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O habitual almoço anual da Confraria do Bucho Raiano na região de Lisboa realiza-se no dia 10 de Novembro, no Clube Náutico Al Foz, em Alcochete.

O almoço anual na região de Lisboa da Confraria do Bucho Raiano está aberto a todos os sabugalenses e amigos do Sabugal que desejem inscrever-se, independentemente de serem ou não confrades da Confraria.
Os interessados podem inscrever-se por estas vias: enviando e-mail para o endereço confrariabuchoraiano@gmail.com, ou telefonando para os números 966823786 ou 963084143.
jcl
Repetidamente vimos sustentando que a política é um serviço, não podendo e muito menos devendo profissionalizar-se.
O político tem de viver para a política – mas não pode viver dela.
O funcionário vive profissionalmente para a sua função e pode e deve viver a um nível razoável – a expensas dela.
Ora, no Portugal post-abrilino, verifica-se que os políticos, não vivendo para a Política, vivem dela… e muito acima do nível comum dos cidadãos.
Com vencimentos nalguns casos escandalosamente altos.
Com pensões de reforma, obtidas em tempo mínimo e volume máximo.
Com benesses dificilmente aceitáveis mesmo na Austrália das minas de ouro.
Pra não falar já dos invisíveis de que tanto tanta gente fala e tanta coisa salta para a ribalta, mas que tão pouco se certifica, pairando no ar uma tremenda nuvem que ofusca a de todos os Junos.
Seria, pois, de toda a conveniência para a classe política que os seus membros dessem provas de não apego aos lugares, deles abrindo mão logo que circulem com alguma consistência determinados rumores.
Como seria salutar – para mais num regime que tanto se ufana do seu republicanismo – que se não estivessem a erigir autênticas dinastias políticas, com direito de sucessão alargado a descendentes por parentesco e afinidade, para não falar já do paraninfado de influências.
A lei que circunscreve a três mandatos consecutivos a possibilidade de candidatura a uma determinada autarquia assume, inquestionavelmente uma posição morigeradora.
E interpretada dando prevalência ao elemento histórico e à base lógica deveria impedir uma quarta candidatura do mesmo cidadão, independentemente de ser outra ou não, a autarquia almejada.
Impedir-se-ia assim o anichamento de uns, ao mesmo tempo que se abriam hipóteses a outros.
Com uma dupla vantagem, pois…
Os políticos de profissão já anunciaram a ruptura com aquela restritiva interpretação. Luis Filipe Meneses, impedido, em qualquer interpretação, de se candidatar à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, anunciou já – e com sete tubsas – ser candidato à do Porto. Fará, ou melhor, repetirá o cursum histórico – do Portus Calém Antiquus para o Portus Calém Novus.
Certamente que Sua Excelência é um prestante cidadão e poderá vir a ser um zeloso e zelador autarca.
Por mim preferia vê-lo a exercer clínica.
Mas Sua Excelência prefere fossilizar-se na carreira política. E à falta de concorrente de peso equivalente, a vitória parece-lhe assegurada, com o risco de o Porto virar um enorme estaleiro.
O poeta popular já faz vibrar a lira:
Dizem para aí que o Meneses
Que tem a sua graça às vezes
Daria um bom presidente
Mas
Fazendo o que a Gaia fez
O Porto de lés a lés
É terramoto iminente
Objectar-me-ão que pior do que o tremor de terra ou o maremoto é a inércia.
Mas o Porto já sofreu o iconoclasta martelo do Rio e a fúria das suas enxurradas.
De qualquer modo, Meneses avança para um reinado. E para construir uma dinastia, tendo já conseguido no Parlamento assento para o filho…
«Caso da Semana», opinião de Manuel Leal Freire
O Município do Sabugal realizou em boa hora as Jornadas «Pensar a Tauromaquia em Portugal – Diversidade, Valorização, Sinergias», reunindo um conjunto de intervenientes de grande valia a nível nacional, os quais, durante dois dias, refletiram sobre o passado, o presente e o futuro das expressões de cultura e identidade popular que têm como objeto central o Touro.
