Silva Marques).
CAMBO – pau grosso e comprido que forma a parte móvel da picota, ou burra de augar. Tomando a parte pelo todo, nalguns lugares chamam cambo ao próprio engenho de tirar água dos poços, como o fazem notar Francisco Vaz (de Alfaiates) e Clarinda Azevedo Maia (reportando-se às Batocas). Ver burra.
CAMBOA – ramagens colocadas no fundo do rio, sobre as quais se coloca uma rede – o tuão (Joaquim Manuel Correia).
CAMBOAR – atrelar duas juntas de vacas ao carro, para subir uma encosta (Júlio António Borges).
CAMBOS – balança de braços. Trata-se de uma barra horizontal móvel, que tem suspenso em cada extremo um prato ou um gancho, num se colocando o produto a pesar e do outro os pesos até que o fiel indique equilíbrio. Júlio Silva Marques chama-lhe câmbios.
CAMBRA – Câmara Municipal. «A adega dele é maior que a Cambra de Pinhel» (Abel Saraiva).
CAMBULHADA – cambada. Magote desordenado (Duardo Neves e José Prata).
CAMBULHÃO – uma quantidade de produtos que se juntam e se suspendem; cacho; réstia; corgalho; molhada – cambulhão de chouriças. Grupo sem ordem nem tino e que se desloca (Duardo Neves). De cambulhão: deitar tudo de uma só vez (Vítor Pereira Neves). «As recordações são como as cerejas, pegamos numas quantas e vem logo um cambulhão delas» (Abel Saraiva).
CAMBULHO – coisa mal feita (Clarinda Azevedo Maia – Fóios). Vaca muito desajeitada (Clarinda Azevedo Maia – Lageosa).
CAMIEIRAS – montes de giestas arrancadas (Meimão).
CAMISA – invólucro da maçaroca de milho; folhelho. Conjunto de todas as peças de vestuário, excepto o fato, que a noiva oferece ao noivo na véspera do casamento (Clarinda Azevedo Maia – Fóios). Em Aldeia do Bispo designa-se por muda (Clarinda Azevedo Maia).
CAMISA DE ONZE VARAS – dificuldades; apuros. Metido em camisa de onze varas.
CAMISO – camisa de criança (Clarinda Azevedo Maia – Forcalhos).
CAMISOLAS DE RACHA – camisolas abertas à frente e ornamentadas com laços de pano preto, usadas nos domingos e dias festivos.
CAMOECA – bebedeira. (Clarinda Azevedo Maia – Vale de Espinho).
CAMÕES – pessoa cega de um olho.
CAMPANA – campaínha; sino pequeno (do Castelhano: campaña).
CAMPINO – guardador de bois e vacas (Clarinda Azevedo Maia – Lageosa).
CAMPO – espaço onde uma pessoa se possa mover ou sentar (Duardo Neves).
CANA – pé de milho. Foi às canas: foi cortar milho para os animais. Clarinda Azevedo Maia refere que o pé de milho passa a chamar-se cana depois de lhe ser retirada a maçaroca.
CANABEQUE – qualidade de batata (grande e comprida).
CANABILHO – cesto velho, já sem asas (Clarinda Azevedo Maia).
CANADA – antiga medida, equivalente a dois litros. José Pinto Peixoto acrescenta: «caminho antigo murado, passagem», sendo a canadinha uma passagem estreita.
CANAFRECHA – planta em forma de cana que cresce espontaneamente nas tapadas. Francisco Vaz e Duardo Neves referem canafreche, Clarinda Azevedo Maia refere canaflecha. Era muito usada pelas crianças para fazerem trabalhos manuais, por ficar mole depois de seca.
CANALHA – garotada; criançada.
CANALHADA – bando de garotos.
CANALHO – garoto pequeno (Clarinda Azevedo Maia – Forcalhos).
CANÃO – pé de milho a que já foi retirada a maçaroca.
CANASTRA – cesta larga e baixa. Clarinda Azevedo Maia acrescenta: berço de verga (Batocas).
CANASTRÃO – cesto grande de verga com fundo rectangular e duas asas. Júlio António Borges acrescenta: mulher mal feita.
CANASTRILHO – cesto velho, já sem asas (Clarinda Azevedo Maia).
CANASTRO – corpo. Deu-lhe cabo do canastro. Cesto pequeno (Clarinda Azevedo Maia).
CANAVEIRA – torga ou urze, planta da serra (Carlos Alberto Marques).
CANAVILHO – vasilha já muito velha; qualquer coisa em mau estado (Júlio Silva Marques). Cesto velho (Duardo Neves).
CANCELA – grade de madeira com que se fecha uma portaleira. Com várias cancelas se forma o bardo das ovelhas, que também se designa simplesmente por cancelas.
CANCELA BARDADA – bardo; aprisco (Clarinda Azevedo Maia – Batocas).
CANCELAL – bardo; redil; aprisco; vedação para recolher o gado.
CANCELO – cancela pequena.
CANCHA– passada larga, para ultrapassar um obstáculo ou medir um terreno. O m. q. chanca. Mais a Sul (Monsanto) também se diz canchada (Maria Leonor Buescu).
CANCHAL – terreno onde há penedos e penhascos. Terra alta; baldio (Adérito Tavares). Terreno cheio de giestas (Duardo Neves). Lugar muito pedregoso (Clarinda Azevedo Maia – Forcalhos).
CANCHEIRA – terreno pedregoso e improdutivo, podendo ter pequenos espaços e arbustos (Duardo Neves).
(Continua…)
Paulo Leitão Batista, «O falar de Riba Côa»