Tendo estado presente em praticamente todos os painéis, aqui deixo três notas muito breves:
1. A qualidade e o conhecimento aprofundado que os intervenientes demonstraram a que se associou uma demonstração clara de que aqueles homens e mulheres, para além do seu conhecimento intelectual, tinham uma grande ligação à questão da tauromaquia, o que se traduziu no afeto e na emoção com que falaram.
2. O reconhecimento por todos da valia identitária, mas também enquanto fator de afirmação do Concelho, da Capeia Arraiana, bem como do excelente trabalho desenvolvido que conduziu à sua inventariação enquanto património cultural imaterial nacional.
3. A certeza, transmitida de forma emocionada, pelos Presidentes de Câmara ou seus representantes ali presentes – Sabugal, Coruche, Moita, Barrancos, Montalegre, Angra do Heroísmo, Ponte de Lima, Alter do Chão, Setúbal e Vila franca de Xira – de que as práticas de tauromaquia popular realizadas nas suas terras continuam vivas e bem vivas, com uma cada vez maior adesão por parte das camadas jovens destes Concelhos.
Não poderia, no entanto, deixar de registar a muito fraca adesão dos sabugalenses, sobretudo dos oriundos das Freguesias onde se realizam Capeias, bem como dos eleitos locais (Juntas e Assembleias de Freguesia e Assembleia Municipal).
Como não partilho da posição de que «se o povo não me dá razão, a culpa é do povo», então só posso considerar que muito há ainda a fazer por todos, incluindo-me a mim, enquanto Presidente da Assembleia Municipal, para que próximas realizações deste tipo sejam atrativas aos principais interessados e que saibamos encontrar as formas adequadas para os motivar a estar presentes e a participar.
A Capeia Arraiana está viva e tem milhares e milhares de seguidores que a vivem e a discutem como sua e se os temas em discussão eram, sem dúvida, do máximo interesse, então devemos analisar onde falhámos e não lamentar-nos porque havia poucos sabugalenses a assistir e a participar.
PS1. A estadia no Sabugal para participar nas Jornadas permitiu-me, acompanhado por alguns amigos do Concelho, mas também de Vila Franca de Xira onde resido, revisitar alguns restaurantes de que deixo aqui notas breves:
(i) O Horizonte no Alto das Alagoas onde me deliciei com um bacalhau cozido com grão, demonstrando que não é preciso mais do que bons ingredientes e boas mãos para fazer bem um prato simples.
(ii) O restaurante da TRUTALCÔA entre Quadrazais e Vale de Espinho, onde umas trutas de escabeche e outras no forno fizeram a minha delícia e daqueles que têm como peixe rei o sável.
(iii) O Robalo e o seu cabrito que continua a ser o seu ex-libris e que estava uma maravilha. No caso do João, os meus amigos pernoitaram na sua Residencial, onde foram igualmente muito bem tratados.
(iv) A Casa da Esquila onde o meu amigo Rui nos presenteou com uma demonstração clara de que, com os nossos produtos naturais, se consegue fazer uma cozinha de autor de grande qualidade.
PS2. Aproveitei esta estadia para revisitar Sortelha, um deslumbramento renovado, como se de cada vez fosse a primeira. Chegando à porta da Junta e estando esta aberta, entrei, tendo o prazer de falar com a sua Presidente, bem como com o Secretário e o Tesoureiro. Era domingo de manhã e para aqueles que tanto querem destruir o poder local, seria bom que ali tivessem estado para ver como 3 cidadãos, mais um freguês que colabora com a Junta, passam parte do seu domingo ao serviço da comunidade sem que para isso ganhem mais do que o prazer de servir os outros…
PS3. Uma nota ainda para lamentar a perda de António Manuel Pina que, nascido circunstancialmente no Sabugal, nunca escondeu isso, bem pelo contrário, sempre gostou de dar a saber que o Sabugal era a sua terra natal.
PS4. Um pedido sentido ao sr. Coelho, primeiro-ministro deste país, para que me dê o seu número de telemóvel. É que, à semelhança do presidente do BESI também eu tenho alguns protestos ou desabafos a transmitir-lhe só que, por certo por falta de oportunidade, o sr. Coelho, ainda não me forneceu o seu número para lhe poder falar e desabafar no seu ouvido…
«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
rmlmatos@gmail.com
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