leitaobatista@gmail.com

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A longa viagem de mais de dois meses que o então chefe do governo chinês Chou En Lai levou a cabo em África na parte final de mil novecentos e sessenta e três marca uma data importante, pois foi por ela que aquela potência que começava a ter intenções de hegemonia mundial saiu do seu próprio continente, para potenciar o movimento revolucionário no chamado Terceiro Mundo.

Manuel Leal Freire - Capeia ArraianaJá antes, em em mil novecentos e quarenta e nove, Liu Shao Chi, que havia de ser presidente da república, defendera a tese de que a via chinesa é a via que devem tomar todos os países coloniais e semicoloniais no seu combate para a independência nacional. Era a formação de frentes nacionais.
Os elementos de vanguarda da luta revolucionária, preconizava, devem atrair a si os elementos patriotas da burguesia nacional e formar com eles uma frente tão larga quanto possivel. Mas a direcção dessa Frente deve pertencer à classe operária, leia-se ao partido comunista.
Porque a partilha do poder com a burguesia nacional não conduziria ao triunfo da Revolução, mas à prevalência de interesses burgueses.
Ponto essencial era também o da necessidade da luta armada, relembrando os ensinamentos de Mao Tse Toung, segundo o qual o poder está sempre nos canos das espingardas.
Mas esta luta só de per si é insuficiente e não pode ser levada a cabo só pelos povos colonizados. É fundamental o auxílio dos países socialistas
Enfim, os povos da Ásia, da África, da América Latina devem aplicar na sua luta contra os colonizadores a técnica revolucionária que o povo chinês praticou e se encontra sintetizada nas lições de Mao.
Tem de ser assim, dizia o compêndio.
Para o Egito, a Argélia, Marrocos, o Quénia, as três Guinés, o Mali, a Somália, o Tanganica, Zanzibar, o Iemen, a Palestina, o Paquistão, o Ceilão, nas Antilhas, nas Caraíbas, no Peru, na Nova Caledonia…
Como se vê, não há limites geográficos para o expansionismo chinês.
Poderá perguntar-se das razões pelas quais Pequim decidiu intrometer-se tão larga e profundamente por todo o Terceiro Mundo.
Porque os países ocidentais ou abdicaram ou se mostram apenas preocupados com a colonização económica, única que também em seu entendimento interessava aos soviéticos.
«Politique d’ Abbord – Reflexões de um Politólogo», opinião de Manuel Leal Freire

JOAQUIM SAPINHO

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